Garoto Doce. pt. 2

Um conto erótico de TN
Categoria: Homossexual
Contém 2443 palavras
Data: 20/03/2014 19:14:40

O dia passou rápido, voltei para casa por volta das três da tarde acabei tirando um longo cochilo até as seis da tarde, havia combinado com Milena de encontrar ela na frente da lanchonete as sete pra irmos juntos para a festa, enrolei um pouco para começar a me arrumar, na verdade estava meio ansioso, era a minha primeira festa, não conhecia muito bem as pessoas, mesmo sabendo que eram apenas o pessoal do curso. Tomei um banho e fui me trocar, coloquei uma cueca branca, uma calça jeans preta e uma blusa pólo lilás, arrumei o cabelo que estava passando da hora de ser cortado, um pouco de perfume e por ultimo um sapato e sai, estava vinte minutos adiantado quando cheguei à lanchonete, me sentei em uma das mesas do lado de fora e fiquei olhando o movimento, a maioria das pessoas andando sozinhas ou em duplas, era o de se esperar na 1° semana de aula, os alunos mais antigos não apareciam muito, pois sabiam que não tinha nada de importante para fazer.

Milena- Daniel! – acenando um pouco distante.

Correspondi o aceno e dei uma boa olhada nela, estava incrível, um vestido preto com um cinto de corrente na cintura e cabelo solto e uma rasteirinha, realmente o tipo de mulher que todos olham quando passa.

Milena- Vamos, já deve ter começado. – chegando ao meu lado.

Eu- Vamos.

A festa estava acontecendo em uma republica perto da faculdade, não era muito longe da lanchonete. O caminho foi meio depressivo, nenhum dos dois falou muito, os únicos assuntos que surgiram foi sobre as matérias do 1° semestre, queria muito perguntar sobre o Marcelo, mas não juntei coragem o suficiente. Chegamos à suposta casa a onde estava tem a festa, devia ter um pouco mais de cem pessoas, música eletrônica tocando, algumas pessoas já estavam cambaleando.

Milena- Vamos procurar algo pra tomar. – me puxando pela mão.

Eu- Certo. – rindo

Milena- O que você quer? – me olhando.

Eu- Não sei, não sou muito entendido dessas coisas.

Milena- Então vamos começar com algo fraco.

Entramos na cozinha a onde tinha um veterano distribuindo as bebidas, Milena saiu do meu lado e foi pegar as bebidas.

Milena- Aqui - me entregando um copo- é vodca com suco de uva.

Tomei um gole e fiz careta.

Eu- Chama isso de fraco?

Milena- Era o mais fraco que tinha lá. – rindo da minha cara- Você acostuma depois de um tempo.

E foi exatamente igual ela falou, depois do 3° gole não estava mais tão forte, e pra piorar a situação fui tentando acompanhar ela, 1° copo, 2° copo, 3° copo, foi ai que eu senti o que era ficar tonto pela primeira vez, qualquer conversa se tornava engraçada, qualquer coisa era divertido, mas sabia que era melhor diminuir o ritmo. Milena me chamou para dançar e acabei indo, fui divertido, ela saia e trazia mais bebida e voltávamos a dançar, a única hora que ela me deixou de lado foi para conversar com uma veterana nossa e como não queria atrapalhar aquilo acabei indo pegar mais um copo, uma das meninas deu encima de mim, mas não dei muita moral acho que ela até entendei que não era hétero, voltei a não achei mais a Milena, resolvi ficar ali esperando ela voltar, fiz amizade com um menino que eu esbarrei sem querer e ele foi minha companhia no resto da noite tanto de conversa como de copo, deve ter tomado mais uns quatro copos, a partir de então não me lembrei de mais nada. Acordei em uma cama estranho, sem camisa, fiquei com medo do que eu podia ter feito ou com quem eu podia te feito, minha surpresa foi quando vi quem entrou no quarto.

Eu- Marcelo? – assustado.

Marcelo- Esperava quem? – me olhando e indo em direção ao guarda-roupas.

Eu- Não sei, pode me explicar a onde eu estou e como eu cheguei aqui? – colocando a mão sobre a cabeça.

Marcelo- Simples, você e a Milena beberam demais e ela me ligou pra buscá-los – pegando uma blusa- você não estava em condições de passar a noite sozinho então te trouxe – me entregando a blusa- assim podia ficar de olho em você e na Milena.

Eu- Nunca mais bebo. – cobrindo o rosto de vergonha.

Marcelo- Relaxa, você não deu tanto trabalho quando a Milena. – sorrindo.

Aquele sorriso me paralisou como podia alguém ser tão bonito sendo tão simples, usando uma bermuda preta e uma blusa branca, suas pernas eram mais do que eu imaginava, saradas e com pelos, seu cabelo bagunçado e seus olhos meio vermelhos indicavam que ele havia passado a noite em claro.

Marcelo- Se eu fosse você dormiria mais um pouco- saindo do quarto- e não abriria a janela e aquela porta e o banheiro. - fechando a porta.

Eu- Marcelo – chamando ele antes de fechar a porta- que horas são?

Marcelo- Nove da manhã, vou estar na sala se precisar de algo é só chamar. – voltando a fechar a porta.

Coloquei a blusa e deitei na cama, ainda não acreditava no que estava acontecendo, virei de lado e pode sentir o cheiro dele sobre o travesseiro, acabei ficando excitado, mas me controlei e dormi mais uma vez. Acordei sem saber as horas, o quarto estava fechado de forma que não entrava muita claridade, levantei e a primeira coisa que fiz foi ir ao banheiro, após me aliviar decidi encarar a vergonha e sair do quarto, sai pela porta e segui o corredor até a parte mais iluminada da casa, Milena estava sentada na mesa redonda com as mãos apoiando a cabeça.

Eu- Milena, você ainda está viva. – puxando uma cadeira na mesa.

Milena- Daniel, você também. – rindo com dificuldades.

Eu- O que aconteceu? Não lembro de nada.

Milena- A gente exagerou e o Marcelo foi buscar a gente, tirando isso eu não me lembro de mais nada.

Ficamos calados, não faltava assunto, mas nenhum dos dois se lembrava, Marcelo entrou na cozinha e começou a rir discretamente indo em direção a bancada, pegou dois copos colocou metade de café.

Marcelo- Tome um pouco. – me entregando – Você também Milena. – entregando pra ela.

Milena- Por isso que eu te amo. – mandando um beijo pra ele.

Me senti estranho, uma mistura de ciúmes da Milena e um pouco de felicidade por ser tratado igual a ela. Marcelo foi à geladeira e pegou uma caixa de leite e colocou encima da mesa, voltou para a bancada e pegou uma travessa com bolo já cortado.

Marcelo- Fique a vontade Daniel, coma algo para melhorar o estômago. – sorrindo pra mim e indo em direção a porta da cozinha.

Milena- Você volta que horas?

Marcelo- Só vou pegar alguns livros na biblioteca e volto, não devo demorar. – pegando as chaves.

Milena- Certo nerd. – rindo

Fiquei vendo ele sair da cozinha, encarando como uma criança que fica olhando o brinquedo desejado na vitrine de uma loja.

Milena- Daniel? – me cutucando.

Eu- Hãm? – olhando rápido para ele.

Milena- Não, não, não, não acredito. – me olhando com os olhos arregalados.

Eu- O que?

Milena- Seja sincero, você é gay?

Eu- O que? – estava perdido na pergunta.

Milena- Estou falando sério.

Queria mentir, mas não iria ajudar em nada, sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria descobrir, ainda mais sabendo que ela era a pessoa que eu mais me liguei.

Eu- Sou.

Milena- Por favor não me falar que você está afim do Marcelo?

Eu- Por que? – estranhando a pergunta- Você gosta dele?

Milena- Ele teria que nascer de novo pra fazer o meu tipo. – rindo.

Demorei um tempo para processar a resposta que ela deu, olhei pra ela com cara de espanto.

Milena- É. – rindo da minha cara

Eu- Não acredito que você é lesbica! – realmente chocado.

Milena- Mas não vem ao caso agora – cortando o clima- me diz que você não quer nada com ele, por favor?

Eu- Por que?

Milena- Pode acabar com essas esperanças, ele não tem interesse em nada. – pegando um pedaço de bolo

Eu- Como assim?

Milena- É complexo, ele nunca teve um relacionamento e sempre foge de todos os tipos de pessoas que querem mais que amizade dele.

Eu- Então significa que ele é hetero?

Milena- Daniel, ele nunca beijou ninguém. – dando uma mordida no bolo.

Eu- Sério?

Milena- Mais que sério.

Eu- Mas por que? – estava mais intrigado ainda sobre ele.

Milena- Ele é assim, é o jeito dele, nunca precisou de muita ajuda pra nada e sempre foi de ficar sozinho.

A conversa acabou com o celular da Milena tocando e ela saindo da mesa para atender. Fiquei ali pensando e processando tudo o que tinha escutado, não sabia se tinha esperança ou se era para desistir dele. Passei uma hora sentado ali, enrolado para terminar o café, Milena ainda estava no telefone e parecia que iria ficar por mais um bom tempo, presumi que era alguém que ela havia conhecido na noite passada. Escutei o barulho da chave rodando na fechadura e logo virei, Marcelo passou pela cozinha carregando três livros bem grossos, me olhou e deu um sorriso.

Eu- Precisa de ajuda? – levantando da mesa.

Marcelo- Não. - indo em direção quarto

Eu- Acho melhor eu ir indo, meu colega de quarto deve estar preocupado ou pelo menos eu acho. – rindo.

Marcelo- Calma – falando dentro do quarto e saindo- Eu te levo.

Eu- Não precisa.

Marcelo- Você nem sabe a onde está muito menos pra que lado é a sua casa.

Eu- Verdade, mas não quero te incomodar mais do que já incomodei. – meio envergonhado.

Marcelo- Vou ficar melhor sabendo que você chegou em casa vivo, ainda não está bem.

Marcelo me guiou até o carro, passei meu endereço o caminho foi meio silencioso e bem rápido, apenas quatro quadras do apartamento, ele me deixou na porta do prédio.

Eu- Muito obrigado, depois te devolvo sua blusa. – saindo do carro.

Marcelo- Não se preocupa, apenas tenha mais cuidado da próxima vez que for beber.

Desci do carro peguei a chave que estava no meu bolso e acenei pra ele, fui correspondido com um sorriso e entrei, meus únicos pensamentos eram como podia não gostar dele. Subi as escadas e entrei no apartamento.

Marcos- Pensei que tinha morrido. – sentado no sofá.

Eu- Pior. – jogando a chave encima da mesinha.

Marcos- Como foi a festa?

Eu- Não me lembro da metade dela, presumo que deve ter sido boa. – indo para o meu quarto.

Marcos- Tem mais uma pessoa na casa. – apontando para o banheiro- E o Pedro da minha turma, estamos fazendo um resumo, espero que não se incomode.

Eu- Nenhum pouco vou para a minha cama. – continuando meu caminho.

Acabei esbarrando no tal Pedro que saia do banheiro.

Pedro- Foi mal cara. – me segurando.

Eu- Não tem problema.

Pedro- Você deve ser o Daniel, prazer me chamo Pedro. – estendendo a mão.

Eu- Prazer. – segurando a mão dele.

Pedro- Te ajudo. – abrindo a porta do meu quarto.

Eu- Valeu. – entrando.

Caminhei até a minha cama, sentei, tirei o sapato e deitei, não demorou muito para dormir. Acordei por volta de oito da noite com muito calor, a blusa que o Marcelo me emprestou estava encharcada, me levantei tirei ela e fui para a cozinha tomar água, me deparei com Marcos e Pedro ainda na sala ainda estudando.

Marcos- Se acabou mesmo em Daniel. – rindo.

Eu- Não recomendo.

Pedro- Precisa de ajuda? – se levantando e vindo em minha direção.

Eu- Não, não se incomode, estou bem apenas com calor.

Fui direto para o filtro, tomei um como de água e voltei para o meu quarto, se parei uma roupa e fui tomar um banho, quando sai me deparei com Pedro na porta do banheiro.

Pedro- O Marcos saiu para comprar algo pra comer.

Eu- Pode ficar a vontade. – ainda com a toalha na cabeça.

Pedro- Se importa de ficar com você até ele voltar, não sou fã de ficar sozinho na casa dos outros. – coçando o braço.

Eu- Não, nenhum pouco, mas não sou a melhor companhia hoje. – indo para o quarto.

Pedro- Já vi pessoas pós-festa pior que você. – me seguindo.

Eu- Estava pior, se não fosse por um colega acho que teria dormido na rua.

Nesse momento eu lembrei do cheiro do Marcelo no travesseiro, por um tempo fiquei viajando.

Pedro- Você tem namorada? – parado na porta.

Eu- Não.

Pedro- Como não? É o tipo de garoto que se da bem na faculdade, descolado, com charme.

Eu- Certo? – encarando ele com cara de quem não havia entendido o comentário.

Pedro- Não, não – assustado- Sou hétero, apenas achei estranho você estar sozinho, a maioria das pessoas do meu curso estão namorando e você é meio que o tipo da maioria das garotas.

Eu- Desculpa decepcionar as garotas, mas jogo no outro time. – sentando na cama.

Pedro- Entendi. - virando o rosto.

Eu- Não tenho problemas com isso e não precisa ficar tão estressado.

Pedro- Eu sei que vai soar meio preconceituoso isso, mas eu nunca conheci ninguém que fosse gay, não tenho nada contra.

Eu- Com certeza você conhece pelo menos uma pessoa, seja homem ou mulher, ele apenas não quer confessar, como dizem por ia “sair do armário”. – rindo da cara que ele fazia.

Pedro- Nunca tinha parado pra pensar, provavelmente é verdade. Acho legal você ser tão confiante.

Eu- Não é confiança e verdade, não tenho porque mentir.

Pedro- Entendi, é que deve ter sido difícil na escola, quando estava no ensino médio sempre me zoavam por ser mais quieto e sempre surgiam boatos de que eu gay, era bem chato.

Eu- Não é tão difícil se você entender que boatos não definem quem você é e do que você gosta, pelo menos e assim que eu penso.

Marcos chegou e chamou o Pedro.

Pedro- Vamos lá.

Eu- Eu vou passar, preciso descansar mais um pouco.

Pedro- Foi legal conversar com você, parece ser gente boa.

Eu- Obrigado.

Encostei a porta do quarto depois que o Pedro saiu e fui me deitar, estava acabado, ainda com dor de cabeça e com muito calor, mas acabei dormindo mais rápido do que imaginava. Levantei meio dia no domingo, Marcos tinha saído para almoçar, acabei me lembrando que eu tinha combinado com a minha mãe que ia almoçar com ela, me arrumei bem rápido e fui para a linha de metrô. Cheguei em casa atrasado, minha mãe brigou muito por ter perdido o almoço, mas acabou me fazendo companhia na mesa enquanto comia, fiquei um tempo com ela conversando e contando sobre a faculdade e voltei pra casa umas oito da noite, o dia de domingo sempre era o mesmo, acabei sentando na frente da TV quando cheguei no apartamento junto com Marcos e dormi vendo um filme.

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Comentários

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Hunm tambem estou com duvidas a respeito desse pedro .

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