@ NYC #1

Um conto erótico de Marc Demarchelier
Categoria: Homossexual
Contém 870 palavras
Data: 14/02/2014 06:01:16

Luke me pegou pela mão e me tirou da cozinha, pedindo desculpas pela grosseria do pai, dizendo-me que se mudaria o mais breve o possível de lá.

- Marc, você quer morar comigo?

Fiquei sem ação, provavelmente mais pálido do que já sou, eu não tinha uma resposta. Eu amava Luke, incondicionalmente, mas estávamos juntos há tão pouco tempo, certamente não era tempo suficiente para algo assim. Ele percebendo meu nervosismo completou:

- Não é agora, e nem precisa me responder ainda, quando for a hora certa, na hora em que eu me mudar você me responde, até lá quero somente seus beijos – ele disse me beijando.

- Luke, você sabe que eu adoraria morar com você, você sabe que é o homem de minha vida, você sabe que sou louco por você – ele me apertou forte e eu quase fiquei sem ar – mas sinto que ainda não é hora, e acho que meu pai não ia gostar da ideia.

- Não se preocupe – ele me respondeu – tudo ao seu tempo, mas agora vem pra cá que eu estou cansado e quero você comigo – ele disse me puxando para a cama.

Dormimos abraçados.

O dia passou e eu e Luke acordamos tarde. Era um sábado lindo, ensolarado, e nós resolvemos comer na rua. Fomos ao PJ Clarke's (quem quiser experimentar tem em São Paulo, as panquecas são ótimas!) e eu pedi um latte e panquecas, já Luke quis um pretzel com capuccino, coisa que eu nem acho que combina...

Terminamos nosso café e decidimos caminhar pelas ruas, a esmo. Depois de algum tempo eu disse a Luke que iria ver Zac, precisava saber como ele estava.

- Pra que você vai ver esse babaca? - indagou-me Luke – Ele nunca se preocuparia nem que você estivesse a beira da morte, e que eu saiba ele está muito bem.

- Luke! - o repreendi – A culpa dele estar internado é minha, e não importa a atitude que ele tomaria, eu sou assim e vou vê-lo!

- Tudo bem – disse Luke – mas você não vai sozinho.

- Adoro quando você tem ciúmes de mim – eu respondi, dando um beijo nele.

Fomos ao Mont Sinai visitar Zac, ele estava como sempre, de braços cruzados e emburrado, levei donuts do Dunkin' para ele.

- Achei que não ia mais vir – Zac disse – estou te esperando desde manhã.

- Eu disse que viria Zac, e estou aqui, não precisa reclamar.

- E o que esse aí tá fazendo aqui? Que eu saiba pedi que você viesse, não que trouxesse esse palhaço (fool? Traduzi como palhaço, alguma sugestão melhor?)

- Palhaço você vai ficar depois que eu quebrar seu nariz babaca! - Luke foi para cima de Zac, e eu me coloquei no caminho.

- Luke, para! E você pare de provocar também Zac, Luke é meu namorado e ele vai onde eu estiver, se ele não for bem vindo eu também não sou.

- Ok, sem drama! - Zac disse.

- Vou lá fora, respirar, o ar aqui está péssimo – disse Luke – e toma cuidado que idiotice desse cara precisa ser estudada pelo CDC, deve ser contagiosa – saiu batendo a porta.

- Zac! Precisava disso? Se você não parar com isso Luke não vai querer que eu venha aqui, aliás, ele já não quer, e agora dou razão a ele.

- Desculpa M, mas você sabe que não gosto dele.

- Que eu saiba até ontem você não gostava de mim.

- O que você fez por mim... eu nunca teria feito isso! Eu era um babaca, sempre te tratei mal e você me ajudou, obrigado cara! - Zac começou a chorar feito bebê.

- Poxa Zac, não fica assim! - fui até ele e segurei sua mão – Eu te ajudei porque tudo o que aconteceu com você foi culpa minha, e eu nunca me perdoaria se algo ruim te acontecesse.

- Nada foi culpa sua! - ele disse, soluçando – Nunca teríamos brigado se eu não tivesse ido até você, a culpa é minha, o idiota sou eu – ele terminou, chorando mais ainda.

Não aguentei, dei um abraço nele, vê-lo chorando partia meu coração. Ok, Zac era um babaca comigo e eu tinha certeza que assim que ele saísse do hospital ia voltar a ser o troglodita que sempre foi mas ali, frágil, ele estava sensível, eu estava gostando daquela nova faceta.

Uma enfermeira entrou, mediu a pressão sanguínea e perguntou se eu era da família. Eu respondi:

- Er...

- Sim – Zac me interrompeu – ele é da família.

A enfermeira olhou desconfiada e disse para mim:

- A alta dele será amanhã, precisa de algum familiar para acompanhá-lo e assinar os papéis.

- Está tudo bem – respondi.

Olhei para a cara de Zac, rindo um pouco.

- Sou da sua família?

- Não, não é – ele disse – mas eu queria ouvir o que ela ia dizer.

- Está bem, está bem... – eu respondi – Preciso ir agora.

- Ok M – ele respondeu – você vem amanhã?

- Acho que não será necessário, sua alta é amanhã.

- Quero você aqui comigo M, por favor.

- Ok, eu venho.

- Obrigado! – Ele disse me puxando para um abraço.

Saí e me encontrei com Luke no corredor.

- Achei que você fosse dormir lá com o babaca – Luke me disse.

- Deixa de ser bobo Luke, não passou nem uma hora.

- Pra mim foi uma vida, vamos sair daqui? Odeio hospitais.

Eu e Luke fomos para minha casa, algo raro...

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