Meu Pecado Mora ao Lado - Parte 09

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1618 palavras
Data: 03/02/2014 11:59:33

Eles voltaram para casa, e a partir dali, nascia um lindo sentimento entre os dois. O amor é assim, acontece no inesperado. Surge sem avisar, em qualquer esquina, em qualquer olhar. Não sabemos ao certo se e por destino, ou por acaso, mas a única certeza é que o amor ainda continua sendo o mais sublime de todos os sentimentos.

**************

- Meu filho, você conseguiu chegar até a igreja? Com essa chuva toda, eu fiquei preocupada. A onde você estava que chegou este horário?

- Eu tive que esperar a chuva passar. Fiquei debaixo de uma marquise, aguardando o tempo estiar. A rua da igreja ficou completamente alagada.

- Graças a Deus que você conseguiu voltar.

- E o meu pai?

- Já está dormindo. Eu disse a ele que você deveria ter ido para casa do Rafael.

- Eu até pensei nesta ideia, mas acabei encontrando um ônibus pra cá, e vim. Agora eu vou tomar um banho e dormir.

- Vá querido. Quer que eu esquente alguma coisa pra você comer?

- Não mãe. Tô sem fome. Beijo. Vou pro meu quarto.

Ele foi para o quarto e se jogou na cama. Estava tão feliz. Sua alma estava feliz. Ele ia arriscar a sua vida se fosse preciso, para viver seu amor com o Fábio. Debaixo do chuveiro, o Davi chorava de felicidade. As lágrimas se misturavam a água. Foi um choro de dor, de liberdade, de conquista, de respiração. Quando a imagem do Fábio vinha em sua cabeça, ele jogava a água para cima, como uma criancinha, completamente boba, mas ele só estava apaixonado.

De frente para o espelho, penteava seus cachos ondulados e lisos, e passava a mão na boca, procurando sentir o gosto do seu amor. Tudo era novo para ele. Depois de tanto tempo se sentindo num abismo, finalmente conseguiu se libertar. Antes de dormir, seu celular tocou.

- Alô. – disse ele.

- Nossa! Que voz mais gostosa de ouvir. Oi meu amor. Te liguei pra dizer que estou com saudades.

- Você ficou louco? – Davi se acabava de rir do outro lado da linha e claro, extasiado por ouvir a voz do Fábio, que invadia suas entranhas.

- Eu estou louco por você. Mal posso esperar pra te ver novamente. Aparece na janela. Deixa u te ver. Aliás, se você quiser, eu invado o seu quarto e durmo aí com você.

- Não! Meu pai me mataria! Jamais pense numa ideia dessas.

- Eu estou brincando meu amor. Mas se você pedir eu faço. Aparece na janela.

Davi apareceu, e do outro lado, viu o Fábio sem camisa, com seu corpo definido, lhe mandando vários beijos.

- Você é muito bobão.

- E você é a minha coisa mais linda! – disse o Fábio.

- Ai meu Deus, eu ouvi um barulho aqui. Deixa eu desligar. Te amo muito. Tchau!

Davi correu para cama e fechou os olhos. Temia ser a sua mãe. E realmente era ela mesma. Dona Carmem fazia a ronda antes de dormir.

No dia seguinte, ele foi para o colégio, e no pátio, conversava com o Rafael.

- Olha como o Diego te olha. Eu tenho certeza que ele é afim de você. – disse o Rafa.

- De onde você tirou esta história? O Diego é só um amigo. Não começa.

- Olha lá ele rindo pra você. Amigo, pega ele. Talvez essa seja a sua chance de dar o seu primeiro beijo.

Davi olhou para o amigo e começou a rir.

- Acontece... Que eu já dei o meu primeiro beijo.

- Hã? Rafa fez um espanto! – E você não me contou nada?

- É que a pessoa pediu segredo. - Davi mentiu.

- E quem é esta pessoa? Vai, fala logo.

- É um vizinho meu. Foi só um beijo, nada demais.

- Com está cara? Porque você está me escondendo as coisas?

- Ai, tá bom. Eu queria guardar segredo por um tempo, mas vou te contar porque confio em você. Eu... Comecei a namorar ontem.

- Sério? Você? Ah, para de brincadeira. Tá de gozação com a minha cara.

- Porque o espanto? Por acaso eu estou impossibilitado de me relacionar com alguém?

- Não! É que eu não esperava. Vindo de você que é ao certinho. Mas me conta tudo.

- Agora só depois do intervalo. Vai começar a aula de português.

- Eu vou ficar ansioso a aula inteira. Quero saber quem é esta pessoa misteriosa.

- Você vai saber. Mas ó, bico fechado.

Eles entraram na sala, e como o Rafael disse; o Diego, colega de classe de ambos, não tirava os olhos do Davi, que por sinal, já estava incomodado com a situação.

A aula transcorreu normal, e o Rafael nem deixou o amigo respirar. O arrastou num canto e exigiu que ele lhe contasse tudo.

- Vai, me conta. Eu quero saber quem conseguiu o feito de quebrar esta barreia dentro de você.

- Tá bom, vou contar. Bom... Eu conheci um rapaz, ele mora no mesmo bairro que o meu; na verdade, tudo começou, quando ele me salvou do idiota do Leo. Acho até que te contei esta história.

- Hummm... Bem que eu desconfiava. Seus olhos brilhavam quando falava dele.

- Pois é. Ontem ele disse que me amava, e eu também sinto o mesmo por ele, então eu resolvi arriscar. Mas pelo amor de Deus, ninguém mais pode ficar sabendo.

- Qual é o nome dele.

- Ahh... É segredo. Eu quero te apresentá-lo, daí você me diz se aprova ou não.

- A gente pode marcar hoje à noite. Que tal?

- Hoje não vai dar. É o meu último ensaio para o coral. Mas amanhã eu posso dar um jeito. Você sabe como são os meus pais.

- Ok! Tô tão feliz por você. Nem estou acreditando. – Rafael deu um abraço no amigo.

Eles foram para suas respectivas casas, e Davi ficou na esperança de encontrar o Fábio na rua, mas foi em vão. Ele chegou em casa, passou pela cozinha, onde tomou um copo com água e antes que fosse para o seu quarto, foi surpreendido por seu pai.

- Oi Pai. O senhor já chegou do trabalho?

- Sim. Porque esta cara de espanto?

- Nada. Só fiquei surpreso.

- Aproveitando que você está aqui, eu quero conversar com você. – ele foi até a geladeira e pegou uma jarra de suco.

- Eu estive conversando com o pastor, e ele me disse que por várias vezes, te achou estranho. Está acontecendo alguma coisa com você que eu não sei?

Davi congelou. Teria de pensar numa resposta sábia para não comprometer a sua vida.

- É que eu estou nervoso compor causa do coral. Só isso!

- Eu percebi que você anda saindo muito de casa. Você sabe que eu não gosto disto, não sabe?

- Sei sim pai. Mas é que eu... Só saio de casa para ir à igreja.

- Estou de olho em você Davi. Não quero que se misture com os seus colegas desvirtuados. O meu maior sonho, é vê o meu filho pregando numa igreja, como pastor. E você vai ser um pastor. – ele se aproximou do filho e tocou em seu ombro. – Tenho muito orgulho de você.

- Obrigado pai. Eu vou tomar um banho pra gente almoçar.

Davi saiu da cozinha o mais rápido possível. As palavras de seu pai eram uma tortura pra ele. Aquela pressão não lhe fazia bem, muito pelo contrário, só o fazia querer desistir de ser ele mesmo para ser o que os seus pais queriam.

À noite, ele fez suas atividades do colégio, jantou com os pais, e retornou para o quarto, onde trocava mensagens com o Fábio. Numa delas, ele queria que o Davi saísse com ele, mas o Davi não podia arriscar, até por que não sabia o que inventar para os pais. Fábio insistiu tanto, que ele cedeu e pensou numa estratégia.

- Pai, o irmão da igreja acabou de me ligar, informando que terá um ensaio geral antes da apresentação do coral no domingo. O senhor me permite ir?

- Com tanto que você não chegue tarde, pode ir.

Ele se sentiu mal, em ter de mentir para os pais, mais foi à única saída que encontrou. Do lado de fora, o Fábio o esperava numa rua distante, para despistar. Ele estava com sua moto, vestido numa calça jeans e uma regata preta. Quando o Davi se aproximou, o Fábio não resistiu e lhe tascou um beijo na boca.

- Eita! Tudo isso é saudades? – Davi grudou no pescoço dele.

- Muitas saudades. Eu quero que você conheça uns amigos meus. Pode ser?

- Não sei... Eu tenho muito medo do meu pai desconfiar de alguma coisa. Eu nunca menti pra ele, e hoje eu tive que usar deste artifício.

- É coisa rápida. Você vai gostar de conhecê-los.

- Tudo bem então. Mas temos de voltar rápido!

- Beleza! – Fábio o ajudou a subir na moto, e Davi se deliciava em segurar na cintura do Fábio.

Chegaram num barzinho e o Davi ficou meio sem jeito. Nunca freqüentou um bar em sua vida. Ele avistou três lindos rapazes, que conversavam animadamente. Todos eles tinham o mesmo perfil do Fábio.

- E aí galera! Beleza? Esse aqui é o Davi, meu... Parceiro. – Fábio piscou os olhos para os três, como forma de dizer o que realmente o Davi era dele. Apenas evitou o termo “namorado”, para não constrangê-lo. Davi apertou a mão dos três, e dentre eles, havia um em especial que o Fábio considerava o sue irmão. Era o Betão, que assim como o amigo, vivia a vida de forma intensa.

Davi se sentou numa das cadeiras, e o Fábio pediu refrigerante para ele. Os outros olhavam para o Davi, e o Fábio percebia a timidez do seu amor.

- Fica tranqüilo. Eles são uma figura. – Fábio cochichou no ouvido dele. Sabia que eu te amo muito. – ele deu um beijo no rosto do Davi, o que o deixou mega sem graça diante dos amigos do Fábio.

CONTINUA...

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Comentários

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Muito bom, nossa essa historia fica cada vez melhor, otima escrita, esses Dois ainda vao viver uma linda historia.

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oi ale! queria te pedir desculpas por nao ter comentado no post. 8. nao conseguir publicar meu comentario. eu acho que o david tem mas e que ser feliz ! .

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Muito bom, espero que tudo ocorra bem.

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