Abrigo 32

Um conto erótico de Christian
Categoria: Homossexual
Contém 2012 palavras
Data: 31/01/2014 23:43:33
Assuntos: Gay, Homossexual

Capitulo 32

Não sabia o que era mais patético entre a exigência de explicação ou a minha vontade de dar uma resposta. Mesmo eu já tendo levantado a gola do casaco Li ainda olhava para o meu pescoço coberto, quase como se quisesse ver mais uma vez as marcas vermelhas na minha pele para provar que ele tinha visto mesmo, mas eu sabia que era só impressão minha mesmo, Li não se importa com ninguém além dele. Ele ficou parado na minha frente me olhando com aqueles olhos minúsculos que por tanto tempo eu achei encantadores, mas agora eles apenas me traziam más recordações. Chin olhava de mim para o seu namorado com um sorris,o um tanto quando, nojento no rosto. Por mais que eu sentisse pena de Chin quando via ele agindo como um cachorrinho atrás de Li não tinha como negar que eu ainda sentia raiva dele, raiva e ficava me perguntando se não fosse por ele Li ainda estaria comigo. Mas eu sabia que era mentira, quando um não quer, dois não brigam. Li queria esta ao lado dele e a reciproca era verdadeira, Chin também queria ele.

- Eu te fiz uma pergunta, Christian.

- E eu decido se respondo ou não.

Ele estreitou ainda mais seus olhos repuxados quando eu respondi. Li não estava acostumado com um Christian que sabia o que queria e queria saber tudo. Era meio engraçado ver ele tentar se segurar. Seus braços estavam tremendo de fúria e sua face era uma mascara de raiva.

- Não adianta você tentar ficar com raiva Li - Respondi casualmente, passando os meus dedos por minha calça jeans - Não te devo mais explicação.

Acho que ele se tocou do papelão que estava fazendo e segundos depois o Li brincalhão e despreocupado tomou lugar do Li raivoso e espumando pelas ventas. Agora eu via o quanto Li era duas caras e mentiroso, antigamente eu achava fascinante a capacidade dele ir de um extremo emocional para o outro. Ele me chamou de babacão para encenar para a nossa turma que ele só parou ali na minha frente para me humilhar. E quando eu pensei que eles iriam embora apenas com aquele ofensa verbal Chin fez uma coisa que me surpreendeu. Ele me bateu, um tapa forte e estalado na minha cara. Não sei quem ficou mais chocado, se foi eu, Li ou o resto da sala.

- Isso é para você aprender a nunca mais responder rudemente quando falar com o meu namorado - Vi o modo que ele abriu a boca e ficou todo orgulhoso quando disse a palavra namorado. O lado esquerdo do meu rosto estava doendo e ardendo. Lentamente levei minha mão até a área do espancamento e com uma ponta de raiva fluindo dentro de mim eu senti a área empolada e em auto relevo. Como minha mochila estava no meu colo eu rapidamente me levantei da cadeira, com a mão no rosto ainda e fui para cima de Chin. Minha mochila agora estava no chão.

- Você não fez isso! Seu viado escroto - Gritei, nunca ninguém tinha me batido. Nunca! E eu não iria deixar aquele filho de uma mãe me bater, não mesmo - Você acha que é quem para bater no meu rosto?!

- Alguém superior a você, seu Zé ninguém - A superioridade dele estava me deixando tonto. Todas as outras pessoas estavam olhando para o nosso pequeno escândalo ai. Mas eu não iria deixar barato isso, passei anos me sujeitando a fazer tudo que os outros pediam. Se naquela época eu levasse um tapa de alguém provavelmente eu que pediria desculpa para o meu agressor por ter machucado a mão dele com o meu rosto. Mas não agora, não quando eu enxergava o mundo a meu redor com outros olhos. Não hoje que eu acordei de tão bom humor, não quando eu tinha um homem super carinhoso como Heitor me esperando quando eu saísse daqui.

- Você não é superior a ninguém - Desdenhei - É apenas uma bicha invejosa que roubou o que era meu. Pelo meu saber isso não é ser superior, mas ao contrario disso. Você é mais baixo do que a sola do meu sapato.

- Eu não roubei Li de você - A voz de taquara rachada dele invadiu meus ouvidos, fazendo eu franzi a minha testa em horror - Ele que me escolheu. Ele soube identificar um cara com pedigree e não um vira lata como vc.

- Eu só estou vendo um cachorro aqui - Apontei meu dedo para ele mesmo - Um cachorro com problema na voz.

- Esta vendo esse nariz aqui - Ele bateu seu dedo indicador varias vezes naquele nariz fino e arrebitado. Dei alguns passos para frente até ficar a uma pequena distancia dele - Até o meu nariz reconhece que é mais importante que você. Veja como ele é arrebitado.

- Deixa eu conserta para você - Arqueei meu braço para trás, fechei minha mão em uma bola e soquei a cara de Chin. Bem no seu nariz arrebitado, senti quando meu punho pesado fez contato com a cartilagem do seu nariz. Quando ele caiu no chão com o nariz esguichando sangue como uma fonte eu disse - Opa! Acho que seu nariz reconheceu que tem alguém mais importante que ele, meu punho.

- Meu pai vai ficar sabendo disso - Ele estava se engasgando com o próprio sangue. Todos poderiam me chamar de louco ou coração de pedra por eu esta rindo daquela cena que ali se desenrolava, Li já estava ajoelhado próximo a Chin murmurando palavras que eu não conseguia entender, mas provavelmente eram palavras de conforto e carinho.

- To nem ai para você e seu pai - Abri e fechei a minha mão diversas vezes, com toda a certeza minhas articulações iriam ficar inchadas em pouco tempo. Nunca tinha socado ninguém e a minha primeira vez foi totalmente sem aviso - Quem mandou você bater no meu rosto? Nunca te dei esse tipo de liberdade.

- Mas você não tinha o direito de socar ele - Li disse.

- Não foi você que levou um puta tapa na cara - Virei o lado agredido do meu rosto para ele. Como eu era extremamente branco eu podia garantir sem olhar que meu rosto estava super vermelho -Então cala a boca e fica ai tapando o fluxo sanguíneo do seu namorado.

Foi muito rápido o que aconteceu depois. Em um momento Li estava com os braços ao redor do corpo de Chin e no outro ele estava segundo meu braço em um aperto de ferro e me rebocando dali a força. Enquanto eu tentava me soltar e Chin gritava o nome do seu amado. Li não me soltava por um momento sequer.

- Se você não me soltar Li eu vou gritar - Eu ameacei.

- Pode gritar - Rosnou - Grite com essa sua voz de velho.

- Seu viado nojento me larga!

- Não.

Ele continuou me arrastando até o seu carro. Foi uma luta de proporções gigantescas me fazer entrar dentro daquele carro que só me trazia lembranças de um tempo que eu achava o que era ser feliz. Me segurei na porta prateada e esperneei bastante. Mas no fim Li conseguiu me colocar dentro do carro.

- Mas esse carro esta uma nojeira - Resmunguei depois que vi uma camisinha perto do meu pé esquerdo.

- Você não reclamava quando era com você - Arqueou uma sobrancelha me desafiando a disser ao contrario. Mas não o fiz, ele sabia que eu gostava sim.

- O que você quer comigo, Li?

- Conversar.

- Dentro desse seu caro que mais parece um motel barato? - Apontei das roupas que estavam aos montes no banco de trás até uma embalagem de camisinha no painel de controle do caro.

- Sim, aqui mesmo - Jogou algumas migalhas que estavam no banco do caro no chão - Esta na hora de nós botarmos tudo em panos limpos.

- Coisa que nós devíamos ter feito naquela noite que você me revelou seu verdadeiro você - No meu banco também tinha varias migalhas, mas não ousei me mexer - Então me diga, Li. Por que você fez isso comigo?

- Sabe eu menti quando falei que foram um plano meu e dos caras da faculdade - Ele olhava fixamente para frente, diferente de mim, que olhava para ele - Eu fiz isso por que o meu pai sempre falou que tínhamos a aprender a manipular, saber atuar, saber mentir e o principal de tudo, se aproveitar dos mais fracos.

- E por que eu, Li?

- Christian você realmente se via como agia antes? - Ele deu uma rápida olhada para mim - Cada pedacinho de você gritava fraqueza e submissão. Quando eu pus os olhos em você eu soube que você seria perfeito para eu aperfeiçoar minhas técnicas.

- Então você me tomou como um burro?

- Burro não - Remexeu os dedos que repousavam no volante - Apenas como ingênuo. E como foi fácil me aproximar de você. Além de você ser total e completamente submisso, uma coisa que você estava mais desesperado a buscar sem nem mesmo se dar conta disso, era a felicidade.

- E você usou isso para chegar até mim, Li - Minha voz não saiu tremida ou fraca porque eu já sabia que foi por ai que ele me conquistou. Me prometendo céus e mares, mas não cumprindo nada.

- Claro que sim - Ele tinha um sorrisinho no canto da boca - Quando eu vi o que você realmente queria sem disser verdadeiramente, foi muito fácil de me aproximar de você.

- Entendo - Respirei fundo, dessa vez a minha respiração saiu tremula. Mesmo já sabendo que Li era uma pessoa má não foi nada fácil aguentar ele falando. Resolvi aprofundar o assunto - Li?

- Sim?

- Você algum dia, realmente, gostou de mim?

- Gostei - Se eu não estivesse tão próximo dele não teria percebido que a voz dele também falhou - Foi nessa época que eu começei a revelar para você quem eram os seus irmãos de verdade. Pensei que abrindo seus olhos eu estaria me redimindo um pouco por você por todas as minhas mentiras e tudo.

- Por isso eu agradeço você - Minha voz foi um sussurro - Mas de resto eu não posso, Li. Realmente não posso. Como você disse que eu era a imagem e semelhança da submissão eu até poderia tentar perdoar você, procurar alguma coisa que culpasse outro alguém, mas não você. Mas eu não sou mais aquele garoto, Li entenda, mesmo que eu tentasse eu não conseguiria te perdoar.

- E eu não te pediria isso, Christian - Ele olhou para mim, lentamente levou sua mão até a minha. Mesmo com uma vontade tremenda de tirar minha mão dali, não fiz isso - Mas antes de nos separarmos eu poderia te perguntar algo?

- Dependendo do que seja - Dei de ombros -, eu até posso responder.

- O cara que fez isso... - Apontou para o meu pescoço - É aquele cara da academia? Como é o nome dele mesmo? Hector? Helias? Heleno?

- Heitor - Respondi - E sim, é ele sim. Pergunta respondida?

- Sim - Seus dedos acariciavam os meus - Vejo que você não usa mais o anel que eu te dei. Você o tem guardado?

- Não - Puxei lentamente a minha mão e ele não deixou a minha mão por uma vez - Joguei fora. Agora eu posso te falar algo?

- Claro.

- Li uma vez você me disse que queria trilhar seu próprio caminho - Parei, respirei fundo e continuei -, sem a sombra do seu pai. Mas por que você estava seguindo conselhos dele? Querendo ser apenas uma sombra do seu pai.

- Eu menti quando falei isso - Respondeu - O que eu mais quero mesmo é ser dono de todo aquele império que meu pai construiu.

- Boa sorte ai, Li - Abri a porta do carro, já do lado de fora falei - Muito obrigado, Li. Mesmo da sua maneira torta e distorcida, obrigado.

- De nada - Ele acenou, esperei mais um tempinho, mas ele não falou nada. Sai andando, não parei quando ele falou - Seja feliz, Christian.

Dali mesmo liguei para Heitor vim me buscar.

Quebrei a minha conexão com Li.

Revelamos tudo e agora seguimos caminhos diferentes.

Eu para a minha felicidade e ele para o poder.

Adeus Li.

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Nina M, senti saudades sua, pequena. Passei sim, agora estou no terceiro ano. E não aprendi nada de física, nada mesmo.

E obrigado a todos por todos os comentários. Beijos!

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Comentários

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cara.....não consigo ler a parte 33! Aparece uma página em branco. Poderia me mandar no e-mail? env89895656@hotmail.com

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olaaaaaaaaaaaaaaa nao consigo ler o capitulo 33 tem como me mandar ou repostar meu email e julianaf-25@hotmail.com

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não consigo ler o capitulo 33, cara!!! por favor tem como manda rpor email? ou repostar? meu email iamfeh@outlook.com desde ja agradeço muito!

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Acredito que o Li vai se arrepender e muito por seguir esse caminho, espero que o Cris seja feliz agora.

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Chin ainda vai dar muita dor de cabeça a Chris, e Chirs poderia ficar com Heitor, porque Li só ta afim de ganhar "poder". Continua.

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Seu teu fã, tanto como escritor como em pessoa.. Vc sabe quem sou né #W.. 'kkk

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caramba, é mto triste/ruim saber que tudo o que li fez somente jogo de poder, caramba esse cara nao tem coraçao :/

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Sim agora tudo ficou claro para mim (ainda sim eu gosto do Li), mas finalmente os parenteses foram fechados e situação resolvida. Achei um capítulo muito maduro e sincero (meio que já imaginava, mas mesmo assim me surpreendi). Parabéns você voltou com tudo, seu texto está cada vez melhor e desenvolvido, o que mais posso falar... Adoro esse conto!

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Amando esse novo cris. Mas o li tem q sofre um pouco e depois querer reconquista o cris e ver ele super feliz com o heitor.

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Sensacional essa conversa tirou muitas duvidas que eu tinha agora sim estou preparado para uma "segunda" fase do conto e da vida do Chis com o Heitor.

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Gente é o mesmo autor de Amor a vida. Perfeito... Chirs parabéns.

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