Frozen - Parte 2

Um conto erótico de Um Velho Leitor
Categoria: Homossexual
Contém 1876 palavras
Data: 31/01/2014 10:31:12
Última revisão: 31/01/2014 10:33:35

Via as luzes daquela grande cidade passar pela janela do meu carro... Lembranças me vieram à mente... De exatamente 10 anos atrás...

[...]

Graças a Deus a estúpida da Soraya deixava as jóias dela sem qualquer cuidado. Roubá-las e penhorá-las foi a coisa mais fácil que fiz em toda minha vida.

A essa altura aquela vaca já deu o sumiço, preciso ir embora desse país. A policia já deve estar atrás de mim... Vamos, fila, diminua!

- Pam Linhas Aéreas, em que posso ajudar? – Falou a atendente do balcão da companhia aérea.

- Boa noite. Queria saber se tem como adiantar a minha viagem que eu marquei por dia 22, pra hoje?

- Me dê seus dados, por favor.

Dei a ela meu passaporte e os dados da passagem.

- Deixe-me ver... – Disse digitando rapidamente no teclado do computador – Senhor, eu tenho como lhe encaixar no vôo 802 que vai daqui até Argentina sem escala.

- Perfeito – Disse sorrindo pra atendente, fazendo assim ela enrubescer de vergonha.

- Senhor, o senhor terá que pagar algumas taxas para fazer isso.

Claro, taxas – pensei eu. Meu sorriso se desfez automaticamente e vi a atendente ficar totalmente sem graça.

- Qual o valor? – Disse me preparando pro pior.

- R$ 605, 70, senhor.

Trazia na pequena mochila em que carregava poucas roupas e exatos 10 mil euros. Consegui pouco com as jóias daquela vadia, mas, daria pra me virar...

- Aceita euro por acaso? – Disse fazendo pouco caso...

[...]

- Senhor, nós estamos quase chegado - Falou Maciel me tirando das minhas lembranças.

- Pare o carro.

Desci e o que vi de longe um dos espaços de festa mais badalado dessa cidade lotado de pessoas da mais alta sociedade. Não pude conter um sorriso que veio ao meu rosto. De um rato fugitivo passei a rei da alta sociedade. Quem diria Hector?

Maciel já se preparava pra ir embora quando me dei conta que não tinha um acompanhante.

- Aonde pensa que vai, estacione o carro e venha falar comigo.

Que sorte a minha daquela vaca só ter empregados bonitos. Respondendo as interrogações que já devem pairar por essas cabeças infectas, não, eu não quero "pegar" o empregado. É só uma questão de segurança. Muitas dessas mulheres que vem a esse tipo de festa só querem saber de uma coisa: Golpe. E desse tipo de gente, eu quero distancia. Quer um inseticida melhor do que um homem branco, alto, dos olhos claros e barbudos do seu lado? Fomos em direção a uma rua que ficava próxima ao evento e disse:

- Maciel, quero que você me acompanhe nessa festa...

- Mas senhor, eu nem estou trajado da forma correta e além do mais, eu sou pobre e---

- E nada. Olhando aqui pras suas roupas, bem se vê que elas não são de pobre – disse andando ao redor dele – pelo contrario. Olha essa lapela, Kiko Mascarenhas? Que eu saiba isso é grife...

A expressão dele o entregou na hora... Mas, acredite, ele ainda tentou se defender...

- Era exigência da D. Soraya. Ela que dava as roupas, eu---

- Sei, uma socialite dando roupas de grife pra um simples empregado? – Me pus novamente a frente dele – Você tinha um caso com ela, esta mais do que na cara. Mas não importa - dei de ombros - Você vai me acompanhar como meu namorado e o mais importante: você não trabalha pra mim, não como motorista. Pense bem, você recebera um bom extra por isso...

Maciel ficou pensativo e logo em seguida aceitou... Sabe, aprendi com o tempo que, dinheiro + pobre = serviço feito.

Instrui-o a falar pouco e a disser que trabalha na minha recém “adquirida” empresa.

Entramos no evento. Muitos, é claro, eu nem conhecia pessoalmente, mas fiz questão de cumprimentar um a um. Todos sabiam de quem eu era filho. A sociedade tem/tinha bastante respeito pelo meu “querido” pai.

Quando indagavam quem era o rapaz do meu lado, dizia com a maior naturalidade que era meu namorado. As pessoas se espantavam, dava pra se ver claramente. Quando disse a uma senhora que já tinha uma certa idade ela se engasgou com o champanhe que bebia. Mas, me responda, quem é que vai fazer cara de nojo pro dono da festa? Exatamente. Ninguém.

A festa estava perfeita... Mas o que mais me surpreendeu foi a postura de Maciel. Ele se portou de uma forma perfeita. Porem, como era de costume, aquele sensação de que estava faltando algo não me abandonava. Decidi ir embora. Despedi-me das pessoas mais importantes que estavam ali dando a desculpa que estava me sentindo mal, o que não deixava de ser uma verdade. Disse a Maciel que voltaríamos de táxi. Não queria que ninguém visse que ele era o motoristaMaciel obrigado. Não se preocupe, amanha mesmo ira receber o seu dinheiro.

- Senhor, o senhor está se sentindo bem?

- A quanto tempo eu não sei o que é senti – e abri um sorriso amarelo - Por favor, não precisa mais me chamar de senhor. Pode me chamar de Hector. Você foi bem útil hoje. Talvez eu precise dos seus serviços de novo. Está liberando por hoje.

- Sim senh... Quer disser sim Hector. Com licença.

Meu Deus, eu estava tão solitário que estou fazendo amizade com o motorista... A que ponto eu cheguei...

[...]

Argentina, Buenos Aires, cerca de três horas depois do embarque

Finalmente, livre!

Após sair do aeroporto me senti 100% livre de qualquer chance de me pegarem. Mas outros problemas vieram a minha mente.

Como conseguiria sobreviver ali? Sabia falar fluentemente o espanhol, mas com o que eu trabalharia? Porque, apesar de tudo, nunca trabalhei de verdade... A não ser quando a vaca da Soraya me obrigava a lavar o chão que ela pisava com o salto Dior. Daria qualquer coisa pra ver a cara dela de surpresa quando não achar uma jóia sequer...

- Hector, mi amigo? Usted aquí?

- Fred, quanta saudade! – Disse o abraçando. Frederico, Fred como eu sempre o chamei era um amigo de infância que caiu dos céus na hora em que eu mais precisava. Era meu amigo muito antes da minha vida virar um verdadeiro pedacinho do inferno.

- Quase não te reconheci... Esta diferente.

- Eu que o diga Fred. Você, com todo respeito, ta um gostoso!

- Pare dessas graças, sabe que não gosto disso – falou fazendo bico. Fred nem parecia mais brasileiro. Na realidade, ele nunca pareceu um. Branquelo, cheio de sardas no rosto, olhos verde amarelado, traços finos e os cabelos ruivo. E, sim, sempre soube que eu era assim, gay, e nunca se importou com esse fatoAgora me diga o que fazes aqui? – Eu e Fred estávamos caminhando pela Plaza de Mayo.

- Vim espairecer... Só isso – Falei dando de ombros. Não queria contar o real motivo... Não queria nem me recordar...

- Você não me engana. Nós dois podemos ter ficando anos sem nos falar, mas você não consegue mentir pra mim.

O observei e decidi contar toda a história do porque da minha fuga do Brasil... O que eu tinha a perder?

[...]

Logo após acordar peguei-me lembrando do Fred. Depois de todo aquele dinheiro que o dei, ele sumiu. Sinto falta de ter um amigo. Ele nunca apoiou a minha fixação por vingança, mas nunca me abandonou. Um verdadeiro amigo. Daqueles que dificilmente eu encontrarei de novo.

- Fred, por onde andas? – Pensei alto.

- Andei pelo sul da Argentina, e você o que andou aprontando?

Voei pros braços dele. Ele se surpreendeu, nunca me permiti ser sentimental demais. Mais agora, que eu tinha conquistado o que eu tanto queria, não sabia o que tava acontecendo com meus sentimentos.

- Nossa, eu não vou fugir de você não...

Recompus-me e logo disparei uma torrente de perguntas encima dele.

- Por onde você tava? Nem avisou pra onde ia. E você doou mesmo todo aquele dinheiro que eu te dei? E o meu afilhado, como ta?

- Ei, calma. O que você tem?

- Eu não sei! – Disse me sentando a ponta da cama. Eu mesmo me questionei, o que tava acontecendo comigo?

- Hector, vai tomar um banho que a gente conversa melhor.

- É serio? Eu to fedendo por acaso? – e logo em seguida chequei as minhas axilas. Vi o queixo dele ir ao chão e volta.

- Seja lá quem for você que ta no corpo do Hector, sai agora e devolve o meu amigo! – e sorriu fazendo com que no seu rosto se formassem covinhas, era a coisa mais fofa de ser ver. Como ele consegue ter esse rosto infantil aos 33 anos?

Eu hein, eu achando o Fred fofo?

- Há há há, muito engraçado – me levantei e fui em direção ao banheiro. Literalmente, eu não estava bem.

Escutei ele sentar-se e em seguida disser: - O meu amigo Hector me mandaria tomar no meio do cu, e diria que nunca federia.

Sorri com o que ele disse. Há algumas semanas atrás, provavelmente era isso que eu diria, se não pior.

...

Eu e Fred nos sentamos no jardim. Pedi a empregada para servir o café ali. Não queria nenhum deles abenhudando a minha conversa com ele. Fred, por sua vez, comia como um animal... Também, pra se manter. Ele tinha no mínimo 1,90 de altura.

- Eai, você conseguiu botar a sua madrasta na cadeia mesmo? – indagou Fred, enviando mais uma rosquinha doce goela a baixo.

Me limitei a balançar a cabeça, afirmando quê sim.

- Bem, que mal lhe pergunte, mas você foi já assumir a presidência da empresa?

A droga! A empresa. Me despedi de Fred e fui trocar de roupas. Precisava pra ontem ir Assunção Construção CivilOlá povo da CDC. Tive problemas pra escrever essa segunda parte. Na realidade, fiquei inseguro em posta-lá. É que como vocês puderam perceber, a história de Hector será contada aos flashbacks. Não imaginem o quanto é difícil isso. Confesso a vocês que eu não sei como será o final desta historia, porque, como vocês, eu estou descobrindo a história pedaço por pedaço. Só sei o rumo que ela tomará quando me sento na frente do computador.

Agradeço o carinho de todos no primeiro capitulo. Da ultima vez que eu chequei tinha 22 comentários! Agradeço a Dhcs, ofpm, diiegoh', dani3l, Babado Novo, fabi26, pri ♥, Thiago Silva, Edu19>Edu15, chicao02, Lucas M., Venâncio, dieguinho31, liehzinhaa, Perley, Pyetro_Weyneth, Alê12 , Agatha1986, Neguinha_evangélica*, Drica Telles(ametista), Plutão, UmSonho.

Respondendo as perguntas:

Alê12: Eu amo seus contos! Overdose eu chorei que nem um bebezão de colo no final. É claro que seria um prazer enorme da continuidade a um de seus contos. Mas, por hora, quero me dedicar aos meus dois contos. Abraço.

Neguinha_evangélica*: Vou tentar aumentar sim. Tentei escrever seis paginas hoje, mas não consegui. Quem sabe na próxima?

Plutão: Respondendo suas duvidas. Bem, o titulo não tem muito a se fazer. Pensei em algo simples e que fizesse relação a historia. Ai surgiu esse nome. Respondendo a sua segunda pergunta, não, não foi postado em nenhuma época. Como disse anteriormente, eu pequei a base de Recomeçar e elementos de vários outros contos aqui da CDC. Voces veram muitos clichês nesta historia ainda (risos)!

E vocês que não foram respondidos, não fiquem com inveja, meu tempo ultimamente anda curto, mas prometo aumentar em mais duas paginas este conto. E como promessa é divida, podem me cobrar se eu não o fizer.

Duvidas, por favor, escreva ai nos comentários. Elas serão respondidas na próxima parte do conto.

Abraços,

De Um Velho Leitor

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Comentários

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So consegui ler agora,mas esta mui bueno...amando...bjs

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Amei, o Hector da precisando e um boy urgentemente pra tirar ele dessa deprê, e parece que o Maciel sera um bom quebra galhos, se não o proprio cara pro Hector.

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Eu que agradeço por sua companhia e seus comentários. Obrigado por toda atenção. Estou amando esta sua idéia.

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muito legal, só me perdi um pouco na hora do flashback do fred

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