Caminho para o paraíso parte XI

Um conto erótico de Conto é vida
Categoria: Homossexual
Contém 4578 palavras
Data: 02/12/2013 22:33:43
Última revisão: 02/12/2013 22:44:08

Capítulo onze: Castigo

NICOLAS

A primeira coisa que vi ao abri os olhos foi a parede marfim daquele quarto iluminado pela luz do sol que entrava pela janela aberta junto com uma brisa suave e fresca. Olhei em volta procurando algo que me fosse familiar, mas nada encontrei. O quarto era ligeiramente grande com uma poutrona bege ao lado da minha cama e um pequeno sofa para vizitas, também bege, abaixo da janela. Ao lado esquerdo da minha alta cama, havia uma bancada de aço inoxidável com uma pia e algumas coisas como álcool, um saco de luvas, sabonete liquido uma cestinha com medicamentos, entre outras coisas. Ao lado da bancada, se encontravam duas portas de madeira no mesmo tom marfim das paredes. Uma televisão de tela plana se emcontrava ligada no canal globo bem a minha frente. Pelo programa que passava, tive mais ou menos noção de que horas eram. Duas da tarde, pensei ao ver que passava video show.

Eu não o tinha notado, até que se virou da bancada para mim com uma seringa contendo um liquido tramsparente na mão. O enfermeiro sorriu ao me ver e enjetou a medicação no acesso em minha mão direita que curiosamente estava amarrada por ataduras a grade da cama. Olhei para meu braço esquerdo imoblizado junto ao meu peito. Ataduras prendiam meu tronco a cama.

– Por que estou amarrado? – indaguei tentando não demonstrar o medo que sentia.

– Então finalmente está lúcido – o enfermeiro respondeu repousando gentilmente a mão em minha testa úmida de suor – A febre também cedeu.

Mas para garantir, ele tirou do bolso do jaleco branco um termômetro, o sacudiu para abaixar o nivel de mercúrio e o colocou embaixo do meu braço.

– Por que eu estou preso? – inssisti, mas ele não respondeu.

Pelos sutis movimemtos que fazia com a boca, percebi que contava o tempo que eu estava com o termômetro. Quando terminou de contar, o retirou de mim e o ergueu para a luz afim de verificar a temperatura.

– Trinta e seis graus – e anotou no prontuario acima da bancada – Bom Nicolas, me chamo Bruno e sou o enfermeiro rotina do sétimo andar – se apresentou com extrema formalidade para o rosto tão jovem que tinha. Pelo seu modo de falar, deveria ter por volta de trinta anos, mas por conta de seu rosto, aparentava ter cerca de vinte – Tenho cuidado de você pessoalmente desde que saiu do centro cirurgico e veio para o quarto. Desde emtão, você esteve fora de si e extremamente agressivo. Para seu proprio bem e para o bem dos que cuidam de você como Dr Guilherme, sua mãe e eu, optamos ppr conte-lo desta forma. Espero que compreenda.

– Centro cirúrgico? – indagueo confuso – O que aconteceu comigo?

Olhei para meu braço esquerdo presu junto ao meu corpo. Nele havia um grande curativo um pouco abaixo do meu cotovelo.

– Não se lembra o que houve? – ele parecia preocupado.

Forcei minha memória e me lembrei do som de um tiro depois vi meu pai ajoelhado no chão em frente a alguém caído. Não conseguia ver o rosto de quem jazia ferido no chão, mas de alguma forma eu sabia quem era.

– Yuri! – disse um tanto alto.

Tentei me levantar, mas não era possivel graças as ataduras. Lágrimas começaram a escorrer por meus olhos. Não me lembrava o que tinha acontecido e nem tinha certeza se aquele que estava no chão era Yuri, mas podia sentir que algo ruim havia lhe acontecido. Meu coração dolorido me dizia que ele não estava bem.

– Se acalme, Nicolas – ele me pediu pondo gemtilmemte a mão em meu peito nú – Por favor se acalme!

– Cadê Yuri? – lagrimas escorriam por meu rosto – Traga-o aqui! Eu preciso vê-lo! Preciso saber se ele está bem!

E continuei a me debater na cama tentando me soltar mesmo sabendo que era inútil e que eu nunca conseguiria me libertar daquela forma. Senti meu braço latejar de dor enquanto me debatia, mas não doia tanto quanto meu coraçâo ferido que sangrava por Yuri. Onde ele estava? Por que aquele homem não o trazia até mim.

Não sei como ele a chamou, mas uma tecnica de emfermagem entrou no quarto as pressas trazendo uma seringa pequena com um liquido transparente como o primeiro. Ele me segurou enquanto ela passava um algodão com álcool em meu braço direito e aplicava o medicamento. Não demorou nem dez seguntos até que eu me sentisse sonolento e começasse a perder as forças. Por fim parei de me debater e Bruno me soltou.

– Traga Yuri aqui, por favor – pedi com a voz fraca – Traga meu amor até aqui!

E tudo fico escuro. Desta vez, não dormi como da outra vez omde nada sonhei. Porém não era um simples sonho, eram lembranças do que houve. Lembre da minha ultima noite com o amor da minha vida. A forma como ele me beijava orgulhoso por eu finalmemte ter tomado coragem de comtar para o meu pai. A formamcomo ele me tomou em seus braços e me fez me sentir mais vivo do que nunca. A forma como ele sussurava em meu ouvido que me amava emtre um gemido e outro. Me lembrei de nós dois dormindo abraçados aquela noite. Me lembrei de seu beijo naquela manhã, tão carinhoso e apaixonado. Parecia realmente um beijo de despedida. Nosso ultimo beijo. Mas depois disso vieram as coisas ruins. Meu pai me batendo sem dó. O ódio que inflamava seus olhos era algo que eu só tinha visto uma vez em minha vida quando fui abusado junto de Enzo e minha mãe. Me lembrei da forma como corri de emcontro a ele e minha alegria ao vê-lo ali junto de mim. Mas nada do que houve antes foi tão ruim como quando meu pai atirou em Yuri quando ele tentou tirar a arma de meu pai. Vê-lo cair ferido no chão fez uma furia edionda tomar conta de mim. Ignorei a dor de meu corpo e avancei diante do assassino enquanto o mesmo se ajoelhava diante de Yuri e soltava o revolve. Me vi batendo em meu pai com meu braço quebrado sem semtir dor tamanho era meu ódio. Vi o osso qiebrado perfurar a carne e a pele de meu braço a cada golpe. O vi defender-se sem nunca comtra atacer. Estava em choque pelo que tinha acabado de fazer. Então eunfinalmente perdi as forças e caí no chão de frente para Yuri. Toquei seu rosto pálido. Deus, come ele estava gelado. Vi seu peito ferido se mover vagarosamente emquamto seus pulmões puxava, debilmente o ar.

Acordei e já era noite, mas tinha quase certeza de que não do mesmo dia em que fui sedado. Olhei para os lados do quarto escuro e não vi ninguém, a única luz que ali existia, era a da televisão ligada na novela das sete. Olhei para meus braços só para constatar que ainda estava preso. Suspirei rigidamente e temtei chamar alguém, mas minha boca estava tão seca que minha voz não passou de um sussuro abafado. Não me restava muitas opções a não se assistir a novela enquanto esperava alguém entrar no quarto. Odiava aquela novela. Era muito idiota com algumas cenas de humor forçadas. Podia ser facilmente comparada a uma novela mexicana.

Mesmo que eu odiasse aquela novela, foi bom estar vendo-a, pois assim eu pensava nela e não em Yuri. Sabia que se o fizesse, comessaria a chorar e a me debater novamente para me levantar. Me perguntava se ele tinha vindo me vizitar enquanto eu estava dormindo ou desorientado, mas então me lembrei dele sendo baleado e me dei conta de que isso era impossivel.

Começei a chorar, porém não me debati temtamdo sair como damultima vez. Aparentemente a novela não era uma distração tão eficaz quanto havia pensado. Só queria vê-lo uma vez, pensei sentindo um aperto no coração.

Uma das portas do quarto se abriu, a da esquerda, e minha mãe saiu do banheiro com o cabelo úmido e um vestido preto que usava em casa. Seu rosto estava inchado e ao redor de seus olhos vermelhos de tanto chorar, haviam tão roxas que eram quase negras. Sua pele estava pálida pela falta de sono e seus cabelos pareciam fracos e um pouco acinzentados. Mas mesmo assim, seu sorriso ao me ver iluminou se rosto de tal forma, que pude ver beleza nela novamente.

– Como está meu amor? – ela veio correndo me segurar minha mão por cima do tegaderm que fixava o gelco vinte e dois em minha mão.

– Com sede – consegui dizer.

Ela foi até o frigobar embaixo da bamcada de medicamentos e tirou uma garrafa d'água e um copo descartável. Encheu o copo e com um canudo dobrável trouxe até mim. Comecei a beber'a água rapidamente ignorando a náusea em meu estomago vazio.

– Beba devagar Nicolas, se não vai acabar vomitando – me alertou.

Com esforço a obedeci sentindo meu estomago aceitar melhor a água. Não demorou muito até que eu terminasse de beber e pedisse mais um pouco, desta vez com a voz bem mais audível.

– Como se sente? – perguntou novamente passando a mão por meu canelo ruivo me fazendo notar que ele estava mais cumprido do que me lembrava.

– Um pouco confuso – respondi estranhando o quão rouca minha voz estava – A quanto tempo estou aqui?

– Quatro longas semanas – disse.

De certa forma não me assustei com o tempo. Sentia que tinha dormido muito e meu corpo estava dolorido e agoniado pela falta de movimemto.

– E quanto tempo tem que me sedaram? – perguntei curioso.

– Você se lembra disso? – ela deu um sorriso amarelo – Pensei que tivesse sido só mais um de seus surtos. Mas isso foi ontem a tarde.

– Hum...

Foi só o que eu disse de início. Olhei para a televisão dando mais uma olhada naquela péssima novela.

– Será que pode pedir para alguém me soltar? – pedi – Estou bastante desconfortável.

Ela me olhou por um tempo como se avaliasse minha sanidade. Por fim pediu que eu esperasse um pouco e saiu do quarto me deixando sozinho. Voltou pouco tempo depois com um técnico de emfermagem que converssou um pouco comigo, perguntando como eu estava, se semtia dor, etc... Ta,bém me alertou que se eu tentasse fugir, ou ficasse agrecivo se me soltasse que eles seriam obrigados a me amarrar novamemte. Concordei que me comportaria e o técnico me soltou.

Evitei perguntar qualquer coisa a minha mãe sobre Yuri ou sobre meu pai. Queria poupa-la e a mim também. Aquela noite eu não dormi. Afinal de contas, já tinha dormidomo suficiente por um bom tempo. Pelo meu tablet, vi que várias pessoas da minha escola postavam em meu facebook várias mensagens de melhoras. Li todas sempre pulando as que falavam algo sobre Yuri ou sobre meu pai. Odiava toda aquela falcidade, mas uma menssagem realmente me irritou.

Nicolas, sei que não temos nos falado a algum tempo e tenho consciência de que a culpa é minha. Não fui uma boa namorada e nem tenho sido uma boa amiga. Saiba que estou aqui para o que você precisar, de um ombro para chorar, de alguém para fazê-lo rir, ou apena uma compania para ir ao cinema. Te desejo melhoras e assim que eu puder vou te vizitar. Tenho horado muito por você e por sua recuperação. Com amor Letícia.

Apaguei aquela mensaguem imediatamente. Era muita cara de pau dela postar aquilo. Muita cara de pau de todos, mas dela especialmemte já que foi ela que começou a me humilhar. Sabia que ela não viria me vizitar e só postou aquilo em meu mural para parecer triste pelo que me houve e não por real preocupação ou amizade. É horrivel como os seres humanos podem ser tão baixos a ponte de fingir tristeza quando na verdade são indoferemtes a algo assim.

Fechei o facebook e passei a noite assistirndo a videos no you tube. Assisti a diverssos videos musicais, de vlogs, trailers de filmes e pegadinhas engraçadas. Mas o video que mais assisti foi o clipe de nossa musica. A musica era bonita e esperançosa e contava exatamente quando me semti ao conjece-lo. "Tudo que eu sabia era um simples nome. E tudo mudou ". Dizia a musica. E era verdade. Eu só sabia seu nome, mas mesmo assim semtia que queria conhece-lo assim como a Taylor cantava. Mas o final da musica não era tão esperançoso. ”tudo que eu sei é que dissemos olá. Então se livre de gramdes esperanças. Tudo que eu conheço é a chuva que cai. E tudo mudo. Tudo que eu conheço é a graça recem encontrada. Todos os meus dias vou me lembrar de seu rosto. Tudo o que eu sei desde onte é que tudo mudou". Ou seja, aquilo não passava de uma ilusão. Todo o amor que ela sentiu por ele só ao vê-lo foi o mesmo que eu senti por Yuri e no final ela se dá conta de que nada aquilo é real e tem de se livrar da esperança, pois tudo o que ela conhece é dor e tristeza assim como eu. Nada daquilo deveria acomtecer, pois assim ela evitaria a dor e a decepição de perdê-lo, mesmo e para sempre lebrar do seu rosto sabemdo que ele não a pertencia. Será que era isso que aconteceria comigo? Teria de conviver com a chuva ao invés do sol? Teria de me lembrar de seumrosto e saber'que ele não estava mais aqui comigo? Se essa seria a minha vida daqui para a fremte, eu estava pronto para renuncia-la para me encontrar com ele novamente.

A manhã chegou de mancinho por volta das seis horas. Quando os primeiros raios de sol atravessaram a janela, senti algo estranho. Era como se algo fosse acontecer naquele dia. Algo que mudaria minha vida para sempre. Não demorou unto até que a copeira bateu três vezes na porta e entrou sem esperar pela resposta. Me desejou bom dia e depositou a bandeja de café da manhã em cima de uma mesa comm rodinhas abaixo da televisão. Voltou para o carrinho prateado como uma gramde caixa de aço e'trouxe mais uma bamdeija. Me desejou bo,mapetite e se retirou. Minha mãe se levantou da poltrona reclinável e foi até a mesa, só naquele momento tinha percebido que ela tinha acordado.trouxe a mesa até mim e mexeu no controle da cama me pondo sentado. Ela pegou a bamdeja do acompanhante e se semtou na poltrona novamente. Passei requeijão em meu pão sem muito entusiasmo e ela percebeu.

– O que foi filho? Não está com fome? – passou a mão sobre uma mecha de seu cabelo o colocando atrás da orelha.

– Meu pai foi preso? – perguntei sem exitar.

– Foi – sua resposta foi fria e direta, mas de'alguma forma percebi que isso a magoava.

– Espero que fique bastante tempo – desabafei dando uma mordida no pão.

Ela me olhou espantada por eu ter dito isso, mas não podia me culpar por me sentir assim.

– Eu também – ela concordou.

Terminei meu café da manhã me lembramdo do ultimo que tomei. Minha familia toda reunida e feliz em volta de uma mesa até que eu estraguei tudo. Era tudo culpa minha e Deus agora estava me castigando me tiramdo todos que eu amei. Olhei para minha mãe me perguntando por quamto tempo ela estaria ali comigo.

Pouco antes do almoço minha mã me levou para dar uma volta no corredor do hospital. Tive de me apoiar nela, pois estava sem equilíbrio por ter ficado tamto tempo deitado. Olhei todos os quartos daquele corredor circular. De um lado os quartos emdo outro janelas gramdes qie davam por uma espécie de tunel onde era possivel ver os corredores dos outros amdares e lá em baixo um pátio co, um jardim e uma fonte de água. No sétimo andar não havia somente quartos, também havia uma porta de vidro fosco onde se lia em letras verdes do mesmo tom das paredes do correror: CTI. Não era possivel ver mais que sombras da equipe médica lá dentro. Mas o que mais me incomodava era que o CTI ficava ao lado do meu quarto.

– O Yuri está bem mãe? – perguntei sabendo a resposta, mas esperamdo ouvir algo diferente.

Ela se sentou ao meu lado no sofá de visitas onde eu lia A dança dosdos dragões. Sua atitude só piorou tudo. Senti uma lágrima escorrer por meu rosto.

– Ele esta se recuperando em casa – suas palavras pareceram vacilar um pouco e isso não me deu segurança nenhuma.

– Ele morreu não foi? – as lagrimas agora corriam descontroladas por meu rosto.

– Não, meu filho – ela segurou minha mão tentando me acalmar – Yuri está vivo e em casa.

Agora ela pareceu mais confiante no que dizia emeu pude acreditar ou pelo menos queria tanto acreditar nisso que me deixei levar.

– A quanto tempo? – perguntei.

– A três dias antes de você acordar a primeira vez. Ou seja, a cinco dias – respondeu sorrindo.

– Quando eu for para casa amanhã eu posso vê-lo? – Dr Guilherme tinha passado mais cedo no meu quarto acompanhado do Enfermeiro Bruno e me dado alta para o dia seguinte.

– Não sei se é uma boa idéia Nicolas – começou com a desculpa – Yuri está muito fraco e precisa evitar fortes emoções. Quem sabe em mais alguns dias?

– Tem certeza que não posso vê-lo? – inssisti.

– Tenho. São ordens do médico – disse encerrando o assunto.

Agora eu estava mais aliviado. Podia até mesmo acreditar que não tinha feito nada de errado e que não estava sendo punido por Deus. Afinal ele tinha poupado o amor da minha vida. Sprria com a ideia de beija-lo e toma-lo em meus braços novamente.

Olhava para a Quinta da boa vista pela janela do quarto e me lembrava de nosso primeiro beijo. Aquela tinha sido a pri,eira vez que tinha me entregue a ele. Tinha sido mágico embora eu tivesse estragado o momemto fugindo. Me sentia um idiota por ter feito aquilo.

Aguém bateu na porta do quarto trazendo minha mente de volta para o presente. Olhei para a porta no momento em que ela se abria e ele entrava. Me surpreendi ao vê-lo ali em meu quarto com o rosto corado de vergonha.

– Com licença – pediu e seu rosto ficou ainda mais rubro.

Minha mãe se levantou da poltrona pare recebe-lo.

– Meu Deus! Quanto tempo menino! – o cumprimemtou com beijinhos nas bochechas – Como você cresceu! Já está um homem!

Se fosse possivel, ele ficaria mais vermelho com o elogio de minha mãe. Ele sempre tinha sido bastante tímido mesmo comigo e olha que nos davamos bem antes. Nã dava para dizer que eramos amigos, mas sempre que eu estava com ele rolava um certo companjerismo e entemdimemto entre nó

– Muito obrigado, tia – dissemfitando o chão – Aproveitei que estava aqui perto e vim ver o Nicolas. Faz muito tempo que não nos vemos.

Então ele me olhou nos olhos. Seus olhos castanhos demonstravam que ele queria realmemte saber como eu estava. Era provavelmente o único de todos os que postaram em meu mural no facebook que realmente me desejavam bem.

– Vou deixa-los amsós então – minha mãe disse – Não estou nem um pouco afim de ouvir o papp de vocês garotos.

E com uma risadinha deixou o quarto. Ele caminhou pesadamente até o sofá de visitas e se semtou ao meu lado esquerdo.

– Oi – eu disse para ele – Faz tempo não é?

– Muito tempo – Kevin concordou sorrindo – Queria sYuri como você estava.

Pude ver sinceridade em sua voz. Não tinha raiva de Kevin por nada. Ele tinha sido um dos poucos que não me zoavam na escola, mas se afastou de mim. Não queria ser zoado por tabela como eu estava sendo por ficar ao lado de Yuri.

– Eu estou muito bem e você? – perguntei realmente querendo saber.

– Muito bem apezar de tudo – murmurou ccompesar. nem esperou que eu perguntasse e já saiu falando – Estou brigado com meus pais e com minha irmã, a escola toda me zoa agora, mas pelo menos posso contar com uma pessoa. Fabricio. A gente está namorando.

Não me surpreendi com o fato dele ser gay, pois Yuri tinha me dito que ele tinha correspondido ao seu beijo.

– Eu sinto muito, por você passar pela mesma coisa que eu e Yuri passamos – pude sentir a veracidade das minhas palavras.

– Não sinta. Isso faz parte do processo de aceitação das pessoas a minha volta. Le,bra de como foi horrivel para vocês doi no início? dos xingamentos das ameaças e de tudo? – como eu poderia esquece-las? estavam para sempre em minhas lembranças – Lembra também que elas foram diminuindo com o tempo pelo simples fato de vocês não se importarem e demonstrarem carinho um pelo outro sem receio do que diria? Então, as pessoas demoram, algumas nuncamceitam, mas se acostumam. E estou disposto a passar por isso para ser quem eu sou. E só tenho que agradecer a você e a Yuri por isso.

– Nos agradecer por tornar sua vida um inferno? – debochei.

– Agradecer aos dois por me darem coragem para me assumir.

E para minha surpresa me deu um celinho tão rápido que não deu nem tempo de eu me afastar.

– Eu tinha uma queda por você na época que namorava com Letícia e sonhei várias vezes em te beijar. Mão podia ir embora sem saber como seria.

– Tudo bem, só não faça isso de novo, afinal de contas eu estou com Yuri – o alertei.

– Não, tudo bem. Era só curiosidade mórbida mesmo – e deu uma risada e eu também – Bom, vou lá então. Ainda tenho de ir ver Yuri.

Sentii inveja por ele poder vê-lo e eu não, mas tentei não demonstrar.

– Só não beije ele por favor, afinal de contas aquela boca já tem dono.

Ele riu da minha ameaça.

– Meu filho, eu já beijei aquela boca e cá entre nós. Que boca é aquela! – admitiu se abanando com a mão – Eu quase passei mal quando ele me beijou e não sei como você não passa todas as vezesmque ele te beija.

– Sencera,ente nem eu sei – disse.

– Ainda por cima é só vir aquimdo lado me matar – ele riu mais desta vez eu não o acompanhei.

– Como assim aqui do lado? – perguntei sentindo meu corpo gelar.

– Você não sabia? Yuri está aqui ao lado no CTI – disse com o olhar de quem acabou de perceber que falou demais – Você não sabia?

– Não, minha mãe me disse que ele estava se recuperando em casa – respondi sentindo meus olhos queimarem por conta das lagrimas que queriam escapar por eles.

– Eu não sabia, me desculpa – e se levantou – Não queria ser eu aquele que trás más notícias. Me deaculpa mesmo.

– Não. Tudo vem. Eu precisava saber – engoli o choro.

– Você vai ficar vem? – ele estava claramente preocupado.

– Vou – Uma lágrima escapou e eu rapidamente a enxuguei com as costas das mãos – Só preciso ficar sozinho.

– Tudo bem então – disse sem graça – Se precisar de qualquer coisa me liga ok?

Assenti e ele saiu do quarto me deixando sozinho com meus pensamentos. Me deitei na cama e fechei os olhos. Não queria chorar, mas parecia ser algo inevitável. As lágrimas escorriam por meu rosto como quando pensei que Yuri havia morrido, mas desta vez havia o agravante de que minha mãe havia mentido para mim. Não podia acreditar que ela tinha feito isso comigo. Então o que eu havia pensado antes sobre não estar sendo castigado ruiu diante de mim. Agora semtia ódio por meu pai, logo iria perder o amor da minha vida e tinha perdido a confiança em minha mãe. Se ela tinha mentido sobre Yuri, sobre o que mais ela poderia mentir?

Irônico, mas agradeci a Deus por minha mãe ter demorado e assim não ter me visto chorar. Não queria confronta-la antes de ver Yuri com meus próprios olhos. Minha vontade era de levantar daquela cama e ir até ele. Ele estava do meu lado, não seria difícil vê-lo. Más não naquele estado. Poderia entrar em desespero e surtar e só Deus sabe o que eu faria se surtasse numa hora dessas.

Adormeci e assim não vi minha mãe chegar. Quando acordei, o quarto estava completamente escuro e minha mãe dormia na poltrona ao lado. Peguei meu celular e olhei as horas quatro e quinze da manhã. Era a hora perfeita. Me levantei da cama com cuidado, calcei meus chinelos e vesti um casaco afim de escomder o acesso em minha mão nas longas mamgas. Saí do quarto fazendo o mínimo de barulho possivel e entrei no CTI. Por sorte não tinha ninguém no posto de emfermagem e a única equipe médica disponivel estava no leito 714 com as cortinas fechadas, mas por uma fresta vi a técnica trocamdo a fralda de um idoso. Continuei caminhando até o leito 723 onde eu vi pelo quadro de pacientes no posto de emfermagem logo na entrada, sermo leito de Yuri. Caminhei querendo voltar, mas não podia. Tinha de vê-lo com meus próprios olhos. É engraçado como na televisão vemos o CTI com um monre de pessoas dormindo quietinhas covertas até a altura do peito com apenas uma sonda no nariz. Na vida real, o CTI não era bem assim. Até tinham pessoas desta forma, mas a maioria estaca com gramdes tubos na boca com olhos abertos vidrados no teto. Era horrível e assustador. Caminhei mais um pouco e o encontrei. Para meu alívio, Yuri não era um desses com longos tubos na boca e olhar vidrado. Tinha apenas uma sonda no nariz e dormia tranquilo. Mas seu rosto estava lívido, seu cabelo sem cor, os lábios rachados e finos. Estava sem camisa por conta do grande chrativo em seu peito. Estava bem mais magro do que eu me lembrava. Tão magro que as costelas lhe marcavam a pele.

– Yuri! – gritei e corri em sua direção.

Segurei sua mão e ele retribuiu seguramdo a minha fracamente. Abriu seus olhos fundos e ao me ver sorriu.

– Ni-Nicolas – murmurou com esforço.

Senti uma mão em meu ombro e ao me virar vi um homem de uniforme azul claro costrando que era técnico de enfermagem.

– Você não pode ficar aqui – disse com sua voz grave.

Poderia ter resistido, mas aquele homem era tão gramde que não teria dificuldade nenhuma em me carregar para fora. O acompanhei até a saída deixamdo Yuri com os olhoa úmidos pelo choro que viria. Voltei para o meu quarto e deitei em minha cama sabendo que não dormiria aquela noite.

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É gente até esse capítulo a história não toma rumos diferentes, mas a partir do próximo começarei com o esquema de dois finais onde a história tomará dois rumos diferentes.

O que acharam deste capítulo? Esse foi difícil de escrever, pois todas as vezes que eu tentava escreve-lo alguma coisa acontecia. A bateria do notebook acabava e eu perdia o que tinha escrito, o site se recusava a publocar, alguém aqui em casa passava mal e eu tinha que correr para o hospital com essa pessoa. Enfim, foram essas e outras coisas que me atrasaram.

Me empolguei escrevendo esse capitulo e ele acaboi ficando grande e agora vocês tem pelo menos uma noção do tamanho que ficaria se eu encerrasse a história em apenas mais um capitulo. De todo modo espero que tenham gostado.

Sei que ficaram tristes com o ultimo capítulo e creio que também ficaram tristes com esse, mas saibam que muitoa coisa boa aimda pode acontecer, ou não né, vai saber. Até o próximo e não deixe, de comemtar, pois seus comentários (mesmo que por vemtura sejam negativos) me dão ânimo para escrever.

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Comentários

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AMANDO O SEU CONTO <3 TOMARE QUE O YURI SE RECUPERE PARA FICAREM JUNTOS E SER FELIZES:) E CONTINUA:)

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Cara realmente esse capítulo foi triste. Espero que os dois terminem juntos e felizes. Eles sofreram demais pra acabarem separados.

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