Until the Very End - Cap 8 "This is my new World"

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 1463 palavras
Data: 19/12/2013 23:21:12
Assuntos: Gay, Homossexual

Como eu disse, eu me formei muito bem na universidade. Durante os meus 5 anos lá, fiz projetos, pesquisas e vários cursos complementares que me renderam o emprego dos sonhos de qualquer formando.

Eu estava mais feliz do que quando eu estava na universidade. E bem, bem melhor do que quando eu entrei na universidade. Como eu disse, eu não esqueci Fernando, apenas aprendi a conviver sem ele. Levei cinco longos e tristes anos, mas aprendi. Agora eu ia viver a minha vida.

Em seis meses subi de mero empregado para auxiliar técnico. Com a herança dos meus pais ainda intacta e os lucros com a venda dos carros, bem como o dinheiro que eu juntei na faculdade fazendo uns “bico”, deu para eu tirar minha carteira e comprar um carro modesto.

Com dois anos de emprego fui mandado para a Europa, para fazer um curso sobre automação industrial avançada. Eu estava na área que eu sempre sonhei. Ir trabalhar pra mim não era um problema, como era para os meus colegas. Creio que isso era um motivo a mais para eu ser bem sucedido no meu novo emprego.

Mas enfim, minha viagem para Europa me reservou muitas surpresas. A primeira delas foi logo no aeroporto, chegando em Berlim, onde seria o curso. Fui pegar minhas malas, mas onde ela estava? Bom, segundo o guia do aeroporto, ela estava chegando na Rússia.

Sim, malas extraviadas. Eles me prometeram minhas malas em 24 horas. Fui para a universidade onde seria o curso e onde ficaríamos alojados nesse tempo. Passei no centro para comprar algumas roupas e tudo mais.

Esse dia foi muito estressante. Cheguei no meu quarto tenso. Sorte que o meu computador viajou comigo na bolsa de mão. Liguei no Skype e comuniquei meu chefe e minha chegada, bem como os problemas que eu tive. Ele me tranquilizou e perguntou se eu queria que transferisse dinheiro para eu me organizar lá. É claro que eu recusei, queria causar uma boa impressão.

As minhas malas chegaram no outro dia cedo, e então me lembrei que estava na Europa. Tomei um banho, coloquei um traje meio social e me segui para o local onde seria o curso. Fiquei perdido naquela universidade.

Mas, enquanto eu procurava alguma referencia em um mapa que eles entregaram, um jovem, de no máximo 20 anos chegou até mim e perguntou, em um inglês estranho:

- Precisa de ajuda senhor? – Era um jovem magnifico. Era um pouco mais baixo que eu. Tinha os cabelos louros, quase brancos. Uma expressão serena, mas firme. Usava uns óculos simples, preto. Tinha olhos azuis. Imaginei que ele fosse algum funcionário da universidade.

- Sim, amigo. Estou perdido. Preciso ir para a sala B-44. O senhor pode me ajudar? – Ele me olhou, sorriu, e disse:

- Sim. Você veio para o curso de automação avançada? – Ele sorriu de novo. Era o sorriso mais belo que eu havia visto desde Fer. Me perdi um instante no seu sorriso e nas minhas próprias memórias.

- Sim, sim. Eu vim – Ele me instruiu onde eu deveria ir e eu fui.

Na sala existiam várias pessoas, bem mais velhas que eu. Todas estavam de terno, menos eu, que estava apenas com uma calça social e uma camisa, sem gravata. Me senti meio envergonhado.

Estavam todos sentados, com seus computadores abertos, livros, cadernos e tudo mais. Eu apenas sentei e aguardei. Aprendi na faculdade que eu, prestando atenção na aula, era bem mais efetivo que anotando, lendo e copiando. Por isso, só coloquei meu tablet com o livro digital, para caso eu não ver o slide muito bem.

Todos estavam em silencio absoluto quando o mesmo menino que me ajudou entrou na sala e colocou suas coisas na mesa dos professor. Ele era o professor? Não acreditei quando eu o vi se apresentando:

- Bom dia turma. Meu nome é Prof. Alex Schaffel, PhD em automação pelo MIT. Espero que vocês tenham recebido o livro em .pdf para acompanhar. Sem mais delongas, vamos começar – Aquele jovenzinho gato seria meu professor. Quem diria, em? Ele começou a passar informações totalmente novas. Por sorte, eu tinha base para compreendê-las. Não por coisas que eu tinha visto na universidade, mas pelo que eu tinha estudado em casa.

A aula do Alex, como pediu para ser chamado, era bem dinâmica. Teríamos aula dele durante toda a manhã e alguns dias a tarde. Durante toda essa primeira manhã percebi que ele olhava muito para mim. Imagino eu que era devido ao fato de todos os outros alunos estarem com vários livros, computador e anotando freneticamente tudo o que ele falava, salvo eu, que só prestava atenção.

No horário do almoço, ele nos instruiu aonde deveríamos ir. Dessa vez eu não fiquei perdido, infelizmente. Mas, durante o meu almoço, Alex se aproximou e se sentou em minha mesa com seu prato de comida.

- Bom dia, prof. Schaffel. Fique a vontade! – Ele deu aquele sorriso caloroso e disse:

- Chame-me de Alex, apenas. E eu não sei seu nome. Qual é?

- Felipe Magne. Sou brasileiro, senhor – Ele me olhou admirado.

- Imaginei pelo sotaque – Depois disso ficamos conversando até dar a hora de voltarmos para a aula.

Leitor, não lembro se eu disse, mas nessa época eu estava fisicamente diferente. Eu ainda tinha os meus olhos castanhos, meus cabelos castanhos. Mas meu cabelo estava maior. Eu havia deixado uma barba por fazer na cara. Meu físico corporal também estava melhor. Logo após a faculdade eu entrei em uma academia.

Todas as tias gordas de família, bem como as pessoas que me viram quando criança/adolescente e me viam agora, comentavam que eu estava com mais cara de homem. Imaginei ser verdade.

Voltamos para a sala de aula para assistir a continuação da aula. No meio da aula, enquanto Alex deu um tempo para as pessoas copiarem o que ele havia passado, ele sacou o celular do bolso e mandou um sms dizendo “Happy Hour. Bar da Universidade, 18h. Topa?”.

Não sei se ele havia mandado isso para todos ou só para mim. Mesmo assim, respondi a mensagem com uma resposta afirmativa. Ele consultou o celular e meu deu um sorriso na minha direção.

A aula toda foi proveitosa. Muitas informações novas e úteis, que eu poderia propor na empresa onde eu trabalhava para melhora-la. Por fim a aula acabou e na hora que eu saia, Alex me chamou:

- Sr. Magne, chegue aqui um instante por favor – Me aproximei e ele disse:

- Sabe onde fica o Bar da Universidade?

- Ia descobrir agora.

- Deixa pra lá! Vamos para lá direto daqui.

- Mas e minhas coisas?

- A gente passa no seu alojamento.

Saimos, passamos por um instante no meu alojamento para deixar minhas coisas. Alex guardou as suas no seu laboratório, que fez questão de me mostrar. Era esplendido, tive vontade de desistir do Happy Hour para ficar ali brincando. Alex vendo a minha animação com seu lab, me disse:

- Vamos, outro dia eu deixo você brincar no laboratório – Ele disse isso e deu um risinho. Entrei na brincadeira e disse:

- Mas mããe.. Por favor! – Ele riu, eu ri e saímos para o bar.

O bar da universidade era diferente de tudo o que eu imaginei. Imaginei um lugar parecido com o Café, mais tranquilo, mais refinado, com pessoas engomadas e chiques conversando baixo com um Vivaldi tocando ao fundo.

Entretanto era um bar agitado. Vários alunos, professores e funcionários se divertiam, uma musica alta tocava e várias pessoas dançavam. Altas gatas e gatos se locomoviam em seu interior com cerveja a mão, sempre simpáticos e sorridentes.

O Bar da Universidade não era tecnicamente na universidade. Era nos limites dela e recebia essa alcunha, pois era o ponto de encontro mais comum dos “habitantes” da universidade.

Continuando a história. Entramos, várias pessoas que eu julguei ser alunos cumprimentaram Alex, que me apresentou a todos amigavelmente. Sentamos em uma mesa mais ao fundo, onde não a musica não era tão alta e dava para conversar.

Conversamos sobre tudo. Alex era bem divertido e tinha umas histórias bem loucas de quando viveu no EUA. Por entre conversas e histórias, Alex, claramente estava fazendo um jogo de sedução. Não com palavras, mas com olhares e feições. Será que eu estava certo?

Não foi nessa noite que eu descobri. As horas foram avançando e resolvemos ir embora. Alex me acompanhou até o meu alojamento. Paramos na porta. Ele me olhou no fundo dos olhos e disse:

- Gostei de sair com você! Temos que fazer isso mais vezes – Concordei e um silêncio asfixiante se instalou no ar. Se Alex fosse uma garota, seria o momento ideal para beijá-la. Mas eu não sabia ao certo se eu queria.

Despedimo-nos e eu entrei. Após trancar a porta, me arrependi de não ter feito nada a mais que um “boa noite”. Torci para ter outra oportunidade.

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Comentários

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Um pouco de alegria na vida sentimental, please!

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Incrível, será que vai ter um pequeno romance para coroar a história, espero que sim, continua.

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