Abrigo 2

Um conto erótico de Christian
Categoria: Homossexual
Contém 1738 palavras
Data: 25/11/2013 22:11:01

Capitulo2

Ele me deixou chorar até parar, quando enfim terminei com o meu momento de fraqueza extrema, me desvencilhei dos seus braços e dei alguns passos para trás, ainda fugando. Eu nunca tinha chorado na frente de ninguém, nem no dia do enterro, eu fiquei ali, com os olhos vidrados, ardendo, mas não chorei. Mas foi só Li falar algumas coisas sobre os meus irmãos eu me acabei em choro.

- Desculpa - Disse em um fiapo de voz, depois desse choro parecia que eu estava mais cansado, meus braços estavam pesando uma tonelada cada um, minhas pálpebras pareciam feitas de chumbo, tinha que usar toda a minha força de vontade para me manter acordado. Estava cansado elevado ao cansaço.

- Não precisa se desculpar - Ele disse, sua voz gentil e doce. Olhei para a sua camisa através dos meus olhos semicerrados devido ao cansaço e vi o estrago que tinha feito. Seu terno que, supus eu, deveria custar uma fortuna estava todo abarrotado e manchado onde eu apoiei minha cabeça e chorado. Me senti mais culpado e envergonhado. - Você devia estar me dando uma bronca.

- Por que? - Eu perguntei, incredulidade tingindo o meu tom de voz. Como eu poderia ficar bravo com Li? Alias, como eu poderia ficar bravo com alguém? As pessoas podiam ficar bravas comigo, não o contrario - Você que deveria brigar comigo por eu ter arruinado o seu terno.

- Essa coisa velha? - Ele pegou no tecido e acariciou a parte onde apoie a cabeça, outra onda de cansaço passou por mim e isso exigiu um esforço hercúleo para eu não cair desmaiado no chão - Você que deveria me bater, afinal eu chamei você de deplorável e tudo mais.

Ele riu e eu também, olhei para os meus braços. Eu não era precisamente um desnutrido, eu tinha uma estrutura muscular boa. Nada exagerado, apenas normal, até tinha uns mínimos músculos. Mas nem se comparavam com os de Li, mesmo usando todas aquelas camadas de tecidos seu peitoral poderoso subia e descia inexoravelmente, ameaçando rasgar o tecido. Ele estava tentando aliviar o clima triste que tinha se estalado ali.

- Eu não ligo - Disse e vi quando o seu sorriso de divertimento desapareceu assim que eu continuei - Eu mesmo me considero deplorável.

Ele estava a centímetros de mim em segundos. Seu belo rosto asiático transformado em uma mascara de fúria. Ele segurou nos meus ombros e quando falou novamente sua voz estava mortalmente calma, mas nessa calma toda estava a raiva, fria e dura raiva.

- Nunca mais fale isso na minha frente - Ele disse - Não se menospreze, você é lindo. Em todos os sentidos, diga-se de passagem, então se você gosta realmente de mim, nunca mais repita isso.

- Claro - Disse, eu nunca tinha visto Li agir daquele jeito, ele estava tão preocupado comigo de uns tempos para cá, sempre querendo saber onde eu estava, o que eu estava fazendo e quando ia terminar. Uma semana para cá ele vinha falando apenas barbaridades sobre os meus irmãos. Passei meus braços pela cintura dele e enterrei meu rosto no seu peito largo e me senti compelido a dizer: - Desculpa.

Ele continuou a me abraçar, acho que adormeci por um momento, por que quando voltei a consciência eu estava nos braços de Li, aninhado contra o seu pescoço como uma criança pequena, queria ficar ali, nos braços quentes de meu amigo, mas não poderia. Tinha que voltar ao trabalho.

- Li, eu tenho trabalho - Já estava desperto, olhei para o meu relógio de pulso que eu tinha desde os meus 16 anos e vi que ainda faltavam 3 horas para o meu horário de trabalho acabar. - Você pode me colocar no chão.

- Não - Ele respondeu, me segurou mais forte contra o seu corpo e por um breve segundo me perguntei por que era tão bom ficar nos seus braços. Mas tão rápido quanto veio, se foi. - Você esta quase desmaiando de cansaço, vou levar você para casa e sair de lá só depois que você já estiver dormindo.

- Mas eu tenho trabalho - Eu não conseguia elevar a voz, depois da tragédia dos meus pais, eu gritei o pior grito da minha vida, gritei até senti minha garganta arder e meus ouvidos zunirem. Achava que esse era o único jeito de extravasar toda aquela dor que eu estava sentido, depois disso fiquei uma semana sem falar e comendo apenas coisa bastante liquidas. Hoje minha voz era rouca e baixa. Quando eu tentava eleva-la saia como um pré-adolescente na época da puberdade. - Vou ser demitido se eu não voltar e eu preciso desse trabalho.

- Não precisa, não - Ele disse mais firme, sua mão esquerda estava desenhando círculos infinitos no meu ombro direito e isso era... bom? Sim, bom. Outra onda de cansaço se apoderou de mim, mas rapidamente, como se tivessem injetado adrenalina em mim, despertei. O aniversario dos meus irmãos estava a menos de duas semanas e eu ainda tinha muita coisa para comprar. - Eles precisam.

- Me coloca no chão.... por favor - Pedi, mas vi que ele não iria me soltar, com um suspiro pesado disse - Você pode me esperar, fica dentro do seu carro enquanto eu volto a trabalhar. No final do expediente você me leva para casa.

- Não.

Eu não queria que ele visse minha casa, não queria que ele sentisse pena de mim. Passei anos com pessoas olhando para mim com esses olhares. " Os pais deles morreram, tadinhos" não gostava disso nem um pouco. Comprei aquela casa com o meu suor, ninguém me deu. Eu comprei. Lembrando da minha situação financeira olhei para Li e perguntei:

- Por que você não me disse que era rico?

- Por que eu não sou - Ele respondeu simplesmente, ainda continuava a andar, vi que estávamos entrando na área do estacionamento.

- Nem vem - Eu disse - Eu vi as bebidas que iam para sua mesa, as coisas vocês pediram em uma noite eu não seria capaz de comprar nem um mês. Então não venha me enrolar, Li.

- Eu não sou rico, Chris - Ele respondeu - Meu pai sim.

- E isso não te faz automaticamente rico?

- Tecnicamente sim.

- Então você é ou não rico? - Isso estava me cansando.

- Não, eu Li-Yang não sou rico - Ele parou, inclinou sua cabeça para baixo e me encarou pelas fendas que eram os seus olhos - Meu pai, Shang-Li, ele é rico. Eu sou apenas um estudante de direito de faculdade publica que quer ter seu próprio dinheiro, não depender dos outros, como certas pessoas, diga-se de passagem.

- Se você esta querendo me aborrecer, saiba que conseguiu - Odiei a indireta, sabia que ele estava falando dos meus irmãos. Eles não me exploravam, eu que dava tudo para eles de livre e espontânea vontade - Me coloca no chão.

- Não.

- Li-Yang Wang, não me faça dar um soco nesse seu peito super desenvolvido - Mesmo eu ameaçando não conseguiria machucar Li, e ele sabia disso, por que assim que eu terminei de falar ele gargalhou de alegria.

- Serio? - Ele praticamente uivou de tanto rir - Se um dia você bater em alguém Chris, eu troco o meu nome pra cachorro.

Dei um tapa fraco no seu peito e ele riu mais ainda, me vi rindo também. Mas achei a minha risada grosseira, eu não fui feito para rir, parei logo em seguida.

- Como você quer que eu te chame agora? - Perguntei - Lesse? Fifi?

- Que tal, Brutus?

Ele mal terminou de falar quando tropeçou em uma pedra no chão, se desequilibrou por um estante e depois ficou ereto novamente e comigo ainda nos braços. Ele começou a ganir, tipo quando um cachorro se machuca, ele estava fazendo aquele som. Começei a rir.

- Machucou a patinha, totó? - Consegui dizer entre risadas.

- Machuquei - Ele fez beicinho e eu ri ainda mais.

- Quer que eu beije o dodói?

- Claro - Rapidamente toda aquela aura descontraída se esvaiu, igual fumaça no vento, ele me olhou de uma maneira esquisita e eu podia jurar que conseguia ver suas pupilas dilatadas através as fendas que eram seus olhos. Ele começou a inclinar a cabeça, mais e mais até esta a cinco centímetro do meu rosto - Pode ser em qualquer lugar?

- Apenas no machucado - Minha voz saiu tremula e fraca. O que foi isso? Ele nunca tinha agido assim comigo antes, ele ganiu de novo, um som de dor.

- Isso é desumano.

- O que?

- Enganar um animal ferido.

Ele parou em frente ao um conversível prateado e me colocou no chão. Olhei para o caro depois para ele, depois para a pizzaria. Será que eu era mais rápido do que ele? Provavelmente não.

- Se eu for despedido eu te mato.

- Ou me agradece.

- Mas, é serio Li - Disse apelando agora, tentei usar todo o meu poder de persuasão com ele - Eu já vi pessoas serem demitidas por menos e amanhã eu estou fora com certeza.

- Não, não vai - Disse - Apesar de eu não gostar nem um pouco da ideia de você trabalhar aqui, você ainda tem seu emprego garantido.

- Como?

- Eu liguei para o meu pai quando você estava dormindo e disse que nós íamos sair.

- Apenas isso?

- Apenas isso.

- Por quanto tempo eu dormi, Li? - Para mim não passou de alguns segundos.

- Aproximadamente 20 minutos.

Ele passou por mim e destravou o carro, escutei a buzina do caro se propagar por todo estacionamento vazio. Li entrou primeiro e eu fiquei ainda parado do lado de fora até ele abaixar sua janela e me chamar.

- Entra logo Chris.

Subitamente eu fiquei com vergonha. Li não tinha o mesmo padrão de vida que eu. Um príncipe e eu um reles plebeu. Procurei por uma desculpa para não entrar naquela carro.

- Ainda falta a minha mochila - Disse já me virando, escuto a voz dele depois de ter dado dois passos para frente.

- Sua mochila esta aqui.

- Mas, como? - Estava confuso - Será que eu desmaiei por mais tempo?

- Não, apenas 20 minutos - Falou - Mas deu tempo de eu telefonar para o meu pai, pedi informação sobre a sua mochila, trazer ela até aqui e te buscar carregado depois.

- Nossa, eu não sabia que existia o The Flash asiático.

- E eu não sabia que você sabia usar o sarcasmo.

- Saiba que eu sei usar mais do que sarcasmo.

- Então, venha forte.

Num surto de personalidade caminhei ate o carro dei a volta pela frente e abri a porta do passageiro, entrei, sentei, fechei a porta e coloquei o cinto.

- Onde você mora?

- Quando chegar perto eu te digo.

Ele deu a partida e saímos do estacionamento. Minha casa não era lugar para ele.

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Comentários

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O Li é muito carinhoso, vc escreve bem, mas falta algo QUENTE no texto, já que se espera que seja um conto erótico

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A narrativa está boa, embora ainda não veja nada de conto erótico neste texto. Vou olhar os proximos.

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Chris se menospreza e se culpa muito, acho tão fofo o jeito que Li cuida dele. 10

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Incrível!!!!!!!!!!! Escrita perfeita! História perfeita! Personagens perfeitos! Estou amando essa história! parabéns! Você merece ter seu nome em um dos livros mais vendidos do Brasil. Você é um rapaz com muito talento!

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Gente vc devia mandar isso para uma editota e fazer ym livro primeiro a comprar eu!!

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Gostei muito do seu conto:) lindo demais2

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adorei .. cara você escreve muito bem continua logo

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Nossa.... vou continuar lendo... por que é justo... um conto desse não se encontra tão fácil por ai.

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