Paixão Inesperada XXI

Um conto erótico de Edu S.
Categoria: Homossexual
Contém 1866 palavras
Data: 02/10/2013 16:00:20
Assuntos: Gay, Homossexual

No sábado a noite minha mãe jantou conosco. Foi tudo perfeito. Nenhuna discussão.

Depois do jantar a levei ao hotel. Domingo de manhã fomos até a rodoviária nos despedir. Muitos abraços, sorrisos e choro, é claro.

Ela abraçou o Ricardo e disse algo a ele que não entendi. Voltamos pro Ap e o Breno resolveu dar uma volta de carro. O Ricardo me levou até o quarto e me despiu, se despiu e me jogou na cama. Se deitou ao meu lado e nos cobriu com um lençol macio, daqueles novos que ele comprou.

– gostei da sogrinha.

– rsrs, ela não é tão ruim assim.

– é realmente uma coroa de boutique.

– hahah, a Juli não gosta dela de jeito nenhum, mas não a julgo.

– já está com saudades?

– um pouco. Quer fazer o que hoje?

– passar o domingo todo fudendo.

– kkkkkkk, nunca vi tanto fogo no rabo.

– o tiozinho vai negar fogo?

– o tiozinho nunca nega fogo meu caro. Sente aqui a pressão....

– nossa, ta até babando.

– uhum. Vai dispensar minha rola babona?

– teu leke safado nunca dispensa nada.

Ficamos de lado num 69 e nos deliciamos de nossos membros. Gozamos deliciosamente na boca do outro, num beijo dividimos e sentimos o sabor de nossas porras. Depois da sacanagenzinha, tomamos um banho e fomos assistir tv na sala.

O começo da semana chegou e fui à boate pegar o terço de férias que faltava. O Ricardo ficou no bar me esperando e acertei com o Robson o restante do dinheiro. Desci e o Rico veio ao meu encontro.

– preciso te dar uma coisa.

– o que é? Onde está? – brinquei colocando a mão na testa como se estivesse procurando.

– kkkkk, deixa de ser criança, ta aqui.

– nenem quer leite, leite de pau kkkkk.

– oh meu pai, o que fiz pra merecer um homem assim?

– kkkkk, sei lá o que você fez, mas já que tens um homem assim, aproveita e usa.

– ta, chega né. Presta atenção, ta aqui.

Ele tirou da carteira uma folha de cheque, me entregando junto com um bilhete da minha mãe onde dizia que eu aceitasse, pois era parte da herança do meu avô e que a parte que cabia aos meus irmãos já foi entregue.

– quando ela te entregou isso?

– na rodoviária. Disse que eu o faria aceitar, por isso ela não entregou ao Breno.

– esperta.

– pois é. Aproveita que estamos aqui e deposita logo esse cheque.

– rsrs, eu não preciso desse dinheiro. Mas aceito pelo meu avô, que sempre me disse que é deselegante recusar um presente. Vou fazer melhor que depositar.

– vai fazer o que?

– vou depositar sim, mas vou comprar umas acões que ando cobiçando à algum tempo, se der certo, posso ter um lucro quatro vezes a mais do que o valor investido.

– vai investir todo o dinheiro?

– rsrs, claro que não amor. Imagina se der merda? Perco tudo. Vou investir um quarto só. Com o que sobrar, vou comprar um Ap menor e coloco o que eu moro pra alugar.

Ele ficou me olhando o coçou a cabeça, me abraçou e senti uma pontinha de tristeza.

– o que foi Rico?

– não gostei da ideia de você se mudar. Gosto daquele Ap, é grande sim, mas não é por isso. Foi la que começou nossa história, teu quarto, tudo que o lugar representa. Confesso que me apego a esse tipo de coisa, mas gosto de lá. E gosto da ideia de fazer daquele apartamento um lar, futuramente, quem sabe rsrs.

– meu menino, somos nós o nosso lar. O respeito que temos e o amor que sentimos um pelo outro, isso se faz um lar. Mas pense comigo, a Juli não é mais criança, ela está envelhecendo e é cansativo pra ela arrumar aquilo tudo sozinha. Esses dias eu estava pensando em arrumar uma arrumadeira.

– vai dispensar a Juli?

– não, nem penso nisso. Mas penso em deixar ela apenas cuidadando de minhas roupas e as refeições. Mas sei quanto é complicado pra ela fazer tudo. Continuo pagando a ela o mesmo de sempre. Ela já tem 70 anos, não parece, por ela ser negra, negros tem uma genética boa, acho incrível isso. Mas não é só isso. Ela não tem filhos, todo mês deposito um dinheiro a mais numa conta que abri pra ela. E já que tenho essa bolada que ganhei do vovô, vou depositar mais um tanto.

– muito nobre da sua parte. Quanto mais te conheço, mais te amo. Solidáriedade não é para muitos Edu. São poucos que se dispõe a ajudar alguém.

– nobreza tem aquela velha rabugenta que não me abandona nunca, sei que ela está comigo ainda pelo carinho que sente pelo filho postiço. Já está na hora dela descançar um pouco, não acha? Quero que ela fique bem e que não se esforçe tanto. Ah, não vou me desfazer do apartamentão e morar num cu de gato não, Edu não é ambicioso, mas é meio enjoado kkkkk.

– kkkkk,tudo bem, vou sentir falta do Ap, de tudo que tem nele, vai alugar mobiliado?

– sim, menos minha cama e as artes. O resto fica tudo lá. Mas te deixo a cargo de decorar o nosso novo canto, se você quiser é claro.

– hahaha, claro que quero, vou escolher dos móveis aos talheres. To mais feliz agora.

– kkkkkk. Quando nos mudarmos, contrato uma arrumadeira e a Juli vai poder descançar os calos. Agora vamos depositar esse cheque.

Fomos ao banco, disse ao gerente que queria investir. Conversamos horas na tentativa de investir em algo que me rendesse um lucro considerável. As acões que estava a meses cobiçando já não valiam mais tanto a pena comprar. Resolvi que esperaria até que aparecesse algo que valesse a pena investir, ele ficou de me ligar avisando.

O Rico disse que estava com fome.

– comida Italiana ia bem. – ele disse me socando o ombro.

– já reparou que não andamos de mãos dadas na rua?

– rsrs, verdade. Mas não é por vergonha não, é costume mesmo. Mas acho que nem precisamos segurar as mãos pra saberem que somos um casal, as pessoas percebem de um jeito ou de outro.

– acho que sim. Temos que arrumar nossas coisas pra viagem, penso em sair quarta-feira de manhã.

– PÁRA TUDOOOOOOOO!!!!!

– que foi?

– como o que foi? Preciso ir em casa buscar roupas.

– kkkkkk, e precisava gritar assim?

– kkkkkk, sim. Nossa, nunca me senti tão gay.

– bichinha.

– viadão.

– kkkkk, gosto de viadão. Me sinto um viado másculo.

– aff, eu me senti uma bichinha fresca agora kkkk.

– vem aqui meu fresquinho tesudo. Amor?

– diga.

– eu pensei em levar o Miguel. O que você acha?

– poxa, serial legal. O moleque te adora e ia ficar bem feliz. Tem certeza que ele não vai te incomdar?

– que nada, eu gosto dele. Ele é divertido e vai gostar de ficar na água o dia todo. Pensei que seria legal irmos pra Matinhos.

– praia? Pensei que íamos pra Termas de Jurema.

– pois é, quero pegar um bronze, ficar estorricando no sol e com sorte pego um câncer de pêle kkkkk. Sério amor, to precisando de uma prainha. Quando chegarmos em casa, ligo numa polsada show que já conheço, reservo um quarto pra três e ficamos uma semana descascando feito cobra.

– kkkkkk, que horror isso. Mas topo a praia, menos o câncer de pêle.

– ta decidido. Avisa sua mãe que vamos la hoje. Ligue agora.

– ta.

Fomos caminhando até o restaurante e ele falava com a mãe. Praia seria uma boa pedida, já que fazia dois anos que não ia. O tempo na boate estava me consumindo e ainda tinha a questão da companhia. Não gosto de viajar sozinho, sempre curto um co-piloto ao lado. Já bati o carro uma vez por dormir ao volante. O capô afundou todinho. Comigo não aconteceu nada, mas a vaca morreu. Isso que dá não olhar quando atravessa uma BR. Na hora foi tenso, mas depois imaginei o desperdício de carne. Pensei em levar a pobre da vaca na caminhonete, e se tivesse sorte, faria aquele churrasco. Imaginem, eu oferecendo a churrascada e me perguntam a procedência da picanha? Pegaria mal kkkk. Deixei a mimosa la mesmo e chamei um reboque. Falando hoje é engraçado, mas no dia me mijei todo, literalmente falando.

Chegamos no Italiano e pedi a carta de vinhos. Pedi um tinto.

– vai se servir, vou esperar o vinho. – disse e o garoto foi se servir.

Enquanto ele servia o almoço, fiquei pensando no que ele havia me falado.

" E gosto da ideia de fazer daquele apartamento um lar, futuramente, quem sabe rsrs".

Fiquei com a frase na cabeça imaginando como seria dividir cama com alguém todos os dias. Por mais que o garoto fosse passar as férias comigo, não seria a mesma coisa. É outra rotina, e eu não sei se ia me acostumar. Ele voltou trazendo um banquete nas mãos e se sentou.

– amor, pedi um refrigerante pra mim, você também quer? Se quiser, eu vou lá e peço. Sabe, to precisando comprar underware, as minhas já estão batidas. Bem que a gente podia ir ao shopping depois do almoço e comprar né?

– podemos sim. Vai comer só isso?

– ah não, depois sirvo mais.

– kkkkkk, eu fui irônico Ricardo.

– kkkkkk, ahh tá, mas nem é tanta comida assim, é?

– rsrs, to brincando. Vou me servir.

Fiz meu prato, nada modesto. Enquanto almoçávamos fiquei imaginando como seria uma união estável. Acordar ao lado do Rico todos os dias e esperar ele acordado quando chegasse da pós. Eu sentado na sala de óculos lendo o jornal. Ele diz que fico de sexy de óculos, kkkkkk, cara de putão sério,kkkkk, é mole?

O garoto me divertia, me fazia esquecer por instantes que nossa diferença de idade não existia, fazia eu me sentir com 22 anos de novo.

Não seria ruim ter que acordá-lo todos os dias e pedir que se arrume pra ir trabalhar. Faze-lo despertar com beijos em suas costas, enquanto uma de minhas mãos o segura forte os quadis. Enquanto sonhava acordado, via o Ricardo sorrir com aqueles olhos que são o espelho de sua alma.

– o que foi Edu?

– rsrs, nada.

– já terminei. Minha mãe nos convidou pra jantar, pode ser?

– pode sim. – disse e sorri.

– você está estranho, está feliz, mas é de um esquisito, ta aprontando o que?

– hahah, nada amor. Gosto de te olhar, só isso.

– hum, então olha bastante mesmo, porque depois que eu começar a trabalhar e iniciar minha pós, vai ficar difícil nos vermos todos os dias.

– rsrs, talvez não. Vamos?– disse segurando sua mão.

– vamos sim, quero cochilar, acho que comi demais.

– garoto... você não existe rsrs.

Voltamos pra boate pegar o carro e fomos pro ApContinuaMuito obrigado pelos comentários, gosto muito de ler e obrigado a todos que lêem.

E em resposta ao comentário do último post.

Meu pai não fala comigo não. Mas não guardo mágoas. Tento não ficar lembrando também. E logo ele que é um homem moldado a defender os direitos dos outros, não é? Mas essa regra não se aplica ao filho gay. Enfim, chega uma hora que a gente se acostuma com certas coisas, mesmo que as vezes sentimos falta. A saudade vem, mas vai rápido. O tempo trata de curar certas feridas.

Beijo grande.... :)

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Comentários

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E não é que a indireta fez o homem pensar em um pedido de casamento ou na convivência de um casamento hihihihi. Desculpe, mas pessoas como seu pai devem morrer na ignorância, a pessoa pode a responsável pela cura do câncer se for homo a pessoa já não presta.. Enfim, com o tempo deixamos de importar, se a pessoa não quer nem saber e não está atrapalhando então que ela se foda pra lá hahahaha. Abraços!!

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Rs mata logo nossa curiosidade ii diz se vai pedir ele em casamento! kk Muito fofo vcs!

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Sinto cheiro de casamento, rs. Tu é muito fofo *-* kkk Teu conto passa amor, amor que tu sentes pelo Rico (posso chamá-lo assim?) e até mesmo o amor que ele sente por ti. Espero que estejam muito felizes.

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Parece que vai vim um pedido aí?

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