Cap. 23
Eu e o Dani tomamos um banho caprichado, mas durante o banho, o celular dele tocou. Eu sai com ele do banheiro, e quando ele viu o número, fechou a cara na mesma hora.
Dani: O quê é:
Dani: Não posso, não estou em Madri
Dani: Não te interessa
Dani: Vai te fuder filha da puta.
Eu já estava olhando pra ele com uma cara de “ah”.
Eu: O quê foi ai em Daniel.
Dani: Nada
Eu: Como nada, você tá xingando esta pessoa pelo telefone, me dá aqui- tomei dele- alô, alô, desligou, com quem você estava conversando Dani
Dani: Com ninguém, não é nada, estava só brincando com ele.
Eu: Então é homem, você não vai sair xingando uma pessoa assim só de brincadeira, fala logo...
Ele ficou pensando, pensou, pensou, pensou.
Eu: Estou esperando...
Ele respirou, e se virou pra mim com os olhos chorosos de sempre, o guri que chora, deus que me livre.
Daniel: Tem uma pessoa, que está me forçando a te trair...
Eu: Como é que é...
Daniel: É isso que você ouviu...
Eu: Deixa eu entender, algum FDP está te forçando a me trair.
Daniel: Isso mesmo, me desculpa por ter aceitado a chantagem, mas ele me disse que te matava se eu não fizesse o que ele quisesse, eu tenho muito medo de te perder, o que vai ser de mim sem você, você foi meu único amor até hoje, e eu não quero te perder. Eu tenho certeza que ele é capaz de fazer.
Eu: Ele vai me matar, eu acho difícil, nem que eu contrate um batalhão de seguranças, mas pra alguém chegar perto de mim, é só se eu querer. Você não vai sair sozinho a partir de hoje. E em falar nisso, quem é ele...
Ele ficou calado
Eu: Não tenha medo, me fale quem é...
Daniel: Eu tenho muito medo, de te falar quem é.
Eu: Ande, fale logo.
Daniel: Espera mais um pouco, quando eu me sentir mais seguro te falo o que é...
Eu: Poxa, pra que tanto medo, me conta logo.
Daniel: Eu te conto depois, por favor não insista.
Ainda não estava acreditando que tinha alguém querendo me separar do Daniel, pois só pode ser essa a vontade dessa pessoa que estava chantageando meu amorzinho. Não ia demorar muito pra descobrir quem era a peça rara. Desde aquele dia, não larguei mas ele. Ainda visitamos Zaragoza, antes de voltar pra Madrid. Nosso relacionamento voltou a ser bem firme. Voltamos a ter uma felicidade incrível. Mas pena que tudo que é bom dura pouco. Logo tínhamos que voltar pro Brasil. Eu já estava até acostumado com a Espanha. Visitávamos os mesmos lugares, eu já conhecia um monte de gente. Logo voltamos. Assumi meu cargo no grêmio, parei de dormir até tarde, o trabalho de um vice e de um presidente são totalmente diferentes. Como vice, eu participava de algumas reuniões, e assumia quando a Manu faltava alguma aula, ou ficava doente. Agora não, eu era o presidente, tinha que estar em todas as reuniões, qualquer coisa que acontecesse, o pessoal vinha pra mim. Assim que voltei pra Manaus, não desgrudava de jeito nenhum do Daniel. Ou ele dormia na minha casa, ou na casa dele, comigo lá. Pedi a meu pai para que um segurança me acompanhasse, e pedi o mesmo pra ele. Meu pai sempre insistia, mas eu detesto ter uma pessoa sempre atrás de mim. Mas agora não tinha jeito. Ia ter que andar com alguém nas minhas costas. O mês de outubro foi um dos melhores da minha vida. Eu estava muito feliz mesmo. A gente saia muito. Eu e o Dani. Eu nunca mais o vi triste. Parece que aquele idiota tinha desaparecido de nossas vidas. Graças a Deus mesmo. E o Tony. Ah, o Tony ainda tentou outras investidas, mas eu não deixei. Chegou novembro. Mês do meu níver. Como sempre, saiamos muito. Era cinema, praia, balneários, e tudo mais. Sexo sempre. No dia do meu níver, decidi sair sozinho com ele. E fomos ao cinema. Foi lindo. Como disse, não tenho vergonha de andar de mãos dadas ou coisas do tipo. E sempre o fiz em público. Diversas vezes ele tentou se soltar, mas eu não deixava. Dizia “você é meu namorado, vai andar comigo assim, doa a quem doer”. Sempre tinha gente olhando, alguns rindo. Outros até arriscavam a falar alguma coisa, mas logo se controlavam, se fosse pra ir pro braço comigo, tinha que ter coragem, sou um poste parado, e apesar de um pouco magro, sei brigar. Passou, e nós chegamos em dezembro de 2009. Estávamos programando outra viagem. Dessa vez iriamos pra Buenos Aires, todo mundo. Eu, a minha família, a dele, o Tony e a Manu, além da família da Manu também. Mas quando estava no aeroporto, embarcando pra São Paulo, vi uma pessoa que nunca mais achei que iria ver...
Eu: André!
André: Lucas, meu deus, cara eu achei que nunca mais ia te ver, incrível.
Eu: Você voltou- falei dando um abraço nele- nem tô acreditando, o que está fazendo aqui
André: Estou voltando a Buenos Aires, pra terminar de pegar minhas coisas. Vou morar em Manaus de vez a partir de agora
André era meu amigão antigamente. Mas no 7º Ano a empresa do pai dele, transferiu ele pra Buenos Aires, e ai ele foi pra lá. Não estava imaginando que ele estaria voltando, estava até pensando em falar com ele, pra saber onde ele morava em Buenos Aires, pra rever ele.
André: E vocês o que estão fazendo aqui- falou cumprimentando minha família
Eu: Estamos indo pra Buenos Aires, passar as férias. O tango faz falta sabia
André: Ah, já me enjoei de tanto ver, e quem é esse...
Eu: Esse é o Daniel.
Daniel olhou pra ele com uma cara de “não gostei desse garoto”. O guri ciumento. Fizemos nossa viagem pra Buenos Aires. Chegamos, e ele me passou o endereço dele, agora não íamos perder contato. Logo estávamos no hotel. Pedi um quarto sozinho pra mim e pro Dani. Não gosto de gente atrapalhando minha privacidade. Assim que entramos, ele falou...
Dani: Eu não gostei desse teu amigo não, não podia ser mais feio...
Eu: Ah, ciumento- falei apertando ele- o que eu sempre digo, não responda, só se lembre.
Dani: Se afasta dele, eu sei muito mais coisa dele do que você...
Eu: Como é que é, o que você sabe do André, Daniel
Continua
Trilha: https://www.youtube.com/watch?v=GTN2MUCblRY
Dica de Hoje: Está no texto, leiam com atenção, e saberão qual é dica...
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