Boys don't cry - Meninos não choram! - 27

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1000 palavras
Data: 06/09/2013 23:21:54
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu chorei em seus braços, disse a ele tudo que se passava comigo, tudo que estava sentindo. Dentre todos os meus melhores amigos Augusto era o que mais sabia sobre a minha vida, a ele eu confiei todos os momentos da minha vida. Ele escutou calado enquanto eu contava sobre a chantagem do André, sobre o que escutei do André no leito do hospital e tudo.

Passamos horas conversando. Aquilo me fez muito bem. Augusto era uma pessoa muito sóbria, tinha um intelecto muito desenvolvido. Eu gostava dele.

No meio da semana a Luciana me liga dizendo:

- Pedro por que você não apareceu mais aqui em casa?

- Estou muito ocupado Luciana. Disse eu embaraçadamente.

- Apareça aqui em casa hoje. Tenho uma noticia que acho que não vai te agradar muito. Falou com um certo pesar na voz.

- De que horas?

- À noite, pode ser para você?

- Pode. Disse receoso.

A noite chegou. Fui para a casa do Gabriel, desejava que ele estivesse lá, desejava olhar para ele, mas ao mesmo tempo queria que ele não estivesse, queria que ele não falasse mais comigo, pois eu iria sofrer ainda mais.

Na recepção fui atendido por uma sorridente Luciana. Ela era realmente muito bela, e tinha estilo. Conversamos algumas amenidades no elevador e no corredor. Até que chegamos ao seu apartamento. Ela abriu a porta e entramos.

Não havia ninguém em casa, somente eu e Luciana. Ela foi até a cozinha e me ofereceu guloseimas pedindo para que eu me sentasse, poderia me sentir em casa. Enquanto ela tinha ido à cozinha eu fiquei olhando aquela casa, era ali que o meu amor vivia, era ali que parte da sua história tinha sido escrita. Pensei no Gabriel, senti vontade de chorar, mas segurei as lágrimas.

- Estas tão sonhador Pedro... Comentou a Luciana balançando a mão de frente ao meu rosto.

- Pensando na vida. Disse eu.

- Um. Falou ela.

- Dois. Retribui.

Sorrimos. Então ela tomou um ar mais serio e disse:

- O que está acontecendo entre você e o Gabriel?

- Nada. Disse virando o rosto para o outro lado.

- Tem certeza? Ele não tem falado de você ultimamente, antes você era o único assunto que saia da boca dele. E pelo que sei você não tem o visto a três semanas.

- Talvez seja isso. Falei tristemente.

- Pedro, você faz um bem muito grande ao meu irmão. Quer dizer, você fez um bem muito grande a ele...

- Como assim? Perguntei.

- Pedro – elas estava definitivamente seria naquele momento – o Gabriel não vai mais morar aqui em Natal.

- Como assim? Indaguei sem entender o que ela queria dizer com aquilo.

- Ele vai morar com o nosso pai, nos Estados Unidos.

Meus olhos se encheram de lágrimas de extrema tristeza. Meu coração foi acometido por uma pontada muito grande. Era como se alguém tivesse tirado todos os meus órgãos internos e posto no lugar uma tonelada de gelo.

- Mas não pode ser – comecei a chorar compulsivamente - o que ele vai fazer ali?

- Vai morar com o meu pai, já disse. Minha mãe e eu não aguentamos mais as atitudes do Gabriel, ele vai para São Francisco na Califórnia, onde meu pai mora com sua mulher atualmente. E não sabemos se ele voltara.

Eu me negava a acreditar que o que eu acabara de ouvir era verdade. Eu me negava a acreditar que aquelas palavras eram factuais, não poderia ser, a vida já não tinha sido dura o suficiente para comigo?

Eu chorava compulsivamente na frente da Luciana, ela apenas me observava, não queria chorar, quando uma pessoa chora a outra deve mostrar-se forte e resistente, para que o outro não pense que ambos são extremamente fracos e frágeis, como todos os humanos.

- Quando ele vai embora? Perguntei depois de um longo momento de silencio, cortado apenas pelo som produzido pelo meu choro.

- Domingo este, já havíamos combinado há duas semanas, sua passagens estão compradas, está tudo certo para a sua partida.

Chorei ainda mais. Era como se um castelo de sonhos tivesse acabado de ser destruído pela dura realidade, como se todo um universo onírico desmoronasse sobre o peso daquilo que era real, frio e estéril.

- Você ama muito o Gabriel não é mesmo Pedro?

- Amo sim, ele é um grande amigo meu.

- Ele é mais do que um amigo para você não é Pedro?

“Onde ela queria chegar?”

- Sim, ele tinha uma importância maior que muitos amigos meus. Falei.

- Não é esse tipo de amor que eu estou falando. Você ama o Gabriel como se ama de paixão, você é apaixonado pelo meu irmão não é mesmo?

Congelei, não sabia o que dizer, então falei a verdade.

- Sim! Eu sou apaixonado pelo Gabriel.

Luciana ficou um pouco em silencio, mas continuou:

- Eu sabia, eu sei quando o meu irmão está apaixonado por alguém, e sabia que ele estava apaixonado por você. Disse ela como se desvendasse um grande mistério da humanidade.

Não havia mais necessidade de esconder minha relação com o Gabriel para sua irmã. Contei-lhe sobre o final de semana, sobre como nos conhecemos, sobre seu “role” com a outra menina momentos antes de eu passar o final de semana com ele. Contei-lhe ainda sobre o final de semana, mas não disse quem tinha me informado sobre a menina, e sobre a possibilidade de ele ter ficado comigo somente para a quitação da divida.

Luciana me disse que ultimamente o Gabriel tem andado deprimido, mas ela pensou que fosse devido a viagem para o exterior, mas agora fazia sentido que ele estava triste por ter me perdido.

- Mas se ele me ama, por que me deixou e ficou com outra menina? E isso coincidiu justamente depois de eu ter lhe pagado o dinheiro da divida.

Antes que a Luciana pudesse me responder à porta abre abruptamente. Entram no apartamento um cantarolante Gabriel e uma mulher muito bonita. Meu coração deu um salto ao ver os dois, ali, parados na porta nos encarando. Todos ficaram em silencio, era possível ouvir uma agulha caindo no chão.

Continua...

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Comentários

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Não fique com o Gabriel só espero isso daki pra frente ! Fique com o André

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5* incrivelmente belo este conto!! Continua =)

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Muito bom esse conto. Ansioso pra conferir o resto. Ah, e não ligur pra essa gentalha que tenta te desqualificar não

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