Boys don't cry - Meninos não choram! - 23

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1310 palavras
Data: 06/09/2013 21:03:44
Última revisão: 06/09/2013 21:19:45
Assuntos: Gay, Homossexual

Houve um barulho produzido por todos os vidros do carro que estavam sendo quebrados. Houve uma pancada forte no meu corpo. Houve um turbilhão de cores. Houve um furacão que tirou toda a ordem da minha cabeça. E depois não houve mais nada.

Eram sonos sem sonhos. Não havia nada naqueles dias em que passei dormindo. Eram apenas sonos sem sonhos. Eu estava gostando daquilo, por que nessas noites, não havia André, nem mais nada que simbolizasse algum problema. Em contra partida não havia Gabriel, nem dunas maravilhosas ou ótimos finais de semanas vendo estrelas. Acho que por isso acordei, e a primeira palavra que disse foi:

- Gabriel!

Eu não escutei minha própria voz. Eu voltei a dormir.

- Ele vai ficar bem doutor? Disse uma voz feminina muito distante.

- Ele não se machucou muito, teve alguns arranhões mais graves, mas ele vai ficar bem.

- Graças a Deus. Disse a voz feminina.

Eu voltei a dormir.

Dessa vez havia um sonho, era estranho... Eu estava passeando de barco em um lago e milhares de estrelas cadentes corriam apresadas por debaixo d’água. Quando percebi finalmente que não estava em um rio de águas normais, as águas do rio eram o céu estrelado. Eu me assustei, olhei para cima e lá havia uma Terra estéril, inóspita. Era como se eu estivesse de cabeça para baixo em pleno universo. Entrei em desespero, o barco virou e eu comecei a cair na terra, quanto mais eu caia mais calor eu sentia, era como se eu fosse um objeto circundado de chamas que cai em alta velocidade. Antes de me chocar contra o solo eu acordei.

- Ele está suando muito! Diziam varias vozes apressadas.

Eu podia ouvir um ou dois choros.

- Peguem compressas de gelo! Disse uma voz grossa e masculina.

Eu me sentia dentro de uma piscina, estava empapado de suor.

- Ele vai morrer!?

Ninguém respondeu.

Depois eu senti uma sensação muito boa, era como se eu estivesse no ártico, eram as compressas de gelo. Depois que meu corpo se acostumou ao frio produzido pelas compressas e eu já estava com a temperatura normalizada voltei a dormir. Eu queria falar, mas não tinha forças.

Foram mais noites sem sonhos. Era como se eu não existisse, como se nada existisse. Ai eu acordei subitamente! Olhei para o quarto, eu já conhecia aquele lugar, era um dos quartos do hospital em que eu tinha ficado depois da briga com o namorado da Cris. Senti vontade de chorar, mas segurei o choro, não sei por que, as pessoas sempre teimam em segurar suas lagrimas. Escutei a porta abrindo. Me virei para o lado rapidamente para que quem quer que fosse não percebesse que eu estava acordado, mas tenho certeza que a pessoa que entrou no quarto tinha visto eu me mexendo. Os passos vieram para junto da minha cama, a pessoa sentou-se ao meu lado e disse:

- Oi meu amor. Falou o André.

Eu fingia que dormia.

- Eu sei que você não pode me ouvir. Mas eu estou aqui para dizer que te amo muito – começou a chorar – estou aqui para te dizer que tudo que fiz foi por amor, sim, foi por amor. – disse ainda chorando – Se me ouvisse você poderia se perguntar: “Que amor é esse?” E eu não saberia te responder.

Ouve um momento de silêncio, eu procurei não me mexer. Podia escutar o choro do André, senti pena, mas me lembrei do que ainda passaria com ele. André chorou mais um pouco e continuou:

- Si eu faço isso tudo por você é porque te amo Pedro, se eu faço isso tudo por você é por que eu só te quero bem. Eu só vou te dizer o seguinte porque sei que você não pode me ouvir, se me ouvisse eu jamais diria o que tenho para dizer – ouve mais um momento de silêncio, eu estava paralisado de curiosidade e medo, então ele continuou – eu segui o Gabriel, assim como segui você no começo, e no mesmo dia em que vocês ficaram no carro, ele ficou com outra garota. Sim, sim, ele ficou com uma outra garota, muito bonita por sinal. (como ele sabia que eu tinha ficado com o Gabriel no carro?)

Eu estava me tremendo, não poderia ser. Aquilo era com uma facada no meu coração. O André continuou:

- Antes de passar o final de semana com você Pedro, o Gabriel ligou para a sua “outra”, se encontraram e ficaram mais uma vez. Eu senti raiva, sabia que ele não é peça boa, não pense que ele parou de usar drogas ou de participar de briga de gangs, ele não é peça boa Pedro, eu sempre soube que ele não era um amor de pessoa, eu sabia que ele ia te fazer sofrer, sabia que ele arranjaria novas namoradas mesmo estando contigo. Então eu pensei: “Você não pode ficar com esse garoto, meu amor não pode sofrer por esse marginal”, então eu fiz a proposta, e sabia que você não iria recusar, não faz parte de sua índole.

Eu me tremia muito, queria dormir novamente, mas aquela revelação me tirou todo sono. Queria que aquilo fosse um sonho, ou melhor, um pesadelo. Era como se mil adagas me perfurassem a cada palavra do André, e ele enfiava uma nova a cada palavra, ele ainda disse:

- Eu senti que você poderia voltar atrás com a proposta após pensar um pouco mais calmamente, mas ainda havia uma arma, eu iria dizer que caso você recusasse eu contaria para seus pais. Você não iria querer ainda mais problemas e aceitou. Então eu me senti bem e mau ao mesmo tempo, eu não queria fazer isso contigo, queria que você me amasse de forma natural, mas esse era o único jeito de você se libertar do Gabriel, ele te faria sofrer mais do que eu Pedro, eu queria te proteger dele, tinha medo de que um dia ele te batesse, drogado claro, que você descobrisse que ele alimenta paixões alheias e que você tivesse a certeza que ele só ficou por você pelo dinheiro que quitaria a divida, eu o investiguei, consigo investigar e saber sobre tudo o que quero, e pelo que descobrir ele comia viado por dinheiro. Eu jamais teria coragem de te contar isso caso você estivesse ciente.

Mas precisava desabafar, sei que quando você acordar vai continuar me odiando, mas eu não queria que fosse assim. Acredite quando digo que me doeu muito te ver sofrer, mas eu sabia que você iria sofrer menos ao meu lado, o sofrimento amoroso e muito dolorido Pedro, eu conheço bem isso. Quis te polpar, não quero dizer que sou o mocinho ou vilão da sua vida, só quero dizer que sou alguém que te quer bem, e que sofre quando você sofre, e fica feliz quando você está feliz. Acredite mais uma vez quando digo que caso o Gabriel um dia se recuperar das drogas e de sua vida anárquica eu te deixarei livre para você ir para os seus braços, é ele quem você ama, e eu não, mais saiba de uma coisa Pedro, Eu te amo.

O André saiu do quarto, eu tremia do pé a cabeça, tinha certeza que ele tinha percebido isso, tinha certeza que ele tinha percebido que aquela situação não era devido ao acidente, que eu estava tremendo de nervosismo, mas ele parecia que realmente não tinha se ligado que eu estava consciente. Virei-me para o teto, agora não havia mais nada que me impedisse de chorar, de expor meus sentimentos, nem mesmo na parecença de alguém, eu não conseguia mais represar as lagrimas. Pessoas choram, meninos também choram.

Continua...

___________________________________________________________

Obrigada gente por comentarem!!! Vocês são Demais! :D

Todo mundo odiando o Gabriel em haha

Ps: Nessa épocao Gabi tinha 19 e o André 29. Mas o andré é "bem conservado" digamos assim.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Aimee a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Não sei mas não consigo engolir essa história, não me parece verdade tudo o que o André disse, prefiro esperar antes de começar a odiar meu xara.

0 0
Foto de perfil genérica

Amando,queria saber se vc esta junto ate hj com André ou Gabi? Me diy aew to morrendo de curiosidade

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom,sera q o Gabriel é desse jeito,e HPD,É ANDRE NAO ALEX desculpe por te corrigir.valeu.

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa se tudo isso que ele descobriu do Gabriel foi verdade ele é pior que o Alex. Mas amando o conto.

0 0