Boys don't cry - Meninos não choram! - 10

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 665 palavras
Data: 06/09/2013 09:49:43
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Continuei caminhando como se não tivesse visto nada. O carro foi me seguindo devagarzinho, andava ao meu lado na calçada. Ele já tinha feito isso algumas vezes. Eu andava na calçada e ele ao lado, na rua, muito próximo à min, eu não falava nada, ao menos ele não tentava se comunicar comigo, mesmo assim aquilo era chato pra caralho.

Apesar de ter jogado vôlei e me divertido muito fazendo isso, eu estava com raiva, afinal ninguém gostaria de ser seguido pelo André três dias na semana, e daquela forma era pior ainda. Parei, ele também parou o carro. Eu dei a volta no carro dele e abri a porta do passageiro. Sentei ali, ele disse:

- Eu sabia que você não iria resistir à tentação!

- “Tentação?”, eu não diria isso, o mais apropriado seria “Atentação”, por que você parece o cão me atentando!

- Nossa precisa ser tão grosso? Falou ele.

- CLARO QUE SIM CARALHO – gritei - PUTA QUE PARIU, SE LIGUE, VOCÊ É RIDÍCULO, ESTÁ ME OUVINDO? RIDÍCULO!!!

Ele começou a chorar, soluçava muito. Eu senti muito dó, mas aquela era minha arma para fazê-lo me esquecer, eu precisava que ele me esquecesse de vez. Continuei:

- EU NÃO QUERO NADA COM VOCÊ!!! TÁ ME OUVIDO? NADA!!! HOMEM ME ESQUEÇA POR FAVOR, SAIA DA MINHA VIDA, VOCÊ JÁ ATRAPALHOU MEU ENCONTRO COM O GABRIEL, POR FAVOR NÃO ME PROCURE MAIS!

Antes que ele pudesse me dizer mais alguma coisa saí do carro, fechei a porta com muita força e fui embora dali. Deixando um André muito triste para trás. Eu também estava triste por ter feito aquilo com ele, mas no fundo eu sabia que era preciso para que ele não mais me procure. Caminhei mais algumas quadras, eu andava olhando para o chão com muito pesar no coração. O André me amava e me queria de qualquer jeito, diferentemente do Gabriel, mas por que a gente não escolhe a quem se ama?

Olhei para a frente e me deparei com a surpresa e o medo, que invadiram o meu coração. Mais uma vez o namorado da Cris estava na minha frente, já muito perto de min. Eu podia ver que ele vinha com muita raiva de min, e se aproximou até ficar cara a cara comigo. Antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa ele levantou o braço e me deu um soco que me fez cambalear para trás.

Minha vista escureceu e eu caí no chão, cai sentado com as pernas curvadas para cima, estava à beira da inconsciência. Foi o soco mais forte que eu já levei. Olhei para o céu, as nuvens se confundiam diante dos meus olhos. Eu estava fodido. Levei um chute no rosto que me fez deitar no chão, meu nariz sangrava muito.

Dessa vez parecia que não haveria André nenhum para me salvar.

Eu ainda o via, ele estava bufando de raiva. Eu não conseguia pensar em nada, minha cabeça latejava de tanta dor. Ele me levantou, eu não podia fazer nada, estava sem ação, já muito debilitado e com a cabeça doendo muito. O namorado da Cris me segurou pelos ombros e me empurrou com muita força na parede, senti que meu laptop tinha se quebrado dentro da minha mochila.

Tentei em vão dar-lhe um soco na cara, mas ele se esquivou me deixando de costas para ele. Ele chutou a minha bolsa, adeus notebook. Eu caí de cara no chão, meu nariz fez uma poça de sangue na calçada, minha camisa e meu rosto já estavam encharcados de sangue. Ele chutou as minhas costelas e eu desmaiei.

Não havia mais nada. Não havia choro de André, nem amigos que lhe acalentam, não havia calçada quente, deuses, ou casas ao lado, não havia mundo algum, só havia escuridão e mais nada.

Frio, era o que eu sentia. Meu corpo estava dormente, minha cabeça ainda doía um pouco. Parecia que eu tinha passado varias noites dormindo sonos sem sonhos. Era apenas escuro e vazio, então eu acordei.

Continua...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Aimee a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários