Boys don't cry - Meninos não choram! - 08

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1234 palavras
Data: 05/09/2013 21:18:43
Assuntos: Gay, Homossexual

Durante a tarde estudamos muito, afinal era o ano de prestar vestibular e eu não poderia fazer feio. Meu pai passara boa parte do dia conversando com Luan e Fabrício sobre meu futuro como médico, os dois apenas consentiam com a cabeça. Aquela tarde parecia não querer acabar no nunca, as horas se arrastavam como se tivessem com as pernas quebradas. Era sempre assim quando estávamos ansiosos.

Lá para as cinco horas pedi ao meu pai para deixar Fabrício e Luan na parada do ônibus, mas como ele estava de muito bom humor foi deixá-los em casa. Era de se espantar ver meu pai tomando uma atitude como aquela, se ele soubesse que o filho dele estava apaixonado por um cara, que iria se encontrar com esse cara e que já havia outro homem na cola com certeza o sorriso estampado em seu rosto desaparecia de imediato. Eu resolvi aderir a aquele bom humor, era o melhor que eu podia fazer. Fomos conversando animadamente na ida e na volta.

Quando voltávamos para a casa pedi ao meu pai para me deixar no Natal Shopping, ele concordou, me deixou ali e me deu dinheiro para o táxi e para gastar no shopping “o que estava acontecendo com painho?” Ele estava bom demais, parecia um sonho, tomara que este sonho não se torne um pesadelo futuro. Não seria muito improvável com tantas novas configurações aparecendo na minha vida.

Caminhei um pouco pelo shopping, estava tão nervoso... Olhei as vitrinas de algumas lojas, comprei um novo mouse para o meu laptop, tomei café numa livraria local e fui para a praça de alimentação. Assim que me sentei-se à mesa o telefone tocou:

- Oi Gabriel. Disse eu sorrindo, minha ansiedade tinha se dissipado ao som de sua voz.

- Oi mermão, se ligue boy, cheguei agora no Shopping, já estas na praça de alimentação otário*?

- To sim po, pode vim já.

- Beleza, tow chegando aí.

Agora os segundos tinham se transformado em minutos, as pessoas pareciam andar em câmera lenta, o tempo demorava tanto a correr quando estávamos ansiosos... Saquei meu notebook da mochila e o liguei com o objetivo reiniciar o sistema operacional.

Olhei para o lado, vi aquele homem vindo em minha direção, ele era um pouco mais alto que eu, deveria ter por volta de um metro e setenta e oito, não parecia ser brasileiro, pois ele tinha os olhos verdes, e era bastante branco, lembrava muito um norte americano, seu cabelo estava mais curto, acho que devido ao novo emprego, tinha uma bonita tonalidade de loiro. Sua pele estava um tanto que vermelha, ele deveria ter ido à praia. Vinha se aproximando de min, contagiava minha vista com sua beleza.

- Sente ai po. Disse eu apontando-lhe uma cadeira quando ele se aproximou de min.

- Cara que loucura em o momento em que a gente se conheceu? Passei esses dias todos pensando em voc... pensando naquela situação. Completou.

- Eu também cara, senti muita vergonha do que meu pai falou.

- Esquenta não, a gente releva otário.

- Sim, sim. Terminei.

A gente ficou por alguns segundo em silêncio, olhando um diretamente nos olhos do outro. Então desvencilhamos o olhar para o chão e ficamos brincando com os nossos celulares. Ele cortou o silencio?

- E ai, vai pedir o que para a gente comer? Tow morrendo de fome! Sorriu, seu sorriso era lindo.

- Gosta de comida chinesa? Propus.

- Gosto, mas não agüento mais olhar para a cara daquelas comidas. Trabalho é foda.

- Pode crer – apontei para um restaurante italiano – então vamos pedir pizza.

- O.K.

Enquanto o garçom não vinha com a pizza e as Cocas-cola que pedimos ele lhe falou sobre seu emprego.

- Minha mãe me obrigou a trabalhar para pagar o concerto do carro. Disse ele um pouco triste.

- Normal cara, quando tu pagar é só sair do emprego. Falei.

- Mas o pior é que eu estou gostando sabe galado? Sei lá, é melhor que ficar na malandragem, meus amigos pintas estão se afastando mais de mim, eu também não estou procurando-os. Sei lá, acho que ta melhor assim, talvez dessa forma eu tome jeito na vida...

- Homi, não é querendo controlar suas amizades, ou a vida desse homi, mas eu acho que existem amigos que edificam a gente, eu acho que existem amigos que a gente pode contar realmente, que eles não estarão com a gente somente nos momentos de curtição, de festas e baladas, amigos que a gente pode dizer que ama e abraça-los, e ver que eles são intensos na amizade, que não são efêmeros.

- Você fala como aqueles livros de auto-ajuda. Disse Gabriel rindo.

- Talvez, são minhas filosofias, se você quiser eu te apresento alguns dos meus melhores amigos, eles gostarão de você, e você deles.

- Eu gosto de você – meu coração deu uma cambalhota quando ele disse isso – você é inteligente, tem sensibilidade para com as pessoas, diferentes de muitos homens. Mas eu acho que esse negocio de abraçar amigos e dizer que ama é coisa de gays.

- Eu não acho, penso que o mundo precisa de intensidade nas suas relações. O que falta no mundo é uma ausência de amor ao próximo. Se você não age com carinho ao humano próximo, não pode esperar que a amizade e o amor universal de um modo geral flua para o mundo.

- Eu gosto das suas idéias, mas elas são novas para min pow. A gente tem muito o que conversar, eu e esse homi, temos muito o que aprender juntos não é boy?

- Claro que sim, temos muito o que aprender juntos. Disse eu.

- Esse homi tem namorada? Perguntou-me depois que a pizza chegou.

- Ainda não, mas estou ajeitado um migué ai para mim. (o migué era você Gabriel)

- Legal, minha namorada me deixou legal, estou meio que só, sei lá, carente. Ele fez uma cara muito bonita nesse momento, eu apenas o olhava com muito amor.

Ficamos um tempo calado, comendo nossas pizzas. Gente! O Gabriel comia como um touro, fiquei ali sonhando com o dia em que nos casássemos, me imaginava fazendo uma panela inteira de comida para ele... (comendo ele parecia Goku do Dragon Ball)

- Você tem tudo para ser o meu melhor amigo. Disse o Gabriel quando finalmente acabou a ultima migalha da pizza.

- Você também – na verdade você tem tudo e é o meu amor, não “melhor amigo”, pensei – Espero que isso aconteça.

- Queria te chamar para dormir lá em...

O Gabriel não terminou a frase, nesse momento o André puxa uma cadeira da mesa (sem pedir licença) e senta-se ali conosco, Gabriel o mira espantado com aquela atitude. André olha para min, fingindo que o Gabriel não estava ali e diz.

- Beleza Pedro?

- Beleza cara. Sorri para o André, um sorriso mais falso que halloween no Brasil.

- Então você é o Gabriel? André mirava Gabriel penetrantemente.

- Sim sou eu, mas quem é você? Perguntou Gabriel.

- A eu sou o namorado do Pedro.

Tanto eu quanto o Gabriel tomamos um susto com aquela “revelação”, exclamamos em unisom: “Namorado!?!?!?!”

- Sim eu fiquei com o Gabriel na praia, não foi mesmo meu amor? Perguntou maliciosamente.

Eu não sabia o que dizer, apenas baixei a cabeça, Gabriel perguntou muito audivelmente:

- Você é viado Pedro?

- N-não, Q-uer dize-r... S-sim. Eu posso explicar. Disse.

Gabriel se levantou da mesa muito rapidamente, tirou o dinheiro da pizza da carteira e jogou sobre a mesa. Foi embora sem falar mais nada, saiu muito apressadamente.

Continua...

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Comentários

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Em Primeiro lugar gostei do conto triste hehe e amei o André. Não fui com a cara do Gabriel, li os 8 capitilos hehe. pergunta, em Natal tem uito papais?

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Nossa esse André é um traste. Aff deu vontade de quebrar a cara dele.

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