Boys don't cry - Meninos não choram! - 03

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 851 palavras
Data: 05/09/2013 17:20:36

Abri novamente o Orkut e fui direto na comunidade do time que ele torcia, digitei “Gabriel” e de repente não havia mais biblioteca, ou amigos ao meu lado, ou escola ou mundo, só havia o resultado daquela pesquisa.

Foi a melhor pesquisa que já eu fiz na internet, recebi o melhor resultado de todos os tempos, o nome e o sobrenome de Gabriel estavam ali, assim como sua foto. Cliquei na imagem, meu corpo já estava gelado (aquele gelo que a gente sente quando está nervoso), não reparei em nada no Perfil dele, fui direto ver suas fotos.

Meus olhos estavam adorando ver as fotos de Gabriel, ele definitivamente era lindo. Quando eu o vi novamente ali no Orkut senti um calafrio que percorreu toda a extensão do meu corpo, mas havia uma coisa ruim ali, Gabriel era membro de uma torcida organizada, uma das gangs de jovens que vão arranjar briga nos estádios de futebol, toda cidade tem as suas, aqui em Natal eram Gang e Máfia as duas mais populares, e ele pertencia a uma das duas.

- Quem é esse pinta? Fabrício me indagou audivelmente.

- É um colega meu – Luan deu um riso abafado quando eu disse isso – O conheci há pouco tempo.

- Sei não viu, agora deu pra andar com marginal foi? Disse Fabrício ainda mais alto. Fomos repreendidos mais uma vez pela bibliotecária.

Eu estava morrendo de felicidade, estava com uma vontade muito grande de correr, era uma felicidade que tomava conta do meu corpo, e todas as minhas células faziam força para não explodirem de tanta alegria, eu queria gritar. Me mexi na cadeira fazendo barulho e fui mais uma vez repreendido pela bibliotecária.

- Hei galado vamos para aula, pois próxima semana é semana de prova, a gente ainda pega os dois últimos horários. Luan me puxava para me descolar da cadeira.

- Menino, Pedro está sorridente agora, parece que viu um pássaro de ouro... ainda agora tava mais pra baixo que barriga de cobra. Satirizou Fabrício.

- Vamos para a aula!!! Ordenei audivelmente.

- Pssssssiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuu. Disse as duas bibliotecárias de uma só vez.

Fechei meu computador e comecei a me dirigir para a sala de aula com um sorriso muito grande do rosto, quando cheguei perto das bibliotecárias soltei um grito muito alto, dizendo:

“PEGA PORRA*”.

Quando cheguei em casa a primeira coisa que eu fiz foi correr para o meu quarto, fechar a porta e visitar mais uma vez o Orkut de Gabriel. Depois de olhar seu perfil do pé a cabeça (e não ter gostado muito do que via) enviei para ele o seguinte recado:

“Hei galado lembra de mim né? Me add ai pow, foi mal ae pelo que meu pai disse contigo, ele tava com a cabeça quente, queria ver esse homi de novo... depois marca ae pra gente bater um papo outra vez, pega ai meu msn e o numero do meu cel...”

Informei a ele o numero do meu celular e meu msn, agora era só esperar. Esperei até três da madrugada, mas não houve resposta, esperei todo o sábado e também não houve respostas, meu coração estava pequenininho. Eu estava em agonia total, minha mãe tinha percebido meu estado emocional e me perguntou o que estava acontecendo, respondi que era a tensão pré-semana-de-prova. Ela parecia ter acreditado.

No domingo esperei durante toda a manha e tarde alguma resposta de Gabriel, mas ele parecia não ter acessado o Orkut. À noite painho chamou a mim e a mainha para irmos a um restaurante chinês, nós adorávamosYakisoba, No caminho fomos falando amenidades e meu pai sempre tocava no assunto das provas, e eu respondia a mesma coisa sempre “Já estudei a semana todinha pai”.

Decidimos ainda no carro que iríamos no restaurante chinês do Natal shopping. O Natal Shopping era o shopping da classe média, era pequeno e pouco visitado, porém confortável e agradável, muito mais que o Midway, o novo shopping da cidade, todo mundo ia no Midway, você sempre encontrava muita gente conhecida lá, minha família preferia o Natal Shopping, eu não nem ai para qual shopping iríamos.

Entramos no restaurante chinês do Natal Shopping, meu pai pediu o prato de entrada, eu não estava nem ai para a comida, meu pensamento estava voltado para a resposta de Gabriel. Será que ele já tinha respondido meu recado? O que eu iria fazer quando o encontrasse de novo? Onde a gente iria se encontrar? O que eu diria para ele? Que roupa usaria?

O garçom demorou um pouco para entregar o prato, felizmente eu não estava com fome, mas meu pai já estava reclamando da demora. Finalmente o garçom chega, eu estava com a cabeça baixa, quando vi que a comida estava chegando levantei a cabeça e olhei para o garçom, e para minha total surpresa o garçom era Gabriel.

Continua...

*Pinta – Típico marginal, geralmente usam bermudas largas e camisas idem, cordões de ouro ou prata, brinco, tatuagem e/ou piercing. Alguns roubam e pertencem às torcidas organizadas.

*Pega porra – É uma expressão de extrema alegria, a maioria das pessoas gritam-na quando um dos jogadores do seu time faz um gol bonito.

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