CLICHÊ ADOLESCENTE – Parte 4

Um conto erótico de Felipe (hellolipe)
Categoria: Homossexual
Contém 1511 palavras
Data: 17/09/2013 16:52:46

Só tenho a dizer que estou me divertindo muito relatando minha história para vocês. Um problema é que está meio difícil de lembrar de alguns detalhes, haha. O enredo e a base toda é verídica, porém faço minhas alterações básicas pra deixar tudo mais gostoso de ler. E segue aqui mais uma parte fresquinha do meu conto, boa leitura.

♡♡ PARTE QUATRO - IRMÃO E MÃE ♡♡

— Oi, Ulisses.

Ele falava com a voz muito alterada, seus movimentos eram descoordenados, ele mal conseguia ficar de olhos abertos. Imagine uma pessoa bêbada, multiplique os efeitos que essa pessoa sofre por 1000. É por aí o jeito que Ulisses estava. Ele disse:

— Caralho viado, some da minha [soluço] vida.

— Aff, eu não entendo! O que eu te fiz? Sério, só um motivo, eu só peço isso cara.

— Quem... te trouxe até aqui?

— Não importa, me responde!!!

— Véi, tu é uma bichinha, viado é gente que tem que morrer no inferno [soluço], raça miserável. — e foi entrando dentro de casa dando esbarrões nos móveis

Se eu fosse embora ele deixaria a porta aberta, já que estava entrando? Acho que essa foi uma espécie de 'permissão para entrar', e eu o fiz. O jardim da casa era lindo, mas o interior era horrível. Não que a escolha dos móveis tenha sido ruim, muito pelo contrário. Mas estava tudo desorganizado, cheio de manchas, aquilo precisava de uma faxina urgentemente, não sei como aquele playboy morava naquele muquifo (que cafona! rs) sozinho. Ele foi cambaleando pro meio da sala, que estava cheio de garrafas vazias de todo tipo de bebida alcoólica (vinho, whisky, tequila, rum, cachaça) de ótima qualidade jogada no chão, além de um frigobar lotado de outras garrafas. Ulisses sentou no chão com muita dificuldade, chegou até a virar pra trás enquanto sentava, e continuou bebendo. Eu estava atônito. "Como ele conseguiu beber tudo isso sozinho?!", pensei. Estava de queixo caído, e falei:

— Não me diga que você bebeu tudo isso sozinho. — falei enquanto fechava a porta e desligava o home-theater

— Bebi mesmo, aquela putinha me iludiu esse tempo todo! — virou outra garrafa de whisky

— Pera aí, você tá enchendo a cara por causa da Julia?

Aquilo me surpreendeu mais ainda. Ulisses podia ter qualquer menina que quisesse, por que estaria chorando e bebendo por causa dela? Ele foi engatinhando, ainda cambaleando, até o frigobar e disse:

— Aquela vagabunda só me [soluço] namorou pra ficar conhecida na escola, ela me usou!!! Eu que costumo fazer isso com as meninas!!! — e começou a chorar

O álcool deixa todo mundo mais sensível. Nunca pensei que iria viver pra ver Ulisses chorando feito um bobão, e ainda mais, por causa de uma menina. Mas sinceramente, me sensibilizei com aquela cena. Sou um bobão de coração mole mesmo. Por mais engraçado que fosse, ele chorava e até soluçava, comecei a ter pena dele. Fui me aproximando e sentei do lado dele, que quando me viu, gritou:

— SAI DAQUI, VIADO! NÃO QUERO QUE VOCÊ ME VEJA CHORANDO, SAAAAAAAI!

— PARA COM ISSO, SEU IDIOTA! EU NÃO QUERO MAIS BRIGAR!

Os soluços diminuíram, ele começou a me olhar fixamente. Eu estava segurando as lágrimas. Parecia que finalmente ele ia me ouvir, então comecei a falar:

— Olha... Eu sei que a gente briga desde criança, mas cara, isso não leva a nada. Não sei qual seu preconceito com gays, mas eu te garanto que eu sou uma pessoa boa. Se eu tô aqui é porque eu quero passar de ano, eu posso até te ajudar! Mas por favor, eu não quero mais essa coisa ruim entre a gente.

— Eu... nunca... vou... te ajudar. — disse ele de cabeça baixa

Droga! Parecia que tudo que eu fazia nunca satisfazia ele. Quando ele falou aquilo, uma onde de raiva correu meu corpo. Tudo que eu queria era devolver aquelas pancadas que ele me deu, mas sabia que nunca conseguiria, porque eu continuava muito machucado. Mesmo assim, me enfureci do meu jeito:

— Ótimo, então continue com seu preconceito idiota contra mim. Mas saiba que você não me engana, esse seu jeitinho aí, todo machão, distribuindo porrada pra todo gay sem motivo... Você é só mais um de nós, Chorão.

Quando ele ouviu isso, levantou a cabeça, ainda meio alterado, cheio de lágrimas nos olhos e gritou:

— NÃO ME CHAMA DE CHORÃO! SÓ O ERIC PODE ME CHAMAR ASSIM!

— Foda-se, eu chamo mesmo! CHORÃO, CHORÃO, CHORÃO!

Ele começou a tentar se levantar, logo percebi que a coisa ia ficar ruim pro meu lado. Peguei uma garrafa no chão e bati ela na mesa. Fiquei segurando o lado sem pontas, que estava apontado pra ele:

— Tenta algo e eu te mato aqui mesmo, seu bosta. — ameacei

O semblante dele foi mudando de ameaçador para assustado. Quando notei que ele não ia fazer mais nada, larguei a garrafa quebrada. Ele começou a chorar novamente, pôs as mãos no rosto e as lágrimas começaram a deslizar sobre seu rosto. Dessa vez não consegui segurar. Ulisses veio até mim e me abraçou, até então não o abracei de volta, mas o choro dele me deixou todo mole e eu o abracei e comecei a chorar junto com ele. Ele sussurrava, entre soluços:

— Eu não quero mais brigar... Me desculpa...

— Tu-tu-do bem. — sempre gaguejo quando estou nervoso

Estava abraçando meu pior inimigo.

Depois de mais um tempão chorando juntos, ele me largou. Sentamos no chão e começamos a conversar feito melhores amigos, ele até me convidou pra beber, mas não quis (só nas festas! rs). Ele continuava descoordenado, bêbado, mas consegui tirar dele boas coisas. Uma das coisas que mais me impressionou foi quando ele disse isso, foi o momento que ele pareceu mais sóbrio:

— Sabe, eu tenho inveja de você às vezes.

— De mim? Por que teria inveja de mim?

— Você parece ser tão amado pelos seus amigos. Meu grupo de amigos tá cheio de cobras loucas por fama naquela escola. Sempre faço "amigos" novos, mas sempre tão em busca de me usar pra ter prestígio por lá. Eu sinto falta de amigos verdadeiros... — seus olhos encheram de lágrimas novamente

Eu fiquei sem palavras.

A tarde passou, o começo de noite chegou e nós não parávamos de conversar por nenhum segundo sequer. Eu, bobão como sempre, já me ofereci pra ajudar:

— Como você vai fazer pra se ajeitar por aqui? Você tá todo sujo, e esse lugar também.

— Eu me viro.

— Te ajudo a tomar banho se você quiser.

Acho que não foi muito inteligente dizer isso. Ele me encarou de uma forma que eu não consigo descrever, mas aquela sensação que tive quando vi ele no banheiro da balada retornou como uma bala. Ulisses disse tentando esconder a raiva:

— Não precisa me ajudar, eu vou fazer isso sozinho agora.

Ele, cambaleando, foi subindo as escadas, enquanto eu permaneci na sala, pensando no que tinha acontecido hoje. "Parece que finalmente minha inimizade com ele acabou, graças a Deus", pensei comigo mesmo." De onde eu eu estava, conseguia ouvir barulhos muito altos vindos lá de cima, parecia que Ulisses estava derrubando todos os móveis do compartimento que ele estava. Subi pra ajudar ele (sem maldade, juro!), fui procurando ele quarto por quarto, até que o achei no maior deles. Fui me aproximando devagar e comecei a espiá-lo. Ele se apoiava num criado-mudo e estava tentando tirar a cueca, que já estava nos joelhos. Ulisses estava de costas pra mim e tudo que vi foi aquele bumbum lindo: redondo, lisinho e branquinho, fiquei de olhos arregalados. Quando ele conseguiu tirar a cueca, deixou ela em cima da cama e veio na direção do corredor, pois o banheiro ficava no fim do mesmo. Desci feito um foguete de volta pra sala.

Depois de um tempão esperando, ele me chamou até lá. Demorei um pouco para demonstrar que não sabia o caminho, e cheguei de volta no tal quarto. Ele estava deitado sem camisa embaixo das cobertas, lutando contra suas pálpebras. A ressaca da bebedeira já estava chegando, e não achei nada estranho o sono dele às 19h. Mesmo assim, falei:

— Já vai dormir?

— Mãe? — disse ele, meio que sonhando

— Sim... Sou eu, meu filho. — queria ver onde isso ia dar

— Ô, manhê... — disse todo dengoso — Não vai contar historinha hoje?

Pus a mão na boca pra abafar minha risada, apaguei todas as luzes menos a do abajur, sentei na cama e fiquei fazendo cafuné nele:

— Hoje a mamãe vai contar a historinha dos Três Porquinhos.

— Eba! — Ulisses se alegrou, e jogou a cabeça pro lado, roncando

Bocejei e logo percebi que eu era o próximo a dormir, mesmo cedo. Fechei a cortina da janela, que agora impedia a luz do poste da rua. Como boa mãe que sou, comecei a contar serenamente:

— Era uma vez três porquinhos. Cícero, Heitor e Prático. Um dia decidiram construir três casas. Cada um ia fazer a sua, para esconder-se do lobo, que era muito mau e gostava...

✰ CONTINUA ✰

☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯

Achei essa parte tão linda *-*

Se eu não tiver retorno vou ficar MUITO chateado, porque acho que caprichei :/

Comentários, críticas e sugestões são bem-vindas desde que sejam construtivas.

Obrigado por ler, mil beijos!

☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯☯

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive hellolipe a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Tive q rir com a parte final,kkkkk.m ta muito bom,e desculpa por nao ter acompanhado o outros dois,mais agr voltei a ler.valeu.

0 0
Foto de perfil genérica

Essa parte foi super demais. Achei fofo a ajuda que deu ao Ulisses. Teu conto é demais mesmo.

0 0
Este comentário não está disponível