A História de Diego - 05

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 866 palavras
Data: 08/08/2013 21:45:52
Última revisão: 14/08/2013 01:02:22

Interessante como em poucas horas a Nicole já parecia alguém da minha família. Ela correu de onde estava e me deu um abraço de parabéns. Minha empolgação inicial logo deu lugar a um estado de desânimo:

- Poxa. Será que eu vou conseguir fazer esse curso?

- Vai sim menino. Você é lutador.

Ela terminou o café e foi dormir, eu me ajeitei no sofá e fiquei pensando na vida, logo dormi também. Quando acordei, o dia já estava acabando. Pulei do sofá, havia dormido o dia inteiro. A Nicole não estava em casa, vi em cima do balcão da cozinha uma quentinha. Quando abri, havia dentro alguns pedaços de frango com baião e farofa. Devia ser meu almoço. Esquentei no micro-ondas e comi.

Sentei no sofá e liguei a TV. Não passava nada de bom. Eu tinha que ter saído durante o dia e procurado emprego, qualquer coisa. A Nicole só me garantiu abrigo por 3 semanas, até que eu ficasse maior de idade. Achava que ela não me colocaria para fora, mas não podia ficar parado. E o vestibular, na segunda semana de janeiro eu começaria a estudar na universidade. Será que eu teria grana para isso? Estávamos entrando em dezembro, precisava me virar e rápido.

Fiquei pensando em como estaria minha mãe e irmãos naquele momento. Ela estaria preocupada com o meu futuro? Talvez, mas o momento não era para pensar nessas coisas. Eu precisava me concentrar em mim mesmo. Estava com a mente pegando fogo quando alguém bate na porta. De início fiquei com medo até de ir ver, aquele lugar era perigoso. Mas enfim, eu nasci e cresci numa favela, não deveria ter medo de abrir a porta de um cortiço.

Levantei e fui até a porta. Quando abri me deparei com um homem por volta dos trinta anos, moreno e muito magro.

- A Nic está por ai? - Perguntou ele e notei que estava drogado.

- Não cara, ela saiu.

- Você é o que dela?

- Nada não, só amigo?

- Tenho um negócio pra resolver com ela?

- Hum, aparece depois.

- Você é boy também?

- Como?

- Você é boy de programa?

- Não sou não, só amigo dela. Vou fechar aqui a porta beleza?

Fechei a porta sem esperar a resposta. A forma como ele me olhou quando perguntou se eu fazia programa, parecia que ia me comer com os olhos. Fiquei com medo. Apesar de magro eu teria dificuldades para desvencilhar-me dele. Sentei no sofá de novo, parecia que o sono novamente ia me pegar. Levantei e fui até a janela, era possível observar o cinzento centro da cidade. Esgotos, papéis jogados e gente andando apressada por toda parte. Olhando para a rua, lembro o que passei no dia anterior e de repente uma ideia me ocorre. Resolvo parar e ponderar a respeito dela mas não tenho tempo para isso porque a Nicole de repente irrompe pela sala.

- Di, acordou?

- Desculpa, dormi demais. Grande hóspede você arranjou hein? - Respondi.

- Que é isso. - Riu alto. - Tem mais que dormir mesmo depois do que passou viu meu anjo. Olha, trouxe janta pra gente. - Completou apontando as sacolas.

Fui até ela e ajudei a guardar as compras. Eram vários ingredientes de macarronada.

- Eu sei fazer macarronada. Você também? - Indaguei.

- Claro, quem não sabe. Mas faz ai pra ver se a tua é melhor que eu não aguento mais minha comida.

Assumi a cozinha e comecei a preparar os ingredientes. Em menos de meia hora estava tudo pronto. Ela se impressionou com minha agilidade. Sentamos para comer.

- Menina, que cozinheira boa eu arranjei. Divina.

- Obrigado.- Ri. - Nic, um homem veio aqui.

- Era um magro alto?

- Era.

- Ai, perdi ele, vou já dar um toque e falar com ele lá embaixo.

- Quem é ele? Cliente?

- Não. Ele me fornece umas mercadorias.

- Ah. - Falei imaginando que talvez o cara fosse traficante.

- Ele perguntou se eu era boy de programa.

- Sério? Ela deu uma gargalhada. - O que você disse?

- Que não né?

- Deve ter ficado afim de tu aquela maricona.

- Pois é, Nic, ele me deu uma idéia... - comecei.

- Que ideia menino? - Ela elevou o tom de voz, mostrando que entendeu do que eu falava.

- Você acha que eu tinha futuro, como garoto de programa?

- Menino, ninguém tem futuro nessa vida.

- Eu sei, mas tipo. Eu preciso de grana para me manter, podia rachar as contas contigo e tem minha faculdade. Eu preciso fazer ela. Depois que terminar me emprego na minha área. Mas até lá preciso de grana.

- Você é menor de idade e sem falar que você arranja outra coisa.

- Como vou arranjar se você não arranjou?

Ela segurou o garfo a meio caminho da boca e me encarou contrariada.

- Eu não quero te colocar nessa vida não. Mas faz assim: vou sair agora pra casa de uma amiga e de lá vou trabalhar. Quando chegar amanha a gente conversa isso, pensa bem se quer isso mesmo. Se for o que você quer eu te ajudo.

- Certo. - Sorri. Aquela seria uma noite de deixar a cabeça a mil de tanto pensar.

Continua.

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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:

http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html

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Comentários

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Muito bom. Acho que o Diego vai sofrer um pouquinho, mas no fim ele vai vencer e ser feliz. 10.

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só falta arranjar um cliente que estuda na faculdade e que gosta de vc...

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Tomara que o Dih se acerte na vida, fazer programa não e a solução, mas se for a única saída... Que tudo dê certo... Sua história e otima...

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Amando seu conto... Quero descobrir logo o que vai acontecer com Diego!! Abraço e como sempre, nota 10!

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