O CENTURIÃO E A PRINCESA PERSA - PARTE 2

Um conto erótico de O BEM AMADO
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 5005 palavras
Data: 18/08/2013 23:27:37

O INESQUECÍVEL TOQUE DO PRAZER!

Os primeiros raios de sol vindos do leste encontraram Antônio já acordado. Estava em pé, nu, ao lado de sua cama olhando para a princesa que ainda jazia adormecida. A sensualidade daquele corpo nu languidamente estendido sobre a cama, com suas deliciosas curvas e pequenos detalhes, dignos de um artista, enchiam os olhos e a alma do guerreiro que sentia-se premiado por ter usufruído do calor, do afeto e do desejo de uma mulher excepcionalmente bela, ao mesmo tempo que também lhe trazia as preocupações decorrentes da situação entre ele e sua amada, já que Léa era uma prisioneira filha de uma dignatária de um reino contra o qual Roma ainda empreendia uma campanha de guerra, com relações diplomáticas sensíveis a qualquer atitude impensada por qualquer das partes.

Ele olhava para ela, … desejava que lhe pertencesse para sempre, … não queria perdê-la, mas sabia que o inevitável sempre espreita a existência humana. Antônio vestiu sua túnica inferior assim que ouviu os passos que se aproximavam de suas acomodações, e não tardou para ver o rosto de seu lugar-tenente, Glauco que não demonstrara surpresa ao ver que seu comandante não estava só. Percebendo o olhar guloso do legionário, Antônio colocou-se entre ele e a cama onde Léa ainda ressonava suavemente, perguntando-lhe a razão de sua presença.

-Venho informar-lhe, meu senhor, que uma comitiva persa acaba de ultrapassar os portões da leste da cidade em busca de uma conversação com o General Cassius – a voz de Glauco soava com uma solenidade aprazível, mesclada com certo grau de preocupação pelo seu comandante. Antônio assentiu com a cabeça, demonstrando que compreendera a mensagem voltando sua atenção para a dama que jazia em sua cama.

Glauco não esperou por qualquer manifestação de seu líder, retirando-se do recinto com a mesma descrição de sua chegada, deixando Antônio envolto em pensamentos e a certeza de que ele e Léa estavam destinados à separação. Ele perdia-se em olhares ao corpo de sua amante, imaginando se existia a remota possibilidade de que eles pudessem ficar juntos, … todavia, nenhum cenário concebia essa ideia. Ele se voltou para o pequeno alpendre que dava para o pátio externo anterior do setor dos alojamentos, onde ficavam as baias e as cavalariças, olhando os primeiros escravos que dirigiam-se àquele lugar para suas tarefas rotineiras. Seus olhos viam as imagens, porém sua mente estava focada no que ainda estava por acontecer.

Foi nesse momento que sentiu os braços de Léa envolvendo-lhe a cintura. O calor daquele corpo feminino aqueceu-lhe o espírito e por um breve momento ele decidiu que era melhor esquecer o futuro e concentrar-se no presente. Voltou-se para a princesa persa cujo olhar, meigo e doce, preenchia-lhe a alma e iluminava-lhe o espírito. Beijou-a como se há muito tempo não fizera tal coisa, e sentiu o sabor adocicado daquela boca e daqueles lábios vermelhos como cerejas frescas recém-colhidas. Léa encostou sua cabeça no peito do centurião e sua respiração fraca evidenciava que ela também pressentia o que estava por vir.

-Apenas me diga, centurião, que essa noite não foi um sonho, … diga-me que tudo que aconteceu foi real e não apenas uma brincadeira dos deuses, ... – a voz da persa estava embargada enquanto sua respiração tracejada denunciava lágrimas reprimidas que teimavam em escorrer-lhe pela face. Antônio tocou-lhe o queixo com uma das mãos, trazendo aqueles olhos negros e brilhantes de volta ao seu alcance visual. Mirou aquela face dócil e meiga sem coragem de dizer qualquer palavra. Havia um esgar em sua garganta que impedia que as palavras saíssem. Ele queria dizer-lhe a dor que sentia pela mera possibilidade de sua ausência, mas nada podia ser dito.

Ele a fitou e depois deu-lhe um demorado beijo de paixão. Em seguida, desvencilhou-se de seus braços pedindo gentilmente que ela se vestisse, pois havia uma comitiva em reunião com os comandantes militares possivelmente discutindo o seu resgate. Léa ficou prostrada, incapaz de qualquer gesto ou ação. O centurião viu-se na desconfortável posição de agir de acordo com aquilo que sua racionalidade lhe impunha, já que o inevitável estava por vir.

-Princesa, vista-se e aguarde meu lugar-tenente que a conduzirá de volta à ala de confinamento, … e por favor, não se demore, … o tempo urge! – dizendo essas palavras secas e com entonação monocórdia, Antônio afastou-se dela, retirando-se do recinto e indo ter com Glauco que lhe esperava no salão de refeições. Disse a ele que a prisioneira estava se vestindo e que em breve deveria ser reconduzida ao confinamento. Glauco fitou seu superior com certa ansiedade, demonstrando sua preocupação com o centurião acostumado à dureza do campo de batalha, mas mortificado pelas exigências protocolares do palácio.

Antônio dirigiu-se até a sala de armas e pediu que um serviçal o ajudasse na tarefa de vestir sua armadura. A lorica segmentada foi a primeira; confeccionada de couro e bronze cobria-lhe o peito e as costas, permitindo certa liberdade de movimentos. Seguiram-se as pederneiras, braceletes longos, a cinta de couro e metal, sandálias de couro, e, finalmente, o elmo. Devidamente paramentado com sua veste de combate, Antônio cingiu o gládio de dois gumes na bainha e saiu do alojamento, caminhando com altivez e determinação. E em poucos minutos ele estava na área de confinamento. Chamou o oficial responsável pelo turno da manhã pedindo-lhe um relatório circunstanciado sobre a situação dos prisioneiros.

O Legionário, de nome Pompeu, respondeu afirmando que tudo estava correndo bem e que àquela hora estava sendo servida a primeira refeição do dia aos prisioneiros. Antônio assentiu com a cabeça e pôs-se a marchar para a ronda matutina. Todavia, seu trajeto foi interceptado pelo general Cassius que queria saber o porquê de uma prisioneira persa ter passado a noite no alojamento destinado aos soldados da sua centúria. Antônio respondeu com a precisão digna do soldado que sabe o que deve ser feito e dito.

-Meu General, … eu vos saúdo, … a prisioneira em questão pertence à nobreza persa e, portanto, procurei tratá-la como tal – A resposta rápida e eficiente do soldado surpreendeu o general que sorriu em concordância, dizendo a seguir que uma comitiva estava em reunião com alguns membros do Senado, negociando a libertação dos prisioneiros, algo que, segundo ele, deveria ocorrer em breve.

Antônio assentiu com a cabeça, tornando a saudar seu superior e retomando sua ronda costumeira. Enquanto se afastava do general, Antônio não conseguia tirar a imagem de Léa de sua mente. Muito em breve ela estaria longe dele, e provavelmente nunca mais se veriam. Ele não sabia se algo poderia ser feito, mas também compreendia que isso não lhe cabia, pois era uma questão de Estado, um assunto que foge aos limites das ações militares. Algo inquestionável e indiscutível.

O dia transcorreu morno e sem novidades. Até o momento em que Glauco correu até seu superior informando-o de que os prisioneiros persas haviam sido liberados e estavam prestes a sair do palácio dirigindo-se para os portões da Ala Leste da cidade fortificada. Antônio sentiu um aperto no peito, mas resignou-se com sua sina. Teve um ímpeto incontrolável de correr até a saída do palácio pelo menos para ver sua Léa pela última vez. Mas conteve-se ante a sua posição e a probabilidade de seu ato tresloucado vir a causar estragos profundos na tênue relação entre Roma e o Império Persa.

No entanto, qual não foi sua surpresa quando Glauco notificou-lhe da presença de um embaixador persa na sala de reuniões da tropa querendo ter com o centurião. Antônio conteve o anseio de correr até a sala para saber se o visitante lhe traria notícias de sua Léa, e com andar medido dirigiu-se até a sala. Ao entrar vislumbrou o embaixador que, na verdade, era um cortesão da côrte Persa responsável pelo bem-estar dos membros da nobreza originária. Assim que Antônio ficou frente e frente com o representante diplomático, este lhe estendeu um pequeno pergaminho sorrindo-lhe amavelmente.

-Nobre centurião romano, trago-lhe este documento da Princesa Léa, … ela roga para que o leia quando estiver só, … – dizendo isso, o embaixador deu-lhe as costas retirando-se do recinto. Antônio correu para seus aposentos e depois de tomar o cuidado de certificar-se estar só, abriu o pergaminho e leu seu conteúdo.

“Meu querido, … dentro de três dias e duas noites estaremos no porto de Dirráquio, na Macedônia. Te espero, ansiosa por teus carinhos e teu desejo. Tua Léa”.

Sem pensar nas consequências de seu ato, Antônio chamou Glauco e depois de transmitir-lhe ordens específicas, mandou selar seu cavalo, partindo em direção ao seu destino. Enquanto cavalgava, o centurião tinha apenas uma coisa em mente: o corpo, os lábios e o sorriso de Léa.

Foram dias e noites cavalgando, parando apenas nos postos de inspeção para alimentar-se e trocar de montaria. No ritmo de seu curso, Antônio chegou ao porto de Tarento onde tomou a primeira embarcação rumo ao território macedônico. Seu corpo não sentia o cansaço da corrida que desprendera tal era sua excitação em atingir a cidade portuária de Dirráquio o mais rápido possível. E quando, na noite do dia seguinte, ele finalmente, desembarcou em seu destino, sentiu-se acometido pelo temor de não saber como encontraria Léa.

A sua preocupação durou apenas o tempo suficiente para que ele fosse abordado, repentinamente, por um mensageiro grego, que perguntou-lhe o nome e assim que confirmou tratar-se de quem esperava entregou-lhe outro pergaminho desaparecendo na multidão sem deixar rastros. Antônio abriu o documento e nele estava escrito o nome de uma estalagem dirigida por comerciantes gregos da região. Ele não se fez de rogado e imediatamente dirigiu-se ao local.

A estalagem era um local típico, com o cheiro de madeira ardendo em brasa e o odor pesado de gordura animal sendo assada lentamente. Mesas e cadeiras toscas de madeira bruta estavam dispostas pelo salão pouco amplo, e algumas delas ocupadas por comensais entretidos com suas refeições que mal deram atenção ao forasteiro que chegara cansado, suado, esfomeado e sedento. Antônio caminha até o pequeno balcão onde está um homem gordo e calvo vestindo uma toga encardida tendo nas mãos um cutelo com a lâmina engordurada e pede-lhe uma caneca de vinho ao mesmo tempo em que joga uma moeda sobre o balcão.

O sujeito toma uma caneca meio suja e enche com o vinho de uma pequena jarra de cerâmica que está na ponta do balcão. Antônio sorve a bebida em um só gole e quando termina é surpreendido pela presença de uma jovem oriental vestindo uma toga vestal. Ela sorri para ele e depois de confirmar se ele era a pessoa que ela deveria encontrar, pede-lhe que a acompanhe. Juntos, Antônio e a jovem saem da estalagem pela porta dos fundos com a autorização velada do sujeito atrás do balcão.

Eles caminham por uma rua tortuosa e íngreme até atingirem uma colina que se alongava por outro caminho de pedras polidas. No topo, havia uma edificação mais assemelhada a uma pequena câmara com janelas ovaladas e um portal em madeira de folhas duplas. Assim que atingiram a entrada da câmara a jovem estancou suas passadas e fitou Antônio, dizendo-lhe que dali para a frente ele deveria ir só. O centurião avançou até o portal empurrando as folhas de madeira com as mãos.

A luz externa, imediatamente, iluminou o interior da câmara, revelando a imagem da princesa persa. Léa esperava pelo romano ao lado de uma mesa farta de alimentos e bebidas e assim que o vislumbrou estendeu as mãos oferecendo-lhe o banquete quase como uma recompensa pela longa jornada por ele empreendida. No entanto, Antônio não estava interessado em comer ou beber. A imagem daquela mulher, que antes o deixava inebriado, agora o havia enfeitiçado. A nobre persa estava seminua, … vestia um pequeno saiote feito de finos fios de ouro cuja trama era tão urdida que o doce triângulo do baixo ventre era apenas uma insinuação convidando à obscenidade. Seus seios estavam desnudos e os mamilos pintados com uma espécie de tinta vermelha que encobria toda a região das aureolas sobre os quais pequenos salpicos de ouro em pó brilhavam de modo alucinante para qualquer olhar mortal.

Ela parecia uma deusa: os olhos finamente maquiados pareciam possuir brilho próprio e os cabelos penteados e oleados com amaranto davam-lhe uma aura quase etérea, enquanto os lábios vermelhos como cerejas maduras brilhavam em um eterno convite à luxuria. Antônio caminhou em direção a ela lentamente, querendo sorver cada centímetro daquele corpo sensual e roliço que parecia chamá-lo para si. Assim que dela aproximou-se, o centurião tomou-a nos braços beijando-lhe sofregamente, sentindo o gosto adocicado de sua saliva, enquanto suas mãos deliciavam-se com a pele quente e aveludada que o enchia de desejo.

As mãos de Léa acariciavam o seu macho, sentindo-lhe as formas musculosas por cima da armadura fria e pesada, até que após alguns minutos de beijos acalorados ela se afastou dele olhando-o com um olhar guloso.

-Venha meu senhor, … tire essa armadura pesada que um banho o aguarda. – Léa disse isso caminhando até a parte mais lateral da câmara onde havia uma banheira esculpida na pedra repleta de água cuja fumaça denotava estar aquecida e pronta para receber o corpo cansado do centurião. Antônio quedou-se inerte enquanto Léa tirava, uma a uma, as peças de sua armadura, até que ele ficasse com sua túnica inferior, indumentária esta que a princesa preferiu apreciar o romano que dela se livrou em um instante.

Despido, ele acomodou-se na banheira enquanto a princesa tomava nas mãos um óleo a base de amêndoas passando a esfregar o corpo do centurião com movimentos suaves e macios. Aquelas mãos quentes causaram uma imediata ereção em Antônio, cujo mastro erigiu-se impoluto e pulsante, demonstrando que ele a desejava intensamente. Ele a puxou para dentro da banheira acomodando aquele corpo roliço e de formas generosas sobre si, ao mesmo tempo em que ajudava sua amante a livrar-se do saiote acomodando aquele ventre delicioso por sobre suas pernas, permitindo que seu membro prescrutasse o regaço úmido da princesa.

Copularam como dois insanos, fazendo com que a água da banheira transbordasse, deixando molhado o chão à sua volta. Os movimentos de Léa eram de tal intensidade que Antônio gemia cada vez mais alto quando ela descia sua pélvis de encontro com o membro duro e provocativo. O centurião, por sua vez, brincava com os mamilos, chupando-os até ficarem entumescidos como frutas maduras prontas para serem saboreadas.

Léa gozou intensamente mantendo o ritmo de seus movimentos e chamando o corpo de seu amado para que continuasse com suas estocadas valentes e vigorosas. O tempo parecia ter parado para eles, ... não havia mais nada além de corpos e desejo. Antônio ainda sentia o controle de seu corpo, e num gesto inesperado, empurrou Léa para cima e girando seu corpo sobre o dela colocou-a em decúbito dorsal com parte de seu peito apoiado sobre o encosto da banheira e o traseiro ousadamente arrebitado, parecendo chamá-lo para que a possuísse. Léa olhou sobre os ombros sorrindo um sorriso maroto chamando seu macho para que a possuísse mais uma vez do modo mais dominador possível.

O centurião deliciou-se ao sentir seu membro invadindo aquele pequeno orifício que relaxava a medida em que era supliciado pela masculinidade rígida que fazia a princesa gemer e sibilar pedindo que ele não recuasse. Antônio penetrou-a com vigor e com movimentos curtos e decididos, ele preencheu sua amante com seu falo pulsante. Os movimentos que se seguiram foram intensos e repletos de luxúria; o romano sentia-se dono daquela mulher como se ela sempre lhe pertencera, e segurando-a pela cintura ao mesmo tempo que puxava seu traseiro exuberante para si, ele gemia como um louco dizendo palavras desconexas e jurando que ela jamais seria de outro homem. Léa, por sua vez, fazia-lhe juras de amor eterno entregando-se à volúpia de seu parceiro que movimentava-se com maestria, fazendo que ela gozasse várias vezes enquanto sentia o pênis de seu macho entrando e saindo de seu ânus.

Algum tempo depois, Léa e Antônio atingiram o ápice de sua loucura repleta de desejo em que ambos gozaram simultaneamente. Antônio sentiu-se tão arrebatado por aquele orgasmo que cada ejaculação parecia esvaziar o seu interior preenchendo-o com uma doce e deliciosa sensação de prazer e de tesão. Foi algo tão lúdico que ele sentiu que seu membro, mesmo esvaído de sêmen, ainda persistia em uma rigidez provocativa, permanecendo inserido em sua amada, quase que recusando-se a sair dela, como se quisesse ficar ali para sempre. Mas a princesa tinha outros planos, pois rebolando o traseiro fez com que Antônio fosse forçado e retirar seu pênis de seu ânus.

Ela se levantou e caminhou até a mesa de iguarias, retornando com um cálice entre as mãos e oferecendo-o para o amante que sorveu seu conteúdo em um único gole. Logo depois ela o ajudou a sair da banheira e a secar-se devidamente, conduzindo-o para a cama situada na outra extremidade da habitação. Assim que se deitou, Antônio sentiu as pálpebras pesadas e os olhos levemente esfumaçados, enquanto seu corpo era tomado por um torpor imenso e descontrolado. A última coisa que viu foi o sorriso no rosto de sua princesa enquanto sua mente e seu corpo eram tomados pela total inconsciência.

Quando deu por si, o centurião estava em uma pradaria verdejante, repleta de uma floresta setentrional, com vegetação de toda a espécie, que cercava o local que era coberto por algumas árvores de maior porte. Ele estava nu e amarrado a uma delas. Não sentia dor nem mesmo tinha sinais de agressão física. Pelo contrário, sentia-se fortalecido, energizado com o mesmo vigor de seus vinte anos. Não era capaz de compreender com chegara até ali e porque estava amarrado com mãos e pés atados por grossa cordas náuticas feitas de juta seca e que mesmo lhe prendendo àquela árvore, não lhe causava qualquer espécie de desconforto.

Olhou ao redor procurando pelo responsável por seu aprisionamento, mas seus olhos ainda permaneciam turvados e sua mente operava com certa lentidão. Antônio sentia-se zonzo e um pouco sonolento, tanto que mel percebeu a aproximação de uma silhueta banhada pelo sol da manhã que se aproximava dele, caminhando com um andar gingado e sinuoso. Quando deu por si, Antônio viu Léa, parada a sua frente. Estava nua como ele e sorria um sorriso amável e carinhoso. Ele quis perguntar-lhe o que estava acontecendo e porque ele estava preso daquela maneira, mas as palavras simplesmente não saíam de sua boca, … ele parecia tomado por uma mudez que impedia-o de articular palavras e pronunciá-las.

-Não se preocupe, meu querido, … estamos no meu mundo, … o mundo particular onde só existem eu, você e nosso desejo que precisa ser eternizado. – as palavras da princesa persa soavam suaves, dóceis, mas seus olhos transmitiam uma energia que parecia ser maior que ambos. Havia algo nela, algo muito especial que transformava aquele momento (onírico ou real) em um momento único e singular. Ela ficou próxima dele o suficiente para tocar-lhe o peito com uma das mãos acariciando-o com movimentos longos e provocantes. Em pouco tempo, a mão dela apoderara-se de seu pênis que imediatamente respondeu ao toque, tornando-se duro e ereto.

Léa massageou aquele músculo bem treinado até senti-lo pulsar vigorosamente. Antônio gemia baixinho, semicerrando os olhos e usufruindo daquele momento de prazer proporcionado por sua amante. Estava tão envolvido com as carícias promovidas por sua deliciosa parceira, que mal percebeu a aproximação de outras duas silhuetas que avançavam na direção do casal, e que pelo andar, também pareciam ser mulheres. E ao dar-se por si, Antônio viu-se ladeado por duas belíssimas mulheres negras que pelas feições fortes e bem marcadas pareciam ser de origem etíope. Eram altas, com formas exuberantes e sinuosas e também estavam nuas. Eram guerreiras a julgar pelos braceletes dourados e as lanças longilíneas que seguravam com imponência típica do combatente e seus olhares eram duros, quase metálicos, vez por outra demonstrando certa reverência à princesa persa, mas jamais olhando para ele. A persa olhou para elas e parlamentou no dialeto próprio.

As lanceiras afastaram-se para trás do guerreiro, libertando as amarras que o prendiam à árvore, porém mantendo-o ainda preso pelas cordas. Em seguida, as guerreiras fizeram com que ele se ajoelhasse sem usar de métodos forçosos. Léa, que ainda tinha nas mãos o pênis de seu amante, que, agora, estava plenamente em riste pronto para servir ao seu senhor, ajoelhou-se com ele, mantendo um doce sorriso em seu rosto. Beijaram-se apaixonados e ainda repletos de desejos, embora o centurião não fosse capaz de compreender o porquê de toda aquela encenação. Gentilmente, a princesa empurrou o corpo de Antônio sugerindo que ele se deitasse sobre a relva, ao que ele obedeceu quase que de maneira involuntária.

A princesa subiu sobre ele libertando seu pênis para que ele pudesse penetrá-la, convite esse imediatamente aceito pelo romano que, mesmo amarrado, segurou-a pela cintura fazendo com que seu membro fosse introduzido na vagina úmida e quente da persa que soltou um longo e delicioso gemido ao sentir-se plena de presença máscula de seu amante. Ela rebolava, subia e descia naquele mastro senhorial que fazia com ela o que bem entendesse, enquanto Antônio regojizava-se com aquela mulher sensual sendo possuída por ele como lhe pertencesse. Suas mãos tocaram aqueles seios grandes com aureolas levemente arrepiadas e coroadas por mamilos entumescidos pedindo para serem chupados e lambidos.

Antônio levantou seu dorso, tomando na boca aquelas delícias, uma de cada vez, alternando seus doces sabores e sorvendo os mamilos deixando-os ainda mais eriçados e provocando gemidos e espasmos em sua amante demonstrando sentir-se totalmente desejada por um homem que não tinha concorrentes à altura de sua destreza na arte da sedução e do sexo. Léa gozou. Foi tão intenso como sempre, porém ainda mais porque ela rebolava sobre o pênis dele contraindo sua vagina que operava como uma boca sem dentes que ao morder o membro provocava em seu parceiro espasmos descontrolados que percorriam-lhe todo o corpo, deixando sua pele arrepiada e sua respiração entrecortada e arquejante. O romano controlava seus instintos porque não queria gozar, … não queria entregar-se à concupiscência do momento, … queria prolongá-lo, … e porque não, eternizá-lo.

Foi nesse instante que a princesa desvencilhou-se das mãos poderosas do centurião e fê-lo levantar-se com a ajuda forçada das guerreiras etíopes que a tudo observavam distantes, dignas e impassíveis. Com seu amante em pé, a princesa deu de costas para ele, inclinando o corpo enquanto oferecia-lhe seu prêmio mais que possuído por ele, porém jamais entregue a qualquer outro. Antônio sentia-se renovado ao ver sua amada cedendo-lhe não apenas o corpo como também a alma, entregando a ele tudo aquilo que quisesse e, desse modo, ele não hesitou em avançar sobre ela, introduzindo seu membro no ânus, que mesmo depois de já ter-lhe pertencido, ainda resistia intocado ao assédio do macho fazendo com que a persa gemesse alto ao usufruir daquele delicioso volume em seu traseiro.

Copularam como dois insanos perdidos no tempo e no espaço sob os olhos altivos das guerreiras que não demonstravam qualquer espécie de sentimento ou reação corporal ou fisionômica, mantendo-se em posição ereta e reverente de lutadoras que eram. Antônio já as havia esquecido, pois o corpo de sua princesa era a única coisa que lhe importava. Se o mundo acabasse ali, se o tempo parasse concedendo-lhe a sonhada eternidade, se a vida jamais lhe tirasse o folego, ele ainda assim permaneceria com ela, amando-a e possuindo-a como a única coisa de valor que conquistara ao longo da vida, e cuja existência lhe representara mais que todas as batalhas que travara em nome do orgulho de Roma.

Antônio usufruiu cada gemido, cada espasmo e cada orgasmo de sua parceira, deliciando-se ao ver que era capaz de amá-la com uma intensidade e vigor únicos e especiais, sorvendo aquele momento como o mais importante de sua vida, senão o único!

Todavia, houve um momento em que o corpo do centurião denunciou estar próximo do ápice e que o orgasmo estava muito próximo de explodir por todos seus poros. Mesmo não se percebendo do que acontecia à sua volta, ele pôde pressentir que as guerreiras haviam se reposicionado, e que agora uma delas o segurava firmemente pelos ombros, enquanto a outra pousara suas mãos nas nádegas suadas dele. Ele fez menção de olhar para trás, porém, as mãos macias e, ao mesmo tempo, fortes da guerreira etíope que lhe segurava os ombros impediram-no de fazê-lo.

-Meu querido centurião, o que vou lhe dar agora é um presente apenas seu, … guarde-o consigo pela eternidade, e faça dele nossa mais doce e poderosa lembrança, … agora, me encha com teu sêmen, … complete meu ser com parte do seu, meu amor... – a voz de Léa era doce, suave e envolvente. Ele não sabia o que estava por vir; apenas sabia que não sentia medo ou receio do anunciado por sua amante, certo de que, fosse o que fosse, seria algo que apenas pertenceria aos dois.

Antônio sentiu a respiração arquejante, o coração pulsar enlouquecido e mal teve tempo de anunciar seu orgasmo quando o primeiro jato de esperma saltou para fora, ao mesmo tempo em que a guerreira que mantinha as mãos em suas nádegas penetrou seu ânus com o dedo médio em um movimento rápido e de dolorosa precisão!

Houve dor é verdade. Muita dor, … uma dor quase insuportável, mas cuja duração foi tão intensa como também foi passageira, sendo concomitantemente suprimida por uma enorme onda de prazer que jorrou pelo interior do corpo do romano, subindo-lhe pelas entranhas e explodindo em um grito de êxtase primal impossível de ser descrito em palavras ou imagens. Antônio sentia cada centímetro de sua pele estremecer e vibrar como um enorme espasmo que invadia seu interior provocando um prolongamento orgásmico jamais experimentado por ele na companhia de qualquer outra mulher. Léa havia feito dele seu senhor e seu escravo no mesmo momento, laçando mão de um gesto ousado, luxurioso, inesperado, porém, de uma magnitude inexplicavelmente majestosa, doce, sensual e cujo sabor poderia ser usufruído por toda uma eternidade.

O vigor e a energia daquele momento foram de tal intensidade que Antônio, incapaz de controlar atos, pensamentos e sentidos, sentiu um desfalecimento quase imediato apoderar-se dele, levando-o de volta ao submundo do deus Morfeu, surrupiando seus sentidos e imergindo sua aura em um poço de torpor e escuridão.

O sol forte do meio-dia feriu os olhos do centurião, que foi retirado do mundo inferior dos sonhos eternos e trazido à dura realidade do calor insuportável do território macedônico. Seu corpo doía como se tivesse acabado de travar a maior das batalhas (e talvez, apenas talvez isso fosse verdade!), e seus sentidos estavam ainda sob os efeitos do longo tempo em que permanecera adormecido. Olhou à sua volta a fim de situar-se. Parecia que ele estava no alto território da colônia macedônica. Levantou-se, sendo que nesse momento percebeu estar nu e que seu corpo jazia sobre uma pedra esculpida como um leito, revestida de folhas e palha, ambos acolchoados por um grosso tapete finamente decorado com motivos persas. Ao seu lado, estavam sua armadura e sua espada.

Antônio vasculhou o horizonte com o olhar ainda turvado pelos efeitos da perda de sentidos, buscando identificar onde estava e para onde deveria ir. Sua mente era um torvelinho de imagens, sons e sentimentos que pareciam envolvidos por uma bruma acinzentada que impedia a plena compreensão do passado recente. Apenas uma coisa lhe era certa: o cheiro e o sabor de sua princesa persa. Sentia seu ser impregnado dela, pleno de seu desejo e repleto de seu prazer. Confuso com o que lhe parecia ter sido um sonho (ou não), enquanto vestia sua armadura e cingia o cinturão com sua espada, pensava o que acontecera com sua amada, para onde fora e porque não estava junto dele, mal pôde perceber a aproximação de uma pequena caravana.

Eram mercadores frígios que dirigiam-se à cidade portuária de Dirráquio a fim de negociar seus produtos. Detiveram-se ao ver o centurião – figura, no mínimo impensável naquela região inóspita – e ofereceram-lhe montaria para acompanhá-los até o porto. Antônio aceitou de bom grado e juntou-se a eles, subindo na sela de um camelo e seguindo viagem enquanto ainda se perguntava o que acontecera com a dona de seu corpo e de seu espírito.

No porto, o centurião conseguiu lugar em uma embarcação mercante que rumaria para Tarento ainda naquela tarde e enquanto esperava o capitão ordenar a partida tinha a mente ofuscada pelos olhos e pelo sorriso da princesa persa. Subitamente, ele foi bruscamente retirado de seus pensamentos pela chegada de um emissário persa – o mesmo que antes fizera contato com ele – e que trazia nas mãos um pergaminho com um selo da nobreza de seu país. O membro do corpo diplomático persa entregou-lhe o documento sem pronunciar uma palavra sequer, apenas, ao final, desejou-lhe um regresso abençoado.

Antônio rompeu o selo e desenrolou o pergaminho, enquanto seus olhos perseguiam as palavras que surgiam formando a mensagem que lhe fora enviada. Era uma mensagem da sua Léa, … uma mensagem de despedida, …

“Meu senhor, … senhor do meu corpo e da minha alma, quando leres esta mensagem eu, provavelmente estarei a caminho da minha terra natal. Sei que é muito dolorosa a despedida, porém também sei que nós jamais nos despediremos em definitivo, pois seu ser está em mim, assim como o meu está em ti. Jamais esquecerei teu rosto e teus lábios e saiba que sempre serei sua assim como você será para sempre meu senhor e meu escravo. Talvez, algum dia, em algum lugar nos encontraremos e esperarei ansiosa por esse momento que dia após, dia, hora após hora, minuto após minuto, pulsa dentro de mim. Não lhe digo adeus, … apenas te digo até breve. Sou tua – para sempre – e você é meu pela eternidade, até o fim dos tempos”.

Antônio sentiu uma lágrima rolar pela face enquanto o coração batia acelerado. Quis voltar, falar com o homem que lhe havia entregado o pergaminho e dizer-lhe que voltaria com ele para a Pérsia. Todavia, o grito do capitão da embarcação trouxe-lhe de volta à dura realidade e ele soube que, um dia, reencontraria a mulher dos seus sonhos, pois assim deveria ser... assim estava escrito!

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