Meu Pequenino Amor 5

Um conto erótico de M. R. Guimaraes
Categoria: Homossexual
Contém 2307 palavras
Data: 29/07/2013 15:51:12
Assuntos: Amor, Gay, Homossexual

Meu Pequenino AmorMarcus passou por mim e fez um sinal com dois dedos de estar de olho em mim.

Peguei minhas coisas e desci novamente. Encontrei Harry sentado me observando. Dei um sorriso.

- Já vou pra casa, enfrentar a fera! rsrs Muito obrigado por ontem, e... Até amanhã na escola.

- Não foi nada. Até amanhã.

Nos beijamos e terminamos em selinhos. E dificilmente consegui sair, a caminho de casa.

...

Abri a porta silenciosamente, na expectativa de ninguém me ouvir chegar, ou pior, me ver. Subi a escada rapidamente e encontrei a porta do meu quarto aberta. Ao entrar, encontro Matt dormindo em minha cama. Seus olhos estavam inchados, provavelmente andou chorando, com medo de me perder. Sim, senti-me culpado. Mas eu não gostava de ver os outros chorando, então acordei-o.

- Que horas são?

- Quase nove.

- Vamos sair hoje, quer vir? Perguntei mesmo sabendo a resposta.

- Estou precisando botar a cabeça no lugar, pra isso um tempo sozinho.

- Entendi. Então até mais tarde.

Arrumei minhas coisas, cada uma em seu lugar. Eu era incrivelmente organizado. Eles saíram rumo à praia, e eu não estava nem um pouco a fim de ir, como sempre. Queria estar com Harry novamente, mas tinha medo de ele estar no meio de algo que eu não queria que ele estivesse.

Fiquei pensando em como seria minha vida agora, quando ouvi barulhos de alguém subindo a escada. Será que eles tinham esquecido algo?

Abri a porta lentamente, olhei e saí. Achei um taco de baseball de Matt no caminho, e continuei, pronto para o ataque. A sombra vinha subindo lentamente, parecia uma mulher, quando ela apareceu, eu lhe lancei um golpe, mas ela o desviou e preparou um chute que eu segurei, e então ela se lançou no ar dando-me um golpe certeiro que me fez desmaiar.

- Narração por Harry -

- Mãe, hoje irei sair com o Carlinhos, como disse ontem.

- Ta, mas volte logo. Amanha serão provas e quero que estude. Seu desempenho caiu essa semana.

Fiquei pensando no "abandono" de Ben todo esse tempo depois de termos nos divertido tanto aquele dia na praia.

- Certo. Sabe o numero deles?

- Peguei o da Ana, pegue aqui.

Peguei o papel e disquei o numero. Logo no segundo toque ela atendeu.

- Alo! - ela atendeu agressiva.

- Desculpe, Ana. É o Harry, eu não sabia o número do Carlinhos. Ele está em casa?

- Na praça. - ela desligou.

Fiquei confuso. Ela sempre foi tão gentil mesmo sabendo da minha sexualidade, ou desconfiando, sei lá. Mas eu gostava dela, e fiquei preocupado com o que estivesse acontecendo. Mas não era da minha conta então apenas terminei de me arrumar, escovar os dentes e arrumar os cabelos.

Saí pela porta e atravessei as duas ruas necessárias para a praça. Encontrei-o olhando para o nada com um expressão não muito feliz. Ele deu um sorriso frágil em minha direção ao me ver, e vi naquele momento que ele precisava era de um abraço. Assim o fiz. Ele apoiou seu rosto em meu ombro e chorou. Desesperadamente.

- Ei, o que houve? - perguntei quando ele se afastou pedindo desculpas.

- Hoje está frio, não está. Vou levar um tempo para acostumar novamente. - e sorriu em meio suas lágrimas olhando pra baixo.

- Talvez contando seja melhor pra você. Precisa de apoio.

- Não é fácil te contar que agora eu não terei mais a vida feliz que queria. Meu pai deu em cima de mim. Agora meus pais brigaram, e querem se separar, quando estavam mais felizes do que nunca.

- Sinto muito, Carlinhos. Não sei o que fazer. Apenas lamento... - fiquei sentido com aquilo. Ele nao merecia sofrer daquele jeito. É sempre importante um pai do nosso lado, mas cuidando e não abusando.

Ficamos a tarde toda ali. Paguei-lhe um sorvete, pipoca e refrigerante, até consegui fazê-lo rir. E eu adorei ver isto.

- Narração por Benjamin -

Acordei e já era de tardinha, quase anoitecendo. Eu estava preso por algemas duras e frias. Senti uma dor terrível na cabeça, e olhando em volta, notei que estava em uma sala branca e ofuscante.

- Ele acordou, disse uma voz feminina.

Levantei os olhos e era aquela mesma mulher. Tentei inutilmente escapar e senti um pequeno corte na pele.

- O que vocês querem comigo..? - falei falhando a voz.

- Você sabe o quê - ela disse.

- Eu não darei. E me matar, torturar não adiantará em nada.

- Caro Ben, não reconhece-me?

Olhei-a, e não soube como mas meio que vi minha mãe. Eu sabia que era mais uma miragem, mas eram tão parecidas. Vicky, tia Vicky.

- Sabe que nunca gostei de você. - cuspi as palavras aos seus pés.

Ela me deu uma bofetada, mas ignorei, mal sentindo dor, mas sentia o calor de sua mão em minha bochecha.

- Por quê tanto carinho antigamente? - ela perguntou.

- Farsa. - rebati.

Ela enfurecida pisou quente pela sala.

- Matthew, Matthew. O que será que ele vai fazer quando descobrir que seu querido irmãozinho foi assassinado? - ela pareceu sarcástica.

Eu me desesperei por dentro, mas rebati no mesmo sarcasmo.

- E o que será que ele vai fazer quando descobrir que sua querida tiazinha é uma criminosa atrás de arquivos do governo? - pausei vendo sua reação - Se você me matar como saberá onde está os arquivos? - e ri de sua fúria ao levar mais um tapa de frustração.

- Então prepare-se para perder cada membro de sua família. E começarei pelo que mais ama. Deve saber quem.

Fiquei estupefato com suas ameaças enquanto ordenou que me levassem de volta para casa.

- Não pretendo matar ninguém. Estamos de olho em você, Benjamin. Cuidado. Tem até quarta para ter os documentos em minhas mãos. - eu desviei de seu olhar, mas ela pegou em meu queixo com raiva fazendo ter o nojo de olhar em seus olhos - Qualquer escorregão, a sanguinolência começa.

- Sempre soube que você morria de inveja do trabalho da minha mãe. Sempre queria se sobressair nos projetos, sabendo que ela era muito melhor. Matt era o preferido de meus pais, mas nem por isso eu queria o pior dele, sempre o apoiei. Você deveria ser assim com ela também. E saiba que seu próprio sobrinho é mais maduro que você.

Eles puxaram-me para fora do recinto. Taparam minha visão de negro e só retiraram na porta de minha casa.

- Estamos de olho em você, moleque. Acho melhor não...

- Cale a boca. Sei muito bem o que fazer e o que não fazer. - interrompi sua voz grossa e falha.

Ele apertou-me o pescoço e quando estava quase sem ar dei-lhe um forte soco no nariz, e corri pra fora, para dentro de casa. Pude apenas ouvir seu rugidos de dor. Olhei pra trás e ele sangrava. Entrei e já era noite. Seria uma guerra em casa.

- Volte já aqui! - meu irmão esbravejou. - Qual é, Ben! Era pra descansar a cabeça não varar o dia fora de casa. E que vermelho é esse no rosto, esse corte nos pulsos?!

- Mulheres...

- Você nao namora..? Um rapaz..? - ele perguntou.

Olhei em volta e notei minha cunhada sem expressão.

- Eu não estava de rolo com ninguém, sou fiel a meu parceiro. Houve um imprevisto e não vou falar sobre. Pode esquecer.

- Porque você esconde tudo Ben? Eu sou seu irmão? Eu te amo como és! Eu não me importo com suas escolhas, eu até te apoio, mas apenas seja mais presente nessa casa. A gente se preocupa contigo, sabia? Você nem carrega celular.

- Eu sei. Só nao gosto de compartilhar umas merdas da minha vida. A única coisa boa a te contar é sobre o Harry.

- O nome do seu nam...

- Sim.

- Vou mudar meu número, destruir o chip atual, e apenas você e Harry vão saber - sussurrei enquanto estava num abraço.

- Empresta seu celular, preciso mandar uma sms - pedi.

Ele me entregou e digitei depressa:

"Harry, não me toque amanhã. Por favor. Na aula de biologia te explico. Não responda a esta mensagem! Não responda! Ben".

- Narração por Harry -

Recebi a mensagem de Ben e quis me matar, mas eu não era tão imaturo assim. A tentaçao de redponder era intensa. Mal consegui pregar o olho. Apenas consegui alguns cochilos. Eu estava abalado por tudo isso de uma vez. Não sei se suportaria. Ouvi muita música, assisti algumas reprises de Glee, The Big Bang Theory, mas não consegui rir do Sheldon. E eu não conseguiria rir sem o Ben comigo.

O dia amanheceu e eu estava com os braços em volto dos joelhos olhando para o horizonte. Eu queria apenas que Ben entrasse pela porta e me consolasse, e dissesse que seriamos felizes sem altos perigos.

Minha mãe entrou pelo quarto e me viu daquele jeito.

- E então, qual foi o problema da vez?

- Um chamado Ben.

- Ele te fez alguma coisa.

- Não. - eu não poderia falar nada sobre aquilo, e entendendo o recado, ela apenas me beijou a testa e saiu do quarto. Eram 7hrs. Ajeitei-me pra aula, pra prova oral e escrita. Estudei loucamente, e se tirasse notas baixas ne cortaria até a morte. Tirei os pensamentos da cabeça e tomei um café da manhã reforçado.

- Filho, por quê est... - ela começou a falar sobre algo que eu gostaria esconder, então a interrompi.

- Porque estou atrasado. Tchau, mãe. - dei-lhe um beijo e ao sair, despedi-me de meu pai.

Coloquei meus fones e fui andando atentamente para os lados, em alerta a qualquer pessoa que me parecesse estranha. Inclusive de Tyler. Eu estava nao temendo as pessoas, as provas, Tyler, mas Ben. Isso sim me assustava.

A escola apareceu em meu campo de visão e notando a frequente entrada de alunos, esperei a maioria entrarem, para estar sozinho e entrar. Resultou um atraso na entrada da sala. Senti-me a Beyoncé caminhando até meu assento na janela. Era revisão, eu me esforcei ao máximo que pude pra prestar atenção nas explicações e não em meus medos.

A aula demorou por ser horário binado, e teria um pequeno intervalo até as outras aulas. Saí por ultimo da sala, e segui até o banheiro. Quando passei pelo laboratório, vi Ben estudando suas fórmulas e usando as substâncias químicas. Ele me viu e pausou seu olhar em mim, e a mistura começou a borbulhar e transbordar do frasco. Ele se assustou e fez uma bagunça. Entrei no recinto e ele lavava suas mãos com muito sabão.

- Desculpe-me Ben. Não sabia que você tava aqui.

Ele me encarou por um instante que pareceu longo, demorado.

- Vai me explicar qual é da mensagem?

- Toma este papel, não deixe ninguém ver, pegar ou saber. - ele continuou com a boca entreaberta e ajeitou uns óculos que usava.

Ele finalmente conseguiu respirar quando eu tinha já anotado seu numero novo, e queimei o papel na chama ainda acesa.

Olhei pra ele aguardando suas explicações. Apesar de não querer nunca ouvi-las.

- Estou com medo, ruivinho.

Eu fiquei surpreso, e apenas o abracei, ele afagando seu rosto em meu ombro, e eu podia sentir sua tristeza, forte e aplacadora.

- Por quê, Ben?

- Se eles nos verem, vão lhe fazer algo muito ruim. Apenas se souberem de você. Só poderemos ser felizes quando estiverem todos atrás das grades. Disseram que um pequeno deslize seria o início do fim. E não quero te perder, ruivinho. Nao quero.

Ele começou a chorar e eu novamente o abracei. Também sofri, apenas de ve-lo neste estado, além de não poder te-lo como eu queria.

- Sinto muito, Harry. Eu queria estar sempre ao seu lado sendo feliz o quanto pudesse, mas esse é um futuro que não sei se teremos.

- A gente precisa ser forte. E eu acredito que um dia estaremos bem juntos. - ficamos abraçados um instante e voltei a falar - E então, vai me contar o que houve? Desde o começo?

- Ceeto. Minha mãe trabalhava com tecnologia. Ela era uma das maiores mentes desse país. O governo estava interessado num trabalho que ela vinha fazendo. Mas quando ela o concluiu, ninguém sabia o que era, só eu, ela e... Então. A notícia vazou.

- Espera, e...?

- A irmã dela. Pula essa parte. Criminosos queriam esse trabalho de qualquer forma, e minha mãe me deixou responsável de guardar todo esse trabalho, porque era algo muito perigoso para um país te-lo.

- E o que era esse trabalho e onde está?

- In... - antes que ele pudesse dizer, o sinal de entrada soou e alunos entraram na sala conversando, e nos viram. E com as zuações, conseguimos sair dali correndo para a aula de Biol.

Por sorte os alunos estavam se organizando. Eles nos olharam com nojo e desconfiança pra saber o que estávamos fazendo.

- Desculpe professor, estávamos estudando umas misturas no laboratório de Química.

- Tudo bem sentem-se. - ele esperou indicando nosso lugar. - Pergunta do dia: O que acontece com as moléculas quando elas congelam?

Um aluno no fundo, o de sempre fez piadinha:

- Elas ficam duréculas!

Os outros riram, mas eu estava muito tenso pra rir. Aliás, para tudo. A aula seguiu. Prestamos atenção na revisão. O professor prometia uma prova difícil. Finalmente quando a aula acabou, e olhei pra Ben, dizendo que tínhamos de terminar nossa conversa.

A prova seria em poucos minutos e tive de sair apressadamente, tentar vencer a multidão de pessoas.

* * *

A prova tinha sido tranquila. Os alunos conversavam muito sobre, e iam parando quando eu passava, me olhando com desdém, ou nojo sei lá.

Apenas saí da escola apressadamente, em busca de minha casa, em paz e tranquilidade. Eu me senti sendo seguido, observado e olhei pra trás e vi Tyler chegando. Tentei correr, mas ele chamou, e corri mais ainda, mas ele veio mais rápido e me segurou pelo braço, me virando de frente com ele sem fôlego, e próximos um ao outro.

Eu o empurrei e olhei-o com fúria e gritei pra ele:

- O que você quer?!

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Oi gente, infelizmente to demorando a publicar, mas não é todo dia que dá pra digitar. Mesmo nas férias. Mas está aí mais uma parte pra vocês.

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