Titanic - Capítulo Três: Reencontro Com O Passado

Um conto erótico de Tony
Categoria: Homossexual
Contém 1959 palavras
Data: 01/07/2013 10:25:39

Ás cinco da tarde algumas

pessoas caminhavam pelo deck do

navio aproveitando o sol morno e

o ar marítimo. Algumas crianças

brincavam com suas babás, no

fumódromo da segunda classe os

mais velhos aproveitavam cigarros

e charutos enquanto soltavam

longas baforadas durante as

conversavas. Algumas mulheres

conversavam mais afastadas com

suas sombrinhas e suas joias

semipreciosas que brilhavam a luz

do sol. Enquanto isso, Thomas

olhava o mar e tentava não ficar

enjoado com o sobe e desce do

Titanic. As senhoras mais velhas já

se dirigiam para o salão a fim de

degustarem o famoso chá das

cinco. Por mais que fosse um

costume britânico, Thomas não

quis saber disse e voltou para seus

aposentos. Ainda não havia passado

nem uma hora direito no quarto e

pelo jeito o outro passageiro com

quem iria dividir o quarto não

subiu abordo ou está em outro

aposento, já que quando entrou no

navio, uma das auxiliares

informara que iria dividir com

alguém de Southampton mesmo,

mas pelo jeito desistira da viagem,

o que significava que teria o

aposento só para ele.

Entediado e meio tonto,

Thomas resolve dormir um pouco

até o jantar ou então até o navio

atracar na cidade de Cherbourg na

França. Logo adormeceu olhando o

céu por uma abertura no canto

mais alto da parede á direita e seu

sonho o levou de volta á dois anos

atrás;

O beijo de Kenneth foi o

suficiente para diversas coisas

surgirem em sua mente. Depois

que ele se afastou continuou

olhando nos olhos. Exibia um leve

sorriso e estava levemente

vermelho. Thomas não sabia o que

dizer e foi salvo por uma frase dita

primeiramente pelo professor.

- Desculpa por isso

Thomas. Eu não sei o que

aconteceu foi inesperado.

E-Eu só queria te ver feliz.

- Parece que leu a

minha mente, pois eu

sempre quis que isso

acontecesse. - declarou.

- Jura? Como assim?

- Kenneth eu gosto de você,

porém o que sinto é maior do que

a amizade ou fraternidade. É como

se eu estivesse apaixonado por

você.

Thomas sentia seus olhos

arderem e as lágrimas começaram

a brotar. “Por que estou

chorando?” perguntava-se enquanto

tentava encarar o amigo que se

mantinha de pé com as mãos nos

bolsos com um misto de susto e

dúvida:

- Thomas você ainda

é jovem para entender o

que está acontecendo. -

disse

- Mas professor eu

tenho 18 anos! - levantou a

voz se assustando com a

mesma e surpreendendo-se

quando a tem abafada ao

ser abraçado novamente.

- Thomas não se preocupe

com esse sentimento. Você sabe a

situação na qual nos encontramos,

mas o que posso dizer é que tudo

tem seu tempo e que nunca te

esquecerei.

Confuso estava e confuso

ficou. Aquela situação foi tão

intensa que quando deu por si já

estava saindo do colégio. O sabor

da boca de Kenneth ainda estava

presente e a marca do puxão em

seu braço denunciava que nada foi

coisa de sua imaginação. Porém

ainda se sentia mal pelo seu amor

não ser correspondido.

- “Mas se não foi

correspondido por que ele me

beijou?” - pensou enquanto

caminhava pela rua. - “E o que ele

quis dizer com que ‘tudo tem seu

tempo’? Será que no fundo ele

sente o mesmo que eu.”.

Mesmo incrédulo sobre seus

pensamentos, Thomas sabe que não

será fácil lhe dar com esse

sentimento já que é possível não

voltar a vê-lo tão cedo, ou talvez

nunca mais. Mas o que poderia

fazer?

Thomas despertou com soar

alto e forte do apito do navio. Pela

pequena janela no alto da parede já

era possível ver as estrelas no céu

escuro. No relógio da escrivaninha

o os ponteiros marcavam oito e

quinze da noite. De banho tomado,

Thomas se arruma para o jantar

novamente no salão e tenta afastar

da cabeça seu amado. Porém não

está fácil. O sonho que teve parece

não querer sair de sua cabeça e

enquanto caminha para o salão

lembrava-se da última vez que vira

Kenneth:

Depois da declaração na sala

de aula, Thomas e os outros alunos

foram juntos com a professora

Milla, que organizou um passeio

que também iria passar no porto

para que pudessem se despedir do

professor. E lá estava ele. Vestido

de com um terno preto e um

chapéu que o deixava com um ar

mais sério e maduro que mudou

quando os viu e abriu um belo

sorriso mostrando também estar

surpreso. Como o navio partiria em

menos de vinte minutos, a

conversa fora rápida, porém

amigável. Thomas o observava

conversar com os alunos, receber

abraços e presentes de despedida.

Mas quando Kenneth viu o amigo

parado e meio cabisbaixo, pediu

licença e aproveitando que os

alunos também estavam

interessados no mar e no navio,

deixou-os e se aproximou de

Thomas.

- Está tudo bem? -

perguntou

- Sabe que não...

Mas no fim vai dar tudo

certo. - respondeu ainda

olhando para o mar.

- Você deve estar

com a cabeça dolorida... -

riu

- Você acha isso

engraçado? Acho que quem

tem 18 anos aqui é você...

– debochou um pouco

irritado.

- Se isso te ajuda, eu

não dormi desde ontem,

pois sabia que você estava

confuso e que estava

chateado. - disse pondo a

mão no ombro do amigo.

Thomas nada disse, somente

encostou a cabeça no peito do

amigo e disse:

- É melhor você ir

ou perderá o navio.

- Você tem razão.

Mas antes eu tenho que

dizer algo – Kenneth pôs se

de frente para Thomas e

segurou-lhe pelos ombros

de forma que ficassem

frente a frente. Olhos no

olhos.

- O sentimento que está

aqui. - indicou pondo a mão no

peito do amigo – É o mesmo que

está aqui. E se ainda se pergunta

por que lhe o beijei é por que no

fundo, foi uma forma de lhe dizer

que também gosto de você da

mesma forma que você gosta de

mim. É mais do que amizade o que

sentimos.

Thomas olhava nos olhos

azuis que pareciam refletir o mar

enquanto digeria cada palavra

ouvida. Ao mesmo tempo, sentia o

rosto queimar e imaginava estar

vermelho diante daquela situação.

Seu coração estava acelerado mais

tinha algo diferente naquilo tudo.

Pensou que choraria, mas nenhuma

lágrima foi derramada. Pensou que

tremeria, mas continuou calmo

assim como seu coração que voltou

ao batimento normal. Era como se

tivesse sido levado a um mundo de

paz ou hipnotizado por algum

encantamento. Era quase surreal

aquela declaração que no enfim era

realidade. Sua reação foi sorrir e

abraçá-lo enquanto dizia que

queria que isso tivesse acontecido

antes e o quanto gostava dele, mas

ao mesmo tempo sabia que talvez

nunca fossem ficar juntos.

- Thomas. - disse ao

pé do ouvido. - Quem sabe

um dia nos encontramos e

passamos mais tempos

juntos... Gosto muito de

você, mas também quero

que você continue com a

sua vida, pois ela é cheia

de surpresas e não

sabemos o que o futuro

guarda. Mas tudo pode

mudar.

- Eu queria você

aqui. – disse Thomas

apertando-lhe a cintura

como se não quisesse

larga-lo. - Mas sei como a

vida é. Sei que tenho 18

anos e que nada é fácil.

Vou seguir seus conselhos

por que te admiro e

considero muito. Espero

que um dia possa lhe ver

novamente, mas tenho

medo de como iremos

reagir depois de tanto

tempo. Vai ser difícil... -

Thomas já sentia a boca

seca, engoliu a seco e se

afastou dois passos para

trás. - Desejo tudo de bom

para você na França. Tenha

uma boa viagem Kenneth.

- Toma cuidado

Thomas. O mundo é

perigoso, mas sei que você

vai ficar bem. Au revoir.

- Au revoir mon

ami. (Adeus meu amigo)

Kenneth estende a mão e

Thomas o aperta fortemente e logo

depois ajeita o chapéu fazendo uma

leve referência e se distanciou em

direção ao navio. Meia hora

depois, o gigante metálico iniciou

sua viagem. Do porto todos

acenavam e no alto do navio,

Kenneth acenava com seu chapéu

deixando o cabelo loiro ao vento

embora sua feição não fosse

possível ver. Thomas acenou e

sentiu que não o veria cedo, e se

um dia o visse novamente não

sabia o que aconteceria.

De volta ao presente, depois

de jantar novamente sozinho na

mesma mesa em que havia

almoçado anteriormente, Thomas

sobe até aonde era possível ver o

mar aberto e ver a cidade de

Cherbourg iluminada e com uma

grande massa de pessoas pronta

para entrar a bordo do Titanic.

Observando aquilo sentiu um

arrepio ao vir à mente que aquele

era o país onde Kenneth estava. E

de repente pensou:

- “E se eu visse Kenneth

subir a bordo”

Mas logo afastou a ideia

rindo da pegadinha provocada pela

sua mente – ou seria uma intuição?

Thomas poderia ser um

adolescente calmo e amigável, mas

por trás de todo anjinho sempre

tem um pequeno demônio que

adora confusão e parece que dessa

vez ele estava a fim de aprontar.

Cansado do clima de tristeza que

estava sentindo, ele então resolve

passear pelo navio e tentar

encontrar alguma distração, caso

contrário iria endoidar ali.

Enquanto caminhava pelos

corredores, percebeu a presença de

guardas dentro da embarcação o

que indicava que qualquer

confusão estaria sobre controle se

eles estivessem por perto. Mesmo

assim deixavam muitas brechas

abertas. Como por exemplo, deixar

a chave de uma das portas que

levavam ao andar superior, ou seja,

primeira classe na fechadura da

porta. Depois de certificar que a

chave também abria a porta no

convés superior, Thomas mesmo

receoso, volta a sua cabine, se

veste com os melhores trajes e

volta até a porta. A chave em sua

mão vibrava com a excitação de

estar fazendo algo errado e

impulsionado pela coragem, ele

gira a maçaneta, entra no corredor

e tranca novamente. O caminho

até o andar superior se resumia a

um pequeno corredor e uma

escadaria branca com várias

tubulações da mesma cor que

cruzavam o caminho. Quando

chegou ao topo da escada, ouviu

burburinhos em francês o que

indicava que os novos passageiros

já estavam a bordo. Quando os

sons diminuíram, Thomas abre uma

pequena fresta e certificando que

não havia ninguém por perto, sai

de seu esconderijo e se mistura

entre as pessoas de classe. Algumas

mulheres andavam com echarpes e

emanavam perfumes adocicados

enquanto os homens andavam com

seus smokings impecáveis e

chapéus altos. Seguindo as pessoas,

chegou até a parte aberta do navio

onde estava um grupo de músicos

e seus instrumentos. O céu estava

limpo e estrelado e grupos de

pessoas conversavam por todos os

lados.

Depois de serem

surpreendidos pelo apito alto e

forte do navio, todos se despedem

dos entes queridos no porto da

cidade e se espalham pelo local.

Thomas percorre o deck e sobe até

a parte mais alta do navio ficando

no parapeito protegido por barras

de ferro branco. Encostado com os

cotovelos e de costas para frente

do navio olhou para a grande

chaminé mais acima, e voltou a

dar atenção ao mar gigante à

frente. Era negro e tão

profundamente triste e misterioso,

que se debruçou no ferro frio. Lá

embaixo na primeira classe as

pessoas encaravam o frio vindo do

mar, enquanto degustavam

coquetéis de luxo. E de repente

uma delas se vira e como se uma

onda gélida lhe tivesse atingindo

Thomas se surpreende ao ver que

as palavras ditas á dois anos atrás

estavam para se realizar naquele

exato momento;

Lá de baixo, estava ele

vestindo um sobre tudo preto e

chapéu curto. Quando retirou de

sua cabeça, deixou os fios

aloirados e cumpridos balançarem

com o vento. Mas como se algo o

chamasse a atenção pelas costas,

olhou ao redor para ver o que o

incomodava, mas quando olhou

para cima seus olhos azuis se

tornaram evidentes. Thomas sentiu

gelar da cabeça aos pés e de sua

boca a única palavra fora o

provável nome da pessoa;

- Kenneth!? Será possível?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Tony.B a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Cara, estou estupefato. Esse conto é lindo por de mais. Estou avidamente ansioso pela continuação, então, não demore a posta-la não, por favor. Enfim, parabéns, pois você é um gênio da narração.

0 0
Foto de perfil genérica

Mas antes tivessem feito o filme com este conto.... seria muito mais emocionante....

esta esplendido, mesmo com alguns erros de portugues...

perfeito e emocionante!

&)

0 0
Foto de perfil genérica

Gzuis amado, tô amando mais do que a história normal *-*

0 0