Digo que te Odeio, quando sei que te Amo - Capítulo 1 & 2

Um conto erótico de Bruno
Categoria: Homossexual
Contém 2739 palavras
Data: 25/06/2013 21:10:15

Ola! Em finais de Agosto do ano passado iniciei este conto - Digo que te odeio, quando sei que te amo - contudo, após publicar 5 capítulos tive de parar por motivos pessoais e só na semana passada, passados estes meses todos, vi os comentários e alguns mails que recebi e, por isso, decidi repostar e dar continuidade ao conto. Vou juntar dois capítulos de uma só vez, (1 e 2) e amanhã (3 e 4) - com erros e lapsos corrigidos para já amanhã ou sexta dar continuidade ao conto.

Espero que gostem, os vossos comentários/notas são muito importantes porque me ajudarão a perceber se estou a ir bem, se vocês estão a gostar e, claro, críticas, dicas, opiniões são bem-vindas!Mais uma manhã, a primeira daquele ano lectivo, primeiro dia de aulas, escola nova, turma nova. Era tudo muito novo, até demais!

Chamo-me Carlos, tenho 17 anos, sou alto, moreno, cabelos castanhos, corpo levemente tonificado e desde cedo sei que gosto de garotos. Meus pais não sabem mas com certeza desconfiem. A maioria dos pais entende embora evite o assunto.

Arrumei-me sem grande vontade de ir para a escola, fui para uma turma onde não conhecia ninguém, e poucos eram aqueles que conhecia na minha nova escola. Propositadamente cheguei em cima da hora e já estavam todos sentados a conversar. Esperavam o professor que ainda não tinha chegado. Restava apenas uma cadeira. E era logo junto dos "badboys", aqueles que armam confusão o dia todo, dava pra ver, estavam todos conversando e que remédio o meu se não o de me sentar lá (pra que vim em cima da hora?)

Os olhares estavam todos centrados em mim, coisa que realmente eu odeio. Sentei-me e pouco a pouco todos continuavam a falar entre si. De mim. Principalmente o grupo dos badboys ao meu lado que, em minutos, já estavam a zoar comigo...

?? - Com aquela carinha de certeza que é daqueles que não dizem nada, vamos nos divertir muito com ele. - Eu olhei para eles.

?? - Nem um mês aguenta, vai logo querer mudar de escola!

?? - Nem duvide, vai ser nosso brinquedinho, o que ele vai sofrer nas nossas mãos! - Eles continuavam a "ameaçar-me" mas... O meu olhar parou num daqueles garotos. Ele era, bem, eu nem sei como descrever... Loiro, olhos verdes, braços fortes, e um sorriso encantador (ainda que fosse de deboche... por minha causa!). Mas não passava disso, de um rapaz. E que por sinal me estava a informar que me iria infernizar a vida enquanto estivesse naquela escola.

Desviei o olhar quando uma rapariga veio ter comigo.

?? - Olá, eu chamo-me Ana. Gosto em conhecer-te.

Eu - Olá! Meu nome é Carlos. Finalmente no meio de tanta gente alguém se apresenta. - respondi com um sorriso no rosto.

Ana - Não se preocupe, eu apresento-te aos meus amigos, vem.

Eu - Obrigado! - Levantamo-nos e fomos até ao grupo que estava com ela. Ela apresentou-me a todos à excepção dos quatro rapazes que, pelo que ela me contou, gostavam de zoar com todo mundo, ela sabia disso porque já era da turma deles à alguns anos. Nós fomos para um canto, sozinhos, falar.

Ana - Prepara-te porque, se eu bem os conheço, eles vão te fazer a vida negra.

Eu - Eu também não tenho medo. Eles se acham os melhores pelo que eu percebi.

Ana - É assim, embora eles sejam dessa forma, eles são muito gatos.

Eu - E de que vale isso?

Ana - Posso-te fazer uma pergunta?

Eu - Claro que sim!

Ana - Você é gay ou bi?

Eu - Porque você tá perguntado isso? - eu fiquei corado, era assim tão notório?!

Ana - Digamos que eu percebi como você reparou no Diego.

Eu - Quem é o Diego? - eu já sabia que com certeza era o rapaz loiro.

Ana - O loirinho que te estava zuando, e eu vi seu olhar. Digamos que eu sou muito atenta. E não se preocupa, eu não tenho qualquer preconceito.

Eu - Sim, eu sou gay. - eu disse a medo.

Ana - Não se preocupe que eu não vou contar a ninguém.

Eu - Você parece ser boa pessoa. - O professor chega à sala e nos manda sentar.

Depois de apresentações e de zuações chega a hora de almoço. Fui-me sentar com Ana, Filipe, André e Daniela (outros três colegas super simpáticos da nossa turma com quem eu mais tinha simpatizado e que eram do grupo da Ana). Sento-me ao lado dela e poucos segundos depois ela me diz:

Ana - Vem aí...

Eu - Vem aí quem?

Ana - O Diego! - Finjo não saber que ele vinha em direcção a nossa mesa e começo a comer. Ele chega, senta-se à minha frente e fica a olhar para mim. Continuo a agir como se ele não estivesse lá, claro que todos se calaram e olhavam pra nós.

Diego - Você é sempre assim?

Eu - Assim como? - eu o olhos nos olhos.

Diego - Sempre tão calmo, a finjir que as pessoas não estão à sua volta.

Eu - E você? Se senta sempre onde não é convidado?

Diego - Depende. Quando algo que está na mesa me pode interessar, sim, sento.

Eu - E aqui o que te interessa? O desprezo? Eu acho melhor você ir ter com seus amiguinhos...

Diego - Você me odeia assim tanto?

Eu - Claro que eu não te odeio. - eu disse com cara de pena dele (sarcasmo).

Diego - Eu sabia, você ainda vai gostar muito de mim, quem sabe seremos amigos, depois de eu te infernizar a vida, claro.

Eu - Eu não te odeio, porque você pode falar e fizer o que bem quiser e entender, a mim não me importa. A mim só me importa e me causa algum tipo de sensação quem tem importância! E se há coisa que você não é, de certeza, é importante!

Diego - Se prepara, você ainda se vai arrepender do que está dizendo.

Eu - E eu vou pagar pra ver isso. Mas te digo, eu não sou daqueles que fala da boca pra fora e só mais uma coisa playboyzinho, você se acha o maior, mas está longe de ser, porque desse 1,90 (a altura foi a sorte, mas deve ser mais ou menos...) não se aproveita nada.

Ele riu-se e saiu da nossa mesa.

Filipe - Cara, você é louco? Primeiro dia e já arma guerra com o rapaz mais temido da escola?

Daniela - Eu gostei do que você disse, e te digo que aqui nunca ninguém o desafiou! - ela era tão engraçada, ficava eufórica com tudo.

Ana - Quem sabe o nosso amigo não vai mudar o jeito de ser daquele gatão...

Filipe - Você só pensa nisso né Ana rsrsrs

Ana - Eu tenho olhos na cara para alguma coisa rsrsrs

O resto do dia passou-se normalmente, ele e os amigos passavam o dia olhando para mim e falando entre eles, eu nem me preocupava. Com certeza estariam combinado algo contra mim, mas não valia de nada tentar perceber o quê. As aulas terminaram e já à saída da escola...

Daniela - Quer vir connosco ao shopping Carlos?

Eu - Obrigado mas vou pra casa, estou cansado e sem muita vontade... Desculpem.

Daniela - Não tem problema, mas na próxima não tem desculpa. - Despedi-me de todos e quando abracei a Ana ela me sussurrou:

Ana - Logo quero falar com você, temos de ter uma conversinha...

Estava a ir para casa a pé (moro perto da escola), quando um carro passa por mim e para um pouco mais à frente. Era numa rua apenas com duas casas e muito pouco movimentada, que por sinal na altura estava deserta. Era um carro desportivo, caríssimo, preto, e deveria ser muito recente. Foi quando ao passar, ouço o vidro abrir e aquela voz que já tanto me tinha irritado soa...

Diego - E aí, como está a bonequinha? - Não respondo e sigo em frente. Ele anda com o carro ao ritmo que vou andando, sempre do meu lado.

Diego - Sou assim tão brasa que te deixo sem palavras? - Olho pra ele e vejo aquele sorriso lindo, ai ele é mesmo gato, musculado, e é tão sex... Foco Carlos... Foco!

Eu - Você é o quê? Lamento, mas realmente, como já disse, em mim você não desperta nada, nem amizade, nem ódio, nem nada!

Diego - Hum, eu finjo que acredito bonequinha... - Eu paro.

Eu - Da próxima vez que me chamar de bonequinha, te garanto que se arrepende!

Diego - Entra no carro boneca.

Eu - Você tá zoando comigo? Eu já d... - Ele interrompe-me.

Diego - Entra no carro. - Ele falou de forma autoritária.

Eu - Quem você pensa que é pra me mandar ent... - Ele sai do carro e eu penso que ele me vai espancar.

Diego - Eu te pedi, você não cumpriu, me obriga a fazer as coisas de outra forma. - Dito isto, pega em mim pela cintura, eu tento debater mas não tenho força nenhuma comparada com ele. Ele coloca-me no lugar do passageiro. Com o medo não fui capaz de sair. Ele entra e me começa a levar para uma das zonas mais ricas da cidade.

Eu - Posso saber pra onde você me está levando seu maluco?

Diego – Já vai ver… E se cala, sua voz é um pouco insuportável…

Eu – Grrrrrr... Idiota.

Ele parou o carro no centro da cidade, trancou as portas e ficou em silêncio a olhar lá para fora. Confesso, nesta altura estava cheio de medo do que ele pudesse fazer… Alguns minutos e eu já não aguentava aquele silêncio insuportável.

Eu – Abre as portas, por favor. – Ele não diz nada e destranca as portas e olha para mim. Quando abri a porta pra sair ele segura o meu pulso.

Diego – Espera. Me desculpa.

Eu – Por favor me larga e me deixa sair.

Diego – Só se você prometer que me perdoa. - ele continuava sem me soltar e que mãos macias...

Eu – Você já se apercebeu, sem me conhecer do nada me ameaça, está sempre lançando olhares para mim e agora me pede desculpa? Você acha que eu sou o quê?

Diego – Tem razão, você não vale a pena o esforço. Prefiro perder!

Eu – Prefere o quê? Cara, você tá bem?

Diego – Sai do carro, e rápido! Tenho mais que fazer…

Eu – Na verdade eu te odeio mesmo! Você não presta.

Saí do carro e fui rapidamente para casa. Triste, desiludido… Mas não iria dar o braço a torcer. Isso, nunca! Sabe, eu estava atraído por ele mas era apenas isso, nada mais.

Depois de descansar um pouco em casa, e de tomar um bom banho o meu celular toca. Número que não conhecia…

Eu – Ola…

?? – Ola, tudo bem? Sou eu, a Ana.

Eu – Tá tudo linda e você?

Ana – Eu estou, mas preciso de te contar algo…

Eu – Então diga, acho que nada pode tornar o meu dia pior. - "Acho", disse bem.

Ana – Tem a ver com Diego.

Eu – Nada relacionado com ele me interessa.

Ana – Mesmo que tenha a ver com uma aposta.

Eu – Aposta?

Ana – Sim, eu ouvi uma conversa hoje. Do Diego e do Júlio (amigo estúpido do Diego, na verdade todos pareciam ser). Eles falavam de uma aposta, o Diego apostava que te ia levar para a cama numa semana. Apostaram 50 reais…

Meu mundo desabou. Eu, uma aposta? Como aquele cara é capaz de brincar assim com meus sentimentos? O que ele achava que eu era?

Ana: Você está bem?

Eu: Claro que estou bem. Ele também tem ar de ser estúpido mesmo e sinceramente ele não é o meu género.

Ana: Você sabe que eu sei que isso não é a realidade.

Eu: Ana, me desculpa mas se tu não te importares falamos amanhã.

Ana: Ok, beijo Carlinhos. Fica bem.

A partir daquele momento eu sabia de algo - o Diego nunca mais iria ver irritado, chateado, nada. Eu sentia nojo dele.

No dia seguinte de manhã quando chego logo Filipe vem ter comigo.

Filipe - Então Carlos, como você tá?

Eu - Um pouco cansado, hoje não dormi muito bem e você?

Carlos: Também. Vamos indo para a sala?

Eu: Sim vamos.

O Filipe era muito divertido, sempre brincalhão mas também muito carinhoso. Quando entramos na sala fomos logo ter com a Dany, Ana e André.

Começamos logo a falar, eu estava de costas para o lugar de Diego mas já tinha ouvido sua voz e sabia que ele estava lá. Mas estava decidido a esquecê-lo até porque o que eu sentia era apenas uma atração, uma vez que ninguém se apaixona num dia...

As aulas passaram normalmente sem grandes acontecimentos, o Diego por vezes ficava me olhando, um olhar que permanecia indecifrável, eu fingia não ver.

Da parte da tarde, durante intervalo, eu e o Filipe estávamos sentados num banco junto ao pavilhão da escola

Filipe - Você tá bem?

Eu - Claro que sim, porque não havia de estar?

Filipe - Você sabe que se precisar de qualquer coisa pode contar comigo, não sabe?

Eu: Sim, eu sei. - eu disse sorrindo tímido.

Filipe - Mesmo te conhecendo à pouco realmente eu gostei de você, você é super simpático e tem muito carisma.

Eu - Assim você me deixa corado. - Eu já estava na verdade (embora fosse moreno, notava-se).

Filipe - Realmente eu sou lindo eu sei.

Eu - Você é convencido isso sim! (aproveito para descrever o Filipe -> da altura do Diego, bem alto, olhos cinzentos, cabelos pretos arrepiados, braços malhados e segundo vim a saber depois muito trabalho de academia).

Filipe - Olha pra este tanquinho. - Ele levanta a camisola e passa a mão na sua barriga super trabalhada e com alguns, poucos, pelos debaixo do umbigo.

Eu: E você me está mostrando essa pouca vergonha porquê?

Filipe - Estava à espera que você dissesse que eu era lindo e gato. - ele diz com cara de cachorrinho abandonado.

Eu - Pronto, você ganhou, você é gato e tem um tanquinho lindo, feliz?

Diego - Filipe, agora você também gosta de meninos? E você bonequinha, dá pró primeiro que vê à frente?

Filipe - Sai daqui e rápido.

Diego - Se não você faz o quê? Vai me obrigar?

Eu - Sai daqui logo Diego e o que eu faço ou deixo de fazer não te diz respeito.

Diego - Bonequinha, você ganhou voz foi?

Eu - Eu tenho mais voz que você, e se prepara porque eu não sou de me calar.

Filipe - Sai daqui, já te avisei... (ele se levantou indo em direção a Diego). Caso contrário vai armar confusão.

Diego - Você sabe que eu adoro uma briga. (os dois começam aos pontapés e murros, eu tento os separar e acabo por apanhar um murro de Diego e da maneira que caio acabo ferindo o braço que começa a sangrar).

Diego - Desculpa Carlos, foi sem querer, não era pra te acertar. (ele diz aproximando se de mim mas Filipe o afasta e me ajuda a levantar).

Eu - Eu te odeio ouviu? Você é a pessoa que eu mais odeio com todas as minhas forças neste Mundo.

Felipe - Você está bem? Me desculpa... (ele diz enquanto caminhávamos para a enfermaria, eu ia com o braço sobre os seus ombros e ele com a mão na minha cintura).

Eu - Você não tem culpa nenhuma. A culpa é daquele idiota. Eu o odeio e... Obrigado por me ter defendido e estar me ajudando.

Filipe - Você pode contar sempre comigo, sempre. - Ele disse olhando em meus olhos e com um sorriso lindo.

Depois de estar na enfermaria o Filipe saiu, a pedido/ordem da enfermeira porque ele não queria ir.Enquanto ela me fazia o curativo alguém bate à porta, eu nem estava dando atenção.

Diego - Posso entrar?

Enfermeira - Deixe só eu terminar de fazer o curativo a este menino.

Diego - Eu aguardo. - Ele disse entrando.

Assim que ela terminou, Diego pediu para ficarmos a sós, eu ainda tentei me esquivar mas ele não permitiu.

Diego - Me desculpa. Por favor. Eu não tenho nada contra você nem quero seu mal.

Eu - Porque haveria de acreditar nisso? Passou as últimas 24horas, sem me conhecer de lado algum, sem eu te ter feito nada me ameaçando, se enxerga.

Diego - Porque - ele chega junto a mim e me beija, um beijo calmo, mas ao mesmo tempo intenso e com pegada - eu te amo. (dou lhe um tapa na cara e ele fica perplexo olhando pra mim)

Eu - Não volta a fazer isso.

Diego - Você não gostou?

Eu - Eu não gosto que me usem.

Diego - De que você tá falando?

Eu - Da aposta que você fez. Isto era mesmo pra quê? Pra me comer e ganhar uns tostões? Você acha que eu sou o quê?

DiegoObrigado por lerem e aguardo ansiosamente opiniões, comentários, notas, tudo :p

Se quiserem meu mail - bruno_costa_pt@hotmail.com ;)

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Comentários

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Muito obrigado a todos :) Oliveira Dan: Sim, eu sou português daí que às vezes tenho medo que não entendam alguma coisa que escrevo mas tento sempre escrever de forma a que se perceba x)

Bruno Del Vecchio: Sim, eu alterei algumas coisas, alguns lapsos que na altura existiam e já que tinha essa oportunidade queria aproveitá-la. Confesso que tinha saudades de voltar a postar!

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não sei porque mas a sua escrita me remete à algumas histórias românticas de quando começei a ler os contos daqui da CDC. Estava com saudades desta forma de narrar rs; Percebi uma coisa e tenho que perguntar: você é português?

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Vou ser sincero com você! Está demais, até notei que você fez algumas mudanças na escrita. Eu li a 4 partes que você postou antes de dar uma pausa. Ainda bem que você voltou a escrever.

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