Confesse Que Me Ama | CAPÍTULO 06 | Vagalumes

Um conto erótico de Xixi Mijurina
Categoria: Homossexual
Contém 1912 palavras
Data: 08/05/2013 03:07:30
Última revisão: 02/06/2013 01:30:14

Voltemos ao nosso casal principal.

Joaquim e Cauê pouco se falavam. Joaquim sentia vergonha pela história que havia contado. Cauê sentia raiva de Joaquim, mas haviam sentimentos a mais misturados: atração, excitação, carinho e, quem sabe, amor.

Depois que Joaquim contara de sua transa com o professor Bruque, Cauê teve certeza de que ele era gay e esperanças começaram a nascer. Cauê tentava expulsá-las de seu coração, mas perdia as forças todas as vezes em que via Joaquim sem camisa. Como um ser podia ser tão lindo ao ponto de provocar sentimentos tão opostos num mesmo coração? Sem que percebesse, Cauê fitava Joaquim e conhecia todas as curvas de seu corpo, sabia até quantos gomos existiam naquela barriga sarada.

- Ô, novato! Vai me ajudar aqui ou vai ficar me olhando feito um trouxa? - disse Joaquim.

- O que você quer que eu faça?

- Vou subir e quero que jogue essas caixas pra mim. Será que você aguenta?

- Claro que aguento!

Joaquim riu. Ele tinha pensado outra coisa.

Cauê não tinha muita habilidade e sofria bastante com as caixas. Joaquim se divertia, achava engraçado ele se retorcer todo pra jogar a caixa o mais alto que podia.

- Tira a camisa também, novato!

- Não, obrigado! - Cauê estava ofegante.

- Eu sei que você não quer me humilhar com seu tanquinho, mas eu nem ligo. Anda, cara, você está suando como um porco.

Cauê jogou a última caixa que Joaquim, destraído, não conseguiu pegar. A caixa voltou bem na testa de Cauê que caiu.

- Ai!

- Ah, droga! Não se meixa! - com muita habilidade Joaquim chegou ao chão - Machucou?

- Não!

- Que "não" o quê? Sua testa está sangrando, deixa eu ver.

- Sai pra lá! Eu já disse que não foi nada. Tô legal.

- Cara, você se machucou, pode ser grave!

- Desde quando você se preocupa comigo?

- Desde nunca, ué! - Joaquim tentava disfarçar - Não estou preocupado. É que você não jogou a caixa direito e ela voltou. Daí você se machucou. Fiz por instinto, qualquer um teria feito igual.

- Como é que é? Eu joguei a caixa direito sim! Foi você quem não pegou. Se prestasse mais atenção no que faz isso não teria acontecido.

- Agora a culpa é minha?

- Não só agora, a culpa sempre foi sua! Ai!

- Aí, não tô falando? Deixa eu ver essa testa.

- Cai fora!

- Deixa de ser tão marrento. Só quero ajudar, espera! - Joaquim olhou o ferimento no canto esquerdo da testa de Cauê - O sangue está parando, acho que não preciso te levar ao médico. Em compensação vai ganhar outra cicatriz. Como você fez essa no meio da testa?

Cauê segurou a vontade de xingar Joaquim pela segunda cicatriz que ele fazia em sua testa. Mas ele não havia lhe reconhecido... Ainda.

- Eu caí.

- Caiu, é? Sei... - Joaquim estava desconfiado.

- Oi, Cauê! O que foi isso em sua testa? - Janaína apareceu ignorando Joaquim.

- Nada, não, Jana, só um pequeno acidente de trabalho.

- Pena que essas coisas só acontecem com pessoas erradas. Podia cair o teto na cabeça de uns e outos. Bom! Trouxe uma lista com umas coisas pra você separar pra mim, tudo bem?

- Tudo bem!

- Oi, Jana! Se vocâ ainda não percebeu eu estou aqui também - Joaquim tentou chamar atenção.

- Já vou indo, Cauê. Melhoras! - Janaína saiu enquanto Joaquim ficara boquiaberto.

- Tá, obrigado! - falou Cauê.

- Você viu isso? Ela me ignorou completamente!

- É, vi. Não deve ser fácil ser convidada pra um cinema e assistir ao filme sozinha.

- Eu esqueci, cara! Já tentei explicar, mas ela não me ouve.

- A gente costuma esquecer somente o que não tem importância.

- Você está me dizendo que eu não dou importância pra mulher? Você é louco?

- Bom! Você esqueceu a Jana.

- Preciso reconquistá-la! Mas como? Ela mal olha na minha cara.

- Mulheres gostam de bajulação. Se humilha, ela vai adorar.

- Como? Beijando os pés dela?

- Quase isso! Quer mesmo reconquistar a Jana?

Joaquim refletiu por um segundo. Ele não gostava da Janaína. Ele queria afogar seus sentimentos por homens num relacionamento sério com uma mulher. Tinha medo do que podia acontecer se ele se assumisse. Achava que esse sentimento passaria com o tempo, mas, na verdade, nem tinha começado. Respirou fundo e respondeu:

- Sim, eu quero!

- Então depois do serviço eu e você temos um compromisso.

- Que compromisso?

- Vamos caçar vagalumes!

***

Depois do fim do expediente Cauê levou Joaquim a um bosque um pouco afastado onde já se podia ver alguns vagalumes. O Sol já se punha.

- E que começem os jogos! - disse Cauê entregando um pote de vidro a Joaquim.

- Ok. Por que estamos capturando vagalumes?

- Sério que você nem faz ideia?

- Não. No que isso vai me ajudar com a Jana?

- Tô vendo que você não é nada romântico. Olha, confia em mim. Sei o que estou fazendo. Um vagalume! Peguei! - aprisionou o bichinho luminoso no pote - Um a zero!

- Quer competir, é? - Joaquim se sentiu desafiado.

- Já estou ganhando.

Os dois saíram correndo pelo bosque pegando o máximo de vagalumes nos potes que levavam. Depois de um tempo:

- Já é meu quinto pote! - debochava Cauê.

- Não canta vitória antes da hora, não, novato! - ria Joaquim.

Sem perceber os dois estavam se divertindo. Riam muito enquanto corriam atrás dos vagalumes. Até que sobrou o último.

- Êpa! Esse é meu! - avisou Joaquim.

- Não se eu quiser pegar! - correu Cauê.

Joaquim corria atrás de Cauê que avançava cada vez mais rápido. Mas, ao se deparar com uma pedra grande no percurso, Cauê tropeçou e caiu de bunda e Joaquim caiu por cima dele.

- Ai!

- Ai, caramba!

Os dois começaram a rir na estranha posição mesmo.

- Que droga, perdemos! - disse Joaquim.

- Nós não, você perdeu - ria Cauê que gostava do ocorrido.

- O seu machucado melhorou. É verdade, você ainda não me explicou como fez essa outra cicatriz no meio da testa.

- Ganhei! - Cauê pegara o bicho que havia voado para perto dos dois.

- Por que eu deixei!

- Ah, sei! E pretende me prender por quanto tempo mais? Ainda está em cima de mim - Cauê sentia algo se mover na calça de Joaquim.

- Ah, desculpa! - Joaquim se levantou.

- Você não admite a derrota mesmo, não é?

- Jamais!

Cauê riu. Joaquim o olhou e soltou uma gargalhada em seguida.

- Até que foi divertido - disse Cauê - agora vamos para a segunda parte do plano.

- Então vamos! - Joaquim pegou as bolsas com os potes cheios de vagalumes.

- Você não vai me perguntar qual é a segunda parte?

- Não, confio em você.

***

Mais tarde os dois se encontraram novamente em frente a casa de Janaína.

- Fiz como você mandou. Tomei banho, me higienizei todo, passei perfume até no...

- Tá! Não quero detalhes. Ainda bem que chegou, está quase na hora. Trouxe o violão? - falou Cauê.

- Sim, tá aqui. Quem são esses caras? - Joaquim apontou para um bando de garotos vestidos com becas iguais.

- Eles fazem parte do coral lá da igreja.

- Ah, agora eu entendi! Vou fazer uma serenata!

- Sim, garoto esperto! Vamos pra debaixo da janela dela.

Cauê entregou um pote com vagalumes para cada membro do coral.

- Cara, você é muito romântico. É o sonho de qualquer mulher.

- Pena que nenhuma reconheça isso.

- Você só precisa ser mais sexy e ousado. Deixa comigo. Como pagamento pelo que está fazendo, vou te dar umas aulas. Você vai ver, choverão gatinhas na sua horta.

- Certo - Cauê riu - Conheçe a música?

- Não, qual é?

- "Vagalumes" do Pollo.

- Quem não conheçe essa música?

- Ótimo! Então vamos começar!

***

Enquanto isso, Janaína estava com visita em seu quarto.

- Ai! Que delícia! Mete mais, mete!

- Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Gostosa!

- Chupa meu peitinho, chupa gostoso, vai!

- Vadia! Cachorra!

- Isso, me xinga, vai, Abel! Adoro! Ah! Sou sua puta agora!

- Você me deixa louco. Caralho de buceta quente! Vou gozar!

- Fala baixo, meus pais podem acordar.

- Vou gozar! - Abel sussurrou.

TREC!

- Que barulho foi esse? - perguntou Abel.

- Parecia uma pedra na janela.

- Esquece. Vem, me beija!

TREC!

- De novo? Vem cá, você tá esperando outra pessoa?

- Abel, me respeita! Tá pensando que eu sou o quê? Tira esse pau de dentro de mim, deixa eu ver quem é.

- Droga, eu tava quase gozando.

- Goza sozinho! - Janaína se levantou e foi até a janela. Abriu.

- "VOU

CAÇAR MAIS UM MILHÃO

DE VAGALUMES POR AÍ..."

- O que é isso? - perguntou Abel.

- Fica aí! - ordenou Janaína.

- É uma serenata? Que coisa mais gay!

- É o Joaquim lá embaixo. Que lindo, o céu está cheio de vagalumes!

- Esse Joaquim anda tão estranho.

- São poucos os homens que ainda fazem algo assim. A grande maioria só pensa em sexo.

- Duvido que ele vai continuar quando souber que eu estou aqui.

- Você não se atreva a vir na janela!

***

- "...PRA TE VER SORRIR EU POSSO COLORIR O CÉU DE OUTRA COR..."

- Pra quem ela tanto murmura? - cochichou Cauê para Joaquim durante a música.

- Sei lá! Deve ser alguma amiga!

***

Lá em cima ouviram-se batidas na porta:

- Janaína! O que é aquilo lá fora?

- Ferrou, são os meus pais! - ela sussurrou pra Abel.

- Vou fugir! - disse Abel.

- Por onde? Esqueceu que o Joaquim tá lá em baixo?

- JANAÍNA, ABRA A PORTA! - seu pai estava impaciente.

- Se esconde!

- Aonde?

- Debaixo da cama, ué!

***

- "... EU

SÓ QUERO AMAR VOCÊ

E QUANDO AMANHECER..."

- Por que ela sumiu agora? - perguntou Cauê.

- Ela deve estar emocionada, acho que foi pegar um lenço! - respondeu Joaquim.

***

Lá em cima.

- Janaína, é a última vez, abr...

A porta abriu-se.

- Oi! O que foi?

- Que bagunça é aquela lá em baixo? - o pai de Janaína tinha uma arma na mão.

- Pai, o que é isso?

- Ah, não! Eu vou morrer! - sussurrou Abel.

- É só pra assustar! - disse o pai.

***

- "... EU QUERO ACORDAR

DO SEU LADO!"

- Ela tá demorando bastante, não acha? - disse Cauê.

- É, peça para que parem - disse Joaquim tirando uma folha de papel dobrada de seu bolso.

Cauê pediu pra que parassem.

- Janaína! - Joaquim gritou bem alto - essa é pra você:

"O AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER

É FERIDA QUE DÓI E NÃO SE SENTE

É UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE

É DOR QUE DESATINA SEM DOER..."

- Ah, é? Mas eu acho que isso aqui vai doer, sim, senhor! - o pai de Janaína apareceu na janela atirando para o alto.

Todos começaram a correr desesperados. Abel morria de rir debaixo da cama. Porém Joaquim não arredou o pé.

- Corre, Joaquim, ele vai atirar em você! - gritou Cauê que parou de correr.

- Não. Janaína, eu sei que fui um idiota, me perdoa. Eu te amo. Namora comigo? - Joaquim estava nervoso.

- O quê? - Cauê, Abel e o pai de Janaína disseram ao mesmo tempo.

- Eu... Eu... - Janaína olhava pro pai amedrontada - Eu aceito! É isso mesmo, papai! Joaquim, eu sempre te amei e isso o que você fez foi a prova mais linda do seu amor por mim! É claro que eu aceito!

- Você não vai namorar esse frangote - falou o pai de Janaína.

- Se o senhor proibir eu fujo!

- O quê? - sussurrou Abel.

- Não me desafia, menina!

- Pai, eu amo ele, deixa, por favor!

- Olha aqui, moleque! - Joaquim sentiu um frio na barriga - Você foi corajoso, deve gostar muito da minha filha. Por isso eu prometo pensar no seu caso. Volta amanhã que a gente conversa. Agora, todo mundo pra casa!

- Ai, obrigada, paizinho! Amanhã a gente se vê, amor!

- Tá, tchau! - despediu-se Joaquim.

Janaína fechou a janela e ele ficou se perguntando se era aquilo mesmo o que queria.

- É... Seu plano deu certo, cara. Ela me perdoou.

Silêncio.

- Cauê, ficou mudo? Responde. Ué, cadê você? Cauê!

Cauê já estava bem longe dali.

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Comentários

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AINDA BEM QUE VOCÊ NÃO SUMIU DO SITE... eu estava desesperado achando que você havia abandonado essa conta, não faça mais isso, ok?

E puta que pariu que conto lindo. Cara, você é perfeito.

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Muito legal e chato pela parte em que Abel fodia a Janaina,mais fazer o q neh?

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Pessoal, seguem meu e-mail: flavioamputa@outlook.com. Vamos manter contato, ok? Me adicionem no Face também: https://www.facebook.com/flavio.carlos.7798

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nossa que puta essa janaína... Ahhh que cuti-cuti nossos protagonistas se dando bem. Até imagino o motivo do Cauê ter saído correndo: ele foi embora triste porque o Joaquim conseguiu conquistar a vadiazinha; Só quero ver o que vai acontecer com a amizade do Joaquim e Abel quando ele descobrir que seu amigo estava transando com a menina que ele "ama"

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Gente, Cauê tinha seus motivos para sumir do nada. Leiam no próximo capítulo.

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Oi, pessoal! Demorei, mas aí está a continuação da nossa histíria (bem extensa por sinal!). Espero que gostem! Comentem e divulguem seus contos! Beijos e boas ejaculações!

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