TRANSEI COM UM FANTASMA! - Parte I

Um conto erótico de SayMan
Categoria: Heterossexual
Contém 1421 palavras
Data: 17/04/2013 01:03:53
Última revisão: 17/04/2013 13:18:05

Sempre fui meio louco, sabe?

Um louco contido, sob controle.

Na minha

área profissional eu era

consideradado o cara. O pior é

que eu me

considerava o cara. Se alguém

me elogiava, eu dizia em meu

íntimo,

exteriorizando um sorrisinho

irônico: “Agora fale algo que eu

não saiba.”

Convencimento? Talvez, mas

verdade seja dita, eu era

realmente assim, muito

cheio de mim e excessivamente

confiante, como se nada pudesse

abalar minhas

estruturas. Como se fosse

insubstituível, um homem de

ferro, à prova de

balas.

Quando resolvia tirar um

tempo só para mim, aí liberava

toda a

adrenalina acumulada, como se

não bastasse minha própria vida

que já era

feita de adrenalina. Eu era um

brasileiro naturalizado

americano, um marine

da USMC (United States Marines

Corps [Corpo de Fuzileiros

Navais dos

Estados Unidos da América]). Eu

era membro das forças militares

mais

poderosas que o mundo já

conheceu desde que o homem

veio a existir na face

da terra. Eu era um grande

orgulho para mim, para minha

família, para o

Brasil e para o tio Sam. Eu me

achava. E aquilo me subia a

cabeça como uma

droga, sabe? Eu amava a guerra

e a guerra parecia gostar de

mim. Iraque,

Afeganistão e de novo o Iraque.

Na primeira guerra contra os

iraquianos,

pude vivenciar a Operação

Tempestade no Deserto. Uau, eu

estava no céu.

Mesmo nos momentos em que

eu devia respirar, agir como um

civil, lá

estava o espírito militar

incorporado em cada gesto,

alerta aos perigos

mesmo quando o som do perigo

nada mais era que o ruflar das

asas de um

pombinho a alçar voo. Minha

mente estava institucionalizada,

era algo

efetivo. À parte das ações

militares que me fascinavam,

meu hobby era minha

cara e minha cara era o

radicalismo, e o radicalismo se

personificaca na

forma de uma moto ou de um

carro. Eu vivia correndo como

um alucinado,

inclusive participando de rachas

onde quer que tivesse um pra eu

arriscar

não só minha vida, mas a de

outros também. As

conseqüências eram óbvias,

mas se complementavam como

partes de um todo. Quando

dentro do meu carro ou

em cima de minha moto, eu

deixava de ser eu. Ficava meio

insensível, meio

máquina e meio humano, sei lá.

Certa vez minha mãe me

disse: “Sabe do que você

precisa? De uma boa

garota pra se apaixonar e

casar, alguém que lhe complete. Ou seja, sua cara-metade". Eu ri. Sempre achei que

essa coisa de

amor é meio que coisa de

viadinho, o cara fica todo

manteguinha derretida,

delicadinho e vulnerável. Não

era pra mim. Eu era filho de

militar

brasileiro, eu era um militar a

serviço da maior potência

militar do

planeta. Homem preparado prà

guerra, sempre alerta ao perigo,

preparado

para não ter medo. Habituado a

matar para salvar vidas. E

obviamente

preparado para morrer pela

bandeira americana.

Chegamos ao ano de 2004.

Entrei de férias e escolhi o

Brasil para

relaxar um pouco. Escolhi São

Paulo como ponto inicial, pois

pretendia

conhecer vários lugares, porém

não sem antes conhecer “a

estrada de

Santos”, pois crescera com

aquilo na cabeça, pois meu pai,

que adorava o

cantor Roberto Carlos, sempre

repetia: “Você precisa percorrer

a estrada de

Santos, só assim vai entender

realmente o que Roberto quer

dizer”.

Naquela noite, uma gostosa

sexta-feira, eu finalmente ia

descer a serra

para a Baixada. Ia conhecer a

famosa “estrada de santos”.

Sozinho. Adoro as

noites. As luzes dos farois me

fazem lembrar vagamente

mísseis cortando o

negro dos céus. Sobre a pista,

em alta velocidade, me sinto

como voando

livre sobre e sob um manto de

estrelas. Muito doido isso, mas é

assim que

eu me sinto. A alucinação da

heroína não poderia ser mais

alucinante que

minha própria mente, drogada

por natureza.

Seguia a milhão pela

trabalhadores. Uma viatura

começou a me perseguir

com o giroflex acionado. Reduzi

e parei. Os caras vieram

marrudos. Levei

numa boa e após me identificar,

os caras só faltaram beijar meus

pés e

lamber meu saco, babacas. Tudo

bem, prossegui. Já tinha passado

pelo

pedágio e seguia rumo à serra.

Alíás, que diabo de país pra ter

tanto

pedágio. Vai pra puta que o

pariu.

Ok, de resto tudo estava

transcorrendo

maravilhosamente. Mas o meu

radar de soldado de repente me

alertou para um perigo que eu

sequer

imaginava o que era. É natural

que todo cidadão americano

tenha uma pulga

atrás da orelha, afinal parece

que o mundo inteiro quer nos

ferrar, né?

Então toda prudência é pouco.

Fiquei atento a tudo e reduzi a

velocidade

sobre a pista molhada. Adentrei

um túnel e por alguma razão

desconhecida,

senti um frio na espinha que

arrepiou todo meu corpo. Assim

que saí do

túnel, um frio glacial penetrou

minha jaqueta e mesmo sob as

grossas luvas

eu pude sentir minha mão quase

congelada. Estacionei a moto,

tirei meu

capacete e fui até a proteção

que dava vista para o absimo.

“Uau!”,

exclamei. Mesmo conhecendo

quase o mundo inteiro, aquilo

era de uma beleza

ímpar, mesmo sob a escuridão e

a neblina reinante. Respirei

fundo e senti o

ar frio penetrar meus pulmões.

Fiquei ali uns cinco minutos e

depois decidi

partir. Quando me voltei em

direção à moto, meu corpo

inteiro se arrepiou e

eu tomei um susto como nunca

antes tomara, nem sob o calor

das batalhas.

Num movimento automático

brusco, meu corpo reagiu na

defensiva e minha mão

buscou a arma, mas não a

encontrou. Fiquei estático a

olhar a figura que se

aproximava. Acreditem se

quiser, mas vindo do túnel em

minha direção, uma

garota. Completamente nua,

lenta e impassível, indiferente

ao frio

congelante. Tinha

aproximadamente 1 metro e 75

centímetros de altura. A

pele muito branca podia ser

vista mesmo sob aquela nablina.

Era algo anormal e

absolutamente atípico. Mas eu

era um mero

espectador, aquilo estava fora

de meu controle. Então ela

chegou e parou de

frente a mim. Senti um estranho

perfume no ar, mas não

conseguia

identificar o odor, era algo

único, exclusivo, inebriante e

sedutor. E de

repente ela me tocou a testa.

Fechei os olhos e uma tontura,

uma vertigem,

sei lá, tomou conta de meu

corpo inteiro. Minhas pernas

tremeram e eu senti

o mundo girar. No momento

seguinte caí no chão, e embora

consciente, eu não

via mais nada, exceto escuridão.

Escuridão e uma voz feminina

delicada que

sussurrava em meu ouvido

palavras desconexas que se

expandiam como ecos

perdidos num vale sem fim.

Subitamente senti como se

estivesse flutuando

sobre o vazio, sendo levado pelo

vento.

Parece que levou uma

eternidade até que eu abrisse

meus olhos. E lá

estava a menina, ajoelhada ao

meu lado, acariciando meu

rosto com sua mão

quente. Era estranho, mas o

tempo repentinamente tornara-

se estranhamente

claro. Eu podia ver a pequena

cachoeira que descia suave da

serra, assim

como conseguia ouvir os

pássaros alegres a cantar. E por

mais que tudo

aquilo fosse incompreensível,

nada era mais estonteante que

aquele corpo nu

a minha frente. Ela era apenas

uma menina, embora num

escultura corpo de

mulher. Seus olhos eram donos

de um profundo e penetrante

azul-turquesa, os

cabelos eram ruivos de um

avermelhado crepuscular, os

lábios eram carnudos

e rubros, a pele era branca

dourada de sol com sedutoras

sardas a pigmentar

sua face. Seus seios eram

durinhos, os biquinhos ousados

enrijecidos como

que envolvidos por um tesão

incontrolável. E por mais que

eu tentasse, não

conseguia entender o que uma

garota com traços

absolutamente germânicos

estava fazendo por ali

completamente pelada. Se fosse

uma menina de traços

típicos, já seria anormal. Mas

não era o caso, e as coisas se

tornavam

muito mais estranhas quando

levado em conta aquele silêncio

que tanto

falava.

Lentamente eu me sentei. O

chão era macio devido ao

gramado que beirava

aquele riacho. E ficamos quietos

a nos olhar, como que numa

análise mútua.

De repente ela abriu a boca

carnuda e eu ouvi um suspiro

entre dentes, algo

que voltou a me arrepiar

todinho. Então ela segurou os

cantos de minha

boca e foi conduzindo sua boca

em direção à minha. Sua boca

se uniu à

minha, então correspondi, a

respiração ofegante e o coração

batendo

descompassadamente num ritmo

alucinante. Pus a mão em seu

peitinho rígido e

quase fui à loucura. Ela desceu

então a boca pelo meu pescoço,

seguindo

pelo meu peito e parou em meu

umbigo, causando um frenesi

nunca antes

sentido por mim e acredito que por ninguém mais.

LEIA A CONTINUAÇÃO EM "TRANSEI COM UM FANTASMA! - PARTE FINAL"

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