Nas Garras do Lobo (Quatro) A Cerimônia

Um conto erótico de winter
Categoria: Homossexual
Contém 1429 palavras
Data: 01/03/2013 11:36:15

4. A Cerimônia

Apesar de homens que se transformam em lobos e outros que possuem habilidades camaleônicas serem coisas tão imaginarias como um guarda-roupas que na verdade é um portal para outro mundo, eu não podia mais tratar como mentira. Eu tinha visto e eu tinha certeza de que estava no meu perfeito estado mental, mesmo tendo discordado algumas vezes durante esse tempo. Eu sempre fui bom em lidar com coisas difíceis de acreditar, até mesmo coisas inimagináveis. Portanto eu já tinha parado de surtar mentalmente e aceitado todas as propostas que me eram feitas. Kaius me levou até um córrego estreito e fundo, ele disse que era ali que eles tomavam banho. Fiquei extremamente envergonhado quando Kaius se despiu de suas roupas completamente, mostrando primeiro seu membro mediado e coberto de pelos levemente aparados e mais escuro que o resto da pele de seu corpo. Logo depois ele se virou para pular no córrego me dando uma bela imagem de suas nádegas, única parte não bronzeada se seu corpo era também coberta de tão rasos quanto a de seu peito e abdômen. Kaius era mesmo um homem em seu perfeito estado, se estivéssemos na Grécia antiga, diria que estava vendo um próprio deus grego se banhando.

“Venha, se estiver com vergonha não se preocupe. Ninguém vai aparecer aqui essa hora.” Kaius disse com um tom diferente, mais sensual do que de costume.

Minha vontade era de fazer o mesmo que ele. Mas eu estava em uma situação constrangedora, estava bastante excitado com aquela visão. Alem do que eu me sentiria completamente um saco de ossos perto dele. Assim como me sentia com Ian.

“Não obrigado.” Disse com um olhar baixo e envergonhado.

“Vamos, você não vai querer parecer sujo durante a cerimônia. Acho que o Alpha tem uma surpresa para você.” Disse ele aguçando mais a minha vontade de entrar.

Fiquei pensando por alguns minutos, apenas observando ele esfregando seu corpo com a própria mão. Foi então que eu tive coragem de entrar, mas não da forma que eu realmente queria, como nos meus pensamentos. Eu entrei vagarosamente no córrego com roupa e tudo. Já mergulhado nas águas frias e cristalinas eu me despi primeiro da minha camisa. Até então eu nem tinha percebido que o céu já estava escuro, a lua já brilhava intensamente juntos com alguns pontos brancos reluzentes, estrelas, como as que eu via quando era criança e que por bastante tempo eu havia negligenciado. Depois retirei minha bermuda fina com dificuldade, já que ela havia grudado no meu corpo. Depois a cueca box preta, só então fiquei tão nu quanto Kaius. Diante dele eu era um ponto sem cor e sem vida.

Ele se aproximou mais, até ficar a uma distancia em que provavelmente eu não iria me afastar. Mal sabia ele que naquele momento eu queria era mais aproximação.

“A Quanto tempo você conhece Ian?” Perguntou ele intimamente.

“Desde que eu era criança.” Respondi.

Pela primeira vez eu senti segurança com Kaius. Durante todo o tempo eu o via apenas como um agente carcerário, agora eu já o enxergava como um amigo. Claro que eu mantém minhas desconfianças e meus alertas.

“Você gosta dele?”

“Claro, ele é meu melhor amigo.” Respondi de imediato. Apesar de todos os acontecimentos eu não tinha duvidas sobre aquilo.

“Você não entendeu a minha pergunta.” Disse ele mais sério dessa vez o que me provocou um calafrio.”Você ama ele?”

Quase engasguei com a minha própria língua. Como ele podia ter suposto aquilo? Ainda mais quando eu fazia total esforço para esconder o que eu sentia.

“O que? Você esta louco?” Disse desviando do olhar interrogador dele.

“Eu vi o modo como você olha pra ele. Foi bem intenso.” Disse Kaius e eu engoli seco. Tinha sido daquele jeito mesmo, intenso como ele quis dizer, eu não podia mais negar. Mesmo que tentasse seria inútil.

“Você não pode contar.” Disse apenas, só meu olhar finalizava com um pedido de por favor.

“Eu não vou.” Kaius disse sorrindo.

...

Kaius havia me emprestado uma roupa de cerimônia. Era basicamente uma túnica negra, com um capuz. Estava sozinho na tenda de Kaius esperando que ele voltasse de algum lugar e me chamasse para a tal cerimônia. Quanto mais rápido acabasse melhor. Alguém entrou as pressas me pegando de surpresa, quase pulei com o susto.

Era Ian, ele vestia uma túnica igual a minha. Quando eu o vi meu coração acelerou, eu não via Ian, meu amigo de infância. Eu via um lobisomem, um monstro terrível e medonho. Ele se aproximou e eu me afastei.

“Graças a Luna. Você esta bem.” Ele disse parecendo aliviado.”Eles fizeram alguma coisa com você?” Perguntou ele, eu me limitei a não responder e me afastar dele a medida que ele se aproximava.”William, fala comigo. Por favor.” Lembrei instantaneamente da noite anterior. Quando ele me fez o mesmo pedido. E naquela noite eu tinha certeza que ele era meu amigo, meu secreto amor. Nenhuma pessoa podia mudar assim, da noite pro dia.

“Você é um mentiroso.” Eu o acusei, nem precisava de provas.

“William...” Ele se aproximou e segurou meu braço.

Eu puxei meu braço com tanta força que a unha crescida de Ian o arranhou um pouco.

“Eu não quero suas desculpas.” Disse, minha voz saiu com uma magoa perceptiva. Claramente eu o considerava meu melhor amigo, porem ele não me via daquela forma.”Por sua culpa, olha onde eu vim parar.” Minha única defesa era culpá-lo, mesmo que era uma culpa injusta quando eu mesmo que tinha me colocado naquela situação.

“Eles nunca iriam te machucar.” Ele disse com um olhar penetrante, sob a luz de velas.

“Você não tinha tanta certeza disso quando entrou aqui.” Respondi com desdém.

“É que quando se trata de você, todos os meus cuidados são poucos.” Eu não tinha resposta para aquilo.

Era verdade, eu podia sentir. Mas eu ainda estava com raiva. Minha única saída foi me virar de costas para ele.

“Você sempre soube o que eu era.”

“Não.” Respondeu ele de pressa. ”Eu descobri que eu era... Um lobo, a pouco tempo. Kaius me encontrou ele pensou que eu já sabia então ele me contou. Depois eu vim pra cá, eles me ajudaram a libertar o meu lobo. Agora eu estou a um passo de me tornar um deles definitivamente. Quando eu descobri que você não era humano, eu tentei ao máximo descobrir de verdade quem você era, mas nunca deu certo, toda vez que eu estava a um passo de descobrir tudo desaparecia. Eu nunca tive a intenção de esconder as coisas de você Will, só de te proteger.”

Kaius entrou também vestido com a túnica negra.

“Vamos, já esta na hora.” Disse ele.

Eu fui atrás de Kaius sem pensar em mais nada, Ian veio logo atrás. Num determinado pedaço do caminho Kaius e eu nos separamos de Ian. Meu coração estava no seu ritmo mais acelerado e eu achei que ele fosse parar de uma hora pra outra.

Eu não sabia o que pensar, mas tinha minhares de pensamentos rondando em minha cabeça. Então tentei bloquear tudo, e deixar apenas em minha cabeça o que meus olhos viam naquele momento. Por hora deu certo.

Estavam lá, formando um circulo umas 30 pessoas vestidas igualmente com túnica preta. Sob elas três arcos se encontravam formando uma redoma intangível. No meio do circulo uma luz formava no chão um circulo e varias letras gregas ao redor que devia ter sido provocado pela luz da lua refletida em algum espelho onde os arcos se encontravam, dando áqüea forma.

Segui Kaius por entre as pessoas, até chegar numa parte onde estava o Alpha, o homem negro ah quem chamavam de Glaber e mais um que eu reconheci porem não sabia o nome.

O Alpha olhou pra mim e acenou com a cabeça, eu não retribui apenas limpei a garganta. Ele ainda me dava arrepios.

“Hoje meus irmãos, Luna nos brinda com sua luz e irá guiar nossos novos guerreiros. Eles terão que provar diante de nossa deusa que são dignos de estar entre nós. Aos que falharem, apenas o abandono. Mas aos vitoriosos, sua nova família.” O Alpha disse arrancando poucos gritos e rugidos das pessoas. Ele deu dois tapinhas no ombro de Glaber e lhe deu a frente.

“Yumi e Saxa” Disse Glaber.

Então duas figuras cobertas com a túnica preta entram no circulo de luz que então fica tão forte que seria capaz de cegar se permanecesse mais. As duas se livram da túnica, revelando seus corpos iluminados pela luz.

“Comecem.” Disse Glaber.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive agroon a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Très bian! Maravilhoso. Amei esse conto!

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

omg está muito bom. vocês escreve muito bem. e tem um jeito próprio que me encanta. não demora com a continuação não viu.

0 0