Meu primo playboy carioca - 17

Um conto erótico de Diké
Categoria: Homossexual
Contém 1235 palavras
Data: 26/02/2013 21:07:50

Galera, vou postar o final da história hoje, não vou ficar fazendo suspense e enrrolando porque não gosto disso,e acredito que todos também detestamMais ou menos no meio do ano a irmã do Raphael veio ao Brasil, visitar a família. Ficaram todos no apartamento da Barra, ela, o esposo e o bebê.

Minha prima era linda! Não aquela beleza avassaladora, mas ela emanava um ar de paz, compreensão, acho que era o efeito da maternidade. Os cabelos escuros e lisos, pele clarinha, um sorriso muito simpático e aqueles olhos verdes iguais ao do Rafa, quer dizer, iguais não, os do meu primo tinham uma certa fúria, era incisivos, sexys, já os dela pareciam compreender tudo, sem presa, com um grande amor. Não sei explicar direito, mas era impossível não se sentir bem na presença da Ana.

Eles ocuparam o quarto em que eu estava afinal àquele era dela originalmente, então o apartamento enorme da Barra ficou lotado, parecendo um lar de verdade. (Minha imagem de lar sempre foi uma casa cheia com minha mãe dando ordens, rindo muito, afinal, em Natal sempre tinha gente lá em casa)

Raphael ficou todo babão com o sobrinho, queria levar o pirralho pra todo lugar, era muito engraçado. O pequenininho parecia uma miniatura do Rafa, num parava quieto, logo desconfiei que iria dar trabalho quando ficasse maior.

Certo dia estávamos todos jantando em casa mesmo, só faltava o esposo da minha tia, que para variar viajara. Quando começa a sessão “memories”, falando da infância dos meninos, eu já conhecia bem esse tipo de coisa, minha mãe adorava contar pra todo mundo os períodos mais negros e inconvenientes da minha vida.

De repente minha tia começou a reclamar do Raphael, dizendo que ele era muito irresponsável, que não tomava um rumo e um prumo na vida, meu primo ficou super sem graça, chateado mesmo, putz! Não aguentei, odeio injustiça, o meu primo podia não ser o décimo anjo de candura, mas ele tava se esforçando na universidade, eu sabia por que ajudava ele nos trabalhos, então decidi falar.

– Engraçado tia, porque mamãe sempre conta que a senhora era do mesmo jeito, ficava de farra o tempo todo e só pensava em casar logo pra se livrar do vovô e não ter mais que estudar, aliás, quem sai aos seus não degenera ne?!

Silêncio na mesa, eu tinha conseguido chamar a atenção deles.

– Se bem que hoje em dia a senhora é uma grande dama, inteligentíssima, acho que isso é um bom sinal, não que eu aposte que o Raphael vai virar um Lord, se bem que hoje até Mick Jagger virou cavaleiro britânico, mas enfim, ele tá até aprumadinho, tá estudando, se esforçando muito, parou com as farras, eu digo isso porque EU passo o tempo em casa vendo o esforço dele, Eu tenho ajudado ele nos trabalhos, no fim, ainda existe esperança no fim do túnel.

Minha prima não conseguia disfarçar o sorriso de satisfação, meu primo olhava pra mim com os olhos brilhando e um sorriso infantil, minha tia de nariz retorcido no canto da mesa e eu com minha habitual fleuma levantei a taça de vinho.

– Brindemos aos Cedeños, loucos, passionais, inteligentes, encantadores e sobremodo, insondáveis!

Todos brindaram e o jantar continuou.

No fim, minha tia ficou conversando com o esposo da minha prima sobre política internacional, o Rafa brincava com o molequinho no tapete e eu na varanda conversando com a Ana.

– Pelo visto o Rafa arrumou mais um defensor e logo um excelente “abogado”...

– Ele pode ser bem persuasivo quando quer...

– Sei disso, mamãe nunca entendeu muito bem o jeitão dele, mas eu sabia que era só questão de tempo pra ele se ajeitar, só precisava encontrar a pessoa certa...

Gelei nessa hora, era alguma indireta? Continuei a fitar o horizonte, não me arriscava a olhar pra ela.

– Fico feliz que você tenha vindo pra cá – ela continuou falando enquanto pegou minha mão. Acabei olhando pra ela.

– Sei que você gosta muito dele, ele também gosta muito de você...

Meu coração disparava, agora eu sabia por que simpatizei tanto com a Ana, ela parecia minha mãe!

– Olha, eu... – tentei falar, mas ela cortou.

Não precisa dizer nada – piscou o olho pra mim – eu percebo certas coisas que não precisam ser explicadas, só queria te dizer que mesmo não estando sempre aqui, pode contar comigo.

Ela ficou na ponta dos pés e me deu um beijo na bochecha, eu so consegui dizer:

– É bom se preparar, você tem um Rafa em miniatura dentro de casa, viu?!

E ficamos rindo.

Minha prima acabou por viajar de volta à Espanha.

Minha tia começou a reparar nos progresso do Rafa, eles estavam começando a se entender. E eu estava na mesma, trabalhando cada vez mais, estudando muito, era um sonho ter aulas com professores que eu conhecia através de livros.

Meu primo continuava um poço de incongruências para mim. Posso citar duas situações distintas.

Como malhamos junto, um dia na academia uma galera estava tirando onda da cara de um menino que era negro, como a academia era na Barra e o preço era alto, provavelmente ele era classe média, mas tem certos tipos de preconceitos que permanecem inobstante a situação econômica.

Um idiota ficava tirando onda dizendo:

– Ae negão, tu diz que pega mulher, mas tu só pega é empregada, tu já viu nego ser gente?

O menino só fazia rir, mas era um riso amarelo, provavelmente ele eram amigos, mas tem certas brincadeiras que tem limite...

O idiota saiu perguntando de um por um na academia se o pessoal achava que negro era gente. Todos riam, até mesmo o instrutor ria.

Eu como não sou simpático por natureza, achei que ele não fosse chegar perto de mim e do meu primo pra perguntar, mas o idiota sem noção veio:

– E ae lekes, cês acham que negro é gente?

Meu primo parou o exercício, se levantou e olhou bem pra cara do idiota e disse:

– Meu irmão, minha mãe é negra, algum problema?

Eu tive que me controlar pra não rir. Raphael loiro, dos olhos verdes, era impossível ser filho de negros, e eu sabia que Tia Consuelo não era negra.

A academia toda ficou em silêncio, o cara ficou super sem graça, gaguejando:

– Po, foi mal cara, eu, eu...

Meu primo virou as costas e continuou o exercício. Nunca mais eu vi aquele idiota na academia.

Mas do mesmo jeito que Rafa agia de maneira invejável, também fazia burrices típicas de playboy da Barra, como um dia a gente voltando de carro. E um cara fechou o Rafa. Meu primo meteu o pé no acelerado e ultrapassou o cara e ficou andando bem lento na frente. O cara começou a botar luz alta colando na traseira do meu primo. Eu prevendo que isso daria merda. Quando meu primo, para o carro puxando o freio de mão e saindo de dentro do carro feito um vendaval.

Só consegui pensar: “Here we goes again...” e desci do carro atrás do Rafa.

Meu primo batia no vidro do carro, chamando o cara pra briga. Quando o cara viu que eram dois, arrancou o carro e saiu cantando pneu.

Eu puto falando:

– Seu idiota, como é que você faz isso? Se o cara tem uma arma, era uma vez!

– Porra Eduardo, tu viu, o cara tava de sacanagem pro meu lado.

Ficamos batendo boca até chegar em casa.

Continua...

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Comentários

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Raphael está tomando jeito na vida. Cadu é o responsável por tal feito. Até a mãe de Raphael que gosta de implicar com ele, está percebendo, mesmo que seja preciso do Cadu pra fazer ela perceber. MAS Rapha oscila entre o play boy metido, malandro e de pavio curto com o bom moço, esforçado e amoroso. Gostei da atitude de Rapha na academia. Racismo é desprezível. Não sei porquê não denunciaram esse sem noção. E ainda tinha gente que gostava na academia. Porém o Rapha continua com um gênio que pode dar problemas...

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Amei a atitude do Rafa na questão do preconceito sobre negros.

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