Circunstâncias - 8

Um conto erótico de Luca:)
Categoria: Homossexual
Contém 1960 palavras
Data: 02/01/2013 18:09:55

Continuando...

Se meu coração estava despedaçado, a partir daquele momento ele tinha virado pó. As mesmas sensações que tinha sentido quando o vi casando voltaram. Meu chão sumiu, sentia falta de ar, fraqueza nas pernas. Fiquei olhando fixamente Diego, vi lágrimas se formando em seus olhos. Ficamos nos encarando durante alguns segundos até que larguei minha mala e saí correndo. As duas me viram correndo e foram perguntar ao Diego o que havia acontecido.

Sofia – Amor! Onde que o Benjamin vai?

Diego – Não sei, mas vão indo pro carro que eu vou ver o que aconteceu.

Bárbara – Vamos Sofia, o Ben deve ter esquecido alguma coisa.

Entrei novamente no hotel e fui correndo em direção ao banheiro. Entrei no último reservado, sentei no vaso e ali desabei a chorar em silêncio. Tinha acabado de levar o último golpe e o pior de todos. Se existia alguma esperança de que poderíamos reatar, mesmo que bem lá no fundo do meu coração, ela foi destruída por esta notícia. Um filho é um assunto muito sério, para mim é sagrado. Em meio aos meus questionamentos internos, ouvi passos e eles se dirigiam em direção ao reservado onde estava. Por debaixo da porta vi a sombra parada na frente da porta.

Diego – Ben! Eu sei que você está aí. Abre a porta!

Quando ouvi sua voz uma onda de fúria tomou conta de mim.

Diego – Ben, por favor, me deixa explicar.

Saí do reservado batendo a porta fazendo maior barulho. Senti raiva como nunca antes. Fui em sua direção e o empurrei com toda a minha força.

Eu – Explicar o quê? Seu desgraçado, você não presta! Eu te odeio Diego, nunca mais aparece na minha frente. O que eu fiz pra você fazer isso comigo?

Eu estava completamente transtornado. A cada frase minha eu o empurrava mais. A tristeza em seu rosto era visível, seus olhos estavam vermelhos e lacrimejando.

Diego – Para Ben! Se acalma!

Eu – Me acalmar? Se não bastasse presenciar o casamento do cara que amo, ainda fico sabendo que o infeliz vai ser pai. E você diz pra me acalmar?

Diego – Deixa eu me explicar. Até agora você não me deu chance de explicar o que aconteceu. Eu não amo a Sofia....eu te amo Ben, amo como nunca amei.

Suas palavras foram como um combustível para minha raiva. Não sei explicar como aconteceu, mas nas horas de fúria não raciocinamos. Fechei o punho e dei um soco no Diego, aquele soco foi à forma que achei para extravasar toda minha raiva. Ele caiu no chão com o impacto. Fiquei surpreso, pois o Diego é bem mais forte. Nem eu tinha me dado conta da força com que bati nele.

Eu – Some da minha vida!

Coloquei meus óculos e saí, ele ficou no chão com a mão no rosto tentando entender o que havia acontecido. Cheguei ao carro e as meninas começaram a me encher de perguntas.

Bárbara – Oh Ben, onde você foi?

Eu – Tinha esquecido minha carteira na recepção.

Sofia - Cadê o Diego? Ele foi atrás de você.

Eu – Não sei, não vi ele.

Em seguida ele entrou no carro.

Sofia – Oh amor você demorou. O que aconteceu com seu olho?

Seu olho ficou bem vermelho com o soco e com certeza iria ficar roxo.

Diego – Não foi nada. Bati o rosto na porta quando um cara estava entrando no banheiro.

Finalmente seguimos para o aeroporto, durante o trajeto me limitei a responder com “sim” ou “não” as pergunta que me eram feitas.

A esta altura estava anestesiado pelo dor. As últimas semanas foram cheias de emoções, aconteceu tudo tão rápido que não sabia como reagir perante aquelas situações. Chorar já não era uma opção, por mais que eu quisesse as lágrimas não saiam.

Chegamos ao aeroporto com sobra de tempo. Diego não parava de me encarar, isto estava me matando. Bárbara e Sofia conversavam ainda sobre o casamento, elas estavam tão concentradas que não prestavam atenção em mais nada. Depois de fazer o check-in, sentamos em um café para esperar o embarque. Como eu queria sair correndo e entrar no primeiro avião que visse na frente e sumir.

Estava completamente perdido em meus pensamentos, tento achar uma forma de superar da melhor forma possível.

De repente fui acordado dos meus devaneios com o Diego pegando na minha mão por baixo da mesa. Ele se aproximou e cochichou:

Diego – Vem comigo!

Sem olhar para ele respondi no mesmo tom.

Eu – Não e me solta.

Ele apertou minha mão com toda sua força que me fez gemer de dor.

Diego – Vem por bem ou por mal.

Infelizmente não tive escolha. Levantamos e demos uma desculpa para elas que íamos dar uma volta, mas nem deram bola. Ele me segurou pelo braço e apertou me puxando para o banheiro.

Eu – Já não basta o que você fez comigo, agora vai me agredir?

Ele estava com uma expressão séria. Confesso que fiquei com um pouco de medo, pois nunca tinha visto o Diego daquele jeito.

Diego – Cala boca!

Entramos no banheiro e ele trancou a porta. Eu realmente estava começando a ficar assustado com seu comportamento. Ele virou e veio em minha direção com raiva, pensei que ele iria devolver o soco de mais cedo. Fechei meus olhos para esperar o impacto, mas nada aconteceu. Abri meus olhos e vi uma cena que me marcou profundamente. Ele estava de joelhos na minha frente com as mãos juntas.

Diego – Me perdoa, por favor, me perdoa. Ben eu te amo mais que tudo nesta vida. Nunca, mais nunca mesmo senti por alguém o que eu sinto por você. Você não tem noção de como estou me sentindo por dentro, me sinto um monstro por ter machucado a pessoa que mais amo neste mundo. Eu nunca planejei fazer isso com você, aconteceu tudo muito rápido. Me perdoa.

Ele estava aos prantos como uma criança. Vi que ele realmente estava sofrendo, mas nada mudava o fato de que ele havia me enganado.

Eu – Diego! Levanta!

Ele por desespero abraça minhas pernas. Eu já me entregava a emoção, meus olhos ardiam.

Diego – Só levanto se disser que me perdoa.

Eu – Para com isso Diego. Se você está sofrendo, imagina eu. Descobrir que a pessoa que amo me enganou da pior forma possível, casou e ainda vai ser pai. Você destruiu tudo de bom que nós vivemos, agora é uma triste lembrança.

Diego – Não fala assim meu amor.

Eu – Eu não sou mais seu amor, já te falei isso mais cedo. Agora você tem uma esposa e logo mais terá um filho. Seja homem e assuma suas responsabilidades. Eu vou sair por aquela porta e você não vai mais me dirigir a palavra, esqueça que eu existo que eu vou fazer o mesmo. Agora cada um vai seguir seu caminho e tentar ser feliz.

Diego – Eu só vou ser feliz ao seu lado.

Eu – Não. Você vai ser feliz ao lado de sua esposa, que é uma pessoa maravilhosa e do seu filho.

Ele chorava cada vez mais. Eu já estava mais controlado, queria me mostrar firme perante a situação. Soltei minhas pernas de seus braços e sai do banheiro, ele ficou no chão de joelhos chorando. Coloquei novamente meus óculos para que ninguém visse que estava chorando. Voltei a mesa e as duas continuavam a conversar.

Sofia – Ben. Cadê o Diego?

Eu – Hã...ele está no banheiro.

Sofia – Tá bom!

As duas voltaram a conversar. Uns 15 minutos depois ele voltou, seus olhos ainda estavam vermelhos. E ali ficamos no mais profundo silêncio, eu com os fones de ouvido e ele olhava fixamente para sua xícara. Finalmente nosso voo e chamado para o embarque, aquilo foi um alívio tremendo para meus nervos que estavam ao ponto de explodir. Tratei de me despedir o mais rápido possível da Sofia, e do Diego dei somente um aperto de mão. Só de pensar que nunca mais sentiria aquela mão novamente me dava um nó na garganta.

Como ansiava minha casa, meu canto, meu refúgio. Somente lá me sentiria seguro. Em poucos minutos já estávamos pousando em Curitiba, a cidade que tanto amo. No aeroporto mesmo me despedi da Bárbara, queria a qualquer custo ficar sozinho. Vi que ela ficou intrigada com meu estado, mas não a ponto de fazer qualquer questionamento.

Em casa, finalmente em casa, corri e me atirei na minha cama. A partir daquele dia minha vida não foi mais mesma, passei por todo e qualquer sintoma da mais profunda foça. No dia seguinte, por volta das 14h, meu interfone toca. Não queria atender, não queria ver ninguém aquele dia, mas a pessoa era insistente. Enfiei minha cabeça debaixo dos travesseiros até que parou de tocar. Minutos depois começaram a bater na porta. Fico em silêncio na esperança da pessoa desistir e ir embora. Da porta a pessoa grita.

Edu – Não adianta fingir que não está Ben, o porteiro me disse que chegou ontem e ainda não saiu.

Uma sensação de alívio inundou meu coração. Corri o mais rápido possível para abrir a porta. Quando abri e vi meu amigo parado, não pude resistir e comecei a chorar novamente.

Edu – Que aconteceu? Por que este choro todo?

Eu – Edu...por favor, me abraça.

Ele prontamente atendeu meu pedido e me acolheu em seus braços. Como seu abraço era bom. Ainda abraçado sentamos no sofá.

Edu – Ben. Você está me deixando preocupado. Me conta o que aconteceu?

Era muito doloroso relembrar, mas eu precisava desabafar com alguém. Então, comecei narrar todo o ocorrido do final de semana. Ele escutava sem me interromper, sua feição mudava de “não acredito” para “eu vou matar ele” conforme ouvia. Quando terminei, ele delicadamente segurou meu rosto com as duas mãos e olhou fixamente em meus olhos.

Edu – Calma! Estou aqui agora, ele não vai mais te fazer sofrer.

Ficamos nos encarando por alguns segundo, até sem perceber ele aproxima cada vez mais seu rosto ao meu. Confesso que não fiz nada para resistir, somente fiquei imóvel. Ele delicadamente encosta seus lábios nos meus. Senti tanto carinho em seu beijo que não pude resistir e me entreguei ao momento. Mas como sempre nestas situações nossa consciência teima em dar o ar de sua graça, me afastei de seus braços com espanto.

Eu – Edu!

Ele novamente me toma em seus braços, agora com mais firmeza.

Edu – Não fala nada. Esquece tudo que aconteceu, você não merece passar por isso.

Eu – Edu....

Ele me calou um beijo.

Edu – Deixa eu te amar, deixa eu te dar meu amor.

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Oi galerinha do meu coração! Ontem eu fiz a maior cagada na pontuação do conto anterior. Depois de postar resolvi dormir um pouco, quando acordei fui ver os votos e comentários. Só que como ainda estava sonolento cliquei sem querer e dei zero...rsrsrsrsr. Fui tentar arrumar, mas só piorei o negócio.

Espero que gostem do capítulo de hoje. Mais uma vez muito obrigado pelos votos e coments...amo todos:)

Dedico o conto de hoje para o Lipe*-*, meu querido pra que tanta raiva neste coraçãozinho...rsrrsrsrsrsr. Não se preocupe que muita coisa vai acontecer com estes dois. Um grande abrç para você.

Vejam o vídeo da música que ouvi enquanto escrevia: "Tears in heaven" do Eric Clapton....esta música é linda.

Um recado especial para o C. T. Akino, que história é essa de me chamar de Sr....rsrsrsrrsrsrsrs...tenho apenas 24 anos, estou na flor da idade..rsrsrsrsrsrrs...Um bjo meu querido:)

Outro recado para o Are baba contos. Muito obrigado pelo carinho. Pode ter certeza que vou ler seus contos. Em relação a continuação do conto "De chefe a amor da minha vida", por agora não penso em uma segunda temporada, mas nada impede de isso acontecer mais para frente.

Um grande abrçs ao demais:)

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Comentários

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Maravilhoso conto, pena você estar sofrendo Ben!

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É sempre assim, precisa aparecer outra pessoa para darmos conta que podemos perder quem amamos. Acho que o Edu sempre nutriu um amor pelo Ben, mas ainda estou com uma duvida, o Diego parece ama-lo de verdade, qual o motivo então pra ele ter feito tudo isso? Existe alguma coisa mal explicada ai. Como sempre 10.

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ahshahs vou tentar sim lindo... mais o ben nao merecia isso.... :3 continua logo sz

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sabia que o EDU gostava dele tou torcendo para que eles fiquem juntos, continua log.

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eu tb gostaria de ter ouvido a explicação do diego e vc me fez chorar d novo seu malvado

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gostaria de ouvir a explicação do diego

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Show de conto. Tou percebendo que o Di vai voltar enquanto o Ben e Edu estiverem ficando. Se eles ficarem ainda tem essa. Me viciei no conto e um Bom ano pra vc. Sensacional Nota 10

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opa, desculpe pelo "sr.", eh quase q automatico. doh do diego, sei o quanto eh dificil ter d escolher o convencional por pressao d outros. ao menos o edu aparece, para minimizar o sofrimento do ben, ou nao, aproposito gostaria d saber a quanto tempo o edu curte o ben? jah houve reciprocidade do ben ou foi somente em virtude d sua fragilidade? agradeco a leitura. abracos e beijos.

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Vejo reviravoltas no conto a partir desse capitulo, nem passou pela minha cabeça que o Edu pudesse sentir mais do que amizade pelo Ben. E Diego como pode fazer isso com o Ben?? Eu que o achava o Sr. Perfeito agora o acho o Sr Canalha. E você senhor Luca já se tornou um dos meus autores favoritos da cdc, gosto muito da forma que você escreve , fora que as histórias que escreve são ótimas. Parabéns só isso a dizer.

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sempre segui seus contos mas de maneira oculta, adorei "De chefe a amor da minha vida" e estou seguindo criteriosamente "Circunstâncias" parabéns pela escrita e continua logo.PS: eu já apostava neste casal (Ben e Edu) desde o primeiro capitulo...

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Vc deixou algono ar que nos faz pensar muito: até que ponto a amizade pode se tornar amor... Nesse caso é um amor um pouco oculto, mas não o diminui e, muito provavelmente, vai render uma boa história... Meus Parabéns!

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Olá... ADOREI seu conto... Dá uma olhada lá nos meus (O Privilégio de amar), (O Pedreiro me pegou de jeito) e (O Cobrador me pegou de jeito/ e o negão também quer) não esqueça de votar e deixar seu comentário. Agradeço desde já. Beijos.

@twitter:@BRPrincipalgay

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Oi pessoal, estou escrevendo uma série de contos hétero. Quem curte contos não só com sacanagem, mas também com uma história beeem detalhada com muito romance, intrigas, reviravoltas e sexo é claro, não pode perder... As partes um e doisjá estão aí, a três possivelmente estará postada ainda hoje ou no máximo amanhã.Por favor votem pra eu saber se estou indo bem ou não... Beijos!

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Perfeitoooo ! Tears in heaven é muito triste! Mais muito bonita! Posta outro conto hoje! pfff!!!

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