Revanche - Cap.2 (C)

Um conto erótico de Emmet Thorne
Categoria: Homossexual
Contém 947 palavras
Data: 25/01/2013 13:13:42

Lentamente, a pessoa foi andando e apenas me mantive parado na cadeira, com os olhos cheios d’água. Meu coração disparava.

— Toc, toc! Armando muito? Armando! Pobre Lídia. Pobre Victória. Pobre é a Ellen...

Galego sardento maldito! Levantei-me furioso, rapidamente, o joguei contra quina da parede, não o deixando ter a mínima reação. E com uma mão imobilizei sua cabeça segurando seus cabelos, e com a outra, bem aberta e de lado, pressionei sua garganta. .

— Eu poderia esmagar a sua traqueia com um único movimento! Portanto, acho melhor você fazer uma contraproposta interessante porque está sendo tentador acabar com você.

— Até que para um bom Golias você se deixou cair muito facilmente quando o Rei Davi lhe aplicou um soco, não? (...) Não, não, não, para, por favor! Eu vim te ajudar!

Soltei-o. Definitivamente ele era patético.

— Me ajudar? — ri incrédulo — Nathan, eu não preciso da sua ajuda!

— Me escuta! Eu não sei exatamente o porquê você retornou para cá. Mas pelo que eu vi de hoje, percebi que não foi para distribuir bons presentes. Então, meu bom e velho loirinho, nada me agradaria mais em lhe ajudar acabar com cada um deles. Estou ao seu dispor. E acredite, posso fabricar agradáveis presentes.

Titubeei. Não, não, não! Eu não posso confiar.

— Nathan, eu não preciso da sua ajuda! A sua ajuda vem com atrapalhações, e elimino, todos aqueles que dificultam o meu percurso.

Os olhos de Nathan se encheram de ódio e ele se aproximou bem perto de mim.

— Pois então saiba que posso ser um inimigo tão poderoso como eles. Só estou dizendo. — sorriu cinicamente — Ah, e adivinha quem voltou a Capeside após um longo período afastado daqui? Titio João. Batemos um papo interessante nessa manhã. Ele sente muito remorso pelo que fez com o Armando, sabia? Emmet!

Nathan saiu andando, assobiando e indo embora como se nada tivesse acontecido.

O dia passava lentamente. A tarde tediosamente. E por fim, a noite chegou. Me arrumei para o jantar, ansiosamente. E logo cheguei pontualmente à mansão dos Grayson, que ficava a poucos metros da minha casa. A empregada me recebeu, pois Ellen havia tirado o dia de folga. Fui recebido cordialmente por Victória e secamente por Conrado. Já o Daniel, eles me comunicaram que havia saído com amigos, por isso não pôde estar. No jantar, a insatisfação de Conrado era tão grande que a Rainha teve de intervir. Discretamente, é claro.

— Emmet, você é uma graça! Eu vou adorar absorver e passar um pouco de seus intelectos para Capeside. Agora se você me dá licença. Conrado, você poderia vir comigo até a cozinha. Now! Please.

Victória me olhou dando um sorriso e os dois saíram. Me aproximei lentamente do cômodo que os dois estavam e ouvi a discussão. Ela o acusava de ser infiel, e ele a relembrou que fidelidade não era bem o porte dela, a acusando de ter o traído com o meu pai. Preferi me retirar. Explorar novos ambientes.

Subi as escadas e no corredor vi que a porta do quarto de Daniel estava aberta. Me aproximei lentamente e lá estava ele vendo televisão com um fone de ouvido. Estava deitado, apenas de cueca, tinha uma coxa torneada com alguns pelos, uma sunga apertada marcando seu pau, um abdômen repleto de gominhos, porém com o caminho da felicidade que fazia com...

— O que é que você está fazendo aqui? — levantou-se assustado da cama.

Me despertei do transe..

— Eu me... Eu... Era... Eu estava perdido! Yes, I’m lost! Sorry.

Daniel caiu na risada e o olhei sem entender.

— Tu pareces ter matado as aulas de mentiras comandadas pela minha mãe. Mas com certeza a de puxa-saco não! Mal chegou em Capeside e já ta próximo ao poder! Usou a minha mina e em pouco tempo tornou-se o queridinho, o pupilo, de toda a Capeside e da minha mãe!

— Eu não sou isso que você pensa! A Ellen é apenas minha amiga e... Eu me mudei pra cá porque... Eu quis escrever minha vida numa página em branco, começar do zero. Estar num local onde ninguém conhece meus erros, defeitos, histórias, você entende?

— Sim... Às vezes eu gostaria de poder fazer isso. — disse sorrindo vagamente — Não, não, tu não me enganas! Você exala ambição! É daquele tipinho que faz de tudo, tudo, para subir na vida, ter o poder, indo até contra os seus próprios princípios e conceitos!

— Pois saiba que tenho conceitos que sua mãe jamais aprovaria. E não temo expô-los, pois as minhas convicções não se abalam por nenhum tipo de poder alheio!

— Ah, é? Quais convicções? Quais? Determinar-se em roubar a mulher dos outros!

— Eu não posso ter nada com a Ellen porque gostar de mulheres com certeza não faz parte de minhas convicções! — Daniel me olhou surpreso com a revelação e acenei negativamente — Shit! Eu só tava tentando ajudar a Ellen e você, mas...

Abaixei a cabeça, entristecido, e pude notar o olhar confuso e agora enternecido de Daniel. Sorria por dentro. Então Victória apareceu e ao nos ver, ficou constrangida.

— Emmet? Mil desculpas, eu não sabia que o Daniel já havia chegado, ele...

— Victoria, it’s all right! A gente conversou e nos acertamos. O Daniel estava se sentindo ameaçado comigo pela Ellen sendo que isso nunca aconteceria porque...

Olhei para Daniel e ele acenava negativamente pedindo para que eu não contasse.

— Eu sou gay, Victória. — acenei positivamente sorrindo.

O pavor se estampou no rosto de Victória. E para ela, essa revelação foi o meu grande erro, mas um erro que desencadearia outros erros e formariam um acerto: Vingança.

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