Revanche - Cap. 2 (A)

Um conto erótico de Emmet Thorne
Categoria: Homossexual
Contém 1594 palavras
Data: 23/01/2013 20:47:52

Previously on Revenge…

— Papai! Papai! Papai!

— O que está acontecendo? O que está acontecendo? !

Meu papai havia sido preso por ajudar patrocinar um atentado terrorista no EUA.

— Tio João… Eu sou apenas um guri… (...) Você errou…

— Esqueça tudo que você acha que sabeConrado e Victória incriminaram o seu pai para conseguir o que tanto queria: Liderar um país...

“Não sou o homem que dizem que sou. Não fiz as coisas que dizem que fiz.”

— Victória. Conrado. LídiaEssas são apenas algumas pessoas que ajudaram na derrocada do seu pai.

— Bem vindo à Capeside, Emmet Thorne! — recebeu-me alegremente Ellen na mansão dos Grayson.

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ANTES DE EMBARCAR NUMA VINGANÇA, CAVE DUAS COVAS, Confúcio.

Quando eu era criança meus conceitos sobre vingança se resumiam as frases feitas: “Não faça aos outros...”, “Dois erros não fazem um acerto.”. Dois erros nunca farão um acerto. Porque os erros jamais são iguais.

— Bem vindo à Capeside, Emmet Thorne! — recebeu-me alegremente Ellen na mansão dos Grayson me dando um abraço apertado e me enchendo de beijos, e logo me soltando — Eu não acredito! Finalmente juntos! Ai meu amigo, que felicidade!

Apenas sorri. Ellen sabia que não era muito bom em expressar tanto euforia ao contrário dela. O tempo, a estética e a academia me deixaram irreconhecível. Eu estava alto, com um corpo torneado de músculos, cabelos loiros cortados por máquina 02 e mantendo meus olhos castanhos expressivos. Já Ellen era uma mulata, de cabelos lisos castanhos e ondulados na ponta e olhos negros sedutores. A conheci num congresso no EUA, onde ela representava Capeside, pois era a assessora oficial dos Grayson. Me tornei um grande amigo para ela. E ela, apenas uma escada para eu chegar ao poder.

Saímos do quarto e Ellen falava pelos cotovelos, porém não a ouvia. Andava atento para cada detalhe daquela mansão. Nada havia mudado. Apenas alguns detalhes acrescentados. Novos quadros, fotografias, pinturas. Patrocinados pela prisão arquitetada do meu pai. Ao chegarmos à sala, avistamos Conrado, Lídia e Victória, sentados no sofá e tomando um bom vinho regado de boas gargalhadas. Para Conrado, o tempo havia passado deixando apenas alguns fios de seus cabelos grisalhos, mas mantendo seu penetrante e astuto par de olhos azuis acompanhados de algumas rugas. Para Lídia, o tempo foi generoso e ela mantinha o tom forte dos seus loiros cabelos e um belo corpo com várias joias estonteantes. Já para a Victória, as plásticas pareciam não ter feito o tempo passar. Eles não nos notavam, mas nós os observávamos.

— Lídia Davis. — reconheci-a — Conte-me algo útil sobre ela.

— Ah, o que falar? Bom, como você sabe, ela era a moradora da casa que você morará. Que antes de ser dela era daquele terrorista...

— David Calvin.

— Exatamente! Lídia teve que sair de lá, pois ela e o marido se separaram. O marido cometeu adultério e ai foi deportado. Eu te expliquei que apesar de ser um local maravilhoso, Capeside tem muitas regras rigorosas! Mas enfim... Como dependia quase 100% do marido, Lídia acabou por cortar alguns gastos e a casa foi um deles. Ela até trabalha na financeira de Capeside, mas na verdade depende mesmo da dona Victória. E amizade delas parece custear isso. Ah, meu Deus eu falo demais!

— E isso me é útil... — resmunguei e emendei sorrindo — Você sabe o quanto gosto de te escutar.

Ia interromper a conversa dos três, mas me detive. Ele era lindo. Já o tinha visto em fotografias, mas pessoalmente era mais belo ainda. Entrou pela porta carregando algumas malas. Imediatamente, Victória largou a taça de vinho e correu abraçando o filho, Daniel. Ele apenas ria no abraço apertado da mãe. Com aqueles dentes esbranquiçados cerrados, aquela boca vermelha estreita, olhos negros bem comprimidos e belos cabelos lisos negros bagunçados e acompanhado por um desajeitado topete.

— Ai, meu filho quantas saudades! Como você continua lindo! Lindo! De volta ao lar!

— Não exagera, minha coroa. Eu só passei uma temporada no mundão afora!

— Isso são termos, Daniel? E agora você está a salvo. Acho importante seu contato com o exterior, mas que você não aprenda os maus costumes estrangeiros. Como a tal liberação de homossexualidade. Direitos gays! Argh! A cura disso é terapia de choque!

Daniel apenas riu e acenou negativamente, voltando a abraçar a mãe. Victória me enojava, mas tentava disfarçar para Ellen. E a induzi a provocar um pequeno choque:

— Porque você não vai dar um abraço apertado no seu futuro noivo, hein?

— O Daniel? Já te disse que somos apenas ficantes. E ele está com a mãe dele ali. Eu prefiro não bater de frente com a Rainha Victória.

— Não há nada mais hereditário que uma rainha perca seu trono um dia, minha princesa.

Sorri. Ellen entendeu a indireta e pareceu-me tentada. Tremia, mas ainda assim interrompeu a afetuosa conversa de mãe e filho. Abraçou Daniel, lhe deu um caloroso beijo, porém Daniel a afastou discretamente.

— Ellen, eu estou cansadão da viagem! Eu vou deitar e depois a gente troca uma ideia.

Daniel pegou as malas e subiu as escadas. Victória deu um sorriso cínico triunfal. Ellen abaixou a cabeça, humilhada. E eu, tinha que defender a minha amiga. Ou subir na minha escada para me aproximar do poder.

— Acredite, existe sim bons costumes americanos. Assim como se eu fosse uma rainha, me sentiria ameaçado por princesas como a Ellen.

— Quem é você? — perguntou Victória com desdém me olhando de cabeça a baixo.

— Não está me reconhecendo? Eu enviei minhas fotos anexadas aos meus dados. Sou o novo morador de Capeside, o americano. E também o proprietário que se adequou nas exigências físicas e financeiras da casa de Lídia. Nice to meet, Emmet Thorne. — estendi as mãos e a cumprimentei.

Victória sorriu forçadamente. Nos encarávamos. Nos seus olhos não sabia distinguir se havia raiva, admiração, surpresa ou tudo isso junto. Nos meus, apenas a falsidade ocultando a sede de vingança. Então Conrado nos interrompeu.

— Seja bem-vindo, Emmet. E desculpe-me, mas preciso embarcar agora para o norte do Brasil para que eu consiga acompanhar a festa de comemoração a Capeside hoje à noite.

— Ah, meu amor, mas já? — lamentou Victória o beijando — Ok vá! E Emmet, sinta-se mais que convidado para a celebração de hoje à noite.

Concordei sorrindo e Lídia interrompeu a conversa.

— Conrado, você pode me dar uma carona? Preciso acertar alguns detalhes com a financeira do governo. E Emmet, eu espero que você possa ser feliz com as boas lembranças feitas por mim na minha antiga casa.

— Thanks. Mas pretendo fazer daquela casa as minhas próprias lembranças. Excuse-me, ladies and gentleman. Ellen, você me acompanha?

Ellen assentiu e me retirei da sala junto com ela. Pedi para que ela buscasse um copo d’água na cozinha. Escutei alguns comentários dos três ao meu respeito e logo Conrado e Lídia saíram juntos para seus individuais compromissos inquestionáveis e jamais suspeitáveis. Furtei o celular da minha querida amiga Ellen, por engano é claro, e determinei comigo mesmo: “Lídia, ta na hora da revanche!”.

O telefone de Ellen tocava. Já aguardava a ligação. Eu estava num quarto de um motel.

— Hello? (...) Oh my God! Não, não, aqui quem fala é Emmet Thorne, amigo da EllenNão, pode deixar que avisarei imediatamente a Victória e aos demais. Mas ele está bem? (...) Ok, ele se encontra no motel L’Amour, exato? (...) Não, eu estou em casa neste momento, mas partirei imediatamente para aíThanks!

Desliguei o telefone. Esperei uns 10 minutos e saí do quarto. Andei pelos corredores lentamente em direção a suíte presidencial do motel. Notei que o motel não estava tão movimentado como algumas horas atrás quando cheguei seguindo Conrado e Lídia. Os dois haviam entrado juntos, e com muita discrição escolheram e foram para suíte presidencial. E como discrição também é meu forte, me infiltrei como um funcionário do motel e consegui um disfarce. Logo recebi um pedido para que levasse um uísque e uma picante sopa quente para os pombinhos. Para o tempero essencial, adicionei um líquido que provocaria uma dispepsia abdominal aguda e seus sintomas quase sempre é confundido com infarto. Levei a sopa e o uísque até o quarto, e vi quando Conrado saboreou todo o conteúdo da sopa enquanto Lídia falava ao telefone na varanda. Me retirei e logo ouvi o grito de dor de Conrado e o de desespero de Lídia, paralisando a gerência do motel, que abafou todo o escândalo corrompendo os funcionários e interditando por algumas horas o funcionamento do motel.

— Lídia, minha querida. — ouvi a voz de Conrado pelo lado de fora no corredor da suíte — Você precisa sair daqui agora! O médico já está chegando...

— Mas Conrado, você nesse estado, eu...

— Eu posso manter a boca do médico fechada. A de qualquer funcionário do motel que viu e sabe o que passou aqui. Porém se Victória ou alguém te encontrar aqui, o meu casamento e a sua vida estarão arruinados. Acabaram de ligar para o celular de nossa assessora, a Ellen, e eles vão demorar algum tempo para chegar, portanto vá logo!

Lídia concordou apanhou apressadamente as suas coisas e saiu rapidamente do quarto. Porém, logo deu de cara comigo na ‘esquina’ do corredor.

— Lídia? Eu pensei que você estivesse na financeira do Governo. Mas que bom que você chegou tão rapidamente aqui mesmo estando no sentido contrário. Como o Conrado está? Lídia? O que houve? Lídia? O Conrado ele está bem? Eu lhe...

Minha fala foi cortada com Lídia saindo desesperada. Pobrezinha, tinha a palidez no rosto. E notei também sua nudez. Afinal uma mulher que está sem joia, especialmente quando se trata de um estonteante brinco, com certeza está nua.

CONTINUA...

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