Eu Encontrei Você (Num Lugar Sem Esperança) - Cap. 15

Um conto erótico de Th£o
Categoria: Homossexual
Contém 1470 palavras
Data: 07/12/2012 18:49:48

O farol do carro fica mais fraco a cada segundo, e de repente, sinto que a minha antiga vida foi embora dentro dele. Fiz uma escolha, talvez a mais irrefletida e instintiva que tomei em toda a minha existência. Viro para trás e corro... corro atrás da coisa que me fez largar tudo o que eu tinha de mais seguro antes de conhecê-lo. Está escuro, um breu. Grito:

- Rafael! Rafael! Cadê você? – berro, com as minhas últimas gotas de energia.

Nada. Um silêncio amedrontador e a situação mais sombria que já vivi. Pego o celular no bolso, tentando focar em algum lugar. No chão, vejo o asfalto sendo invadido por terra. Meu Deus! Onde ele pode ter ido? Um pânico me consome. Inesperadamente, ouço um gemido ao longe. Corro, seguindo o grunhido. A luz do celular ilumina um vulto caído no chão, se debatendo, clamando por socorro.

- Rafael! Eu tô aqui! Vou pedir ajuda e você vai ficar bem! Calma!

Ele está suando frio, suas pupilas estão dilatadas, depois se fecham. Seus lábios tremem e tem dificuldade para respirar. Apoio sua cabeça em minha perna e enxugo o seu rosto com a camisa. Meu peito fica apertado de medo e quando percebo meus olhos estão cheios de lágrimas. Beijo a sua testa, tentando fazer com que sinta que estou ali... eu quis ficar ali.

- Fe...lipe!

“Ele falou meu nome!”, penso, tirando o pó de felicidade que restou dentro de mim. Agarro-me naquilo com toda a minha alma.

- Sim, sou eu! Eu tô aqui... fala comigo! – falo, efusivamente.

Ilumino o seu rosto com mais intensidade, buscando qualquer tipo de reação. Nada. Tenho que pensar em algo, muito rápido. Posso sentir a vida dele se esvaindo como um fósforo sendo queimado. Minha única opção é a mais problemática.

***

Estamos num hospital a 20 minutos dali. São quase 2 da manhã e meus olhos estão fechando de sono, porém, meu corpo está mais desperto do que qualquer outra coisa. O corredor está escuro como em seriados de terror. Ele está ao meu lado, pensativo, apoiado com os braços nos joelhos. Seu cabelo está desgrenhado e está vestindo roupas frouxas e amassadas. A sensação que paira entre nós é de... algo além do desagradável. Uma enfermeira atraente vem em nossa direção. Seu olhar, instintivamente é primeiro para ele, depois pra mim.

- Boa noite. O médico examinou o rapaz. O estado dele é estável e agora precisa de repouso. Desculpem-me perguntar, mas o que ele é pra vocês?! - indaga ela, num tom quase informal.

Vinícius me olha hostilmente.

- É nosso... amigo. – respondo, abaixando a cabeça.

- Ah... então! O amigo de vocês teve um princípio de overdose, porém ainda não conseguimos identificar de qual substância. Saberemos quando terminar de tomar o remédio que demos para coletar o vômito. – “Vômito. Péssimas e ótimas lembranças”, penso. – Por pouco ele não escapa, garotos. É muito difícil salvar alguém que já está em convulsão. Bem, por enquanto ele vai continuar tomando soro, sobretudo para repor os nutrientes em seu sangue. Arrisco dizer que ele estava há uns 2 ou três dias sem se alimentar. – completa ela.

“Dois ou três dias sem se alimentar”. Um sentimento de culpa toma conta de mim.

- Então, aconselho vocês a irem pra casa. Ele está tranquilo e vai dormir a noite toda. Amanhã... quer dizer... mais tarde vocês podem vir vê-lo.

- Quando ele vai poder sair? – pergunto, admirando-me por ainda conseguir raciocinar as duas e pouco da madrugada.

- Depois de amanhã. – responde ela, sorrindo e mostrando grandes dentes amarelos.

- Tudo bem... muito obrigado.

Caminhamos em silêncio pelo corredor em direção ao elevador. Ainda não trocamos sequer uma palavra desde a ligação que fiz pra ele, cuja foi a mais agressiva que já fiz. O prédio tem três andares. Estamos no terceiro e o elevador está no primeiro... Aperto o botão pra chamá-lo.

- Não acredito...

- Hã? – pergunto, pressentindo uma discussão.

- Depois... de tudo...- diz ele, virando-se pra mim.

O elevador chega e entramos.

- Você era a única pessoa que poderia me aj...

- Que se foda! – diz ele, esmurrando a parede metálica.

- Eu não podia deixar ele lá... você ouviu... ele quase morreu Vinícius, não é possível que você pense desse jeito!

- E eu?! Você pensa em mim?! Você pensou no que eu tô sentindo agora caramba?! Eu te perdi Lippo... eu tô... te perdendo... e parece que você faz questão de esfregar isso na minha cara o tempo todo. – grita ele, com os olhos queimando. De forma violenta, ele me segura pela camisa e me bate contra a parede. Nossos olhos se encontram... o meu de susto... o dele de frustração. Sua respiração está ofegante e instável.

- Eu... não tive escolha. – minha voz sai como um murmúrio.

Seu maxilar se contrai e uma lágrima cai de seu olho sem encostar no rosto. A última gota.

- Você já fez a sua escolha.

O elevador se abre e atravessamos várias portas até chegarmos ao estacionamento. De forma inesperada, uma sensação boa percorre meu corpo. “Ele está vivo”. A escuridão, o horror e o pânico vivido algumas horas atrás agora dão lugar a esperança, acompanhada de um leve receio. A situação é: fui expulso de casa e não tenho pra onde ir. Vinícius, como já é de praxe, responde meus pensamentos.

- Você vai lá pra casa? – pergunta ele, secamente.

- Se você deixar.

- Deixa de ser idiota, é claro que eu deixo.

- Obrigado.

A viagem segue silenciosa.

***

O som do despertador entra em meus ouvidos às 6 da manhã. Meus olhos estão pesados, quase grudados. Dormi muito pouco e acordo com os braços ardendo dos arranhões deixados pela minha mãe. Abro os olhos, relutantemente. Estico o pescoço e observo a cama de Vinícius. Ainda está dormindo. Mesmo tendo visitado várias vezes a casa e o quarto dele, nunca deixo de me surpreender com as mudanças que ele sempre faz. Todos os móveis são modernos e de cores escuras. Sua cama, que agora é de casal, fica encostada na parede e o quarto é dividido por uma espécie de parede-estante, onde ele pôs a televisão, dvd e todos os outros objetos. “Diferente”, penso. Levanto do colchão e vou em direção ao banheiro. Olho-me no espelho. “Estou parecendo um urso panda com essas olheiras”. De repente, Vinícius aparece na porta, assustando-me.

- Nossa cara, que susto!

Olho para ele. Está vestindo apenas um short folgado, exibindo um abdômen de tirar o fôlego. Noto um volume estranho lá embaixo. “Está sem cueca e são 6 da manhã”, raciocino. Volto a olhar pro seu rosto.

- Desculpa... eu fico assim de manhã! – diz ele, passando por trás de mim e indo em direção ao vaso sanitário.

“Ele vai mijar aqui?! Na minha frente?!”. Estou me descabelando internamente.

- Relaxa... é...você tem... alguma escova de dentes pra me emprestar? – pergunto, tentando focar minha atenção para o espelho.

- Usa a minha... sei que você só usou a boca pra coisa mais... digamos... “quentes”... há uns dois dias atrás. – provoca ele, rispidamente. Ele abaixa o short e libera um membro... como eu posso dizer... bronzeado e admirável.

- Idiota!

Começo a escovar os dentes, enquanto isso, ele continua urinando e exibindo o seu pênis pra mim. Pelo espelho, observo sua expressão ao sentir o líquido sair de dentro de si. Levanta a cabeça e fecha os olhos, aliviado. Em seguida boceja. “É gostoso demais!”, penso. Cuspo a espuma e enxaguo a boca. Rapidamente, ele me encara pelo espelho, flagrando meu interesse. Seu semblante muda:

- O que tá olhando pra cá?! – um sorrisinho de canto de boca aparece e me desarma.

- Eu não tô olhando! Tá louco?!

- Tá sim! – diz ele, balançando o pênis e vindo em minha direção.

- Não tô! Você tá viajando!

- Você gostou de me ver mijando, eu percebi! – diz ele, se aproximando mais, como um leão.

- Sai Vinícius, não tô bem e...

Antes que eu termine de falar qualquer coisa ele aperta meu corpo contra ele. Sinto seu pênis endurecer totalmente e acariciar a minha barriga descoberta. Sua boca invade meu pescoço, como só ele sabe.

- Vou mostrar o que você tá perdendo... – diz ele, sussurrando em meu ouvido. Estou arrepiado e meus sentidos aguçadíssimos.

- Não Vinícius... eu... eu... – balbucio, sem nada pensado.

- Você quer... eu sei... vou te provar que sou melhor que aquele cara em todos os sentidos. – sua voz rouca amolece meus tímpanos e amacia meus pudores. Estou num estado zen.

- Não cara... eu não...

Ele aperta os dois lados da minha bunda contra si deixando com que eu fique colado agressivamente nele. Em seguida, ele pega a minha mão e a leva em direção ao seu pênis.

- Olha só como ele tá... não me tortura tanto assim, vai? Você já me fez sofrer demais ultimamente, eu mereço um carinho seu...

Estou revirando os olhos de tesão e minha pernas teimam em dobrar. Elas sabem o próximo passo.

- Vem cá... me chupa.

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Comentários

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Ele deve ficar com Rafael, Vinicius é uma puta que só quer sexo, voto pelo rafael

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Discordo. Acredito que o Vinícius realmente esteja apaixonado por ele. Nada é impossível. Eu se fosse ele ficaria com os dois

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Meu Lippo a concorrencia pro seu lado ta grande em.

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Sou #TimeRafael, apenas. Amando o seu conto e super feliz por você postar mais vezes por semana.

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Demaiss,que delicia de conto,haha...não sei quem é o melhor dos dois.Mas torço pelo Rafa!!Ahhh que tri que ta postando direto agora...muito obrigada!!rs

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Ai eu acho que nao foi a nota no comentario anterior mais.agora vai kkkkkk desculpas

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Ai lippo esta chegando a hora de você escolher com quem vai ficar o servo ta começando a se fechar e você nao pode ficar com os dois de uma vez isso e maldade kkkkk bem que eu queria rsrsrs mais eu quero saber oque vai acontecer com rafael sera que ele vai conseguir sair do mundo das drogas eu gordo para que ele de a volta por cima ainda

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Tá chegando a hora de escolher um dos lados... esse jogo duplo está fazendo mal pra todos. Nota 10

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Lippo ,Lippo afinal quem ele quer? O Vinícius ou o Rafael? Ou será que isso só foi um momento de muito tesão???

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aiiii triste pelo fato deles ter que deixar o gustavo e feliz por um lado ele vai ter uma chance com seu amado irmao .. :)... ta otimo continua assim

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