Olá... estou de volta. Bom, estava muito afim de matar as saudades e de continuar escrevendo esse conto. Mesmo com o assunto (incesto) já estar mais explorado depois da primeira edição deste, espero agradar mais uma vez. Comentem bastante pra eu saber como está sendo! Obrigado pelos elogios que recebi enquanto estive fora e... boa leitura.
Pois é... viajamos, juntos, sem olhar pra trás!
Prometemos a nós mesmos esquecer todos os empecilhos do passado próximo e nos dedicar só a nós mesmos, ao nosso amor.
O emprego do Bruno era simplesmente perfeito. Pagava bem, trabalhava relativamente pouco tempo e tinha grandes expectativas de crescimento.
No semestre seguinte passei na federal e continuei minha graduação. Floripa era uma cidade perfeita, cheia de atrativos e os primeiros dias estava tudo mais que perfeito. Porém, aquele encanto todo estava ruindo. Como qualquer casal, as divergências começavam a surgir. Agora morávamos juntos, mas Bruno jamais quis que eu trabalhasse. Enquanto ele não estava em casa, eu só podia o aguardar. Não tinha uma ocupação que me fizesse pensar em outra coisa, a não ser no sofrimento da minha mãe em BH.
Mais que isso, na reação das pessoas quando soubesse a verdade: que eu e Bruno éramos irmãos. Por conta disso, não fazia amizades e não saía sem meu “namorido”.
Isso estava ficando chato.
- Amor, hoje tem uma festa lá no meu trabalho. Vamos?
Eu nem tinha escolha. Ele chegava pra almoçar, me contava sobre a festa e eu? Ia né! Escolhia as melhores roupas, mesmo detestando ser bancado por ele, me arrumava pra caramba, pra chegar lá e só ficar ao lado dele. Sem poder sequer segurar a sua mão, sendo apresentado como o irmão mais novo.
Enquanto ele ouvia todos os elogios do chefe, eu ficava de lado, estava me acostumando.
Isso já estava me cansando e acabava refletindo em todas as outras situações, o que era pior.
- E aí, curtiu a festa?
- Nossa – fiz uma expressão de ironia – adorei! Tirando as partes que eu cochilei.
Ele sorriu de leve, se aproximou e disse, me abraçando:
- Assim até parece que você não gosta da minha companhia.
Me afastei um pouco, querendo uma conversa séria.
- Eu prefiro sua companhia de namorado do que ficar sendo lembrado que eu sou seu irmão.
- Bora resolver isso agora.
Ele me agarrou e nos beijamos, mas as ideias de minha futura independência de Bruno não saiam da minha cabeça.
Fizemos amor naquela noite, mas não foi tão bom quanto antes. Ele dormiu e eu fiquei pensando em como seria se eu tivesse ficado perto da minha família, dos meus amigos. É, estava complicado.
Acordamos juntos, ele me levava pra faculdade. Era o primeiro dia que me abriria para conversar com as pessoas, conhecer de fato meus colegas de sala, sem medo de rejeição ou algo do tipo.
Nesse dia perguntei mais, explorei mais os professores e minha imagem de caladão passou para a de intelectual.
Lanchando, sozinho como sempre, percebi a chegada de um colega de classe. Já havia reparado nele pelo seu estilo descolado. Usava sempre boné, bermuda, all star e camisas normais, se diferenciando do grupo por isso. Leandro era totalmente o oposto de mim, mais calmo, falava bastante durante a aula e se destacava.
- Cara, nunca tinha reparado em ti na aula. Legal o que tu falou...
- Valeu. Tenho certa vergonha de falar em público.
- Para com isso cara. Falaste super bem. Leandro, e você?
Nem me toquei que só eu que sabia o nome dele.
- Carlos, prazer.
Apertamos as mãos e continuamos conversando. Comemos juntos e voltamos pra aula. Uns vinte minutos depois e já parecíamos grandes amigos. Eu estava com certo receio dessa aproximação, mas ter uma amizade em Floripa ia ser ótimo, principalmente com um cara legal.
Leandro me contava sobre sua vida toda em minutos e eu falava pouco sobre mim. O medo da reação dele quando soubesse de toda a verdade ainda imperava.
- Mas e aí, eu falando pra caramba e nem deixei tu contar. Você não é daqui é?
- Não. Vim de BH com meu... irmão. Estou aqui há dois meses só.
- Mas já aproveitou as baladas de Floripa né?!
- Ainda não... sem companhia né.
- Seus problemas acabaram.
Estava dando mais um passo e o entusiasmo falava mais alto. Nem pensei no que Bruno ia pensar disso, afinal ele sequer se fazia presente nos últimos dias. Passei meu telefone pro Leandro e ele passou o dele. Ele disse que assim que rolasse da gente sair ele ligaria.
Voltei pra casa muito mais animado. Bruno chegou do trabalho e percebeu de cara:
- Que carinha mais feliz é essa hein?
- Ah, quer me ver triste Bruno?
- Não lindo. Adoro te ver feliz. Mas quero saber o motivo mano!
- Mano? Aiai. Tô começando a gostar de Floripa, só isso.
- Eu conheço essa carinha de sapeca. Juízo hein mocinho.
- Juízo é meu nome Bruno.
Nos beijamos e agora tinha vontade. Não que eu tenha deixado de amá-lo antes, mas o entusiasmo estava indo embora. Nada como uma amizade pra melhorar as coisas.
Ai de mim se Bruno soubesse que esse entusiasmo todo era por causa de outro cara, que conhecia pouco.
Ficamos deitados no sofá, ele contando sobre o trabalho (como sempre) e eu só pensando nas festas de Floripa que me esperavam. Até meu celular tocar. Era mensagem.
Ia pegar, mas Bruno foi mais rápido.
“Massa ter te conhecido. Num vejo a hora da gente curtir as noites de Floripa. Amanhã te ligo. Leandro.”
- Que porra é essa Carlos?
CONTINUA...
