"Novo Horizonte... Nova Vida" - A História de Nós Três - Quarta temporada - 09

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 2276 palavras
Data: 19/10/2012 01:25:26
Última revisão: 19/10/2012 01:27:35

Caramba... Meu Deus... gente tive um probleminha para postar esse cap, mas problema resolvido. Tentei publicar várias vezes e não deu certo... tive que reescrever todo o capitulo mudando palavras e tudo mais... me desculpem!! Apesar da culpa não ser minha.

Sim, o esposo de Pedro havia escutado demais... levantou sem graça do chão e meio que gaguejando perguntou para Judith.

- Como assim?!! Onde... por onde anda a sua tia?! - questionou ele.

- Eu... quer dizer... nós.... você sabe... não se faça de bobo.... - rebateu a menina.

- Está trabalhando?! Tem certeza disso garota?! - perguntou Mauricio.

- Ora... pare de ser intrometido... seu gay!!! - gritou a menina.

- Judith... para!! E conta tudo de uma vez!! - gritou DJ.

- Verdade Judi... está na hora de pedirmos ajuda. - falou Bernardo pegando no ombro da amiga.

Naquele ponto todos já estavam estressados por causa de tudo que estava acontecendo. Ao olhar em volta, o médico notou olhar cabisbaixo dos pequenos.

- Ei... gente... eu estou aqui para ajudar... não podem viver dessa forma... pegando as coisas que não pertencem a vocês... estou aqui para ajudar.

Por um impulso, DJ correu e abraçou fortemente o Mauricio, que retribuiu o abraço com carinho.

- Judith... isso é muito pesado... eu também não posso mais. - falou Bernardo sentando.

- Pode se sentar. - falou a menina para Mauricio.

- Sim... não tenham medo... por favor. - pediu o médico.

- Vamos do inicio Sr. Mauricio...

Todos nós morávamos no lar Novo Horizonte. Neste local, contávamos com uma diretoria, a dona Hilda, a nossa zeladora e um bondoso homem que nos ajudava com as despesas. Íamos para a escola, fazíamos várias aulas, desde o maior até o menor. Somos de lares diferentes, os únicos que tem um grau de parentesco somos eu e o DJ.

- Você tem um vocabulário muito vasto para a sua idade. - falou Mauricio.

- Pois bem... Certo dia.. recebemos a noticia que Kelson Struid, o nosso bem feitor, havia falecido em um acidente e fomos enviados para um internato... foram meses horríveis, eles não davam roupas ou objetos de higiene pessoal. Então decidimos fugir daquele lugar horrível.

- Porque vocês foram levados para tal lugar? E a diretora? - perguntou Mauricio.

- Ela tentou segurar a gente... até adotou uma das meninas... a Clarinha... ela tinha 9 meses, mas infelizmente acabou sendo obrigada a nos entregar. - falou Bernardo.

- E a quanto tempo vocês fugiram?

- Há quatro meses.... - falou Judithmeses?!! Como assim?! Vocês são crianças... como ninguém deu falta de vocês?

- Eles queriam isso. - falou Judi com sarcasmo.

- Mauricio... se você falar de nós para alguém seremos tranferidos para aquele inferno novamente. - Pediu Bernardo.

- É eu não quero mais ouvir os gritos do Bernardo. - disse DJ.

- Como assim?

- Lá haviam muitos moleques mais velhos que nós... e eu não deixava ninguém chegar perto dos meus amigos. - ele disse.

- Mostra para ele. - pediu Judith. - Ele é médico.

- Deixa eu ver. - pediu Mauricio se aproximando de Bernardo.

O menino abriu a camisa e mostrou uma ferida profunda no lado esquerdo do corpo próximo a virilha. Mauricio ficou horrorizado com o que viu.

- Continuando... quando conseguimos fugir do "Inferno". Ficamos vagando por vários dias... buscando um lar provisório. Passamos pelo nosso lar e... estava... totalmente destruído... - disse a menina chorando.

- Ei calma...

- Estou bem... Certo dia, encontramos um homem e ele estava conversando com outro... eles falaram de um lugar que era usado como deposito, uma casa. Chegamos mais perto para escutar... para nós parecia o lugar perfeito... estava vazio, era espaçoso, resolvemos entrar no caminhão e vir para cá... Quando chegamos descemos do caminhão e colocamos a Carlinha para entrar e abrir as janelas... ficamos aqui a partir desse momento. - falou a menina enxugando as lágrimas.

- Um minuto... eu.... reconheço esta camisa. - disparou o médico, olhando para a menina. - Isso é do Paulinho.

- E.. nós... não somos bandidos. – disse DJ chorando.

- Só pegamos alguns objetos, pois, estávamos precisando. – falou Judith.

- Ou seja, a tal parente de vocês, não existe?! – perguntou Mauricio sentando novamente.

- O que você acha? – perguntou Judith com sarcasmo.

- Eu... nossa.. é... desculpa meninos... eu... preciso... - falou Mauricio correndo pela porta a fora.

- Estão felizes??! Estão satisfeitos??!!! – questionou Judith olhando para os outros.

- E agora?! – perguntou Bernardo.

- Sério?! Ainda pergunta? - questionou a menina. – Todos peguem suas coisas... vamos dar o fora daqui.

- Podemos pedir ajuda de um adulto! – exclamou Carlinha.

- Mas Qual?! Todos os que conhecemos nos fizeram sofrer... somos melhores sozinhos! – disse Judith.

Mauricio via o mundo em câmera lenta... seu coração disparado... pulsava além da conta. Chegou em sua residência e ficou sentado... refletindo... assim ficou por mais de duas horas. Paulinho chegou da escola, após ter visitado a avó, acompanhado de Isabel e seus irmãos. O menino correu em direção ao pai e o abraçou. Um flashback passou pela cabeça de Mauricio.

- Dr. Mauricio? - perguntou uma enfermeira.

- Vamos?!! Não pode abandonar o seu filho. - falou Mauricio para si mesmo.

- Dr. Mauricio...ela está morta... pode declarar óbito. - falou a enfermeira.

Instantes depois, ele se encontrava no berçário olhando para Paulinho.

- Oi garotão.. a vida não é fácil né?! Vou conversar com o meu parceiro.. o nome dele é Pedro e vamos dar um jeito nisso... eu sei o que você está passando... eu sei.

Mauricio também lembrou da para convencer Pedro.

- Amor... nós passamos por muita coisa nessa vida... essa criança viria a somar conosco.

- Eu não entendo... tenho 23 anos... será que você não vê o meu lado... porque quer tanto adotar esse menino? - perguntou Pedro.

- É uma criança... e está sozinha no mundo...

- É comovente Mauricio, mas temos que pensa direito... é muito novo para mim. Somos jovens... bonitos... temos uma vida pela frente.

- Tudo bem... podemos esperar... mas preciso achar um bom lar para ele.

E o que mais doeu no coração de Mauricio Elias Soares foi imaginar o futuro de Paulo sem ele e Pedro.

- O que seria de você meu amor? - perguntou Mauricio chorando.

- Está tudo bem pai?! - perguntou Paulinho.

26 anos atrás...

A chuva é considerada em muitos países uma forma que Deus criou para limpar a terra. Mas naquele dia a vida de Antônia iria mudar drasticamente. Criada no interior, ela nunca teve a oportunidade de estudar e aprender a ler muitos anos depois. Naquela manhã chuvosa, ela encontrou uma pequena criança sentada próxima a uma árvore, estava magro, ferido e muito magro.

- Meu Senhor... quem poderia fazer isso a uma criança? - perguntou ela comovida. - Vem cá meu querido... vamos sair da chuva... vem... qual o seu nome? - Antônia perguntou sem sucesso. - Tudo bem... tudo bem... Mauricio é um bom nome né?! - ela perguntou.

O pequeno apenas olhou em seus olhos e repousou a cabeça em seu ombro. A partir daquele momento, os destinos dos dois estavam traçados. E Antônia pediu ao filho adotivo anos depois que era para ele nunca contar a ninguém...

Sim, havia algo que Mauricio não contou para Pedro. Ele levou os filhos para o banheiro e iniciou uma verdadeira operação de banho.

Toda a família Soares esperava ansiosa no hospital... aguardavam o resultado de todos os exames feitos em Paula. E aquilo significa a diferença entre viver e morrer.

- Aí Deus... essa espera é a pior de todas... sei agora o que os meus pacientes sentem. - reclamou Priscila.

- Graças a Deus que a Isabel veio pegar os meninos.- disse Pedro. - Eles estavam comaçando a se danar...

- Não fala assim dos meus sobrinhos. - falou Phelip.

- Olá... tudo bem? - falou Dr. Edson entrando.

- Boa tarde Doutor! - falou Pedro.

- E o que dizem os exames Dr. Edson? - perguntou Priscila.

- Boas notícias... o nódulo é grande, mas com o tratamento e repouso total, temos uma chance de vencer essa batalha. Depois disso faremos uma cirurgia para tirar o que sobrar. - falou ele.

- Mas quando... ela retirar o tumor vai muito feio?! - perguntou Phelip.

- Bem filho... eu não sei te responder, mas a tratamento chamado de mastectomia... é... muito duro para as pacientes... a mãe de vocês terá que consultar o psicólogo do hospital. - falou Dr. Edson.

- Esta aí o meu medo Edson... não sei se ela vai superar. - falou Priscila.

Não muito longe dali, uma guerra acontecia. Viola e Jean não estavam conseguindo se dar bem e a convivência estava praticamente impossível.

- Espera... dona Viola... está errado. - disse o militar.

- A pronúncia está errada... ai Deus!! É com som de A...

- Ok... mas não é assim que o Viny gosta da sopa.

- Não é Viny... é Vinicius! - gritou a mulher.

- Ele é meu namorado!

- Eu sou mãe dele!

- A senhora é sempre assim?! Ou encarnou comigo? - perguntou Jean.

- Olha rapazinho... pode ir se exercitar na praça... é a única coisa que você sabe fazer de útil. - Viola falou enquanto mexia na panela.

- Perfeito... estou precisando mesmo ficar longe daqui! - gritou Jean saindo e batendo a porta.

- Má cheapann tú go mbainfidh tú fanacht le mo mhac ... tá tú mícheart. - disse Viola.

(Se você acha que vou ficar com o meu filho ... você está errado)

Mauricio decidiu banhar seus filhos. Na banheira estava maior confusão.

- Gostaram de ver a vovozinha? – perguntou Mauricio.

- Muito... mas a vovozinha ta dodói ainda – disse Paulinho na banheira.

- Posso te fazer uma pergunta? - perguntou Mauricio.

- Claro papai... - disse o menino esperando.

- Você me ama?

- Muito... muito...você é o melhor papai da terra. - ele falou jogando água para cima.

- E você me ama? - disse o menino ficando em silêncio.

- Mais do que a minha vida... Amo... amo... amo!!

- Mas muito?

- Muito mais do que muito... mais de um milhão de voltas no mundo.

- Papai...

- Fala filhão. - disse Mauricio.

- Quero agradecer...

- E qual o motivo deste agradecimento?

- Por me amar esse tantão assim.

Sim... as palavras de um filho, acertaram o coração de Mauricio como se fossem milhões de flechas. Ele não se importou com a água e deu um forte abraço em Paulinho e começou a chorar.

- Disse algo errado papai? – questionou o menino.

- Jamais amor.. jamais

- Mas o senhor tá chorando...

- É de felicidade.

- Ahh então meus irmãos ficam chorando de felicidade?

- É relativo amor... deixa eu chamar a Isa para terminar de dar banho em vocês... preciso fazer algo. Cuida dos teus irmãos por um minuto. - falou Mauricio chorando Isabel.

_ Oi Mauricio?! - perguntou Isabel.

- Preciso dar uma saída... termina de dar banho neles por favor?

- Sem problemas... mas Mauricio... tem alguma coisa errada? Desculpa a intromissão, mas eu te vi chorando...

- Não se preocupa Isa... agora está tudo resolvido... vai ficar tudo legal.

- Ok.. então... E quem você é hoje Paulinho? - perguntou Isabel.

- Um tubarão! - gritou o menino.

Ao sair do quarto, o esposo de Pedro fez uma ligação para dona Antônia, sua mãe.

- Oi?! - perguntou Antônia.

- Mãezinha... - disse Mauricio chorando.

- Mauricio? Está tudo bem filho?!

- Sim... eu... eu queria ligar para dizer que eu a amo e sou agradecido por tudo o que a senhora fez por mim... me tirar da rua... me aceitar como eu sou... eu te amo tanto.

- Filho... você prometeu que não iria desenterrar essa história... eu sou tua mãe e pronto...

- Eu sei mãezinha e eu amo a senhora mais do que tudo nessa vida. - ele falou chorando.

- Você é Mauricio Elias... se eu não tivesse te tirado da rua... você não seria médico... não teria uma vida maravilhosa, não amaria e seria amado. Tudo tem um motivo. - ela falou se emocionando.

- Obrigado... obrigado mesmo... mãe agora eu tenho que ir... hoje a noite passo aí com vocês. Beijos.

- Beijos meu filho... fica com Deus.

Os meninos e meninas do lar Novo Horizonte, não tinham um rumo certo. Pegaram os poucos objetos e roupas e saíram vagando pela rua. Chorando, muitos deles estavam com medo. Quando alguém chamou a atenção deles.

- Iam embora sem se despedir de mim?!

- O que? – disseram em uma única voz.

- Eu... jamais deixaria criaturas indefesas vagarem sozinhas por ai. - ele falou se aproximando e abaixando perto dos pequenos. - Vou contar uma história para vocês... vou contar duas para ser sincero. - disse o médico rindo e chorando ao mesmo tempo.

- O que significa isso? - perguntou Judith.

- Vamos lá... eu sou gay...

- Que novidade!! - falou Judith.

- Quieta! - gritou DJ.

- Bem... tenho um marido, três filhos e assim como vocês, os meus pais me abandonaram... e se não fosse a minha mãe adotiva... quem sabe o que seria de mim... eu... não vou deixar todos vocês desamparados... não vou...

- Está tudo bem. - falou Carlinha abraçando ele.

- Estamos passando por isso também. – falou Bernando.

- Me perdoem pela forma como eu agi... a partir de agora vou proteger e cuidar de todos vocês... tirei alguns dias de folga, vamos dar um jeito nessa situação. Venham... vamos voltar... antes que alguém veja vocês.

Fernanda depois de muito esforço conseguiu conversar com seu príncipe.

- Oiiii... após quase três dias eu te acho.

- Me perdoa princisa... peguei um resfriado forte e tive que repousar.

- O cinema vai rolar né?! - ele perguntou arrumando o cabelo.

- O que você acha?! - ele falou beijando a boca dela.

- Espero que isso seja um sim. - Fernanda falou rindo.

- Tenho aula agora... depois conversamos. - ele falou indo embora e cumprimentando Phelip e Duarte.

- Uiiiiiii... está apaixonada... - brincou Phelip.

- Cala a boca...

- É lindo te ver apaixonada. - brincou Duarte.

- Não enche galera... gosto dele sim.

- Mas faz o teste antes... para saber se ele é gay... brincou Phelip.

- Amor?! - Duarte falou olhando seriamente para ele. - Amiga ele te curte, não liga para o Phelip

- Eu sei.

- Mas aproveita... lindo... vai ser doutor... garante tua aposentadoria. - Phelip falou rindo.

- Até parece... estudo para ser alguém... nunca vou ficar dependendo de homens!! Só dos gays... para fazer compras... as unhas...

A vida da voltas inesperadas... e isso reflete em que nos tornamos. Muitas vezes... é ai que mora o perigo... talvez não gostemos do que possamos vir a ser.

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A cada dia você nos surpreende mais...

chorei na parte das crianças contando a verdade para o mauricio...

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