O Diário - 12 - As pessoas mudam

Um conto erótico de Dr. D
Categoria: Homossexual
Contém 1333 palavras
Data: 06/10/2012 03:14:22

O Diário

Capítulo doze – As pessoas mudam

Leonardo estava apreensivo co m o pai, não era de menos. Uma cirurgia sempre é complicada, eu estava cansado, queria ir para casa, mas fiquei um pouco com ele lá, eu não aguentei muito tempo, acabei cochilando no sofá da sala de espera, despertei com ele tocando meu rosto e falando para eu ir pra casa descansar, não objetei afinal eu estava com muito sono, passei na cantina e tomei um belo copo de café, e estava pronto para dirigir até em casa, eu havia visto uns apartamentos próximo do hospital, financiei um, mas estava esperando a confirmação para me mudar, e naquela hora dentro do carro eu implorei para que não demorasse, porque era muito chato dirigir cansado do hospital até meu apartamento. Cheguei a minha casa e apaguei, nem lembrava como era dormir daquele jeito.

Acordei sentindo cheirinho de café coado vindo da cozinha, cheguei lá e encontrei o Leonardo todo atrapalhado no fogão, estava fritando ovos, aquele cara ali na minha cozinha de avental, me excitou, afinal fazia um tempinho que eu não fazia sexo, pigarreei e ele se virou sorrindo para mim, desviei o olhar e o desejei bom-dia, ao que fui respondido com um “Ótimo”.

- Não sabia que você cozinhava!- Eu falei.

-Aprendi na marra enquanto fazia facul – Ele rebateu.

-Eu nem perguntei, você fez o quê mesmo?- Perguntei.

-Engenharia agronômica.

-As minhas aulas de matemáticas serviram, então. – Falei rindo.

-As de biologia também.

Eu fiquei mudo com a fala dele, dei um sorriso amarelo e fui até o banheiro me higienizar, era impressão minha ou ele havia flertado comigo? Eu definitivamente não sabia. Fiz o que tinha que fazer no banheiro e fui experimentar o café feito por ele, até que não era tão ruim, um pouco fraco, mas tudo bem, afinal nem todo mundo é viciado em café como eu.

Conversamos muito naquela manhã, ele estava feliz, pois a cirurgia de seu pai fora um sucesso. Eu disse a ele que estava otimista com o estado de seu pai, pois o tumor era benigno (menos agressivo). Ele começou a falar algo, mas meu telefone tocou, era do banco avisando que o financiamento havia sido aprovado, fiquei tão feliz que sai correndo pela casa para passar no condomínio antes de ir para o hospital, o Leonardo pediu uma carona e eu lhe avisei o meu cronograma, ele disse que não se importava e pediu para que esperasse ele se trocar, após isso dirigi até o local onde meu apartamento ficava, era um prédio relativamente grande (18 andares), meu apartamento cobria o oitavo andar, tinha duas suítes e um quarto, cozinha, sala varanda (extensa por sinal), e a área de serviço, duas vagas na garagem, ele ficava de frente para uma grande praça arborizada, o que dava um charme ao local, só que era meio longe da praia. Leonardo ficou maravilhado, e rindo comentou que eu estava muito bem de vida, eu lhe expliquei que pagaria uma parte, meus pais outra e financiaria o restante.

-Só estou preocupado com a mudança!

-Você tem tempo para pensar nisso.

-Nem tanto, quero vir pra cá o quanto antes, nesta mesma semana.

-Tu continua o mesmo!

-Não, eu mudei muito, sou outra pessoa.

Ficamos em silêncio, estávamos embaraçados de vergonha, me virei e me retirei daquela varanda, afinal tinha que trabalhar. Passei o dia atendendo, depois faltei à academia para cuidar dos preparativos da festa, só faltavam alguns detalhes a serem acertados. Não consegui dormir à noite, então decidi arrumar as tralhas que levaria na mudança, à maior parte livros de todos os tipos, acabei envolvido com meu diário e peguei no sono em plena sala, acordei no meu quarto com o Leonardo me pondo na cama e me cobrindo com um lençol, até que me lembrei do meu diário, e mexi assustado, ele disse:

-Relaxa, não li o que tava escrito no diário.

-Então como você sabe que é um diário??

-Ah... O... O cadeado.

-Onde ele está?

-no mesmo lugar onde você o deixou.

-Tudo bem, me desculpa.

-Fique despreocupado.

-Ah, é... Obrigado... P. por me trazer pra cá, eu acordaria com torcicolo.

-Disponha – disse isso e sorriu para mim.

-Desviei o olhar e me virei para dormir, acordei atrasado, então não tomei café da manhã, no trabalho tudo normal, na volta Leonardo me pediu carona para casa, pois ele havia vindo visitar seu pai, disse que teria de desviar para passar no local onde faria a festa, ele disse não ter problema, então fomos.

Chegamos lá à tardezinha, o sol iria se por logo, então tratei de reservar o local, que era, na verdade um deck, enfrente à praia, a alguns poucos quilômetros da cidade, acabou que ficamos lá até o sol se por no horizonte, e naquele dia a natureza caprichou, porque ver o sol sumindo nu borrão de nuvens vermelhas alaranjadas com o barulho do mar atrás de si é uma sensação mágica.

Por fim voltamos para casa e pedimos uma pizza, acabei de arrumar meus livros e entrei na internet para consultar uma transportadora, achei uma barata e que parecia confiável, ela só não montava os móveis, mas não me preocupei, pois doaria a maior parte deles, renovaria a mobília porque era a mesma desde que vim morar na capital. No dia seguinte era minha folga, acordei mais cedo que de costume, pois iria consertar algumas coisas do apartamento e pintar a cozinha e o meu quarto. Preferi não acordar o Leo, fui sozinho mesmo, comecei pelas lâmpadas troquei todas as queimadas e troquei também um soquete que estava quebrado, troquei algumas tomadas, e instalei uma ducha nova, colei alguns vidros na vidraça que dava acesso à varanda e aproveitei e envernizei algumas portas no interior do local, o Leonardo me ligou preocupado, lhe falei onde eu estava e ele perguntou indignado o porquê de eu não o ter chamado para me ajudar, afinal ele me devia, me expliquei e desliguei o telefone, minutos depois ele aparece lá, insisti que não precisava, mas ele não cedeu, praticamente tomou o rolo de pintura de minha mão e começou a pintar a parede, adiantou muito meu trabalho. Paramos para descansar um pouco e ele me falou:

-Poxa, não sabia que você sabia fazer essas coisas!

-É, tive que aprender...

-Pelo menos se você deixar de ser médico um dia pode virar pedreiro!

Não resisti e ri muito. Continuamos com a nossa tarefa na maior descontração e terminamos a cozinha, só faltava meu quarto, e foi bem rápido enquanto eu pintei duas paredes ele pintou uma e meia, faltando apenas uma parede para terminarmos, então fizemos juntos, só que ao me virar para pegar tinta acabei encostando a ponta do rolo no braço dele, melando-o de tinta, ele notou e me falou “não deveria ter feito isso, agora vou ter que descontar” quando me virei para ele, o mesmo passou o dedo melado de tinta na ponta do meu nariz, ele ria e eu não deixei de gargalhar com a situação, e foi nesse momento que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez depois de tantos anos, aqueles olhos verdes como esmeraldas ainda estava lá, hipnotizantes, mas agora não pertenciam à um garoto imaturo e supérfluo, e sim à um homem. E o que eles encontraram? O doce e perigoso dourado dos olhos de uma fera ferida, que pertenciam a um garoto franzino que cresceu e mudou, assim como todas as pessoas mudam, e muita coisa havia mudado entre nós dois, exceto uma: eu ainda o amava.

CONTINUA...

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Bom pessoal está aí mais uma parte. Desculpem-me pela demora, mas essa semana está sendo muito difícil para mim, agradeço aos meus leitores, especialmente aos que comentaram e votaram no conto anterior, fique muito grato mesmo.

Perdoem qualquer erro gramatical e o tamanho e falta de erotismo no texto, mas é para a compreensão da história, e em breve os compensarei pela demora, muito obrigado por lerem, beijo do Dr. D

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Comentários

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Perfeito, está maravilhoso Continua logo por favor.

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o sentimento estava apenas adormecido e pelo jeito resolveu despertar com tudo

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