UM É POUCO, DOIS É BOM

Um conto erótico de Augusto Treppi
Categoria: Homossexual
Contém 2043 palavras
Data: 30/10/2012 17:52:03

Renato já não sabia mais o que significava para o seu macho. Mesmo depois de tanto tempo passado desde o flagrante com Claudiney, parece que tinha se convertido mesmo somente em um empregado e depósito de porra. Nunca mais os beijos apaixonados, os carinhos ardentes, o olhar de desejo do seu homem. Trabalhava feito um condenado, cumprindo jornada dupla no escritório e em casa, dormia sem conforto no quartinho de cama pequena em relação ao seu tamanho e quando levava as pistoladas do garanhão eram trepadas a bem dizer, burocráticas. Embora fosse um homem cuja marca era o otimismo, vinha perdendo as esperanças de uma reconciliação. Sempre divagando, ficava se perguntando: E se não houvesse reconciliação? Aquela seria a sua vida para sempre? Onde e como visualizar perspectivas de mudanças?

Ainda bem que os pensamentos não lhe ocupavam as mãos. Corria de um lado para o outro na cozinha, enquanto ouvia o barulho do chuveiro ligado. Já tinha deixado a roupa separada e a mala pronta em cima da cama. Clayton tinha comunicado que ia viajar esta noite. Pela primeira vez em tanto tempo o empresário teria de volta as chaves da casa, já que precisaria se locomover para a empresa. Absorto em suas divagações e na preparação do lanche que o boy mandou, ouviu a campainha tocar duas vezes. Só então se deu conta que poderia abrir. Parece que tinha até se desacostumado.

Apreensivo, girou a chave na fechadura e puxou lentamente a porta, com algum receio. O espanto fez com que recuasse dois passos para trás. Diante dele, também espantado e constrangido, André, o advogado professor ensaiou um sorriso enquanto gaguejava:

- Desculpa Renato... Eu não sabia que ia te encontrar aqui... O Clayton mandou que eu viesse buscá-lo para levar para o aeroporto...

O loirão estava sem fala. Quer dizer então que os dois continuavam a manter uma relação? E pelo visto bem íntima, já que o rival foi intimado a conduzir seu macho. Sem resposta, ficou olhando o homem diante de si. André era sem dúvida alguma um sujeito bonito.

Devido ao horário, com certeza vinha do trabalho, ainda estava de terno, a gravata levemente afrouxada. Um pouco mais jovem e um pouco menor que Renato, ele também é um cara alto, na faixa dos 1.82. Mesmo com as roupas sociais percebe-se um corpo mais trabalhado do que o do empresário. A sua musculatura é definida e também tem mais pelos que o outro. O tom da pele é claro, mas parece ainda mais claro no contraste com seus cabelos negros. Recuperando um pouco o controle, o grandão se afasta, convidando-o a entrar apenas com um gesto. A dança dos olhares que se encaram e se desviam denotam o constrangimento na sala. Na verdade, ambos conheciam a intimidade do outro, pelo menos no que se referia ao sexo com aquele moleque negro. As imagens que lhes vinham à cabeça tornavam a situação ainda mais cômica, se não tivesse os tons de drama.

O advogado é o primeiro a falar novamente, tentando renovar as suas desculpas, mas é interrompido por Renato:

- Olha... Não tem do que se desculpar. Você pode até não imaginar, mas sei bem pelo que você deve estar passando...

Enchendo-se de coragem, ele resolve dar prosseguimento ao diálogo. Quem sabe desta vez não consegue motivar o outro a criar a tão sonhada cumplicidade? No seu intimo tinha a certeza que aquele professor não era marinheiro de primeira viagem como ele. Agora que sabia do seu envolvimento com Clayton, começava a entender diversas piadinhas e insinuações que já tinha ouvido quanto ao seu comportamento.

- Bom... Você não precisava ter rompido as relações comerciais com a nossa empresa. Você melhor do que ninguém sabe que este assunto aqui nunca chegaria aos ouvidos de outras pessoas.

Olhando prá baixo, meio envergonhado, Renato prossegue:

- Como eu poderia falar de você, se eu é que estava de calcinha quando você chegou... Eu é que fui tratado com tanta humilhação na sua frente...

- Que isso cara! André inconscientemente sente-se solidário ao antigo parceiro comercial. Não fica assim, eu consigo te entender. Você não imagina que comigo foi diferente

dentro daquele quarto né? Porra amigo, além disso te confesso que fiquei super mal quando percebi que tudo ia acontecer na sua cama.

Olhando para a ponta dos próprios sapatos, ele demonstra timidez ao prosseguir:

- Mas você sabe como é o Clayton... Não sei o que acontece... Não é só a agressividade, o jeito selvagem dele. Ele domina a gente também por... Ah, você sabe né?

Encarando o rival, mas sentindo-se bem com a cumplicidade, Renato completa o raciocínio:

- Pode dizer André... Eu entendo... Você também se apaixonou por ele não é?

O olhar espantado do professor revela que ele não esperava ouvir essa confissão, tampouco ser envolvido, onde a palavra "também" era a que mais incomodava.

- Sinto muito Renato...

André começa reticente, mas logo solta de uma vez o que está entalado na garganta:

- Olha cara, me perdoa, eu não queria ter entrado no meio de vocês dois, não queria ser a causa de nenhum sofrimento.

Mal termina a frase, acompanha assustado o olhar de Renato, que demonstra espanto e medo.

Parado, na soleira da porta, Clayton encara os dois amigos, somente de toalha presa na cintura, com um risinho cínico no canto dos lábios. Sua pele brilha, ainda meio úmida do banho, desenhando aquele corpo pequeno de musculatura tão definida. As veias dos braços e pernas estão saltadas, formando cordões que lhe dão um ar ainda mais másculo.

Ali, na sala elegante, a cena era esta. Dois homens grandes, brancos, sofisticados, olhando assustados para um garoto negro, que em silêncio os encara com ar de superioridade.

Dois sujeitos daquele porte, apaixonados, davam ainda mais razão para o apelido inventado pelo colega de escritório. Realmente, o doce do Clayton Caramelo não funcionava somente entre mulheres.

Sem dizer uma palavra, o moleque começa a caminhar em direção às suas presas. O marcante andar gingado demonstra a segurança de sempre. Instintivamente, os dois homens grandes se encolhem, como que querendo desaparecer diante do seu predador. O silêncio só é quebrado pela voz do boy, baixa, mas firme, que frente a frente com Renato o segura com firmeza pelos cabelos:

- O que você tá fazendo aqui que não tá na cozinha terminando meu lanche puta?

O empresário se limita a um gemido, sem coragem de olhar para o seu algoz. Os cabelos claros, quase loiros, continuam a ser puxados para baixo, forçando o grandão a ir se ajoelhando. Bem quieto, ao lado, André olha para o chão. Com a barriga queimando de ansiedade e um leve tremor nas mãos, tenta se fazer de invisível, mas chega a sua vez. Com a mão livre, Clayton pega firme em seu rosto, apertando e forçando-o a encará-lo:

- E você viado, por que ainda não subiu para pegar as minhas malas?

De pé entre os dois, o negro segura firme cada um com uma mão, imprimindo força nas duas. Mudando a expressão do rosto para um riso sacana, ainda encarando o advogado, o garotão dispara:

- Tira a roupa!

- O que...? André responde, arregalando os olhos.

O estalo do tapa ecoa na sala:

- Mandei tirar a roupa, tu é surdo???

Renato se encolhe assustado, ajoelhado aos pés do macho, e recebe também a sua ordem:

- Começa a chupar puta! A fala é acompanhada por um puxão mais forte nos seus cabelos.

Indefesos, os dois homens grandes subjugados pela autoridade do moleque, começam cada um a cumprir o que foi determinado. Enquanto o empresário coloca a boca quente na tora negra, dura feito ferro, o professor vai arrancando desajeitadamente as suas roupas.

O ar vitorioso de Clayton fecha a cena. Realmente, manda quem pode

André ficou completamente nu enquanto Renato caprichava no boquete. Mesmo naquela situação tensa, sentir o pau do seu macho na boca transformava o passivo, que chupava com desejo e não apenas por obediência. O boy admirava com ar vitorioso seus dois submissos.

Segurando o advogado pelo mamilo, puxou-o para perto de si iniciando um beijo selvagem, penetrando-lhe a boca com sua língua grossa e quente. Ao mesmo tempo suspendeu o empresário puxando seus cabelos e colocando-o de pé.

- Sua vez de tirar a roupa puta! Disparou sem interromper o beijo enquanto os dedos negros e grossos começaram a torcer o mamilo que até então apenas apertavam.

Renato se apressou em ficar pelado, o que fez com mais facilidade, pois estava apenas de short e camiseta. Com a pressão no mamilo, André se viu ajoelhando involuntariamente, na verdade seguindo o objetivo do garanhão, que inverteu a posição dos dois homens, colocando agora o professor para chupar.

Os dois corpos nus mostravam suas diferenças. O loirão maior, corpo bem feito, porém mais arredondado, sem musculatura definida, liso e de pele bem delicada ao toque. O outro um pouco mais moreno, embora branquinho também, menor em estatura, mas com músculos aparentes, barriga meio tanquinho e uma leve penugem negra. Ambos altos, em vista de Clayton com seus pouco menos de 1.70.

Segurando o grandão com firmeza, o moleque tomba-o para a altura do beijo enquanto se delicia com a chupada. Como sempre aquela pegada firme fazia Renato amolecer nos braços do amante, que passou a beijá-lo com volúpia chupando os lábios finos e enfiando a língua por sua boca adentro. O macho jamais daria o braço a torcer, mas ninguém lhe dava mais tesão que aquela sua "gostosa". O seu jeito de se entregar totalmente indefeso, a maciez do seu corpo tão grande quanto frágil e seus gemidos algumas vezes afeminados levavam a geba negra a níveis incríveis de endurecimento. Naquele momento outra comparação era evidente. O boquete da sua fêmea dava de dez no do seu outro passivo. Uma coisa incomodava talvez mais que tudo. O pau de André endurecia, diferente do de Renato, que sempre se mantinha encolhido na presença do garanhão. Tanto que Clayton nunca comia o professor de frente, tinha que ser de bruços ou de quatro, para evitar o contato com a masculinidade do outro que não tinha sido totalmente subjugada.

O empresário se sentia nas nuvens ali, nas mãos do seu homem. Totalmente amolecido, acariciava delicadamente seu peito másculo e gemia, sorvendo a sua saliva. Se o boy o soltasse, com certeza desabaria no chão, tal o estado de fragilidade que o contato do macho lhe impunha. Liberando a boca do passivo, o negro ataca seus peitinhos, outra parte que o deixava maluco. Claro, ninguém precisava saber disso, o importante era usar aquele loirão como bem entendesse. A sugada forte nos mamilos tirava ainda mais as forças do patrão, que aumentava os gemidos, chegando a dar alguns gritinhos. Enquanto isso, de joelhos, André sugava a tora negra, sem saber que aquele entusiasmo todo da geba não era bem pela sua chupada, mas pelo sarro com seu amigo.

Usando de agressividade, Clayton interrompe o clima pegando suas duas presas pelos cabelos e colocando-os de pé diante de si. Nenhum dos dois homens grandes ousam encará-lo e mantém os olhos baixos, demonstrando claramente conhecerem o seu lugar. Todos dois já tinham experimentado o peso da mão daquele baixinho e nem mesmo em dupla encarariam o desafio de enfrentá-lo. Essa submissão era o principal afrodisíaco do negro quando pegava homens. Com mulheres a relação era normal, mas com outro macho fazia questão de mostrar seu poder. Com aqueles dois gostosos, ainda por cima indefesos na sua frente, não iria se contentar com uma gozada rápida.

Em tom arrogante, dispara as ordens:

- Viado, pega o telefone e desmarca minha passagem, só vou viajar amanhã, para André.

- Puta, termina meu lanche, acho que vou precisar de energias... Para Renato, dizendo a última frase com um risinho cínico.

Soltando os dois homens, não consegue conter umas gargalhada, ao vê-los correr, atrapalhados, até mesmo trombando um no outro, na ansiedade de cumprir o que havia sido determinado.

É, realmente não há como negar o ditado. Manda quem pode.

Este é um capítulo do livro DOMINAÇÃO, disponível em formato impresso e e-book. Do mesmo autor, leia também CAMA KING SIZE e OBSESSÃO. Para comprar com total sigilo e segurança, basta acessar www.comprelivrosgls.com.br.

ATÉ O DIA 30 DE NOVEMBRO, NA PROMOÇÃO "PRÉ NATAL", TODOS OS E-BOOKS ESTÃO POR R$ 5,90.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Augusto Treppi a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários