O Diário -15- O Luau

Um conto erótico de Dr. D
Categoria: Homossexual
Contém 1678 palavras
Data: 30/10/2012 01:38:05

O Diário

Capítulo quinze – O Luau

Sabe quando você passa por uma situação incômoda e deseja não pensar em nada, eu fiquei assim depois daquele beijo, tomei calmante e fui dormir, foi um sono pesado e sem sonhos, acordei com o despertador tocando ao nascer do sol, fiz minha higiene e quando fui para cozinha, o Léo já estava lá e vestido, o café também já estava pronto, me disse um monótono “bom-dia” e se retirou.

Havia um copo sujo na pia, ele provavelmente, já tinha feito seu desjejum, me alimentei pensando no beijo, enquanto o Leonardo me esperava na sala.

Não trocamos uma palavra do meu apartamento até a garagem, chegando lá ele fez com que iria dirigi e eu aceitei, pois poderia me distrair, tamanho desconforto que eu sentia. Ambos parecíamos duas crianças da pré-escola após terem brigado. Leonardo sempre fora um bom motorista, pois dirigia desde muito cedo, então, mesmo se ele estivesse sentindo vergonha ou algo do tipo ele não teria problema ao volante.

A todo o momento eu me lembrava do beijo, eu tentava repelir esse pensamento, porém acabava me pegando pensando em como tinha sido bom, eu admitia, o beijo dele estava muito melhor, diferente, mais intenso, se me concentrasse poderia sentir seu hálito quente, sua língua úmida dançando com a minha, o doce dos lábios dele, o toque de suas mãos e a suavidade de sua pele, além da rigidez de seus músculos, e da respiração, alterada, meio rouca.

Quando me livrei desses pensamentos, percebi que já estávamos na avenida da orla, em direção à área da cidade menos urbanizada, com menos casas e construções menores. De repente o Leonardo entrou numa pequena via em direção à praia, desviando do nosso caminho e freou o carro no acostamento. Ele abriu a porta e saiu do carro, quando me recuperei do susto também desci e ele estava lá, olhando para o sol baixo do início da manhã, andando de um lado para o outro com as duas mãos na cabeça.

-O que aconteceu?- Perguntei com medo de sua resposta, não era a hora para aquela conversa, nem o lugar.

-Você ainda pergunta? Não posso fingir que não te beijei ontem! – Ele me respondeu assim, na lata.

-Olha Léo, não quero falar sobre isso agora, ok? Depois teremos tempo, mas neste momento meus colegas precisam de minha presença lá, e eu... De você... Pra me ajudar, é claro.

-Me desculpa por ontem, eu não sei onde estava com a cabeça, e você...

-Tudo bem, está desculpado, agora vamos! – O interrompi num tom mais frio do que planejei, apesar de estar dilacerado por dentro – Agora vamos!

- Sabe, quando sua mãe me ofereceu ajuda, eu fiquei apreensivo, mesmo assim aceitei, me lembrei daquele dia em que te vi na casa da Lívia, te achei frio, e confirmei isso nos primeiros dias aqui, por isso pensei que seria mais fácil, mas aí você me mostrou que continuava a mesma pessoa doce de sempre, a que eu amei no passado, percebi isso no hospital, enquanto você brincava com um pequeno na pediatria, e ontem eu não consegui conter algo que vem daqui de dentro, e que vem me empurrando pra você, não sei o que é, achei que já tinha superado isso, mas não, você continua a me puxar como um imã, e ontem eu me descontrolei e te beijei, mas seu beijo não curou minha dor, sou a tornou maior – Quando terminou, ele já chorava.

Eu estava ali, em sua frente digerindo todas aquelas palavras, eu tinha que ser firme, por nós dois, seria um erro desabar ali. Meu celular tocava, e eu prontamente atendi, eu esta meio confuso, mas identifiquei que uma das pessoas da organização indagava o motivo de minha demora, balbuciei um “já estou a caminho”.

Entrei no carro agora no banco do motorista, e aguardei o Leonardo se recompor, ele entrou evitando meu olhar e continuamos nosso caminho. Se antes eu me sentia desconfortável, imagina naquele momento, o clima no carro ficou muito pesado, felizmente, chegamos ao nosso destino sem nenhum empecilho.

Havia algumas pessoas no local, toda a estrutura seria montada no deck, e algumas tochas e flores adornariam a faixa de areia, o trabalho foi dividido em duas partes, na primeira, pela manhã, fizemos a parte do deck, colocamos lâmpadas, decoramos com luminárias, montamos toldos, arrumamos mesas, montamos um pequeno palco e instalamos algumas caixas de som, terminando esta parte, fomos almoçar, todo aquele trabalho estava muito divertido, todos ali estávamos felizes, inclusive o Léo e eu, ele sorria pra mim, e pelo seu olhar, eram verdadeiros. Após almoçarmos, descansamos um pouco e fomos para praia montar as tochas, tapetes e um pequeno toldo, tudo isso embaixo de um sol muito forte.

Quando acabamos, todos estavam suados, era umas 16h00min, então decidimos tomar um banho de mar para refrescar, eu sempre levo sunga e roupa limpa no carro, e o Léo estava com bermuda de Nylon, então não nos preocupamos em nos molhar, eles correram para água e eu fui me trocar.

Deixei toda roupa no carro e fui para o mar apenas de sunga preta, que dá um ótimo contraste com minha pele, o Leonardo ficou boquiaberto quando me viu, parecia que ia me devorar, nem sequer conseguiu esconder de quem estava ali o quanto ele admirou meu corpo. Até aquela altura, nunca tinha sequer tirado a camisa na frente dele, ele correu para o mar a se lançou na água, na hora não entendi o porquê, inocência minha talvez.

O pessoal começou aquelas brincadeirinhas de jogar água uns nos outros e infelizmente, não escapei deles, só o Leonardo não levou água, até eu aproveitar uma distração dele e fazer isso, ele correu atrás de mim por um bom tempo, chegamos até a nos afastar do pessoal. O clima daquela manhã havia desaparecido, eu estava consciente de tudo que estava acontecendo, mas não me importei. Viemos conversando amenidades durante um minuto, quando ele me pegou no colo e correu em direção ao mar, se lançando na água comigo.

-Me vinguei – Disse rindo

-você me paga!

Corri atrás dele até retornamos para o grupo, ficamos por lá até a lua crescente começar a brilhar no céu do final do dia, voltamos para casa, precisávamos de um bom banho e de nos trocar, afinal deveríamos nos vestir bem.

Eu usei uma blusa social branca, com um jeans escuro e sapato, o Léo usou a camisa que lhe dei, jeans claro e tênis branco, saímos de casa umas 20h00minh e chegamos à festa meia hora depois.

Houve a parte dos discursos, slide shows, apresentações e depois um showzinho ao vivo de um pequeno grupo de MPB e pop rock. Com o passar do tempo algumas pessoas foram indo embora, eu estava em uma mesa tomando vinho tinto, quando o Leonardo apareceu, começamos a falar sobre o evento, ele me elogiou pelo sucesso que estava sendo, conversamos sobre amenidades, eu já estava meio grogue, pois não sou acostumado a beber.

Enquanto o Leonardo falava comigo sinto uma mão em minhas costas, quando olho é o Dr. Márcio, ele estava divino.

-Estou atrapalhando? – Perguntou-nos

-Não – Respondemos simultaneamente, o Léo encarava-o sério.

-Podemos falar a sós Felipe?

-Claro Márcio, Léo com licença. – Me levantei, e saímos para uma mesa afastada da multidão, deixando o Leonardo sozinho na mesa nos encarando com uma cara séria, a todo o momento ele olhava na nossa direção.

-Então Márcio, a que devo tal conversa? – Perguntei.

- À como você está lindo, cara vou ser direto, eu estou afim de você, Você é muito gostoso! – Respondeu.

Ri envergonhado.

- De um tempo para cá venho percebendo o quanto você é bonito, seu sorriso, sua boca, seu jeito de ser, e é claro essa sua bundinha tesuda.

Não curto homens atirados assim, mas como estava meio bêbado fui me envolvendo na conversa do Márcio, ele pegou minha mão e um arrepio subiu pelo meu corpo, mas me lembrei do Leonardo e o clima quebrou-se, continuamos conversando e ele dando investidas, o vinho fazia efeito e numa de suas investidas, quase nos beijamos, eu fugia dele, ele acariciava minha mão, e não escondia que estava excitado com a situação, de repente ouço um barulho estanho vindo do palco, quando ouço a voz do Leonardo:

-Uma música especial, para a pessoa mais especial da minha vida.

E ele começou a tocar, os instrumentistas o acompanharam e reconheci a música na hora, “Linger” do “The Cranberries” [LINK:http://letras.mus.br/the-cranberries/80772/traducao.html], que apesar de não fazer sentido antes, marcou nosso relacionamento, mas prestando atenção na letra, meio que me identifiquei com ela, falava muito do que sentia.

Pedi licença ao Márcio e corri em direção à praia, sentei na areia longe da movimentação e chorei, senti tudo de novo, com uma intensidade que nunca havia experimentado, abracei meus joelhos contra meu corpo e derramei algumas lágrimas, ouvi uma movimentação e percebi que o Léo estava ali do meu lado, chorando também, ele me puxou para seus braços e ficamos assim abraçados, jogados na areia, com a pequena banda reproduzindo a nossa música no fundo, senti seu toque no meu rosto, e ele me puxando para cima, me abraçou e sussurrou no meu ouvido um pedido de dança, então deixei tudo aquilo que segurei por anos fluir e começamos a dançar lentamente de um lado pro outro, como à anos atrás , e ouvir ele dizer, “você é meu, sempre foi”.

E em meio a lagrimas nos beijamos de novo, ambos tomamos a iniciativa e eu estava decidido que me entregaria a ele outra vez, mesmo sabendo que sofreria, me entregaria de corpo e alma mais uma vez.

CONTINUA...

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Mais uma postagem, pessoal gostaria de agradecer aos comentários de todos vocês fico muito feliz, gostaria também de pedir desculpas pela demora, mas as coisas estão um pouco turbulentas por aqui, me perdoem pelos prováveis erros ortográficos e incoerência.

Fico muito feliz em saber que minha história agrada vocês e prometo recompensá-los com um capítulo bônus dentro de alguns dias, Beijo do Dr. D.

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Comentários

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quem é vivo sempre aparece! rs. conto perfeito! Adoro a musica q mencionou!

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Quem é vivo sempre aparece! Pensei q nao postaria mais! Maravilhoso conto!

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Quem é vivo sempre aparece! Pensei q nao postaria mais. conto maravilhoso!

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Achei que não postaria, me assustou. A propósito, você tem um excelente gosto musical. Adorei este capítulo assim como os anteriores. 10!

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