EU TE AMO 26

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 3791 palavras
Data: 10/08/2012 16:50:10
Última revisão: 30/06/2018 23:17:22

Esta é uma história real sobre a minha vida, mas que envolve todas as pessoas que conviveram comigo naquela época. Se eu ‘excluísse’ determinados acontecimentos, ficaria algo totalmente sem sentido. Algumas coisas aconteceram lá em Angra, onde eu morava. Então, como eu não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo... Recebi uma ajuda para escrever certas coisas que não pude vivenciar. Para que todos compreendam e, não fiquem confusos... Todas as vezes que as palavras forem iniciadas e finalizadas com esse símbolo destacado aqui: 👉(*)👈, significa que estou explicando uma situação ou um determinado momento que eu não estava presente na hora exata, mas que soube depois de um tempo... Assim não ficará nenhuma dúvida... É isso!

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Quando eu idealizava o meu futuro... Sempre sonhava com o Edu ao meu lado. Nosso amor era tão forte e verdadeiro, mas como “abandonar” a minha família nesse momento tão difícil?

Edu - Amor... Você quer se separar de mim? Não podemos ficar longe um do outro. (ele disse triste).

Eu – Edu... Eu amo você, mas acho melhor cada um ficar com a sua família agora. É o certo.

Edu - Eu não quero ficar sem você. Vamos ficar juntos, por favor.

Eu - Eu também não quero. Preciso muito de você... Bem pertinho de mim, mas eles estão sofrendo tanto.

Só em imaginar que os meus pais, minha irmã e os meus amigos ficariam por aqui, enquanto eu estaria mais distante... Meu coração já apertava. O Edu não fazia o mínimo esforço para compreender a minha decisão. Também pensava nele e em sua família quando tomei essa atitude... Teríamos que ajudar-nos uns aos outros nesse momento.

Edu – Se você não mudar de opinião... Eu vou ficar aqui contigo.

Eu – Não. Edu... Não vamos pensar no nosso relacionamento agora. Temos que apoiar nossos pais, eles precisam de nós.

Edu – Já disse. Eu vou ficar onde você estiver.

Porque tão dependente de mim? Nem sempre isso era bom, pois ele se apegava demais... Às vezes me sufocava tanto “grude” por parte do Edu. Nosso amor seria posto a prova. Se conseguíssemos resistir essa tempestade... No final, tudo daria certo. Não era algo tão drástico assim, pois nos veríamos em todos os finais de semana.

Edu - Você não percebe, não é? Eu só vou conseguir ficar bem, se ficarmos juntos.

Eu – Eduardo... Por favor, muitas pessoas precisam da nossa ajuda. Você não conseguiria se adaptar por aqui... Então é melhor cada um seguir o seu caminho.

Não adiantaria mais questionar, ou discutir... Ele me incentivava a repensar minha decisão. Não seria egoísmo meu. Eu amava demais o Edu... Era muito amor envolvido, mas naquele momento meu coração pedia para ficar.

Edu - Amor. Pensa bem... A faculdade, sua vida e, eu... Vai me deixar sozinho?

Eu – Amor... Não faz assim. A ‘facul’ não me preocupa tanto. Minha vida também está aqui... Eu te amo demais... E, você reagindo dessa forma, só torna tudo mais difícil.

Edu – Então, agora mais do que nunca nós temos que permanecer juntos. Tira essa ideia maluca da sua cabeça, porque eu não vou deixar você me abandonar.

Porque ele teria que ser assim? Seria mais complicado do que eu imaginava. O Breno e a Clara precisavam retornar. Tentei incentivar o Edu a seguir com eles, mas era inútil. Porque tão teimoso assim? Que cara mais difícil, impressionante!

Clara - Diego. Fica bem, ok? Quando se sentir melhor... Volta para nós, mas pensa com carinho. Quero muito você por perto.

Tão frágil... Eu ainda estava muito abalado, então quando eles me abraçaram, se despedindo... Derramei algumas lágrimas.

Clara - Não fica assim. Isso tudo vai passar e, sempre estarei aqui pronta para te apoiar. Te espero lá no Rio.

Breno – Cara... Se precisar já sabe, não é?

Eu – Obrigado por tudo. Vocês dois são muito especiais.

Agora minha vida seria totalmente diferente. Mesmo contra a minha vontade, eu teria que me acostumar á essas mudanças. Não iria me entregar... Cabeça erguida sempre.

Edu – Eu vou cuidar de você. Deita aqui comigo.

Por mais que eu tentasse fechar meus olhos, ‘mergulhar’ nos meus sonhos bons... No meu coração esse triste acontecimento insistia em me atormentar. Mesmo assim, o Edu permaneceu ali enxugando minhas lágrimas. Junto dele eu me sentia completamente seguro... Parecia que nenhum problema teria forças suficientes para me atingir quando estávamos unidos. Nosso amor era assim: um cuidando do outro. Ele me acariciava, beijava... Enfim, demonstrava todo o afeto que sentia por mim. Nós dois estávamos muito exaustos, mas deixei-o dormindo e, levantei da cama com muito cuidado para não atrapalhá-lo. Eu precisava de um tempo só meu, ficar em paz.

Já era bem tarde. Altas horas da noite e, eu permanecia do lado de fora da casa, sozinho e totalmente deprimido. Me sentia tão mal com toda essa situação. Tanta falta eles fariam na minha vida. O clima da madrugada era péssimo: frio e algumas gotas de chuva bem fraca. Minhas lágrimas insistiam em rolar... Tão forte, rapidamente... Era como se tivessem acertado várias flechas no meu coração. Que sofrimento!

Um sentimento de culpa invadia a minha cabeça. Porque não consegui apoiá-lo nos seus momentos de indecisão? O clima de nostalgia permanecia sobre mim... Nosso tempo de criança... As confidências compartilhadas. Sempre adorei essa missão de protegê-lo... Eu me sentia tão importante com esse dever de cuidá-lo. Às vezes, ele fazia questão de me ‘exibir’ para os seus amigos, dizendo que eu era o seu irmão mais velho. Porque tudo teria que terminar dessa forma tão trágica? Ah! Lukas... Quantas saudades de você. Precisava me libertar dessa sensação que me machucava demais.

Que situação deprimente eu me encontrava. Já estava um pouco encharcado por conta do chuvisco, mas isso não me importava. Só queria desaparecer, dar fim a tudo que me fizesse sofrer. Porque eles tinham que me “abandonar”? ‘Mergulhei’ em meus pensamentos, observando a água que descia do céu lavar toda essa dor e, levá-la para bem longe de mim. De repente senti alguém me abraçando muito forte... Tentando me resgatar de um verdadeiro ‘precipício’. Me sentia tão perdido nesse momento. Eu precisaria e, muito de alguém que tirasse a solidão e tristeza que habitavam minha vida. Somente o amor teria esse poder. O Edu me abraçava, conversava, beijava... Tudo para libertar-me do transe que eu estava.

Edu – Amor. Fala comigo, por favor. Diz alguma coisa.

Não conseguia ao menos ter qualquer reação... Somente chorava. O Edu estava desesperado e nervoso com a minha situação. Ele me chacoalhava tentando me trazer de volta a realidade. Meu desejo era fugir para o lugar mais distante que pudesse existir naquele momento.

Edu - Olha só como você está. Amor... Tá querendo acabar com a sua vida?

Sinceramente? Eu já sentia como se não valesse mais a pena. Não queria carregar esses sentimentos tão ruins comigo. Pesado demais esse fardo.

Edu – Eu preciso de você aqui. Eu te amo, nós vamos superar juntos. Não desista agora!

Já sentia o meu corpo enfraquecido... Realmente, a minha aparência estava péssima. Frio, dores... Mil e uma sensações sobre mim. Ele me levou de volta para o quarto. Enquanto me vestia com algo confortável, o Edu foi até a cozinha, retornando em seguida com várias delícias para comermos. Não estava com nenhuma fome. Nem se eu tentasse, conseguiria comer alguma coisa.

Edu – Amor... Não faz assim... Se você não comer, vai acabar ficando doente. Ao menos toma esse suco... É para o seu bem.

Várias coisas atormentavam o meu pensamento. Eu não estava nada bem... Ao contrario... Sentia meu mundo desabando. Ele ainda me animava de todas as formas possíveis, mas ‘brigava’ também. O Edu reprovava a minha atitude a todo o momento. Precisaria me controlar, mas como?

Edu - Porque você fez isso hein? Sair assim sem avisar, de madrugada... Ficar debaixo de chuva. Para de fazer bobagem.

Sabia que ele estava certo. Errei e, muito agindo assim. Estava sendo tão covarde... Ao invés de encarar esse problema de frente... Eu fugia a todo o momento.

Edu - Amor (com meu rosto em suas mãos) amo você. Eu não suportaria te perder também. Nós dois estamos feridos, mas vamos passar por isso bem perto um do outro.

Parecia um nó na minha garganta. Que vontade de gritar para todos me ouvirem de uma vez por todas que eu não aguentava mais. Nesse momento eu desabei sobre os seus braços. Mais eu chorava demais... Desabafando, lamentando. Achava que eu iria explodir por tanto desespero.

Eu - Eu não consigo. Meu coração dói tanto. Não to mais suportando essa situação.

Edu - Eu to aqui do seu lado meu amor. Tudo vai ficar bem.

Eu – To com muito medo. Eu queria que ele estivesse aqui comigo.

Edu – Fica calmo. Ok? Eu não quero ver você triste. Vem... Vamos dormir.

Novamente tentamos ‘descansar’. O Edu ficou o tempo todo zelando meu sono. Qualquer movimento ‘suspeito’ meu, ele já se alarmava. Eu amava tanto esse cara. Amanheceu... Minha vontade era permanecer por ali deitado por muito tempo, mas precisaria tomar uma atitude. Levantei-me... E, ao olhar no espelho... Que choque! Minha aparência estava horrível. Assustadora era a minha condição! Rapidamente, o Edu retornou repleto de coisas deliciosas para nós.

Edu – Olha só o que eu trouxe. Agora sim, você vai comer.

Eu - Eu não quero nada Edu. To sem fome.

Edu - Eu sei, mas se continuar assim... Você vai ‘sumir’. Vamos? Tá uma delicia.

Eu – Ah! Que insistente. Vou pegar essa maçã aqui. Tá bom para você?

Edu – Tá melhorando. Viu só. Nem foi tão ruim assim.

Eu - Eu te amo tanto Eduardo. (eu disse o beijando). Obrigado por me aguentar. Sei que estou sendo chato demais.

Edu – Também te amo e, nós vamos precisar muito desse amor para seguir em frente... Ok? E, você é o chato mais especial da minha vida.

Às vezes príncipe, outras sapo, mas ele me fazia tão bem... O Edu era mesmo um cara incrível. Que sorte a minha! Por hora, estávamos bem novamente, mas já me preparava para quando esse assunto de permanecer aqui viesse à tona outra vez. Agora... Quanto mais eu estivesse perto da minha família... Melhor. Sabia que não seria nada fácil, mas iria encarar esse problema de frente. Fugir? Nem pensava mais nessa possibilidade.

Eu – Amor... Vem comigo. Quero ficar com eles. (eu disse o puxando).

Esse seria o nosso primeiro café da manhã sem o Lukas por aqui. Não seria um bom dia de verdade. Chegamos á mesa... Eles já estavam por lá, com os olhares vazios, quietos, tristes... Era um novo recomeço. Ninguém se atrevia a comentar algo. Parecia que nada tinha acontecido realmente. Todos no mais profundo silêncio... Até se ouvia o som das nossas respirações. Que perturbador! Mas eu tinha que falar sobre a minha decisão. Não era o momento ideal, mas meus pais precisavam saber que agora nós ficaríamos juntos para sempre.

Eu – Eu decidi morar aqui novamente. Quero ficar com vocês.

Mãe - Tem certeza meu filho? Pensa com cuidado.

Confirmei... O Edu se retirou dali completamente irritado. Mais problemas no meu caminho. Ele não poderia simplesmente compreender os meus objetivos? Não se tratava de escolher um ou o outro. Nosso amor não diminuiria com essa distância... Ao contrário, só confirmaria o quão forte era o sentimento que nos envolvia.

Eu - Edu. Eu já te expliquei. Por favor, vamos ser mais conscientes agora.

Edu – Se a gente se separar... Nosso amor não vai resistir (ele disse triste).

Eu – Claro que não. Eu confio em você... Confie em mim também. Isso já basta!

Edu - Não. Esquece essa história. Você vai voltar comigo. Eu te quero perto de mim.

Eu – Ah! Edu não faz assim, por favor. Nós já conversamos sobre isso. É só por um tempo.

Edu – Está em suas mãos. Mais tarde eu vou embora. Quero uma resposta. Você decide!

Porque isso só acontecia comigo? Ele jogou a bomba e, me deixou ali pensativo. E agora, o que eu faria?

Minha vida era ao seu lado, sempre. Depois de tudo o que já passamos juntos... Ele não poderia duvidar dos meus sentimentos. Por enquanto, nós teríamos que seguir caminhos diferentes. O Edu já não conversava mais comigo... O tempo todo bravo e mal-humorado. Porque tão irritante? O tempo passava tão rápido e, a hora dele retornar para o Rio já se aproximava.

Eu - Amor... Por favor, me entenda. Eu amo você. (eu suplicava).

Edu – Não quero ouvir mais nada. Se você não voltar comigo... Nossa história termina aqui.

Inacreditável! Que indecisão. Ele não tinha o direito de me impor essa escolha. Novamente o Edu me deixou só. Que raiva!

Que carinha mais complicado! Impossível conversar desse jeito, mas não recuaria... Essa era a minha decisão. Ah! Que situação mais difícil. Essa história já atormentava a minha cabeça e, de tanto pensar, acabei entrando no quarto do meu irmão. Tudo ali possuía a sua marca, seja na decoração, ou na desorganização. Era mais forte eu. Não pude evitar permanecer ali por longos minutos olhando todas as suas coisas.

Realmente, nós possuíamos algumas semelhanças... Tanto fisicamente, quanto na personalidade. Como eu sentiria falta desse jeito dele: todo arrogante, irritante, mas um garoto com um coração grandioso. Ah! Lukas :’( Não conseguia mais ser forte e, se minhas lágrimas queriam rolar... Seria melhor deixá-las cair. Sofrimento demais na minha vida. Não aguentava mais essa tristeza no meu caminho. Rapidamente, minha irmã Daiana se aproximou, me abraçando, me fazendo companhia nesse momento tão difícil.

Daiana - Ele vai fazer tanta falta aqui.

Eu – Eu não sei se consigo suportar mais. Tudo tão triste.

Daiana – É difícil para todo mundo, mas nossa família, nossos amigos... Nós vamos superar essa tempestade.

Eu – Perder os dois assim de uma vez... Ver o André desse jeito. Eu não queria passar por essa situação.

Daiana - O sonho... Acho que aquilo era um aviso. Meu pai tentando salvar o Lukas... Porque ninguém me ouviu?

Eu - Isso é bobagem. Não pensa mais nessas coisas. Ok? Pode fazer mal para o bebê. Agora, não chora mais... Fica calma.

Daiana – É tão difícil ficar tranquila... Eu fico pensando no Lukas, no Thiago e isso dói demais.

Eu – Não é fácil mesmo, mas o Thiago não gostaria de ver você assim. Pensa no quanto ele queria esse bebê.

Daiana - Ele estava tão feliz com essa noticia. Parece que é mentira. Não dá para acreditar.

Eu – É como se a qualquer momento eu fosse encontrar o Lukas por aqui, o Thiago na ‘facul’... Ele não se aguentava de tanta felicidade por essa criança. Sabe? No início... Odiei essa história de vocês, mas depois fui percebendo o quanto os dois estavam contentes juntos... Cuida bem desse presente... É a maior e mais especial lembrança que você terá dele para sempre.

Daiana - Eu queria tanto que ele estivesse por aqui, acompanhando o crescimento do nosso filho.

Eu – Esse era o meu desejo também. Nunca vou me esquecer dos dois. O Thiago sempre me ajudava na minha relação com o Edu... Tão atencioso e engraçado... Muito especial e, o Lukas não era nada fácil, mas ele era importante demais para todos nós.

Daiana - O Lukas me irritava tanto, mas era o nosso irmão, mesmo com todos os defeitos do mundo. Também vou sentir muito a falta do Thiago, mas o nosso filho vai saber sobre o pai maravilhoso que ele era.

Eu – Tantos momentos bons. É assim que a gente deve pensar neles... Com um sorriso e muita alegria. Sem tristeza!

Ficamos lá por mais um tempo relembrando nossas histórias. Era como se naquele quarto, nós estivéssemos tão perto... Sentindo a sua presença em nossa volta.

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(*) O Edu estava tão triste com a minha decisão. Antes de ele ir embora de fato... Seguiu em busca dos meus amigos na intenção de conversarem comigo sobre essa situação e, tudo mais. Recebi várias ligações e pedidos deles para mudar de opinião, mas não dava. Já estava completamente decidido (*).

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As horas passavam rapidamente. Que agonia? O Edu já estava pronto para retornar para a sua casa, ele parecia aflito esperando para ouvir minha resposta. Porque essas coisas só aconteciam comigo?

Eu - Amor. Por favor, vamos conversar. Me escuta.

Edu – É a sua decisão. Você que escolheu me deixar.

Eu – De novo você está sendo infantil e egoísta.

Edu - Não. Eu estou sendo justo. Você nunca pensa em nós. Sempre sou a sua última opção.

Eu - Nunca mais diz isso. Ok? Eu faço isso pensando em nós também. Como vamos conseguir ser felizes, com toda a nossa família sofrendo? Eles precisam do nosso apoio.

Edu - E eu? Cara... Olha para mim ao menos uma vez. Você não consegue enxergar a realidade.

Eu - Por favor, eu te amo Eduardo. Você não pode fazer isso com a gente.

Edu – Você vem comigo?

Pensa bem... Reflita e, decida rapidamente... Minha mente pensava. E agora? Era a minha felicidade em jogo, mas...

Eu - Não. Eu vou ficar aqui com a minha família.

Chegou bem perto de mim, me abraçou bem forte e beijou... Talvez o último beijo nosso.

Edu - Eu te amo Diego, mas você decidiu assim. Boa sorte na sua vida.

Já não bastava tudo o que eu estava sofrendo? O Edu deu o golpe final... Totalmente impiedoso comigo. Não adiantaria chorar mais. Estava feito! Não pude evitar... Mil e uma sensações ao mesmo tempo. Ele foi embora e, eu fiquei ‘abandonado’ por ali, completamente desconsolado... Agora mais sozinho do que nunca.

Me sentia tão solitário. O que eu faria da minha vida? Tantos questionamentos sem solução. Mais tarde, o André veio me visitar. Estranhei, pois ele deveria está no hospital, mas eu adorei vê-lo ‘bem’ e tranquilo.

Eu – Porque você está aqui?

André - Pô. Não está feliz em me ver? Pensei que eu fosse mais importante para você.

Eu – Nossa! Que dramático. André, você ainda está fraco e precisa de cuidados médicos.

André – Agora me animei hein? Eu já estou inválido... Péssimo, destruído e, você ainda diz que estou fraco?

Eu - Foi mal cara, mas eu só disse isso por que me preocupo muito contigo. Não quero que nada de mal lhe aconteça.

André - Tudo bem, mas e então... Você está melhor?

Eu – Não. Tudo de ruim acontecendo e, para completar o Edu terminou comigo.

André - E porque ele fez isso? O que houve dessa vez?

Eu - Porque eu não quis ir embora com ele. Não posso deixar minha família aqui sozinha.

André – Cara... Tá difícil para todo mundo, mas ele também precisa de você.

Eu - Eu já não sei mais o que fazer. Tenho tanto medo do nosso futuro.

André – Dá um tempo para vocês esfriarem a cabeça... Depois tudo volta ao normal. Você vai ver.

Eu - Obrigado André... Por tudo. Você sempre esteve ao lado do Lukas.

André – Ele era um cara especial. Sinto muita falta das nossas farras.

Eu – Sim. Acho que você foi mais irmão dele do que eu. Não consigo tirar isso da cabeça.

André – Para de bobagem cara. Nós tínhamos afinidades sim, mas vocês dois eram irmãos. Ninguém pode mudar isso.

Eu - Ele vivia ao seu lado e da namorada. Vocês participavam mais da vida dele, sabiam todos os seus problemas. E, eu sempre ‘fechando’ os olhos.

André – Ei. Isso não é uma competição. Ela era a namorada e, eu amigo... Você era irmão... Mesmo sangue! Para de se torturar cara. Só vai se ferir a toa.

Eu – Eu não consigo. Agora que ele tinha mudado, estava pronto para recomeçar... Minha família tão feliz com esse bebê... Porque toda essa tragédia na minha vida?

André - Ele me contou uma vez que tentaria ser uma pessoa diferente por ela e por mim também. Nós vivíamos sempre juntos. Que saudade cara!

Eu – E você me deixava de lado para ficar jogando com o Lukas. Que raiva eu ficava! Ele sempre ‘roubava’ a atenção de vocês.

André – Haha. Você ficava louco de ciúmes quando nós te dispensávamos para está com ele. Era engraçado suas atitudes... Todo irritado.

Eu – Nossa! Eu era muito infantil mesmo. Acho que o Lukas precisava e, muito do amor dela e da sua amizade. Vocês foram essenciais na vida do meu irmão, mas essa fase infelizmente passou. Agora... Eu preciso te perguntar algo... Aquele dia do acidente...

Procurava as palavras certas para dizer. Esse assunto ainda era muito recente e difícil de conversar, mas eu precisava saber mais sobre essa história... Quanto mais informações, melhor.

Eu – Aquela mensagem que você me enviou... Por quê? Não consigo compreender.

André - Tudo é muito confuso. Eu precisava que você soubesse o quanto sua amizade era importante. Acho que foi por instinto mesmo. Não imaginava que tudo isso aconteceria com a gente.

Tudo muito estranho, mas não adiantaria buscar explicações ou questionar... acabou! Esse era mesmo o fim. Um desejo incontrolável de abraça-lo, conversar... Saudade desses dois caras fundamentais no meu caminho. Eu ainda não estava preparado para enfrentar essa nova vida sem a presença deles, mas aconteceu dessa forma... Acho que para tornar–me mais forte.

O tempo “voava” rapidamente. Meus amigos me visitavam constantemente... Nunca me deixaram sozinho em nenhum momento... Parceria para a vida inteira! Eles acompanhavam o meu sofrimento, por isso me incentivavam sempre a procurar o Edu e, resolver a nossa situação de uma vez por todas... Inclusive, me prometeram que cuidariam da minha família muito bem. Como era maravilhoso ter pessoas tão especiais assim na minha vida.

Todo esse tempo separados, serviu como aprendizado. Me ajudou a compreender o quanto o Edu era importante para mim. Então, depois de tanto pensar... Eu decidi retornar ao Rio rapidamente. Meu coração implorava por ele. Durante esse período , não recebi nenhuma ligação ou informação dele.

E se eu fosse rejeitado? Nós precisávamos um do outro, é fato. Ele já não respondia meus 'chamados' e, nem o Breno e a Clara recebiam notícias dele, pois há vários dias... O Edu não aparecia na ‘facul’. E agora? Expliquei a minha situação para os meus pais... Sempre encontrava o apoio necessário na minha família.

Por fim, preparei minhas coisas... Me aprontei... Despedi-me de todos, mas antes caminhei até o mar... Precisaria de muitas energias positivas para resolver essa história. Logo, meu celular chamou... Estranhei, já que o Edu não queria papo comigo, mas expliquei onde eu estava... Rapidamente nos encontramos.

Tantas saudades eu sentia dele. Eu estava tão feliz por poder abraça-lo novamente... Sentir seu coração tão perto do meu... A alegria era tanta... Que não me toquei que o Edu veio repleto de malas. Ele não me deu tempo de recuperar-me dessa “surpresa”.

Edu - Eu tentei, mas não consigo ficar longe de você.

Eu - Eu também. Por isso te liguei várias vezes... Pensei melhor e...

Tão ‘apavorado’ ele estava... O Edu não deixava eu me explicar direito... Meu lugar seria perto dele, sempre.

Edu - Eu senti muitas saudades, por isso eu também já tomei a minha decisão.

Tão óbvio...

Edu - Eu vou morar aqui com você.

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Comentários

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O Edú tem esse jeito possessivo, ciumento, teimoso, mas a certeza que tenho é que o amor dele pelo Diego é sincero e verdadeiro. Essa atitude dele de vir morar com o Dih em Angra mostra isso. Torço muito pela felicidade deles.

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Sinceramente, o amor que o Edu tem por ti e que tu tem por ele é tão lindo, tão grande, tão intenso, que nem sei. Quero um Edu pra mim! E Dih, aprenda a demonstrar seus sentimentos, as vezes, tenho a falsa impressão que só quem ama neste relacionamento é ele, até por que já sei o fim da história. Linda, linda, linda, linda, está história!

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Como dizia minha falecida mãe! Ele é o "Ó do Borógodo "!

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Cara já passei da tarja preta agora você me mata!

Muito bom esse Edu. Saiu de uma época medieval! Ele não existe. Kkkkkkkkkkk!

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Eu não tenho palavras para descrever essa historia,pois é muito linda e emocionante ao mesmp tempo,é uma historia de amor e amizade.Uma historia real que nos mostra o quanto é importante valorizar os nossos amigos enquanto eles estão por perto,pois numca sabemos o que pode acontecer amanha,e sempre dizer a eles que nos os AMAMOS muito.AMEI seu conto.BJSSSSSSSS

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Eu não consegui comentar os 2 contos antes desse. Eu chorei bastante, pois tô no começo de uma vida e tenho medo só de pensar que todos nós sofremos e devemos lidar com perdas. Sem contar que me apeguei demais a história de vocês e me fiquei bastante emocionado.A única coisa que consigo dizer, é que lamento muitíssimo pelas GRANDES percas, e que rezo sempre pra Deus cuidar de vocês e daqueles que se foram. UM ABRAÇO E UM BEIJO A TDS VOCÊS, E QUE O SENHOR OS ABENÇÕE. Luiz Gustavo

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Amei!serio,por um momento pensei q o edu tinha esquecido do dih!ainda bem q eles estao juntos!to chorando ainda aki!me emociono d+++++++++++++++++++++...com a historia d vcs!

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Você escreveu uma coisa muito importante... “Todo recomeço é dolorido e envolve muito sofrimento, mas se realmente se faz necessário, não adianta lamentar... É preciso ir em frente”. Pois mais que se ache a vida seja injusta...Ela se faz necessária para a nossa evolução e crescimento. Enquanto o Edu...Por mais que ele seja infantil...Ele é uma pessoa realmente apaixonável e encantadora, um ser que vale apena se apaixonar e vive junto com todos os problemas.Simplesmente muito lindo!

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Nossa! São nesses momentos que se percebe o quanto está sendo amado mesmo. Parabéns, nota 10.

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ah como eu preciso viver um amor assim que nem o de vcs dois. se realmente existe alma gemea vc e o edu são a um do outro. adoro seu conto. bjs

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Concordo com DannyNem comentei o anterior, porque eu vi nele,..Continue...To precisando de umol amor assim quem, quem tiver solteiro rsrs

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olá diego.... uma frase da S* representa tudo oq eu quero falar aqui: "Dih. Aproveita enquanto você o tem, porque depois que ele se for não terá mais jeito." ... concerteza vc já havia refletido sobre essa frase, e ela serve pra todos nós. Eu já imagina que o Edu não iria conseguir ficar longe de vc... é óbvio rsrs. pois ele te ama muito e creio que isso seja recíproco .. não é? >. Um grande abraço e aguardo a continuação!!!

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Nossa! Achei muito nobre a decisão de todos os personagens. Sei que é difícil escrever para nós, mas vocês dominam muito bem a situação. Nos transmitem muito bem esse sentimento. Estou bastante tocado com a história de todos os envolvidos, pois, por mais que apenas você e o Diego narrem a história, isso não envolve só vocês, envolve, também, o sentimento de todos os presentes. Parabéns pelo conto.

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