Recomeçar [10]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 2504 palavras
Data: 17/07/2012 20:50:13
Assuntos: Gay, Homossexual

Bom gente, com esse tempo horrivel e eu nem saindo de casa, lá vai mais um, vocês vão até cansar de mim jaja...

E lá vamos nós...

Tudo estava correndo bem durante a semana, eu ia trabalhar, Ricky ia procurar emprego deixava currículos e ia pra academia com o Ga, a noite eu chegava em casa, fazíamos amor até de madrugada, dormíamos juntinhos, ele cozinhava, tava tudo muito bem, tinha até esquecido dos problemas de antes com seu pai. Até que no sábado, a infelicidade bate a porta, literalmente, o interfone toca e era Sr. Gustavo, eu não conhecia, mas logo que perguntei pro Ricky e ele corou e me disse: - É meu pai.

Autorizei a entrada, ele me disse.

Ricardo: - O que ele quer? O que eu faço?

Eu: - Nada, deixa ele falar, vê o que ele quer, depois NÓS fazemos alguma coisa. O abracei.

Até que ouço a porta bater, abri e um senhor de uns 49 anos mais ou menos, me cumprimentou e entrou, ele era bonito assim como o filho, mas estava meio sério.

Gustavo: - Então Ricardo, fiquei sabendo que ainda não conseguiu um emprego.

Ricardo: - Pois é, mas to indo atrás.

Gustavo: - Então, eu queria te oferecer seu emprego de volta. Quando você saiu, sua mãe logo que soube quebrou o pau comigo, ameaçou me deixar, fez um escândalo.

Ricardo ficou bem sério, eu fui me retirar pro quarto mas ele me segurou.

Ricardo pra mim: - Fica aqui.

Eu obedeci.

Ricardo: - Bom pai, pra começar, boa tarde pra você também, esse aqui é meu NAMORADO, Marcio, esta é a casa dele, e o senhor podia começar sendo educado.

Fiquei besta com a reação dele, nunca o vi daquele jeito, mas não interferi.

Gustavo: - Boa tarde Marcio, não vou dizer que é um prazer por que pra nenhum pai é prazer saber que o filho é viado e muito menos conhecer o namorado do filho. Desculpa ir entrando na sua casa assim, mas é que o assunto é rápido.

Eu fiquei mais besta ainda, não sabia se aquilo foi uma tentativa de ser educado ou ele chutou o pau da barraca. Ele então se dirigiu pra Ricardo.

Gustavo: - Você devia se envergonhar de pedir abrigo na casa dos outros, você não é homem nem pra isso, pra se virar, precisa do namorado pra não ficar na rua.

Eu odiei ouvir aquilo, mas eu não consegui falar nada, na verdade eu nem quis, aquilo era briga de pai e filho, não queria mais confusão, só queria que eles conversassem e resolvessem o que precisassem. Mas não ia aturar muito aquilo em minha casa.

Ricardo: - Bom pai, isso não é da sua conta, eu só quero que você respeite ele, por que respeito é bom e conserva os dentes.

E ele foi peitar seu pai, ficaram se olhando olho no olho, não queria uma cena de agressão ali.

Gustavo: - Você é muito petulante mesmo seu moleque. Então, vai voltar pra lá ou não?

Ricardo: - Posso até voltar, mas quero um aumento de salário e um pedido de desculpa pro meu namorado.

Gustavo: - Eu não vim aqui pra negociar, vim aqui te oferecer seu emprego de volta! Disse bravo.

Ricardo: - E quem disse que eu to negociando?!

O silêncio imperou ali, Sr. Gustavo estava muito bravo, mas era visível que queria resolver a situação com a esposa, então ele se manifestou.

Gustavo: - Vou pensar na sua proposta, te ligo pra resolvermos as coisas mais tarde, mas não vou pedir desculpa pra ninguém, muito menos pra duas aberrações.

Ele então se retirou do meu aparamento, eu estava boquiaberto, o cara vai na minha casa, ofende meu namorado, me ofende e tudo na maior cada de pau? Eu tava muito bravo, não aturava aquilo nem do meu pai quando ele era vivo, não ia aturar dos outros, mas não ia brigar com o Ricardo pela atitude de seu pai nem xingar Sr. Gustavo pra não dar mais confusão.

Ricardo então olhou pra mim vermelho, e disse:

Ricardo: - Desculpa por isso, sério, to muito envergonhado, nem sei por onde começar a me desculpar.

Eu: - Não precisa, mas nossa, que arrogante seu pai hein.

Ricardo: - Você não tem ideia.

Ele ficou lá me contando atrocidades do seu pai, seu pai não gostava dele por ser o único filho e ainda ser gay, desde que se assumiu pros pais penou na mão deles, apanhou muito do pai, não podia namorar, não podia ficar muito na internet, não podia fazer nada, só se libertou quando saiu de casa, além de tudo, fez a faculdade que seu pai quis, mas logo que mudou ganhou seu primeiro carro. Quando se assumiu, foi posto pra fora, foi morar com os avós, se não trabalhasse já no escritório estava ferrado.

Fiquei tocado, é difícil mesmo, as pessoas não entendem, algumas fingem e dizem, mas não entendem que nascemos assim, que muitos não tem escolha, mas que somos pessoas normais isso me revoltava, até hoje tenho repulsa a grande parte das religiões e igrejas, acho muita hipocrisia condenar o homossexualismo e ter tantos escândalos envolvendo os clérigos, e muitas coisas mais que não vem ao caso.

Mais tarde, a mãe do Ricky ligou nos chamando pra jantar lá, ele não achava uma boa ideia mas topei pra ele resolver a situação com o pai e quem sabe ter o emprego de volta, alem de matar as saudades da mãe que era obvio que sentia. Eu já sabia que ia ser humilhado e tudo mais, mas eu ia por causa dele.

Nos arrumamos e quando tava chegando a hora da janta saímos com meu carro, não por ser melhor ou mais caro, mas por que era maior mesmo. Chegando lá, era uma bela casa, não era uma mansão, mas era uma casa bonita era um sobradinho bem lindo. Logo que a mãe dele foi atender a porta ela abriu o portão para entrarmos com o carro, quando descemos ela foi e o agarrou, estava muito feliz e subiram abraçados, fiquei praticamente pra trás, ela não me deu nem boa noite, nem nada, eu não dava sorte com sogros.

Entrando na casa estava seu pai sentado assistindo TV, e seus avós junto. Seu pai nem nos cumprimentou, seus avós sim, me deram um boa noite, que ali já foi grande coisa, me sentia invisível. Seus pais o chamaram pra conversar no escritório, ele foi junto eles, me chamou mas era o momento deles. Sua avó logo me disse que eu era muito bonito, seus avós perguntaram do que eu trabalhava e ficaram contentes quando disse ser professor, conversamos sobre políticos corruptos e tudo mais. Depois de uma hora ali sentado com os avós eu estava faminto e abandonado, mas não seria egoísta.

Depois eles saíram, os três com cara de choro mas sorrindo, eles fizeram as pazes, o pai abraçou ele, aquilo foi lindo, de verdade, quase chorei. Fomos jantar os três sentaram bem próximos, jantamos, eles conversavam, as vezes o Ricky procurava meu olhar ou pedia minha opinião sobre algo mas eu ficava calado. Sua mãe me lançava umas olhadas meio assustadoras, era óbvio que não gostava de mim, depois da janta Ricky me abraçou, mas não perguntou nada, comemos a sobremesa, a mãe dele tirou a mesa, eu estava meio cansado e chateado, tinha decidido ir embora, ele se levantou também, mas sua mãe insistiu que ele dormisse lá, ele me olhou como se tivesse esperando eu responder, ele não tinha entendido que o convite dela era pra ele apenas, ele não via maldade, mas também era a família dele né, quem era eu pra falar alguma coisa.

Disse que ele podia ficar, mas eu não podia por que tinha coisas pra corrigir, o que era mentira, ele não acreditou mas fingiu que sim, então ele me disse que ficaria mas iria comigo até o portão. Chegando lá perto do meu carro ele me deu a chave e o documento, me beijou e disse:

Ricardo: - Nunca achei que faria as pazes com meu pai ou que ele me pediria desculpa. Prometo que com o tempo vou convencê-lo a te pedir desculpas também.

Eu acenei que sim com a cabeça.

Ricardo: - Que foi lindo? Achei que você ficaria feliz, vou ganhar mais, voltar a trabalhar, te deixar em paz, poder ter um momento família com meus pais.

Eu forcei um sorriso ao máximo.

Eu: - Que bom, desculpa é que eu to meio cansado, já vou ta?

Ricardo: - Sei, bom quando você quiser me contar, você me conta.

Novamente acenei com a cabeça, ele me beijou e eu entrei no carro, ele me olhou com uma cara triste que não queria me ver indo embora, eu então sai fui rumo a casa do Ga, imaginava que ele não estaria lá, mas fui mesmo assim, queria desabafar. Chegando lá, vi que ele tava saindo, ele então parou o carro quando viu o meu e desceu.

Eu desci do carro rapidamente, já chorando e cai em seus braços, fiquei chorando, adorava o Ga, ele era muito reconfortante, mesmo sem dizer nada.

Gabriel: - Que foi lindo? Calma!

Eu: - Desculpa atrapalhar sua balada. Disse em meio as lagrimas.

Gabriel: - Magina, primeiro você! Depois eu vou, a noite é uma criança. Mas que foi que aconteceu, vocês brigaram?

Eu: - Não, não é ele, ele é maravilhoso. Conheci família dele, me deixou tão mal, me ignoraram, a mãe dele vivia me encarando o pai dele quando foi na minha casa me ofendeu.

Gabriel: - Eu entendo, sei como é. Fica tranquilo.

Eu: - Não conta pra ele, por favor Ga.

Gabriel: - Fica tranquilo.

Depois de cinco minutos já era o suficiente.

Eu: - Vai pra sua balada vai Ga, vou pra casa dormir!

Gabriel: - Você vai ficar bem mesmo?

Eu: - Vou.

O abracei entrei no carro de novo e fui embora pra casa. No outro dia, Ricky me ligou pra ir almoçar lá com eles, mas eu não quis, disse que já tinha combinado com a minha mãe. Ele acreditou, e então eu fiquei em casa o dia todo vendo TV, quando foi o final da tarde ele chegou, todo sorridente, veio me abraçar.

Ricardo: - Oi meu amor, por que você ta assim minha vida?

Eu: - Assim como? To bem só quis ir ficar com a minha mãe.

Ricardo: - Eu liguei lá, você não foi lá.

Não falei nada. Não precisava e não queria.

Ricardo: - Minha mãe é superprotetora, ela acha que é culpa sua, ela não entende, as vezes parece criança.

Ainda fiquei quieto.

Ricardo: - Olha, vou aproveitar a oportunidade pra te contar... Eles me chamaram pra ir morar lá de novo com eles...

Não vou negar, fiquei puto e triste na hora, antes eles eram a família que se odiava, cheia de problemas, agora já se amavam e ele já ia morar com eles? Mas eu tinha que entender que a decisão não era minha ,era dele, se ele achava que tinha que ir, eu não ia impedir.

Eu: - E o que você quer fazer?

Ricardo: - O que você acha que eu tenho que fazer?

Eu: - O que seu coração mandar.

Ricardo: - Mesmo se mandar eu ir embora?

Eu: - Independentemente disso.

Ricardo: - Olha, eu só quero que você entenda, que eu nunca tive uma relação saudável com eles e agora eu vou ganhar o dobro do que ganhava, não preciso mais dar metade pro escritório e pro meu pai, é tudo meu, to tentando a chance de compensar as brigas e o tempo perdido.

Eu: - Lindo, sua decisão ta tomada já, não precisa pedir minha opinião.

Tentei não ser grosso.

Ricardo: - Mas não quero que isso mude nada entre nós, não sei se já te disse isso antes mas, eu te amo.

Eu: - Eu também te amo.

Foi tudo que eu quis dizer, é aquela história, quando amamos temos que deixar ir. Ele ficaria aquela noite e no dia seguinte faria as malas, ele me disse que deixaria a TV e as outras coisas que lá ele não precisaria e eu merecia, forcei um sorriso, não estava feliz, mas quis deixar mais ele feliz, era o que me importava.

Naquele dia trabalhei o dia todo pensando naquilo, quando cheguei em casa a noite, já não tinha mais suas roupas, tinha só flores e um cartão agradecendo, achei aquilo romântico mas ainda estava chateado.

Naquela madrugada, tomei um susto com a campainha, afinal o Ricky tinha chave e não podia ser outra pessoa se não o porteiro teria anunciado. Fui atender a porta cambaleando, achei que fosse o zelador, mas não era... era ele, isso mesmo, o visitante do vizinho batendo no apartamento errado... Eu podia ter inventado a maior história de toda pra ficar mais interessante, mas a verdade prevalece, era apenas um engano, então logo que ele se desculpou eu fechei a porta e voltei a dormir. Sentia muito a falta dele ali na NOSSA casa, de verdade.

Ele foi almoçar comigo alguns dias naquela semana, era o único tempo que eu tinha pra ficarmos juntos, os finais de semana saiamos juntos e com os meninos e aos domingos descanso, fazíamos amor com muita frequência, muita mesmo, não tinha do que reclamar, nesse tempo, logo que ele recebeu o salário, comprou uma aliança e veio me pedir em namoro, e eu obviamente aceitei, já éramos namorados só estávamos oficializando.

O problema é que a mãe dele não colaborava, ela queria mostrar que tinha mais poder sobre ele que eu, ela começou a passar mal aos sábados, ter crises disso e daquilo, eu estava terrivelmente irritado, mas eu tinha essa mania de implodir ao invés de explodir. Eu não podia mais passar um tempo com meu namorado sem um drama da mãe dele, até que eu fui com ele em um sábado socorrê-la e dei um basta.

Eu: - Olha dona Silvia, chega né? To de saco cheio da senhora com esse showzinho todo final de semana, para de palhaçada, se a senhora tem alguma coisa pra dizer, seja adulta e diga.

Ela e Ricardo não esperavam minha reação, mas eu tava de saco cheio daquilo. Ela ser mãe é uma coisa, ser dona é outra completamente diferente.

Silvia: - Ta vendo meu filho, eu te disse que ele me odeia, ele não respeita nem a doença da sua mãe. Você não vai me defender?

Ele ficou sem reação, não queria escolher nenhum lado, tudo bem não tava pedindo pra ele desertar a mãe dele, só pra ele por os pingos nos I’s.

Ricardo: - Marcio, será que você tem como entender um pouco também, minha mãe não ta bem porra!

Disse ficando vermelho.

Eu não acreditava, ele tava brigando... mas era comigo. Fiquei tão puto que peguei minhas coisas e fui pra casa ...

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Bom gente, ta ai mais uma parte, espero que gostem. Qualquer sugestão e/ou critica é sempre bem vinda. Obrigado por tudo, pelos votos e comentários.

E-mail pra contato: Marcio.casadoscontos@hotmail.com

Ps: Max muito obrigado pelo seu e-mail, aquilo me agradou de mais, fiquei muito feliz, levantou meu astral. Obrigado de verdade, pra qualquer coisa eu to aqui!

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Comentários

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Nossa Marcio, é cada coisa que aparece... Mas também pedir pra ele se dicudir entre você e a mãe (de uma forma foi o que aconteceu), já dava pra ver que não ia dar certo.

Cada vez melhor, aguardo ancioso pelos próximos.

Parabéns!

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Sogra já tem o nome afff... enterre ela de cabeça pra baixo... muito bom o conto!!!

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E muito conplicado mesmo quando agente tem que ficar aguentano certas sogras que sao piores que bruxas, achei certa sua atitude se fosse comigo tambem nao aguentari essa situacao.

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Caraka, ele não devia ter feito isso. Mas vc está de parabéns.

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Incrivel mesmo sua hitória!!! Primeiro o sogro agora a sogra!!!....familinha dificil hein!!!!

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Seu conto é incrível! Parabéns mesmo. Estou a cada momento mais envolvido. 10

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PQP

Infelizmente existem familiares que são carmas,e parece que ele é um cara que não cresceu suficiente para lutar pelos seus ideais.

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esperava atitudes melhores do sr ricardo, msm compensar o carinho ausente n justifica colocar o companheiro em segundo plano. grato por vosso conto, eh impar, ohtimo aprendizado.

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