Tentativas frustradas de voltar a ser hétero - 04.

Um conto erótico de Fernando Periard
Categoria: Homossexual
Contém 2273 palavras
Data: 07/07/2012 00:03:22

“E às vezes eu paro e penso o porquê de todos esses preconceitos contra nós, homossexuais? Sabe, isso é tão artificial e frágil e nojento desses héteros que se julgam superiores. Na verdade acredito que isso seja inveja. Inveja de nossa liberdade, de nossa força de vontade, de nossa garra para viver. Homens brutos são fracos. Mulheres fracas são fortes. E nós gays, temos o poder de ser os dois e ainda carregamos de beço uma grande inteligência. Não é verdade? Ok, que nem todos são, mas vamos combinar que os gays são inteligentes e sabem como chefiar. Tudo isso é relativo, cada um pensa o que quer. Mas agora é que o medo me domina e... E pra Deus... Como ele nos ver? Pecadores? Um medo toma conta de mim só de pensar. Vou confessar uma coisa a você, leitor, não escolhi ser gay. Não sei no seu caso, mas no meu, se eu pudesse... É lógico que eu não queria ser assim, mas não dá pra mudar, não consigo, não posso deixar de amá-lo... E por simplesmente amá-lo vou morrer e ir para um lugar digno de pessoas más, assassinos e etcs?! Não sei, ninguém sabe, mas enquanto nada e nem ninguém responde minhas perguntas eu vou vivendo, vou amando... E por mais que seja proibido e que você também não me veja com esses olhos, eu te amo e vou enfrentar o mundo todo por você! Te amo, Rafinha. Foi você que eu escolhi pra ficar do meu lado quando tudo estiver perdendo os sentidos, pra me mostrar o caminho certo quando estou prestes a trilhar o errado, ou apenas segurar na minha mão e me ajudar a trilhar o caminho mais difícil, é do seu lado que quero estar quando tudo tiver um fim, é com você que eu quero estar em todos os momentos da minha vida, é você que eu escolhi pra ser meu pra sempre. Eu adoro o som da sua voz, adoro o jeito como você me abraça forte e sorri com os olhos. Adoro o som da sua risada e da sua respiração, principalmente quando você está dormindo. Eu adoro observar você dormindo… Adoro o jeito como você brinca com os meus cabelos e segura a minha mão quando eu me sinto Inseguro. Adoro o jeito como as canções ficam mais perfeitas na sua voz. E adoro o jeito como os seus cabelos ficam bagunçados pela manhã e sua voz fica mais rouca por causa do sono… Eu simplesmente amo você nos pequenos detalhes que o tornam único e especial”.

PS: Caio Rodrigues.

Obrigado pelos comentários no conto anterior. Demorei, pois Rafa estava muito mal no hospital. Tem leitores que o conhece do Conto "Nossa história de amor" junto do irmão que morreu faz pouco tempo, Gabriel. Rafa ainda não superou isso e num momento besta, tentou se matar. Mas eu o encontrei e agora ele está melhor, como eu disse, vou protegê-lo nem que seja pela minha e com a minha vida. E vamos logo ao que interressa:

Tentativas frustradas de voltar a ser hétero - Parte 04.

Ele desligou o iphone. O apedrou na cama e me deu um tapa no rosto dizendo:

- Fernando Periard... Custava ter me dito que era gay?!

- Eu diria, eu diria se eu realmente já fosse e não sou! Na verdade eu não sei o que eu sou... Não me faça perguntas pai, eu mesmo não me entendo, desculpa, desculpa tá lhe dando esse desgosto, eu não queria, sabe, mas é algo que eu não consigo controlar, pai! - Desabei. Chorei pra valer mesmo. Eu estava ficando em pânico com tudo isso.

- Eu não acredito nisso ainda, cara! E a Hillary e sua reputação? E você não era o maior pegador da escola?

- Pai, eu era, eu peguei a Hillary... Pai talvez isso seje só uma fase, desculpa! - Chorei, chorei mais ainda.

- Filho, filho, não chore, vem cá... Eu te amo, entenda! Você sendo o que for eu te amo, meu filho... Você sempre vai ser o meu garoto! Eu não sou sua mãe, mas sou seu pai! Eu percebo as coisas, filho! Eu só queria que você... - Ele travou. Ok, eu entendo. Por mais que ele tente parecer tudo numa boa, eu sei que não estar. Afinal ninguém em sã consciência iria querer ter um filho gay.

- Pai... Desculpa!

- O problema não vai ser eu, vai ser o mundo lá fora e é disse que eu tenho medo! Mas no que depender de mim, você nunca sofrerá se realmente decidir ser bichinha!

- Obrigado coroa mais lindo do mundo! Mas bichinha é tenso, melhor homossexual, RS.

- Ok, ok... Um dia eu vou entender essas coisas, mas por enquanto, vem cá... Tal pai tal filho, dois lindões! EI...

- O que foi pai?!

-... Você já pensou no tanto que você vai causar de decepção na mulherada, isso vai chegar a ser tenso, RS!

- Que nada, pai! Sou é feio!

- Poha, se você não fosse meu filho, RS, eu até te comeria de boa!

- Hahaha, relaxe pai, SE EU FOR vou ser ativo!

- Ah, sinceramente; Menos mal! Não por mim, isso jamais aconteceria, mas em relação aos outros! Ia ser tenso sacas, ouvir geral dizer que meu filho dá a... Você sabe! Filho vou assisti ao jogo do DALLAS COWBOYS, já vou, já vou!

Dei um sorriso amarelo (Apesar dessa conversa ter sido descontraída foi tensa também) para o coroa e ele saiu do meu quarto com uma expressão tranquila. Talvez ele apenas quisesse quebrar a barreira de segredos entre a gente, imposto pela tensão por minha futura sexualidade. Bom, depois desse episodio fui deitar, não dormi. Fiquei pensando no quanto meu pai é incrível e fantástico, pois eu duvido se fosse outro, teria essa mesma atitude. Tão fodásticamente maneira, moderna. Agradeci a Deus. Lembrei-me do torpedo, do Brian... Dei um pulo da cama, lançando os lençóis no chão, cadê, cadê... Achei, achei meu iphone. Liguei. Atende, atende, atende...

- Alô?! - Alguém havia atendido do outro lado da linha, responde, responde...

- Oi, quem fala? Pai ou filho?

- Vai te ferrar, cara! Obrigado, obrigado por me entregar de bandeja para meu pai, obrigado, tá? Se meu pai não fosse quem é, eu taria provavelmente espancado, agora!

- Como é que é?

- Não te interessa!

- Me ligou para quê então? Sabe que eu tenho namorada e além do mais você não tem chance, não sou gay!

- Pode morrer dizendo que não é, mas pensa que eu sou lezo é? Acha mesmo que eu não entendi a sua mensagem em?

- Passado!

- Conta outra, pode até estar disposto a mudar, mas não existe essa de ex-gay!

- Quer saber, tchau!

- Ainda não desligou? Viado encubado!

Desliguei. Com raiva, com raiva, com muita raiva, de mim. Por estar apaixonado por um completo babaca. Quer saber, vou ligar pro Caio. Preciso sair, beber, vagabundar! Minha vida estava um caos e eu não fazia ideia do que fazer. Rafael, Brian, Caio, Meu pai, Hillary, o pessoal da escola... Tem muita gente para pouco eu.

- Caio eu quero sair hoje! - Falei na lata, ele havia atendido.

- Nuss, Nando, tá tudo bem? E seu pai?

- Sem perguntas! Vai sair comigo ou não?

- Vou man, vou sim... Que tal Tropical Club, hoje?

- Poder ser!

- Meu irmão vai! De boa?

- Tudo bem! Passa aqui às 21hs tá?

- Ok!

Ok que eu me apaixonei por outra carinha, mas Caio já forçava a barra, querer leva seu irmão é tenso. Mas vamô que vamô, de repente, dá um beijo naquele guri não devia ser tão ruim. E com o apoio do meu pai, já é. Novamente meu celular dispara a entrada de um novo torpedo. Fui ler, número conhecido, era era...

"Desculpa pelo meu erro, não devia ter me metido na sua vida! Desculpa, ter contado algo particular seu para o seu pai, me arrependo. PS: Brian."

Gelei, soei, morri, revivi, morri de novo, me apaixonei, e lembrei, lembrei, lembrei? Merda, ele tem namorada! Mas não custa nada responder... Ou custa? Ok, não vou responder, melhor assim! Mas... E se ele achar que eu to com raiva dele? Ah, vou responder...

“Desculpas aceitas, boa noite!"

Ok ok ok, concerteza você, leitor esperto, já sacou que eu puxei papo, se ele responder "Boa noite" pronto, já é meu! Ah, não deve ser muito diferente conquistar um homem em vez de uma mulher. Esperei cinco minutos e nada. Meus olhos ainda vidrado no celular e ainda nada. Dez minutos. Nada. Meia hora, aí sim... Eu me toquei no quão idiota eu estava sendo, larguei meu iphone e fui me arrumar. Festa é o que há.

- Lindo, lindo, lindo! Poha, Nando... Se eu soubesse que você ia gostosão assim eu teria me arrumado melhor! - Era Caio. Caio? Por onde esse louco entrou que eu não ouvi nem vi...

- Caio entrou por onde?

- Pela entrada ué, achou que eu subi pela janela foi? Não sou tão romântico assim, tá?!

- Que pena, falando assim quando eu arrumar um namorado ele vai arder de ciúmes de você man!

- Falando sério, você já se tornou viado mesmo é?

- Sou não sou tanto faz, né?! Vai deixar de falar comigo por causa disso?

- Bom, se você conseguir mudar esse sangue aqui ô... - Ele apontou para o pulso. -... Talvez eu pare de falar com você! Irmão.

Olhei para ele, engoli a seco a grande vontade de lacrimejar. Droga, eu sei que isso é gay demais, talvez seja o espírito do Clodovil Hernandes entrando em mim, mas você o que né? Suspirei fundo, a vontade de chorar passou e eu o abracei.

- Valeu! - Foi tudo o que eu conseguir dizer.

- Meninos já pararam?! Vão logo descendo, o menino lá tá esperando no carro!

- É Caio, vamos, já estou pronto!

- Vamos, mas vem cá, deixar eu dá um cheiro no gangote, hum, 212 Sexy de Carolina Herrera! Vai matar tantos homens quantas mulheres de tanto excitação! Não vai sair do meu lado um só segundo, não te quero me traindo por aí com nenhum viadinho ou piriguete em! Se preocupa não seu Carlos, vou cuidar do que é nosso! - Ele completou passando mão no meu ombro me fazendo descer do quarto, ao lado dele, coladinho, será Caio mais um gay nesse mundo onde está se tornando quase um milagre achar uma menina virgem aos 18 e um rapaz hétero aos 20?!

- Pai vou nessa! - Disparei já envergonhado.

- Ok, se cuida, filho!

- Pode deixar sogrão, eu cuido dele!

- Mas é pra cuidar se algo acontecer com ele te mato, Caio!

- RS pode deixar!

Saímos de casa ainda abraçados, na hora de entrar no carro, percebi que Rafael ia no banco do passageiro da frente, onde geralmente era meu lugar. Fiquei tenso na hora, Caio percebeu, mas ambos não dissemos nada. Caio apenas ergueu a sombracelha como se quisesse dizer algo ou como se esperasse algo, talvez algum sermão meu em relação ao irmão ou sei lá. Mas eles são irmãos, já eu, o intruso. Abri a porta de trás e sentei calado. Logo Caio entrou no banco do motorista, ligou som "Fix you - Coldplay". Caio amava Coldplay, admito, eu amo também e aquela música em especial, me lembrava de minha mãe, que saudade gigantesca dela...

- Nando você ainda não me explicou o atropelamento! - Disse Caio puxando assunto.

- Ah, eu atropelei um idiota aí, tive que levá-lo ao hospital, paguei a conte e o resto você já sabe! - Ok, eu deveria ter contado TUDO, mas sei lá... Achei melhor não, fora que, Puta merda, agora que eu me toquei que o Caio e o meu pai se trataram como sogro e genro MESMO! Sendo que o Caio não sabia que eu havia aberto o jogo sobre minha sexualidade com meu pai... Ou sabia? Se sabia não foi por mim! Mas fiquei só comigo, depois eu converso com o Caio sobre isso.

- Chegamos! - Disse Caio.

- E Pelo visto tá bombando! - Disse Rafael.

Ao chegar à festa lotada de pessoas ricas e bonitas, um cara loiro, através de suas costas me chamou atenção. Hoje eu estava destinado a perder minha curiosidade com um cara. Aproximei-me, sem vergonha. Sem medo.

- Martine? - O perguntei ainda vendo apenas suas costas E QUE COSTAS. Eu tinha 50 porcento de chances de ele se virar para mim, e eu me decepcionar com tanta feiura, mas ah... É sempre bom arriscar! Não custa nada, tentar.

- Não posso beber, vou voltar dirigindo! Além do mais to com a minha namorada! - Foi no exato momento em que ele se virou sorrindo. Era ele. O sorriso sumiu. Era Brian.

Meu coração bateu forte, mas meu orgulho falou mais alto. Após um minuto no qual a gente ficou se encarando, eu desisti. Saí. Abaixei a cabeça e fui curti. Peguei no balcão duas cervejas, entreguei uma a Caio dizendo:

- Dança comigo? Só pra zoar mesmo! Pode ser?

- Quer fazer ciúmes pra quem?

- Não vai querer é só falar, mano! Tem um monte de guria e boyzinho que me quer aqui! Tchau. - Foi quando Caio fez exatamente o que eu queria, me puxou para próximo do seu corpo e me abraçou. Eu sabia que era um abraço fraternal, EU sabia. Mas os outros... Não, os outros não. E melhor, Brian assistia a tudo, calado. No banco do bar, acompanhado de sua namorada que o beijava no pescoço, mas ele olhava mais para mim do que para ela. E quando dou por mim, Caio está no chão, caído. E Brian segurando minhas mãos, dizendo:

- Ok, para de ceninha e vem, vem comigo... Eu quero de uma vez por todas tirar essa história a limpo!

CONTINUA?

OBS: Desculpa se não tiver bom, é que eu perdi o ritmo com o meu anjo mal, no hospital. :(

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Comentários

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amei...e ainda eu vou fazer 20 anos no final do mês. e sou virgem..Rsrs sou garota. e nao acho mtu q esse mundo tah perdido!

bjos

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GOSTO NO SEU CONTO, MAS ELE É MUITO DESCONEXO, TEM VEZES QUE NÃO SEI QUEM ESTA FALANDO, ISSO ME CONFUNDE RS MAS NOTA 10... SÓ MELHORE UM POUCO ;)

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Nossa demais tá lindo meu nota 10 amando

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Uma coisa que eu aprendi cara é que a unica coisa que te pode da respostas é o tempo... Nenhuma pessoa sabe responder seus dilemas só você que vai descobrir da sua forma e com o tempo, mas uma coisa é certa, a vida reserva surpresas, horas boas horas ruins. Nós somos fortes e podemos ser mais corajosos e "machos" do que qualquer Hétero... O ponto é que a unica coisa com que você realmente deve dar total atenção não são as barreiras que aparecem pela vida, mas sim aquele amor que vai ajuda-ló a quebrar toas elas, isso sim importa AMOR é raro eu posso dizer e quando se encontra tem que agarrar bem forte man porque a dor que ele deixa quando vai é impossível de curar.

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continua sim, torcendo para que fique td bem com o rafinha.. parabéns pelo conto vey.. incrível!!!!!!!!!

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que bom que vc encontrou ele por favor cuida dele eu imaginei que tinha sido acontecido isso, ele vai se reuperar eu tenho fé que sim.

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que bom que vc enconrou ele po favor cuida dele eu imaginei que tiha acontecido isso, ele vai superar eu tenho fé que sim. eu acredito que deus é amore amor não tem cor raça ou opção sexual amor é simplesmene amor. manda noticias do rafa por favor.

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