O Brutamontes da minha vida (01) C

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 2197 palavras
Data: 04/07/2012 16:18:59

Parte 1 – C

A noite foi longa e dolorida, a sorte que seu problema eram ossos e pontos, se precisasse de mais que isso naquele hospitalzinho publico de interior não conseguira. Seus pais chegaram já passava das 07 da manhã, quando finalmente conseguiram contato com eles.

Bruno não disse o que aconteceu, nem como, nem o porque. Na verdade ele nada disse. Apenas ouviu as broncas dos pais, a lição de moral, a velha frase do pai: “sempre tem um peixe maior no mar”, afinal o que passava pela cabeça deles foi que Bruno havia se envolvido em mais uma briga de rua e dessa vez levado a pior. Embora não fosse a primeira vez que Bruno apanhasse, essa havia sido a pior. Ele sentia não só o corpo quebrado, mas também o coração e o espírito.

Recebeu alta por volta das 13 horas. E quando chegou em casa a primeira coisa que teve que lidar foi com o cinismo do irmão mais novo.

Tiago com ar de preocupado: -Mas como isso aconteceu Bruno? Como alguém pode fazer isso com você? Claro, não foi alguém, foi um grupo que te cercou na covardia não foi?

Bruno não queria falar sobre o assunto e enquanto todos conversavam no quarto dele com ele deitado na cama, ele manteve-se calado, apenas encarando Tiago com ar de raiva. Eventualmente todos foram saindo até que apenas os dois se mantiveram ali.

Tiago se abaixou do lado de Bruno: -Sabe, Tu ta ligado que se falar qualquer coisa pra alguém aqui em casa, rapidinho eu faço chegar no ouvido de um certo doutor que dessa vez não vai ter problema em mandar terminar o que comecei.

Bruno olhou para Tiago: -Você me mataria não cara? Na covardia mesmo se fosse o caso não é?

Tiago fez uma cara que mais parecia a de um demónio enfurecido: -Sem nem pensar muito no assunto, sem nenhum remorso e com requintes de crueldade, pra curtir o momento.

Mas de uma maneira totalmente cínica, foi da cara de diabo para a uma cara risonha, e sem que Bruno esperasse acertou um soco na altura da costelas de Bruno o que arrancou um alto gemido de dor e disse com o sorriso no rosto: -Mainha! Bruninho ta com dor! Traz o remedio.

Olhou para Bruno novamente e ainda com aquele ar irónico: -Se cuida, playboy.

E saiu do quarto.

É Tiago era pior do que Bruno imaginava. Ele era mal, cruel e ao que tudo indicava assassino.

Bruno manteve-se calado durante os dias que se seguiram. Mas seu irmão não cansava de pirraça-lo e provoca-lo. Até que o irmão mais velho, Eduardo, ouviu em um bar que frequentava a razão da surra que o irmão levou.

Eduardo: -Bruno, já tão espalhando na cidade, já sabem que foi um capanga do doutor lá da cidade que te deu esse pega, ele descobriu do teu caso não foi?

Diferente da animosidade que havia com seu irmão mais novo, o mais velho sempre foi amigo e companheiro de Bruno, sempre foi um verdadeiro irmão, e o carinho entre os dois era real.

Eduardo era o oposto dos dois irmãos. Nunca gostou de lutas, brigas ou qualquer coisa que remetesse a violência. Era um homem do campo, lavrador, vaqueiro, uma alma boa e honesta. Tinha a altura de Bruno, é por parte do pai de Bruno a família nunca foi alta, tinha um corpo forte e trabalhado pelo trabalho no campo, também o traço genético da família ajudava. Era sim um homem bonito, mas mais que isso, era um homem bom.

Eduardo após o silencio de Bruno: -É só um tempo até o pai e a mãe saberem, as fofocas correm mano, tu é famoso por ser brigador, a cidade toda te conhece, tu ter levado uma surra é assunto.

Bruno olhando para o irmão: -Edu, eu sei que você ta tentando me ajudar, mas agora eu preciso de um pouco de paz no cabeção. Não é nem a surra que ta me doendo, o que dói é ela me ignorar. Ela não atende quando eu ligo. Não responde meus torpedos. Isso é que ta me doendo.

Eduardo com ar consolador: -Não fica assim mano, tu já teve tanta mulher cara, mulher até mais bonita, esquece essa.

Bruno: -Dessa eu gostava, por isso que ta doendo. Não tô ainda com saco pra encarar o pai e a mãe com essa história, quando eles descobrirem eu trato com eles, até lá se eu puder ter paz eu prefiro.

Eduardo se levantou da beira da cama aonde estava sentado: -Dor de amor passa mano, eu já passei por isso.

Bruno: -Pode até passar. Mas nunca mais que eu vou me apaixonar de novo! Nunca mais ninguém vai ouvir de mim que eu amo. Essa foi a primeira e foi a ultima vez. É uma promessa que faço mano, uma promessa.

Eduardo Se levantou e se preparava para sair do quarto, quando virou para Bruno mais uma vez: -Tem algum perigo desses capangas aparecerem aqui Bruno? Entenda que eu e o Tiago vamo ter que tomar umas providencias se tiver perigo pra tu e pros pais.

Bruno irónico: Mano, mano, o perigo já ta aqui dentro de casa.

Eduardo não entendeu e vendo a confusão do irmão Bruno continuou: -Se isso sair daqui desse quarto e provável que ele me apague mano.

Eduardo: -Apagar como?

Bruno: -Me mantado mano.

Eduardo se assustou: -Do que tu ta falando Bruno.

Bruno: -O tal capanga foi Tiago.

Eduardo sentou novamente na cama: -Que Tiago mano?

Bruno: -Teu irmão.

Eduardo: -Bruno isso é por demais sério. Não levanta um falso desse.

Bruno: -Quem mais você acha que ia me pegar do jeito que me pegou mano? Seje honesto comigo. Ponha a mão na cabeça ai e pense.

Eduardo: -Não pode ser. Ele é teu sangue Bruno, por mais que você e ele não se entendam vocês nunca chegaram nem a trocar tapa. E de repente ele te da uma sova dessas? E ameaça te matar?

Bruno arqueou as sobrancelhas: -Pra você ver.

Eduardo: -E eu não acredito que Tiago pudesse te sovar desse jeito mano.

Bruno: -Você pode não acreditar mas foi o que aconteceu.

Eduardo: -Então o Tiago é por demais perigoso, além até do que a gente pensa Bruno, ele não é moleque fazendo errada na vida, ele é bandido.

Bruno: -Eu pensava como você mano, e esse foi meu erro. Ele queria me matar, o doutor que não deixou.

Eduardo com ar impressionado: -Bruno, Tiago que deu essa sova toda mermo?

Bruno com ar impaciente de quem não gostou da pergunta: -Deu mano, me pegou na covardia, mas deu tenho que dizer que deu. Ta satisfeito?

Eduardo: -Satisfeito não, to besta. Sempre achei que se tu pegasse ele a gente ia ter trabalho pra juntar os caco, aliais acho que todo mundo pensa. Me pegou desprevenido isso.

Bruno: -Como eu te disse foi na covardia, mas eu vou ter minha volta. Se preocupe não que vou ter.

Eduardo: -Mano, se o cara disse que te mata, esquece essa história. Eu vou falar com ele.

Bruno sério: -Não! Entenda, se o doutor souber que eu confirmei que ele ta envolvido nisso ele vai e isso der merda no campanha dele ai pra deputado vai acabar mal pra mim, eu to quebrado mano, tô sem ter como me defender agora cara, agora eu tenho que ficar na minha, quietinho, sumido. Se ligou?

Eduardo assentiu com a cabeça.

Bruno: Só to te mandando a real pra você não se preocupar com capanga, o único capanga que tem que ficar ligado, mora aqui dentro dessa casa.

Eduardo saiu do quarto e deixou Bruno lá pensativo. Mas não na situação de Tiago. Ele já tinha remoído tanto essa história nas ultimas semanas que não se interessava mais nela. O que ele pensava era outra coisa: Sim era verdade, ele estava disposto a nunca mais se apaixonar novamente. E não deixaria mais ninguém entrar em seu coração.

Como era esperado não demoraram muitos dias até que os pais soubessem do suposto motivo da surra levada por Bruno. Como era esperado a bronca grande veio. A bronca tudo bem. Ele entendia porque estava recebendo a bronca, o que ele não entendia era o tratamento que levava. Em todos os casos ele era visto como o vilão. E não só pelos amigos e conhecidos que vinham visita-lo, assim como não só pela sua família, mas até mesmo pelo seus pais.

O conceito geral foi que Bruno seduziu a mulher de um homem bom e esse em um ato impensado havia encomendado a surra, mas que como ele era tão bom, a essa altura já estava até arrependido. Afinal o Doutor Maurício procurou os pais de Bruno na feira e ofereceu toda ajuda medica e financeira que os pais precisassem enquanto o filho estivesse precisando, sem lógico assumir nenhuma culpa ou responsabilidade pelo estado que o rapaz estava.

A fama de pegador de Bruno contou contra ele. E o silencio sobre os acontecidos só faziam com que cada vez mais todos se convencessem da sua culpa exclusiva de tudo que aconteceu.

Mas não há mau que dure para sempre, nem ferida que não cicatrize. O tempo passou, feridas fecharam, hematomas sumiram, ossos colaram e as broncas ficaram para trás. Mas mesmo se sentindo melhor Bruno evitava sair de casa. Os comentários e perguntas das duas coisas incríveis que lhe aconteceram em todo lugar que chega o perturbava. A primeira era ele ter pego a mulher de um homem tão bom quanto Doutor Maurício, e a segunda como ele levou aquela surra. Isso irritava tanto ele que a vontade dele era espancar todos que estavam ao redor quando esse assunto surgia. Por isso ele andava muito mais irritadiço e brabo que o normal.

Enfim, ele vivia essa vida reclusa, e nas ultimas semanas seu único passeio ele a ida para a fisioterapia, que já estava nas sessões de fisioterapia quando chegou em casa e encontrou Tiago chupando uma manga sentado no batente da entrada da casa.

Tiago com o maldito sorriso irónico só que agora sujo de manga: -E então zé ninguém? (apelido que havia dado a Bruno mas que só usava quando estavam só) Pronto para outra surra?

Bruno ignorou o irmão e entrou em casa. Foi a cozinha beber água e ao por o copo na pia ouviu seu nome ser chamado pelo irmão mais novo, ao virar-se o soco acertou em cheio o seu rosto. O golpe veio com tamanha violência e foi tão certeiro, que abriu novamente o supercílio, já cicatrizado, de Bruno. Ele se desequilibrou e caiu sobre a pia quebrando os pratos e os copos que secavam no escorredor sobre ela.

Tiago com uma feição de raiva e falando sério: -Quando eu falar com você, abaixe sua cabeça e responda com educação. Não esqueça quem foi o homem que te arrebentou e que pode fazer aquilo novamente quando quiser. Entendeu?

Bruno dessa vez não ia deixar isso passar. Dessa vez nada impedia ele de revidar. Mas ao se colocar em pé, a mãe entrou pela porta da cozinha que dava para o quintal. Ela estava chegando da lida na roça para preparar o almoço. Ao vê-lá Tiago logo criou a cena típica de um ator dramático.

Tiago em tom preocupado: -Calma irmãozão, eu botei o cara pra correr, ele não vai mais te machucar.

A história criado por Tiago foi que um desconhecido tinha entrado na casa e pego Bruno se sopapo e que se ele não tivesse aparecido Bruno estaria na mesma situação que estava na ultima surra que levou. Bruno não desmentiu o irmão e nem confirmou a sua história, mais uma vez ficou calado diante os eventos. Lá ia ele novamente levar pontos no supercílio enquanto maquinava uma maneira de se vingar do irmão.

Mas algo inesperado aconteceria no seu retorno para casa. Os pais estavam preocupados com a integridade física do filho. Juntaram as economias que tinham, pediram ajuda ao parentes que moravam na cidade e iriam mandar Bruno passar um tempo com o primo que morava no estrangeiro. Bruno rejeitou a ideia a principio, mas ainda mais tarde naquela noite, após o pedido aos prantos de sua mãe decidiu aceitar. Faria um curso de mecânica de tratos. Coisa que o pai sempre sonhou em fazer e nunca pôde. Quando voltasse, alguns meses depois a poeira teria baixado e poderia finalmente contar para os pais quem era o capanga que o machucou tanto. Essa seria o principio da vingança contra o seu irmão.

Bruno foi junto com os tios, pais do primo Matheus que viva em São Francisco , para Salvador no dia seguinte. Ficou por lá alguns dias até o passaporte ser emitido. Seguiram para Recife de carro para obter o visto. O primo já havia mandado a documentação dele que comprovava sua legalidade no pais, da onde Bruno se hospedaria e do curso. Após alguma burocracia e duas tentativas o visto saiu. Tudo estava pronto.

E foi assim que esse brutamontes entrou na vida do primo dos EUA. Aquele dia no aeroporto marcaria para sempre a vida dele porém mais ainda a do primo.

Continua...

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Comentários

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Porra, se eu já não gostava do Tiago, agora é ódio mesmo... Esse infeliz tinha no mínimo que ir parar numa penitenciária...

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Adoramos seu conto. Nos deu muito prazer. meu nome é Rubia e meu marido se chama Beto. Publicamos um conto. "A Procura de um Amante" Também criamos um blog só sobre sexo, com nossas aventuras, fotos de sexo e muito mais. O endereço é www.rubiaebeto.comunidades.net

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Meu deus que conto to amando 1000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

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Matheus, vc continua magnifico nas suas historias. É envolvente, apaixonante! Vc ta de parabéns...

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Pessoal nem eu mais consigo abrir a parte 1 D, durante o dia tava normal agora ficou assim, n sei o que esta acontecendo deve ser problemas do site, ate porque estou tentando postar Adestrando Betão e não estou conseguindo. Ta dificil esse site essa semana.

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Mal vejo a hora do Bruno dar uma surra daquelas de virar o Tiago do avesso, pra esse imbecil do Tiago aprender uma lição. Ah, tb nao to conseguindo abrir a parte D. Bjos!

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Gente acho que é do site, deve ter ocorrido algo durante a postagem aqui tambem não tá abrindo a parte D não.

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Agora é secanagem, não sei se é só comigo ou com os outros leitores, mas não estou conseguindo abrir o 01 D. Caracas, Matheus será que é o site?

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Eu espero mesmo que depois dessa confição toda do Bruno ele caia na real que realmente ama o matheus...Matheus eu não to conseguindo acessar a parte D, tentar postar de novo por favor.nota 10

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