Adestrando Betão (07)

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 2691 palavras
Data: 11/06/2012 10:41:56

AVISO: "Essa historia contem violencia psicologia e fisica. Caso esses assuntos não o agradem recomendo não continuar com a leitura."

Capitulo 7 – Tudo vai piorar muito antes de melhorar.

A bem da verdade é que Ricardo quase não dormiu na noite de sexta para sábado. Não era o desconforto do sofá, nem o frio que fazia, sua dificuldade tinha nome e dormia em seu quarto. Por diversas vezes ele foi até o quarto e espiou Betão, que diferente dele, dormia profundamente. Ajeitou o cobertor dele algumas vezes e ficou nesse vai e vem do quarto para a sala, da sala para o quarto até que por volta das 5 horas da manhã sua avó, D. Mariana, encontrou com ele na sala.

D. Mariana sussurrando: -E o rapaz?

Ricardo respondendo no mesmo tom: -Ainda dorme pesado.

D. Mariana: -Deixa ele dormir mais um pouco, vou pra cozinha esquentar o leite.

A rotina na roça começava cedo e não demorou muito para que os outros moradores levantasse e iniciassem sua rotina. Mas na mesa da cozinha um ar de tensão e curiosidade pairava naquela manhã. A presença de Betão era um incógnita dentro daquele lar.

Alceu: -Eu não vou ficar aqui esperando esse maluco acordar. Você trouxe o problema para dentro de casa, você resolva.

O tom de Alceu era mais de medo do que de imposição. Ele apenas tomou um copo de leite e saiu porta a fora.

Ana: -Mas a que horas ele chegou?

Ricardo: -Você já tinha ido dormir.

Ana em tom choroso: -Ele falou algo sobre Carlinhos?

Ricardo: -Ainda não, mas vou perguntar a ele assim que der ta bom?

Foi quando D. Mariana olhou para a porta de cozinha, abriu um sorriso e disse: -Bom dia me filho!

Todos se viraram para porta e puderam ver aquele homem grande, branco e sem camisa em pé olhando para dentro.

Ricardo: -Senta aqui, vem tomar café com a gente.

Betão ficou parado com a cara amarrada observando o movimento na cozinha. Parecia desconfiado de alguma coisa. Ricardo passou a mão na boca limpando o bigode de leite e se levantou, pegou ele pelo braço.

Ricardo em ar gozador: -Eita rapaz desconfiado! Vem senta aqui com a gente.

Betão se deixou puxar e sentou a mesa.

Betão logo após se sentar: -Eu preciso ir embora.

D. Mariana: -Depois do café você vai.

Betão olhou sério para ela: -Não, eu vou agora.

Um clima de grande tensão se formou por um instante, mas D. Mariana já havia criado seus filhos e netos, não seria uma cara feia daquele poderia ser seu neto que a intimidaria.

D. Mariana em tom firme e sério: -NÃO! Você vai DEPOIS de tomar café, entendeu rapazinho?

Então algo incrível aconteceu, Betão desamarrou a cara, abaixou a cabeça e disse: -Desculpe. Eu vou depois do café.

Ana e Ricardo se entreolharam quase que pasmos com a reação dele. D. Mariana mais rápido que todos na mesa, se adiantou, abriu um sorriso e foi até Betão. Tomou seu rosto entre as mão, puxou de forma a ela olhar para ela e disse: -Meu doce, se você for grosso com as pessoas, as pessoas serão grossas com você. Eu não gosto de ser assim com as pessoas, mas não posso aceitar que sejam assim comigo. Na minha casa pode não ter luxo, conforto nem qualquer tipo de riqueza. Mas ninguém sai daqui com fome, maltratado ou de um jeito ruim. Quer dizer só se procurar por isso. Ta bom.

Betão assentiu com a cabeça dizendo que entendeu o que ela queria dizer.

D. Mariana: -Agora vamos comer.

Betão mal começou a comer mas a agonia de Ana em ter alguma noticia do noivo era grande demais e não se conteve.

Ana: -Betão você sabe alguma coisa sobre Carlos.

Betão acabava de morder um pedação de pão e entre a mastigação: -O que quer saber?

Ana: -Se você sabe onde ele esta.

Betão ainda mastigando: -Da última vez que vi tava na casa dele.

Ricardo se assustou: -Na casa dele? Você esteve lá?

Betão: -Tive a dois dias.

Ana: -O que você foi fazer lá?

Betão: -Ele tinhas umas informações que meu avó queria e eu fui lá pegar/.

Ricardo em tom preocupado: -Você machucou ele?

Betão após uma golada grande de café: -Não precisei. Quando ele me viu correu e tentou trancar a porta da casa, mas soquei a porta antes dela fechar e ela se abriu e ele caiu no chão sentado. Dai se levantou meio que no desespero e se trancou no banheiro. Chutei a porta e ela abriu dai sem eu nem perguntar nada ele já saiu falando tudo, até coisa que eu nem ia perguntar.

Betão narrava esses eventos como se fosse algo comum, corriqueiro, até mesmo banal.

Ana ja em tom alterado de voz: -Porque você fez isso? O que ele fez para você?

Betão com ar de não entender da pergunta: -Nada ué! Meu avó queria saber o que ele sabia, eu fui buscar.

Ricardo: -Calma Ana, Betão o que você fez depois que ouviu o que você queria?

Betão com ar de desdém: -Nada. Me virei e fui embora. Nem encostei nele, até porque ele tava todo mijado, o frango se mijou de medo de mim. Covarde.

Ana agora irritada se levanta: -Covarde é você! Você invade a casa de uma pessoa mais fraca que você, impõe medo, traumatiza uma pessoa que já estava fraca e ainda trata disso como se fosse uma bobagem qualquer!?

Betão riu de canto de boca: -Que é isso? Porque desse barulho todo?

Ana irritada: -Porque ele é meu noivo! É o homem que vou me casar!

Betão ainda rindo de canto de boca: -Aquilo não presta mais como homem não Ana, você ta ai nesse nervoso todo por causa de que fui só trocar uma ideia com ele? E o que fiz uns dias antes? Isso você não se irritou né?

Ricardo: -Betão chega!

Ana: -Do que ele ta falando?

Ricardo: -Ana, chega, depois eu converso com você sobre isso.

Betão: -Não, fala pra ela, por que ele não presta mais pra casar fala, aliais (rindo um pouco) aquilo não presta mesmo é como homem mais.

Ricardo agora alterado e irritado: -Betão CHEGA! Para de falar agora.

Betão olhou sério para ele e voltou a comer.

Ricardo: -Ana, vem comigo.

Se levantou e puxou a prima pelo braço a arrastando para o quarto dela.

Ana nervosa: -Do que ele esta falando!?

Ricardo: -Prima, eu vou pedir que você tenha um pouco de calma, é difícil lidar com Betão e a gente ta vencendo uma barreira importante. Eu sei o que ele fez com Carlos e vou contar tudo para você daqui a pouco, deixa eu conseguir mais alguma coisa dele. É mais importante agora a gente saber o que aconteceu com ele recentemente do que ficar remoendo uma história mais antiga.

Dito isso Ana não se acalmou, mas concordou da necessidade urgente de obter alguma informação relevante sobre o noivo. Ricardo voltou para sala e viu D. Mariana conversando com Betão.

D. Mariana: -Agir assim com as pessoas não é bom meu filho.

Betão com ar confuso: -Ta, mas só sei agir assim Dona.

D. Mariana: -Essa história de que cachorro velho não aprende novos truques é mentirosa sabia?

Betão: -A senhora ta me chamando de cachorro?

D. Mariana riu: -Meu filho, você é tão inteligente para maldade mais tão inocente pro carinho.

Ricardo adentrou a cozinha: -Betão, a gente precisa conversar.

Betão: -Eu já comi bastante mesmo, preciso ir embora.

Ricardo: -Vou caminhando com você e a gente conversa no caminho.

Betão fez uma cara de assustado: -Não você não pode ir pra minha casa, se meu...

Ricardo nem deixou ele completar: -Só vou parte do caminho e depois volto.

Ricardo se despediu da avó e seguiu com Betão para tomar o rumo da chácara.

Ricardo: -Betão, eu sei que para seu avô você não mente. Mas e pra mim? Você mente?

Betão: -Que pergunta idiota. Claro que mentiria se precisasse.

Ricardo: -E você precisa mentir sobre o que fez com Carlos a dois dias atrás?

Betão: -Porque mentiria? Você já sabe que até currei ele!? O coroa não mandou guardar segredo.

Ricardo: -Você se orgulha do que fez com ele não é?

Betão com ar satisfeito: -Claro! Mostrei que é o homem dessa porra de cidade pra ele! E o coroa se irritou só porque eu demorei a reagir, ele também curtiu. Eu sei que eu mereço o castigo que to levando, eu errei né cara? Preciso ser castigado.

Ricardo: -Errou em que? Betão você não tem que ser escravo de seu avô.

Betão: -Ah cara você não entende!

Ricardo: -Então me explica.

Betão ficou em silencio.

Ricardo: -Betão eu não sei o porque, nem donde nasceu esse sentimento que estou tendo por você. Eu realmente gosto de você! Eu quero ser seu amigo! Eu não quero nada de você, não preciso que você faça nada por mim, eu só quero que você me deixe gostar de você. Me deixe ajudar você. Me permita entender você cara. Se você precisa obedecer seu avô e por causa dessa obediência você tenha que me machucar, tudo bem, olha meu rosto como esta (uma marca levemente roxa no rosto de Ricardo se formou no local onde Betão deu com a cabeça dele na porta do carro), e ainda assim estou aqui, preocupado com você, te levei para dentro da minha casa, para o meio da minha família. Te alimentei, te dei guarida, e tô aqui, agora, tentando te entender. Será que não mereço só isso?

Betão parou de andar: -Eu explico pra você se você me contar a verdade.

Ricardo: -Que verdade?

Betão: - O que você realmente quer de mim.

Ricardo: -Eu já disse, nada.

Betão: -Isso não é verdade. Todo mundo quer alguma coisa de mim. Você não é diferente.

Ricardo fez uma feição seria: -Eu não sou todo mundo.

Betão: -Pode ser, mas principalmente você, por me conhecer tão pouco, tem que ter alguma coisa.

Ricardo entendeu que Betão só estava acostumado a isso. A ser usado. Nunca ninguém gostou dele de graça, só por gostar, ele não permitia que isso acontecesse. Ninguém se aproximava o suficiente dele para que pudesse gostar dele. Ricardo só viu uma solução para que ele conseguisse entender que o seu sentimento era puro. A solução seria apelar para um sentimento o qual Betão não conhecia, mesmo que não fosse verdade, ele precisava dar um choque de realidade naquele homem duro e seco.

Ricardo: É muito simples Betão, eu não quero nada em troca de você simplesmente porque eu estou apaixonado por você.

A cara de Betão era de espanto. Parecia que ele tinha acabado de ouvir a coisa mais impressionante de toda a sua vida. Ele olhou para Ricardo, olhou para os lados. Olhou mais uma vez para Ricardo.

Ricardo: -Não precisa dizer nada, nem fazer nada, eu não espero nada em troca. É como eu te falei, só quero que você me deixe gostar de você.

Betão: -Como assim cara. Tipo, é como..., cara eu não sei, como é isso?

Ricardo: -Não, se preocupa, como eu te disse, o que quero de você é só isso. Entende agora porque eu gosto de você?

Betão parou e riu de canto de boca. Ele gostou do que ouviu de Ricardo.

Betão: Hoje a noite eu vou fugir do castigo de novo. Me encontra no curral lá onde a gente conversou ontem, eu vou tentar te explicar como são essas coisas com o coroa, pelo menos o que eu entendo disso tudo também.

Ricardo satisfeito: -Tudo bem, segue agora o rumo de casa. A gente se vê a noite.

Ricardo se virou e voltou o caminho, ele sabia que tinha mentido para Betão, ele não estava apaixonado por ele, mas foi essa mentira que fez com que Betão se desarmasse e acreditasse no carinho sincero que ele sentia. A noite ele teria as respostas para tentar retirar Betão daquela situação de completa e total submissão. Era tudo que ele queria. Agora tinha que tratar da prima. Um incendio de cada vez. O que Ricardo ainda não sabia era que a mentira contada para convencer Betão não era tão mentirosa assimBetão seguia satisfeito o caminho para casa. Pela primeira vez em toda sua vida carregava em si um sentimento leve, tranquilo, nem o medo do avô tirava aquele sentimento dele. Entrou pela lateral da propriedade evitando a entrada principal. O local de seu castigo era muito conhecido dele, a anos que ele ficava ali quando era castigado. Aos fundos da propriedade, bem aos fundos mesmo, distante da casa principal, havia um pedaço cercado por um muro. Um quadrado, lá dentro um quarto apenas de tijolos, sem reboco, sem piso, o mato era alto e um portão de ferro estreito separa o interior do resto da propriedade. O muro era alto, mas para Betão, salta-lo era bobagem. Ele o fez. Entrou no quarto, movei uma pedra e retirou de dentro de um buraco escondido por esta pedra uma garrafa de plástico onde ele escondia água e um saco plástico. Tirou a bermuda e colocou dentro do saco vazio, bebeu um gole de água e guardou tudo de volta escondendo sobre a pedra. Se deitou sobre a esteira que cobria um pedaço do quarto. Sabia que a qualquer momento seu avô apareceria e que o risco era grande dele dizer que tinha fugido, mas não estava nem ai, nem o medo disso, do castigo ou seja lá o que fosse iria retirar a alegria dele naquele momento. Ledo engano.

Como que cronometrado, cinco minutos depois Betão ouve o ranger do portão e o chamado de seu avô: -Bicho! Aqui! Junto!

Ele em um pulo só correu para fora do quartinho e deu de cara com o avô passando para dentro do terreno cercado.

Cristóvão: -Muito bem bicho, curtindo seu castigo?

Betão em sua costumeira submissão de cabeça baixa e tom manso: -Muito Senhor, obrigado pela punição.

Cristóvão: -Não agradeça ainda, sabe, Fred veio ontem a noite pra fazenda.

O avô dava medo a Betão, ele desde criança aprendeu que se respeitasse e obedecesse cegamente ao avô ele ou não seria castigado ou seria pouco castigado. Mas o nome Fred causava pânico em Betão.

Betão com voz nervosa e assustada: -Mas senhor porque Fred? Eu não fiz nada para merecer isso.

Cristóvão: -Como não fez? O jornalzinho ta ai, circulando a cidade. Como você permitiu que isso acontecesse?

Betão se jogou de joelhos e agarrou as pernas do avô: -Eu concerto, eu juro que concerto, por favor, Fred não, por favor.

Cristóvão começou a empurrar e chutar Betão: -Me larga seu merda. Pensasse nisso antes de fazer besteira. Fred, entra, vem brincar.

Ninguém sabia exatamente qual a natureza da relação de Fred e Cristóvão, a única coisa que se sabia ao certo era da crueldade de Fred. Um moreno jambo, 35 anos, cerca de 1,80 de altura e seus 80 quilos. Já tinha sido preso algumas vezes e graças a influencia de Cristóvão solto sempre de maneira suspeita. A cerca de 13 anos que Betão apenas via Fred em duas situações, ou para realizar em conjunto algum trabalho cruel e violento ou para apanhar de maneira brutal dele.

Betão sem vergonha de se humilhar: -Por favor vô, não faz isso comigo!

Fred rindo com desdém: VÔ!!!???? VÔ!!!!??? Que palhaço!!!

Cristóvão: -Fiquei até com peninha (rindo), Fred, sem pena ok? Só não mata. Quando terminar, joga na carroceira e leva pra Dr. Coutinho juntar os pedaços de novo e você bicho, se tentar se defender já sabe né? Apenas apanhe e aguente.

Fred calçou as luvas de MMA que trazia consigo, olhou para aquela montanha branca de músculos e riu com sarcasmo: -Eu andava com saudade de te espancar!

Cristóvão fechava o portão por fora enquanto ouvia os impactos dos socos de Fred, os gemidos e os gritos de dor de Betão e sorria satisfeito enquanto pensava consigo mesmo: “Imbecil, poderia facilmente acabar com Fred se tivesse coragem de me desafiar” e seguiu seu caminho para cozinha, onde tomaria tranquilamente o seu café da manhã.

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Comentários

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Esse conto está espetacular... Que história!!! Que criatividade!!

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Um veneno na comida do Cristóvão não faria mal a ninguém (além dele é claro) kkkkkk

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Matheus, se você demorar muito para postar a continuação desse conto, eu juro que mando o FRED, ter uma conversinha com você kkkkkkkkkkkkkkkk !!!!!

Maravilhoso esse conto, envolvente, intrigante, nos absorve a cada linha !!!! Nota 10

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egua da raiva desse velho idiota!!! Ele merece uma surra bem dada do betão! Ah e seu conto é otimo e por favor não demora para postar o proximo

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Que veio mais safado e nojento ta merecendo uma surra de ortiga braba , seu conto ta perfeito não demora em

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Aff que raiva deste velho.... Naum vejo a hora dele se ferrar...Tomara que o Betão de uma boa surra nele e neste Fred..(Eu ajudo..kkk) ...Nossa o Betão se apaixonnado pelo Ricardo,q fofo...Parabéns pelos contos estão otimos...naum tem como naum dar outra nota 10!!!!

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você sabe despetar o sentimento de raiva na gente, né? Não vejo a hora da lição desse velho chegar. No mais, tá tudo ótimo.

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