EU TE AMO 3

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 2623 palavras
Data: 27/06/2012 11:37:09
Última revisão: 22/05/2018 16:27:32

...

Quando alguém fala algo que não gostamos, a melhor resposta é o silêncio.

Então ignorei o comentário do Eduardo e fui todo o caminho quieto, só ouvindo os dois conversando, até que ele resolveu implicar comigo.

Eduardo - Você é quieto assim mesmo, ou esse silêncio é por minha causa?

Não valia a pena responder.

Eduardo - Perdeu a língua? (Continuei em silêncio).

Breno - Pô Edu. Pega leve, deixa ele cara. (tentando amenizar a situação).

Edu - O muleque não gosta de mim e eu nem sei por que, só quero saber o motivo.

Ah! Como se ele não soubesse. Desde que me conheceu fica me perturbando. Era como se eu nem estivesse ali, só observava a conversa, continuávamos andando quando ele parou na minha frente, me impedindo de passar.

Eduardo - Vai ficar mudo até quando?

Ele ficou me encarando esperando eu responder. Encarei-o também e, mesmo que me enfrentasse, ele não teria coragem de fazer nada contra mim, eu acho. O Breno até tentou intervir, mas foi em vão.

Eduardo - Quer saber? Foda-se. (ele saiu da minha frente me deixando passar).

Como é possível uma pessoa em tão pouco tempo mudar rapidamente seu humor? Ele tinha o poder de me irritar e, olha que eu nem o conhecia direito ainda. Com o Breno eu conseguia ser eu mesmo, mas ao lado do Eduardo eu não me sentia bem. Já estávamos chegando perto de casa (primeira casa era do Eduardo, depois do Breno e a minha era um pouquinho mais longe), então, ele convidou o Breno para bater uma bolinha mais tarde. Agora que ele tinha ido embora, eu poderia conversar com o Breno tranquilamente.

Breno - Diego, o que foi aquilo?

Eu – Aquilo o quê?

Breno – Você e o Edu?

Eu - Não gosto dele.

Breno - Mas por quê?

Eu - Não sei. Só não gosto.

Eu não gostava muito de falar sobre o Edu, então mudamos de assunto. Paramos num lugar para comer algo, e nesse percurso fiquei pensando: Ele me trata tão bem, atura meu mau-humor, acho que já está na hora de contar a verdade sobre mim, resolvi arriscar.

Breno- E ai, tá a fim de jogar com a gente?

Eu - Ninguém me convidou.

Breno – O Edu iria te chamar também, mas você não dá espaço né?

*SILÊNCIO*

Eu – Breno. Preciso te falar uma coisa.

Breno - Pode falar, vai alugar meu ouvido agora? (ele disse tentando descontrair, afinal eu estava meio tenso).

Eu - EU SOU GAY.

Ele ficou me olhando sem reação. Ah! Se arrependimento matasse.

Breno – E?

Eu - Você não se importa?

Breno - De verdade? (Já estava me preparando para o pior).

Breno - Não, o que vale é teu caráter, e também não quero perder tua amizade.

Eu - Nem eu a tua.

Ufa. Agora sim eu fiquei mais tranquilo. Ficamos conversando por algum tempo, até que ele resolveu voltar ao assunto.

Breno - Diego, porque você me contou isso? Por acaso você... (Ele tentava achar as palavras certas para dizer).

Eu - Não, a resposta é não, não estou apaixonado por você, pode ficar sossegado.

Era visível o alivio no seu olhar.

Breno - Desculpa cara, mas eu tinha que perguntar isso, não queria ter que me afastar de ti.

Eu - Relaxa, eu não corro esse risco. (Disse com convicção).

Breno - Gostar de mim? (Ele disse me desafiando).

Eu – Não. Você é legal, mas eu não quero me apaixonar por ninguém.

Depois de um tempo fomos para casa, no caminho o Breno tentava me convencer a ir jogar com eles. Eu não queria simplesmente para não encontrar com o Eduardo, pois sempre que isso acontecia, saia faíscas nossos “encontros”, então era melhor recusar. Eu não estava fugindo de nada nem ninguém, só estava tentando evitar a fadiga, hahaha. Ele até me disse que eu tinha que me enturmar e tal, mas já estava decidido: Eu não iria. Passaram-se dias, semanas, meses e, nesse tempo nos tornávamos grandes amigos (Eu e Breno), com ele nem sentia tanta falta de casa, na faculdade estava tudo indo bem, tirando a presença do Eduardo que não perdia a chance de me provocar, mas eu o ignorava e tudo seguia assim. Num dia qualquer o Breno me convidou para ir á sua casa no final de semana, até então nunca tínhamos frequentado á casa um do outro, somente encontros na faculdade, festas... Naquele mesmo dia combinei com minha família e amigos que na próxima semana eles iriam me ver, então estava tudo ótimo.

No sábado acordei disposto, tomei café, fiquei enrolando um pouco, pois não queria chegar cedo de mais, estava contente e, nem o Eduardo iria tirar minha paz. Eu sabia que o encontraria por lá, já que ele e o Breno são bem próximos, mas dessa vez eu não iria deixar de sair por causa dele. Cheguei á frente da casa do Breno, bem bonita por sinal. Logo quando entrei o avistei de sunga amarela, óculos ray-ban, super gatinho.

Breno - Achei que não viria mais.

Eu – Bom. Eu disse que viria.

Ele me apresentou a galera dele, alguns eu já conhecia das festas e tal, até a Clara estava por lá também. Estava tudo tranquilo, até o Eduardo chegar e, já se sentindo o tal.

Eduardo – Pô. Tô sem moral mesmo, começaram sem mim.

Breno - Demorou hein?

Eduardo - Tava malhando.

Breno - Não sei por que você malha tanto.

Eduardo - As gatinhas gostam disso aqui. (Disse mostrando os músculos).

Eu penso que um homem não precisa ser forte para impressionar ninguém. É claro que músculos também é bonito, mas tudo em excesso para mim não tem vez. Eu prefiro homens inteligentes, originais, agradáveis, enfim a festa estava bem animada, todo mundo dançando,se divertindo e eu fiquei num canto só observando e bebendo, até a Clara chegar junto a mim querendo que eu me animasse também. Tentei explicar que eu curtia outro tipo de musica e até ensinei uns passos para ela. Com isso, eu consegui me enturmar mais rapidamente e comecei a dançar com todo mundo. Às vezes, eu notava que o Eduardo ficava me encarando, não sei se era o efeito da bebida, então fui ao banheiro e quando sai esbarrei com ele na porta, mas fingi que nem o vi, até ele segurar no meu braço bem forte.

Eduardo - Qual teu problema cara? (ele disse com raiva).

Fiquei quieto só o olhando, mas quanto mais eu fazia isso, mais ele apertava meu braço, já estava me machucando, resolvi quebrar meu silêncio.

Eu - Você tá me machucando. (quase chorando, mas firme).

Eduardo - E vou machucar mais. Tu acha que pode chegar aqui se sentindo o dono do pedaço?

Eduardo - Responde porra, você se acha demais muleque?

Eu - Me solta, por favor.

Eduardo – Se acha que me engana, já saquei qual é a tua.

Ele me soltou, mas nem dei ouvidos ao que ele disse, saí em disparada. Era impossível não notar meu braço roxo, logo o Breno quis saber o que tinha acontecido e o porquê da demora. Então, falei que tinha escorregado no banheiro, já que eu estava meio 'alto'. Lógico que ele não acreditou, mas “bêbado” eu estava mesmo. Rsrsrsrs. Nem tinha mais clima para ficar ali, então fui embora. Já em casa, tomei um remédio para dor e dormi. Como no outro dia era domingo e não queria ficar em casa, resolvi aceitar o convite do Breno para bater uma bolinha, já que ele sempre me chamava e eu inventava desculpas para não ir. Quando estava quase chegando à quadra ele me liga avisando que não poderia ir mais, nem perguntei o motivo, resolvi ir mesmo assim. Na hora de dividir o time ninguém queria me escolher (se eles soubessem que mando bem no futebol), fui o último a ser escolhido, eu era do time adversário do Eduardo e, toda vez que eu pegava na bola, ele fazia falta em mim. Essa situação já estava me irritando, pois todos já tinham percebido que o problema dele era só comigo. A situação piorou quando tocaram a bola para mim e, quando ele foi tirá-la , dei um drible que o desmoralizou e, assim recebi vários elogios e tal, apesar de tudo consegui jogar bem e meu time ganhou de 3 a 1 e, quando eu iria fazer o quarto gol, ele completamente descontrolado me deu uma rasteira, bati com meu braço que já estava machucado no chão, imaginem a dor que eu senti. A galera do meu time não gostou e assim começou a discussão. Levantei me arrastando, até um colega de time me ajudar chegar até o vestiário. Fiquei lá sentado quando o Eduardo chegou. Agora chega, cansei da criancice desse cara.

Eu - Ei cara, tu tá maluco? Agora ele que ficava quieto.

Já que não iria ter papo, resolvi ir embora, ele levantou e ficou na porta me impedindo de passar.

Eu - Porra, além de tentar me matar, você vai me prender aqui também?

Eduardo - Me deixa ver teu braço (ele disse autoritário).

Eu - Pra que? Pra você terminar de quebrá-lo?

Ele nem respondeu, me puxou me fazendo sentar e começou a apertar meu braço, tipo fazendo massagem.

#RAIVA.

Eduardo - Pronto, já ta melhor (ele disse irônico).

Aff. Até parece que me fez um favor.

Eu - Já chega. Eu vou embora (disse impaciente e nervoso).

Eduardo – Espera. Eu vou te levar em casa.

Eu- Não vai mesmo, eu sei me cuidar sozinho e, eu não confio em você.

Eduardo – Muleque... Eu não pedi tua opinião e, quando eu falar que vou te levar em casa, eu vou te levar, tá entendendo? (ele disse me arrastando porta a fora).

De nada adiantava eu me debater e questionar, pois ele era mais forte que eu. Chegando ao carro me mandou entrar, mas como eu sou teimoso não obedeci, então, ele deu a volta e praticamente me jogou lá dentro. Fomos todo o caminho em silêncio, até que meu celular tocou, era o Breno (ótimo), pelo menos agora eu não precisaria olhar para cara do Eduardo.

Breno - Fala Diego.

Eu - Oi Breno (respondi entusiasmado).

blá,blá,blá. Nesse tempo que fiquei no celular o Eduardo ligou o som bem alto, até então estávamos num maldito silêncio.

Breno - Cara, onde é que você tá? Que som é esse?

Eu - Eu não tô te ouvindo direito. (falando alto).

Breno - Que barulho é esse?

Quando iria responder ele pega o celular da minha mão e desliga.

Eduardo - Chega de fofocar, tua voz é muito chata.

Sinceramente já não aguentava mais isso, então eu explodi.

Eu - Cara, qual teu problema? Você tenta me matar, vive fazendo piadinhas de mau gosto, o que você tem contra mim? (falei com muita raiva).

Breno - Tu é muito otário muleque. Vou te mostrar qual meu problema.

Ele freou o carro bruscamente me deixando assustado, pensei: Agora ele me mata de vez.

Eu - O que tu vai fazer? (perguntei visivelmente assustado).

Mas ele não me respondeu e, simplesmente me beijou. Beijar não era bem a palavra certa, ele me agarrou, nem tive como reagir, ele me apertava e me esmagava em seus braços. Uau! Fiquei surpreso. Nunca, mas nunca mesmo, nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria o Eduardo com outro cara e, ainda mais esse cara sendo eu já que vivíamos brigando, mas deixei rolar, afinal, se ele se arrependesse, eu teria essa lembrança, hahahaha. Aos poucos o beijo foi parando, fiquei mudo, um misto de prazer e emoção, ele ficou me encarando com aqueles olhos verdes, pegou no meu rosto e disse;

Eduardo - Meu problema é você.

Nem sabia o que dizer.

Eduardo - Você se acha tão esperto e nem percebe que eu gosto de você.

Eu - Você tá brincando comigo né? Fala sério. (disse saindo do carro).

Eduardo - Fica. (ele pediu como se tivesse implorando).

Nem dei ouvidos, sai correndo dali, dessa vez ele me deixou sair. Estava meio desorientado, não sabia o que fazer. Já em casa eu tentava fazer algo para me distrair, mas não adiantava. Na minha cabeça só vinha esse beijo. E que beijo, rsrsrs. Fiquei revirando a TV, mas ainda estava cedo e nada do sono aparecer. Até que a campainha tocou, fiquei pensando: Quem será? Os vizinhos aqui são bem reservados. Quando abro a porta ele estava lá parado. Fiquei o olhando esperando uma resposta.

Eduardo - Não vai me deixar entrar?

Eu - Não.

Eduardo - Não faz isso cara, vamos conversar.

Eu – Fala logo, o que você quer?(falei tentando fechar a porta).

Até que ele me puxou novamente. Isso já estava virando rotina, esses beijos era minha perdição, mas consegui o empurrar dessa vez. Eu tinha medo de alguém passar de repente e me ver no corredor beijando outro cara.

Eduardo - Agora vai me deixar entrar? (ele disse sorrindo)

Eu - Vai, entra logo.

Eduardo - Que relação é essa nossa?

Eu- Não tem relação nenhuma.

Eduardo - Não torna mais difícil. Eu amo você.

Eu - Ama? (debochado), ama nada, você nem sabe o que é isso.

Eduardo - E você sabe? (disse chegando bem perto).

Eu - Sei, pode apostar que sei. Amor é tudo o que eu não sinto por você.

Eduardo - Então é assim?

Eu – É desse jeito mesmo. Você é todo complexado. Fala que me ama e me trata desse jeito (pausa). Se isso é amor, não quero nem saber o que é ódio. Para você eu sou apenas um desafio. Você não sabe o que quer.

Eduardo - Eu quero você.

Ele me beijou novamente, mas depois interrompeu o beijo e saiu sorrindo, me deixando sem reação alguma. Agora que eu não iria conseguir dormir mesmo. Na segunda (dia da preguiça), acordei mais cedo, fui ao hospital examinar meu braço e, ainda levei um sermão do doutor por não ter visto antes, tive que enfaixar. Cheguei à faculdade e o Breno não estava lá me esperando como sempre fazia, até estranhei, mas fui direto para sala. Fiquei sentado ouvindo música no celular, quando a clara chegou.

Clara - Oooi.

Eu – Oi (respondi sem expressão alguma).

Clara - Nossa que animação hein Diego? (dei um sorrisinho sem graça).

Clara - O que você tá ouvindo? Deixa eu ouvir também.(ela disse tirando um fone do meu ouvido).

A clara é legal, nós não temos uma grande amizade, mas ela é interessante, animada, engraçada, às vezes ela é um pouco inconveniente, mas dá para aturá-la. Ficamos conversando e ouvindo música, quando ela pegou no meu braço enfaixado e falou:

Clara – Tá vendo? Isso que dá beber demais. Você não pode ver álcool.

Ela estava certa. Nesse tempo eu bebia demais, claro que com responsabilidade. Hoje estou mais “calmo”.

Eu - Kkkkkkkkkkkk, pois é. Tenho que pegar leve da próxima vez. (mal sabe ela que esse hematoma no meu braço não era resultado de escorregão nenhum).

O professor chegou á sala e a Clara saiu, mas o Breno não aparecia. Já estava preocupado, pois sempre que ele não ia para a ‘facul’, já me ligava avisando. A aula transcorria normalmente quando o Breno chegou. Coitado, teve que inventar mil e uma desculpas para entrar, mas ele passou por mim e nem disse nada. Não entendi muito, mas resolvi deixar quieto, afinal que eu me lembre não fiz nada demais para chateá-lo. No intervalo fiquei na sala revisando algumas matérias, e ele saiu e nem falou nada comigo. Ah! Quer saber? Não vou correr atrás de ninguém. Conhecendo como eu sou... Ele chegou junto a mim e me deu um chocolate, agradeci e continuei lendo meus exercícios. Então, sentou perto de mim e ficou quieto até que resolveu falar.

Breno - Vai ficar assim agora?

Eu - Assim? (respondi incrédulo).

Breno – Ah! Sem ironia Diego, não se faça de bobo (ele disse me encarando).

Eu- Do que você tá falando, afinal o que eu fiz que não tô sabendo? (respondi, já sem paciência).

Breno - Por que você desligou o telefone na minha cara?

Ah! Então era isso? Mais essa agora.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive CARPE DIEM* a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Eduardo atitude, adorei este muleque e o Dih não é fácil mesmo.

0 0
Foto de perfil genérica

Simplesmente d+! Nossa cara você é um escritor e tanto, estou apaixonado por sua estória.

0 0
Foto de perfil genérica

Seu conto começou muito bem hein. Adorei, leitor assíduo agora hein, não demora. 10

0 0
Foto de perfil genérica

uolll babado esperands ansioso aki

0 0