Assim que me despedi de Carlos, entrei em casa e isso já era umas 3 e pouco da tarde.
Minha mãe já tava puta da cara comigo, porque era para eu estar em casa lá pelo meio dia.
- onde você estava? Você esta super atrasado, nenhum telefonema nada. O que houve?
- eu almocei na dona Julia, e perdi o ônibus das 13 daí cheguei só agora =]
- rum! Bom, depois agente vê isso certinho ok? – disse ela já mais aliviada quando disse que estava na dona Julia.
- mããããeee, hoje é meu aniversario, deixa de ser tão careta, se solta um pouco oras – eu estava alegre aquele dia, não sei o porque, ou sabia.
- ta, tudo bem, mas arrume as coisas já para quando seus amigos chegarem para a festa.
- não é festa mãe, é só um churrasco.
- tanto faz, mas arrume certinho, pois vou ao mercado comprar o que falta ok?
Bom, minha mãe saiu depois disso e eu tive que arruma as coisas para o meu pai fazer a carne quando chegasse, eu tinha marcado com meus pais de fazer um churrasco no meu aniversario, com meus amigos, e tal e eles toparam numa boa.
....
Quando já era umas 11 da noite, todos meus amigos tinham chegado e agente tava bebendo, conversando, bebendo, fumando narguile, bebendo, comendo, bebendo, essas coisas que geralmente rola entre amigos e tal, tava muito massa. Até que minha mãe me chamou no canto e falou que tinha um cara querendo falar comigo no portão, eu tinha esquecido completamente quem poderia ser, mas quando vi o Chrysler preto parado na frente de casa, me lembrei de tudo que tinha acontecido naquela tarde, tinha certeza que era o Carlos, não podia ser outra pessoa, a não ser que eu tivesse na propaganda da coca cola que era 0,00001% de possibilidade de um Chrysler estar na frente da minha casa, por via das dúvidas fui ver quem era.
Assim que abri o portão o vidro do motorista se abriu e vi um belo sorriso familiar, Carlos, claro; ele estava de camisa regata preta que realçava seu corpo sarado e uma calça jeans desbotada bem estilosa.
- sentiu saudades? – foi a primeira coisa que ele disse.
- na verdade não. – brinquei com ele
- serio? Nossa, isso me magoou. – ele fez bico, e mesmo assim não perdeu uma gota de sensualidade – entre no carro – ele piscou para mim.
- não posso sair agora, estou na minha festa de aniversario – disse dando de ombros.
- não vamos a lugar nenhum, apenas entre, chuchu – ele disse essa ultima palavra com uma careta meio feia e sexy, muito engraçada.
- só entro se você não fizer isso de novo. – zuei com ele e entrei no carro, estendi a mão para cumprimentá-lo e ele segurou minha mão por um bom tempo dessa vez,sempre me olhando intensamente.
- e você sentiu minha falta? – perguntei para quebrar o gelo.
- você não faz idéia. Não parei de pensar em seu jeito mongo e desengonçado de ser.
- nossa, que bom então.
- só to zuando relaxe. Bom eu disse que ia trazer seu presente não é? – ele disse se inclinando para o banco de trás e pegando um pacote de presente quadrado e marrom com um laço azul escuro.
Claro eu abri como se fosse uma criança de 5 anos esperando um Power ranger de presente. Eu ganhei uma camisa branca muito bonita e um relógio de bacana mesmo, acho que valia mais que meu PC.
- nossa, velho não precisava, serião mesmo. – disse super falsamente, eu tinha adorado.
- precisava sim, e cuide bem, custou uma nota.
- sério? Ah cara não precisava ter gastado comigo, serio, depois eu te pago o quanto você gasto, quanto custo? – eu não queria pagar porra nenhuma, só tava me fazendo, hehe.
- você realmente acha que eu vou te disser? É presente você não tem que me pagar nada, e se tentar pagar, eu vou receber como ofensa.
- então ta né. Nossa brigadão mesmo, de coração. – disse sorrindo e meio com vergonha porque ele não parava de olhar para mim.
- de nada ^^
- porque você não entra na festa? Vai ser legal.
- não posso, tenho compromisso com outro rapaz daqui 15 minutos. – brincou ele
- então ta. Legal para você. – fingi não ligar.
- to brincando, eu só to de olho em uma pessoa... – ele foi chegando perto de mim – mas essa pessoa... – aproximando seu corpo cada vez mais do meu – tem vergonha e... – conseguia sentir seu perfume bom, e o calor do seu corpo - ... é muito linda... – seus lábios tocaram os meus, era leve e macio, um beijo simples e doce, sentia seu hálito bom e sua boca abrindo mais e de repente nos beijávamos de língua intensamente, sentia que estávamos em sincronia perfeita, o acompanhava nos movimentos e foi o primeiro beijo que tinha dado em um homem, e foi muito bom. Nos beijamos mais forte e mais intenso, sentia seu cheiro, seu calor, sua presença, ele colocou sua Mao em minha nuca e me beijava com paixão, então ele se afastou, olhou bem fundo nos meus olhos e disse.
- va para sua festa, seus amigos devem estar sentindo sua falta, não quero te apressar em fazer nada. estou indo muito rápido, me desculpe. – ele sorriu e me deu um selinho, eu ainda estava meio atordoado pois não esperava aquele beijo, não sabia o que fazer, apenas olhava ele e sentia algo estranho, como se não devesse perde-lo de vista nunca.
- tudo bem então, você realmente não quer entrar? – perguntei para quebrar o silencio chato.
- não, acho que seus pais e seus amigos não iam curti um estranho na sua festa, alias você não teria tempo pra eles, se eu entrasse. – disse ele meio sem graça.
-Ok, então, vou ver você de novo? – perguntei mais sem jeito que ele
- você acha que vou deixar você dando sopa por ai? Claro que vai me ver de novo. Quando você dormir eu estarei lá, quando você estiver vomitando por beber demais eu estarei lá, quando estiver descascando alho eu estarei lá, quando estiver fazendo o numero dois eu estarei lá, quando estiver...
- eu já entendi! Já entendi Carlos.... – interrompi ele dando risada.
- adoro quando diz meu nome. – disse ele sorrindo, e PQP que sorriso, podia olhar por hrs, ele era muito gato. – agora vá pra sua festa, amanha eu passo aqui pra gente sair tudo bem? Pra gente se conhecer melhor tudo bem?
- claro, pra eu te conhecer melhor porque você já deve saber um bocado de mim.
- sei bastante, mas não o suficiente. – disse ele mordendo o lábio.
- tudo bem então – ri meio sem graça, tava começando a ficar vermelho. – eu horas você vem + ou -?
- não sei arrume cedo e fique pronto para o dia intero, pois posso passar quando você menos esperar. –ele era muito diferente das pessoas que geralmente eu conhecia, ele era engraçado, misterioso, sedutor e alegre, e realmente me tirava do sério.
- ok então tchau XD – disse e sai do carro.
- UÉ?! E meu beijo de despedida?
- se você pode ser imprevisível, eu também posso – sorri virei as costas e fui embora, ouvi sua risada, e ele ligando o carro e indo embora.
Voltei para a festa e bebi, zuei demais aquela noite, mas sempre me pegava pensando no Carlos, e todos perguntavam porque eu estava tão feliz. Usei a desculpa que era por causa da festa e dos meus amigos todos ali, e realmente boa parte era isso, mas também tinha outra parte da noite que me deixou com alegria. Hehe.
No dia seguinte acordei de boa pois tinha vomitado tudo antes de dormir, o que aliviou a ressaca. Levantei era 11:30, e já avisei que ia sair com um amigo a qualquer hora, que so estava esperando ele chegar. Bom depois de almoçar, baixei episódios novos de GLEE que tinham saído e eu não tinha baixado ainda, e também baixei uma serie lá para ver se era boa, THE WALKING DEAD, no começo curti um pouco, mas depois ficou meio monótono, mas é com certeza assistivel. Tirei uma soneca depois disso, e acordei era umas 4:30 com minha mãe dizendo que meu “amigo” tinha chegado, abri um sorriso que dava pra ver ate de costas.
Dei tchau para minha mãe e entrei no carro, não tinha me acostumado com aquele carro enorme ainda. E lá estava ele, Carlos, com uma vermelha com da lacoste e um calção preto bem legal.
- sentiu saudades? – perguntou ele piscando.
- na verdade sim... é um belo carro, de qualidade. – brinquei com ele.
- idiota – riu ele – serio, sentiu?
- de quem? – me fiz de bobo, sei que conhecia ela desde pouco tempo mais sentia que o conhecia a anos, então me sentia a vontade de fazer brincadeiras.
- ah esquece. – riu ele- mais saiba que senti saudades suas.
- quem no sentiria? Sou muito foda.
- atah, vai nessa, meu avô com alzaimer é mais foda que você.
- serio? Queria conhecer seu avô então ele parece ser bem foda mesmo.
- -é, seria legal, mas ele não lembraria de você depois de algumas horas. – ele ficou meio serio naquela hora
- me desculpa por brincar com isso.
- não da nada, você pode tudo – disse ele me despindo com os olhos de novo
- aonde vamos? – eu disse para quebrar o gelo, antes que eu ficasse vermelho como um tomate, mas era tarde demais.
- vamos aonde eu decidir hahaha. E vamos logo.
Ele ligou o carro e nos levou para a praia. Que não ficava muito longe de onde eu morava. Descemos do carro e fomos andar na praia, segundo ele, é um ótimo lugar para conhecer os outros melhor.
- então é o seguinte, faça quantas perguntas quiser, mas também deve responder há algumas minhas, ok? – afirmou ele com prazer.
- mais do que você já sabe? Me surpreendo em saber que você não saiba a cor da cueca que eu uso. Mas fechado.
- não sei... Ainda.
-Ok, primeira pergunta. – eu disse para desbaratinar, ele riu e prestou toda a atenção em mim. Em cada gesto meu, em cada palavra.
- o que gosta de fazer? – perguntei
- bom, particularmente gosto de tocar violão nas horas vagas e me acho bom nisso, e você?- respondeu ele meio orgulhoso.
- eu gosto de escrever, futuramente quero ser escritor, gosto disso, talvez eu seja bom, não sei ainda.
- jura? Que legal, não sabia.
- sabia sim você me perguntou isso ontem.
- Tah! Eu sabia sim... – riu ele – próxima pergunta.
- mora com quem?
- moro sozinho – senti um pouco de pesar em seus olhos enquanto ele falava – minha família é de São Paulo, e eu vim para cá fazer faculdade.
- sua família é legal, para você sentir saudades deles.
- deu para notar? – disse ele meio sem graça.
- pelos seus olhos deu um pouco.
-que bom que olha nos meus olhos. Bom, na verdade, meu pai esta sempre trabalhando e eu tenho 20 anos e não o conheço bem ainda. Minha mãe me deixou quando eu tinha 9 meses. Na verdade só sinto falta da minha Irma de 14 anos, ela é muito gente fina.
Senti que ele não estava muito afim do assunto então mudei.
- faz algum esporte? – falei a primeira coisa que veio na cabeça.
- na verdade, eu surfo, é algo que eu não sou bonzão, mas eu curto. E você?
- alem de xadrez? – brinquei.
- aaa pare tem que ter algo que você faz bem fisicamente.
- bom eu gosto de natação, mas ando de patins muito bem também. De patins eu sou bom, ando desde os 7 consigo pega uma velo boa XD. Próxima. Fazendo facu de que?
- eu pensei por um tempo em seguir meu pai e fazer direito, mas daí eu acabei fazendo jornalismo. – dessa vez ele respondeu olhando bem fundo nos meus olhos, como se estivesse prestando atenção em mim e respondendo automaticamente.
- o que foi? – perguntei
- nada só estava te admirando, o seu jeito sabe. – ele respondeu e olho para o chão com vergonha e obvio, eu fiquei sem jeito de novo. Ficamos em silencio por um tempo e ele logo perguntou para quebrar o silencio chato:
- se cansou de fazer perguntas? Não quer mais saber de mim? – brincou ele fazendo bico.
- na verdade só estava pensando em algo.
- em que? – ele parecia interessado.
-Estava pensando em como DEUS tem maneiras boas de colocar pessoas em nossas vidas.
- como assim? – perguntou ele sem entender nada.
- sabe, ontem por exemplo, se minha moto não estivesse no concerto, se minha mãe não tivesse me pedido para ir na dona Julia, se eu não tivesse aceitado o pedido de almoçar lá, não teria perdido o ônibus das 11:00, se eu não tivesse tropeçado depois e tivesse pego o ônibus das 13:00, e se seu carro também não estivesse no concerto, talvez nunca teríamos nos encontrado no ônibus das 14:00. E nunca teríamos nos falado, nem estaríamos aqui agora, tantos fatores poderiam ter mudado isso, e DEUS simplesmente deixou tudo acontecer como planejado e agora agente se conhece, obrigado por ser meu amigo, me sinto a vontade com você, mas até do que com alguns amigos meus que conheço há anos, parece que te conheço há tempos, mesmo tendo te visto só ontem.
Seus olhos brilhavam e ele sorria e escutava tudo com muita atenção. Por fim ele disse:
- nossa, foi a coisa mais legal que você já me disse.
Depois disso não me lembro bem o que conversamos aquela noite, só lembro que soube muitas coisas dele. Que ele era de libra, odiava agrião, seu perfume favorito era o kaiak clássico, ele nasceu no Paraná, veio para São Paulo com 7 anos, nunca trabalhou, vive do seu pai, não sabia dançar, gostava de viajar de carro... Etc. soube inúmeras coisas dele, podia ate fazer um conto com elas, mas melhor não né?
Depois ele me levou para casa as 23:00 da noite, foi um dos melhores dias que passamos juntos.
Espero que gostem tem continuação mas to meio sem tempo, pois estou na casa dele para passar a virada hahaha vai ser d+, to planejando um treco bacana... XD comentem PF vlw.
