Meu Amigo me Amava – Capítulo 100
Fortes Emoções – Momentos Finais
Estava fazendo três semanas após o grave acidente que o Rick sofreu na frente de casa em que ele bateu fortemente com a cabeça e eu pensei que estivesse acontecido o pior. Graças a Deus fora algumas lesões nada de grave ele sofreu, a não ser um pequeno lapso de memória, em que o principal motivo da discussão, que foi o beijo que ele flagrou meu e do Jhonny motivou uma violenta discussão, entre eu e o Rick, entre o Rick e o Jhonny e após eu bater pela primeira vez no meu irmão, ele sai correndo de casa e é atingindo em cheio por um carro. Porém, desde que o Rick acorda, e diz não lembrar-se de nada confesso que logo de inicio eu não acreditei nessa história, ao ponto de ir perguntar ao médico, me certificar de que isso fosse realmente verdade. Pois bem, o médico confirma tudo dizendo ser possível, até mesmo uma fuga do cérebro em recordar, após conversa com o medico começo a acreditar. Por mais que esse lapso de memória do Rick fosse conveniente para mim, eu não estava feliz por isso, não mesmo. Me sentia cada vez mais responsável por tudo o que aconteceu, ele é meu irmão.
Mas, desde o acidente o Rick que sempre demonstrou um grande carinho com o Jhonny, começou a reagir diferente, estava sendo cada vez mais frio com o Jhonny, de inicio eu não percebi, o Jhonny é quem nota, mas falo que não tem nada haver, mas a atitude do Rick hoje, ao saber que iria passar a tarde com o Jhonny foi muito estranha, pois ele se recusa, diz que não quer firmemente.
Rick - Eu não quero Breno.
Breno - Como assim você não quer Rick?
Jhonny - Aconteceu alguma coisa Rick, por que você não quer ir lá pra casa?
Breno - Isso mesmo Rick, diz pra mim, por que você não quer ir com o Jhonny pra casa dele?
Instala maior climão na mesa e o Pedro ali observando tudo com aqueles olhos dele deixando o Jhonny e eu ainda mais constrangidos. A cara do meu irmão era de repulsa ao olhar para o Jhonny, na hora a ficha caiu pra mim, mas no fundo não queria acreditar, não podia ser verdade a coisa que estava passando pela minha cabeça.
Pedro - Bom vamos comer gente, depois vocês decidem. O bolo de batata está uma delicia, comer frio seria uma desfeita a D. Zilda.
Breno - Isso mesmo. Mas Rick depois nós vamos conversar ok? Senta Jhonny quer comer.
Jhonny - Não, obrigado Breno. Bom espero o Rick lá em casa. Você leva Breno?
Breno - Sim eu levo o Rick.
Olho pro Rick que me encara e depois abaixa a cabeça, minha vontade era de esganar meu irmão. Continuamos a almoçar, o Rick acaba e se levanta com dificuldade, apoiando-se na mesa, na parede para ir pro quarto. Eu mal termino de comer, pego o Rick pelo braço e levo até o quarto, Pedro entende que iríamos ter uma conversa séria. Entrando no quarto tranco a porta, o Rick quase muda de cor.
Breno - O que foi aquilo na mesa Rick, você não sabe que não pode ficar sozinho cara, você me prometeu se eu assinasse aquele bendito documento que você iria cooperar.
Rick - Eu estou cooperando cara, mas não quero ir pra casa daquele cara?
Breno - Que cara Rick, você está falando do Jhonny é isso, o nome dele agora é “aquele cara”?
Rick - Breno eu posso ficar em casa, vou dormir, vejo televisão, cinco horas a mamãe está em casa mesmo.
Breno - Rick você não pode ficar sozinho, o médico pediu e você sabe disso.
Rick - Então me leva pra casa do irmão do Paulinho, eu fico lá pow.
Breno - Rick você vai ficar com D. Nuancy cara, foi o combinado.
Rick - Não quero!
Quando o Rick grita que não quer meu sangue esquenta.
Breno - Por que Rick, por que me diz?
Rick - Por nada...
Breno - Como você pode Rick, que espécie de pessoa você é miserável?
Rick - O que você está falando?
Breno - Mentindo, inventando tudo cara, você é um monstro.
Rick - Para Breno.../
Breno - Fingindo que não se lembrava de nada, me fazendo sofrer cara, me fazendo pensar que o acidente tivesse te prejudicado, que você não seria mais o mesmo, que maldade cara.
Rick - Para Breno.
Nisso eu pego firme nos braços do Rick, estava ficando possesso já.
Breno - Falso, mentiroso. Ficou esse tempo todo fingindo, dizendo que não se lembrava do que aconteceu, e na verdade você se lembra cara, lembra de tudo e fingindo que tinha perdido a memória, seu doente.
Rick - O doente aqui não sou eu Breno e você sabe muito bem disso.
Breno - Eu não invento doença cara, eu não faço meu irmão, minha mãe sofrerem, ficarem preocupados.
Rick - Eu não beijo meus amigos na boca Breno, não fico me agarrando com machos, já você.
Breno - Eu odeio você Rick.
Rick - E eu tenho nojo de você!!!
Quando o Rick fala isso eu vou pra cima dele com toda a a raiva do mundo, meu corpo tremia, eu não suportava a ideia de que o Rick tivesse sido capaz de inventar tudo isso.
Breno - Eu vou te matar seu desgraçado.
Rick - (grita) Socorro Pedro, o Breno quer me matar!
Nisso o Rick começa a berrar, eu o empurro no chão, nisso o Pedro bate na porta, e começa a gritar.
Pedro - Breno, o que está acontecendo cara, abre a porta.
Nisso eu tento me recompor e fico olhando pra cara sínica do Rick. Abro a porta, Pedro entra.
Pedro - O que está acontecendo aqui Breno?
Rick - Que bom que você está aqui Pedro, meu irmão iria me bater.
Breno - Isso que você merece Rick, muita porrada nessa sua cara lavada.
Pedro - Que isso leke, seu irmão cara, ele está doente.
Rick - Esse é o verdadeiro Breno cara.
Breno - Rick cala a boca agora, e sai da minha frente, vai escovar os dentes e você vai pra casa de D. Nuancy, ou te levo agora pro hospital, assino outro documento e você só volta pra casa quando estiver melhor, você escolhe.
Rick - Mas eu não fiz nada.
Saio do quarto e bato a porta, as veias do meu pescoço pulsavam forte, minhas mãos estavam suando e tremulas. Vou para o banheiro lavar o rosto e novamente meu nariz sangra, pego papel, me limpo e tento me recuperar, sento-me à mesa e bebo um copo d’água. Logo vem o Pedro.
Pedro - O que foi isso leke, nunca te vi tão nervoso assim.
Breno - Nada cara, não foi nada.
Pedro - Cara você ia bater no seu mano, que isso, esse não é o Breno que eu conheço.
Breno - Pedro faltam quantos minutos cara pra terminar a hora de almoço.
Pedro - calma, temos 30 minutos ainda.
Breno - (grita) Rick vamos logo cara, não adianta enrolar por que você não me engana mais. Casa do Jhonny ou hospital, eu e a mamãe precisamos trabalhar, não podemos bancar a babá pra você não.
Vem o Rick.
Rick - Já estou aqui.
Breno - Muito bem. Vai passar a tarde toda com D. Nuancy e com o Jhonny e vai se comportar bem, depois que eu vier da facul vou lá saber como o doentinho se comportou.
Rick - Você me paga Breno.
Breno - Te amo Rick.
Pedro - Bom quer que eu te leve Rick.
Breno - Não precisa Pedro, ele vai andando, e comigo.
Pedro - Breno.../
Breno - Não se mete Pedro, eu conheço essa peça, melhor do que você imagina.
Pedro o Rick pelo braço e vou levando até a casa do Jhonny, atravessamos a rua e deixo o Rick em frente ao portão da casa do Jhonny.
Breno - Não pense que acabou não ok Rick. Vamos ter uma séria conversa quando eu voltar do trabalho.
Rick - Não tenho nada pra conversar com você.
Breno - Ah! Você tem Rick, e como tem?
Rick - Não tenho não. E vou contar tudo à mamãe.
Breno - Quem vai contar tudo a mamãe sou eu. Eu que vou contar.
Rick - Conta Breno, você conta da minha mentira e eu conto tudo o que eu vi.
Breno - (pega o celular) Então Rick começa a contar agora. Pronto, liguei pra mamãe, conta tudo pra ela vai. Oi mãe, o Rick quer falar com a senhora. Vai Rick conta pra mamãe, fala o que você viu, vai Rick, fala.
Rick - Olha Breno que eu falo hein.
Breno - Fala cara, ela está do outro lado da linha, vai, conta tudo.
Rick fica me encarando, não acreditando na minha atitude.
Breno - Não vai falar Rick, ué, está com medo de que? Mãe não é nada não, quando a senhora chegar te conto.
Desligo o telefone.
Breno - Olha aqui Rick eu não tenho medo de ameaças, muito menos a de um muleke igual a você. Tu vai me ouvir por que isso é coisa de gente monstruosa, sem coração, e não foi nem comigo nem com a mamãe cara que você aprendeu isso. Tu tem ideia do quanto você estava nos fazendo sofrer com essa sua mentira de ausência de memória, tu tem ideia? Rick você me magoou muito, cara, muito mesmo. Depois de tudo o que fizemos por você cara, tu nos trata assim.
Rick - Mas Breno.../
Breno - Mas porra nenhuma muleke, minha vontade é de te quebrar. Não vou fazer isso, você não merece. Estou muito decepcionado com você, muito mesmo.
Saio deixando o Rick com os olhos cheios d’água, estava muito triste, o Rick mentir dessa maneira, nessa gravidade, foi algo muito sério, muito mesmo. Entro no carro puto. Pedro só me olhando, e eu com tanta raiva que tremia todinho, não agüentei muito tempo e comecei a chorar de tanta raiva.
Pedro - Que foi leke, do nada você se irritou com seu irmão?
Breno - (chorando) Cara vamos trabalhar, não foi nada.
Pedro - Putzz fico pra morrer quando você faz isso, sempre se fazendo de durão.
Breno - Pedro, vamos cara, não quero falar sobre isso.
Pedro - Tudo bem.
Pedro liga o carro e voltamos pro serviço, chegamos lá faltando 10 minutos, sento a mesa e chega o Alan.
Alan - Breno, vamos fazer a mudança agora.
Fico quieto, nem ouço o que o Alan estava falando, estava longe em meus pensamentos.
Alan - Alô Breno, terra chamando. Está com os pensamentos aonde cara?
Breno - Desculpe Alan, eu nem ouvi o que você falou.
Alan - Percebi cara. Eu te perguntei se a mudança é para ser feita agora.
Breno - Sim, vamos mudar sim.
Vem o Pedro.
Pedro - Breno não acha melhor ir pra casa cara, cuidamos de tudo aqui, você não está bem cara.
Breno - Não Pedro, melhor eu ocupar minha mente mesmo, e hoje tenho aula ainda. Segunda feira cara.
Alessandra - Breno é sério, vou ficar na sala e mesa do Maurício?
Breno - Sim Alessandra, pode pegar suas coisas e se mudar pra lá.
Alessandra - Olha, mas você não ficou chateado com a minha brincadeira não né?
Breno - Não Alessandra, que isso. Eu sei que você estava brincando. Relaxa, 3 anos trabalhando com você já né?
Alessandra - Então ta.
Alan - Nossa maior mariposa mesmo.
Alessandra - Seu magrelo ridículo não começa por favor. Já estou por aqui com você.
Alan - Invejosa... Ratazana.
Alessandra - Ratazana é a senhora sua mãe.
Alan - Olha como você fala da minha mãe, não te dou essas confianças.
Nisso o Alan pega a Alessandra firme pelo braço, ela já irritada dá uma joelhada forte nos ovos do Alan que apóia na mesa sentindo muita dor, a Alessandra pra completar pega um copo d’água que estava em minha mesa e joga no Alan o molhando todinho.
Kátia -Não acredito que vocês chegaram há essas conseqüências.
Alessandra - Ele que me provoca, garoto nojento.
Alan - Louca mesmo essa menina, não consegue ouvir umas verdades.
Nisso o Alan tira sua camisa que estava toda molhada. Eis que todos nós o vemos sem camisa. O Alan é magro, mas todo definido, corpo lisinho, branquinho, o peito dele é aquele circulo rosado, sem nenhum pelo, próximo a sua barriga, quase perto da cintura tem uma tatoo com a letra A, em letras garrafas preta. Todos ficam olhando, principalmente a Alessandra, que paraliza.
Alan - Isso que você queria não é doente, me ver sem camisa, se tivesse pedido antes te mostraria com maior prazer.
Alessandra - Até parece, sou muito mais meu noivo.
Breno - Alan vem aqui que tenho uma camisa na mochila, pelo menos até essa secar.
Alan - Vou dar a camisa pra você lavar e trazer amanha ok?
Alessandra - Até parece ridículo.
Saímos eu e o Alan, ainda sem camisa e vamos até o banheiro onde ficam nossas coisas, abro a mochila e pego minha camisa para o Alan.
Breno - Está apaixonado pela Alessandra né cara.
Alan - Ta maluco Breno, tenho namorada.
Breno - O que tem isso haver?
Alan - Tudo cara, amo minha namorada. Jamais trocaria ela pela Alessandra, jamais sentiria algo por essa louca, olha o que ela fez comigo.
Breno - Você provoca também Alan, e ainda mais, você adora deixá-la irritada.
Alan - (sorri) Eu cara, que isso.../
Breno - Ela vai se casar cara, o noivado dela é nesse sábado.
Alan - Cara nada haver, ta viajando na boa.
Alan veste a camisa e decido sair do banheiro, quando o Alan me pega pelo braço, me viro de frente pra ele.
Alan - Está tão na cara assim Breno.
Breno - (sorri) Pior que ta cara.
Alan - Pow cara tenho uma confiança em você muito grande na boa.
Breno - E eu agradeço por isso.
Alan - Ela mexe muito comigo, sempre mexeu.
Breno - Sério?
Alan - Sim cara.
Breno - Na boa então você disfarçou muito bem, por que comecei a observar agora. Na boa vou te contar uma coisa, você também mexe com ela.
Alan - Que nada véio, ela vive me dando toco, me chamando de magrelo. Nem olha pra mim, mas na boa nem estou ligando.
Breno - Que doideira!
Alan - O que pow?
Breno - Ela faltou pouco te agarrar quando te viu sem camisas cara.
Alan - Pow morreu aqui.
Breno - Relaxa...
Alan - Valeu. Cara posso te confessar uma coisa?
Breno - Conta aí.
Alan - Quando eu comecei aqui eu não fui muito com a sua cara não.
Breno - Normal isso acontecer, me acham marrento, folgado, metido, essas coisas.
Alan - Foram essas coisas mesmo que achei de você. Mas no primeiro dia mesmo essa impressão foi indo embora cara. Tu na maior paciência me explicando tudo, me perguntando se eu estava gostando. Fui vendo que você é um cara maneiro pra caramba.
Breno - Pow valeu.
Alan - Tu é um tipo de cara que se souber manter vira um amigo pro resto da vida.
Breno - Pow cara vou até chorar agora.
Alan - Não serin, papo 10.
Breno - Obrigado.
Alan vem e me dá um abraço, nisso o Pedro entra no banheiro e olha tudo. Alan vai e sai do banheiro, Pedro fica olhando pra minha cara, não diz nada. Ficamos eu e o Pedro no banheiro. Pedro vai no banheiro, mija, lava as mãos e não fala nada, fico na parede do banheiro olhando pra ele.
Breno - Emburrou essa cara por quê?
Pedro - Nada pow.
Breno - Fala sério Pedro.
Pedro - Falei alguma coisa?
Breno - Cara ele só estava me agradecendo só isso.
Pedro - Sim pow, agarrando você todo.
Breno - Pedro olha a babaquice.
Eu me irrito pela infantilidade do Pedro e abro a porta pra sair do banheiro, nisso ele fecha a porta me pressiona na parede e me beija na boca de língua, encostando seu corpo no meu, enfia as mãos na minhas calças e aperta meu pau que rapidinho fica duro. Eu já com o corpo transpirando tesão aperto com as duas mãos sua bunda.
Pedro - Essa rola aqui já tem dono.
Breno - Sonha...
Pedro - Quando você vai lá em casa?
Breno - Não sei cara, estou todo enrolado, ainda tentando arrumar tempo com o meu trabalho de final de curso, trabalhos, e fora agora a responsabilidade do escritório.
Pedro - Viu Breno como Deus existe cara? Quem diria que um dia você chegaria a ser chefe aqui nesse escritório.
Breno - Não me considero chefe cara, apenas o testa de ferro, por que quando der problemas a primeira cabeça a ser servida na bandeja será a minha. E quem tem chefe é índio. Somos uma equipe e todos nós somos responsáveis, e vamos trabalhar juntos primeiramente para manter nossos empregos e segundo não vir outra cópia do Mauricio para infernizar nossas vidas.
Pedro - Não estou gostando da sua aproximação com Alan, ele de mansinho está ganhando cada vez mais espaço, e na boa me controlei quando o vi abraçando ele.
Breno - Pedro fala sério, ciúmes não pelo amor de Deus. Nada haver cara ele é meu amigo.
Pedro - Cara estou sendo sincero, senti ciúmes, sinto ciúmes, sou humano, mas não dei nenhum show.
Breno - Não precisa cara. Você amarra a cara de uma maneira, seus olhos ficam escuros cara, e isso você não consegue disfarçar, o bom em você é isso, sua transparência.
Pedro - Você que me conhece demais isso sim.
Breno - Pelo contrário, te conheço muito pouco.
Pedro - O que você está insinuando cara?
Breno - Não estou insinuando, estou falando que te conheço pouco, você esconde alguma coisa cara, um fato, não sei, tem alguma coisa no seu passado no Espírito Santo que você faz questão de esconder.
Pedro - Breno não tem nada do meu passado, para de querer achar cabelo em ovo leke. Vamos trabalhar.
Pedro disfarça e sai, me deixando ainda mais intrigado, qual seria o segredo do Pedro, o que ele escondia?
Saio do banheiro e volto para o escritório, mesmo em pleno funcionamento todos estavam metendo a mão na massa e mudando todo o escritório, não tínhamos tempo a perder. Vejo o Alan e a Alessandra distantes um do outro, ainda maior clima chato, pois a Alessandra pegou pesado jogando um copo d´água na cara do Alan. Antes das cinco da tarde estava quase tudo no lugar, ninguém conseguia acreditar, mas fomos capazes, eu já estava exausto, me despedir de todos e fui tomar um banho para ir pra faculdade. Entro no boxe e começo a me lavar, saio do boxe de cueca me enxugo, levo um susto ao ver o Pedro em pé na parede me esperando.
Breno - Porra muleke! Que susto.
Pedro - Esperando meu beijo.
Breno - Pedro fala sério cara, idiotice, o que está acontecendo com você cara?
Pedro - Saudade do meu amor pow, não pode?
Breno - Pedro na boa, não vou embarcar na tua não. Estou atrasado já.
Pedro novamente me encosta na parede e tasca um beijo de língua na minha boca.
Breno - Porra cara você está no cio, que fogo é esse?
Pedro - Fogo não leke, doido por você isso sim.
Ele vai e sai, olho pro meu pau duro já, apenas com um beijo. Visto minha calça e camisa, coloco o tênis e saio correndo pro ponto de ônibus. Chegando na faculdade maior stress, os professores começam a marcar as datas para os trabalhos, seminários, maior correria para fazer o trabalho de final de curso, algo desesperador. Certa vez numa papelaria próximo a faculdade, em que a Xerox é R$ 0,10 centavos, um cara me disse que não existe período pior do que o último, você não agüenta mais, está no seu limite, sente raiva até do seu colega de classe, pensei que ele estivesse neurótico, mas não é a mais pura verdade, ninguém se suporta mais, os dias se arrastam e correm ao mesmo tempo, resumindo, uma loucura. Saio da faculdade cansado, chegando em casa vejo o Jhonny sentado na calçada, estava olhando para o céu, pensando na vida. Decido ir falar com ele.
Breno - Tudo bem Jhonny?
Jhonny - Na medida do possível sim e você?
Breno - Cara minha vida nunca está bem, sempre tem problemas, coisas para serem feitas, mas vou indo.
Jhonny - Tu sempre com essa garra não é cara, não sei como você consegue na boa.
Breno - Você também é forte pow, já passou por tantas coisas e portanto está aí, firme e forte. Mas o que está pegando, você aqui fora, olhando pras estrelas, pensando na vida, me fala Jhonny está nervoso com o noivado, é sábado agora né?
Jhonny - Sim é.
Breno - Então cara, era pra você estar radiante, é seu noivado cara.
Jhonny - Estou cara... eu estou.
Breno - Não parece. Jhonny lembra em Cabo Frio que você me disse que a vida é feita de escolhas cara, descobri que isso realmente é verdade, eu fiz minha escolha, você fez a sua, talvez escolhemos mal, não sei, isso o tempo é quem vai dizer, o tempo é sempre o melhor remédio pra todas as respostas, para todas as nossas escolhas.
Jhonny - Por que você está me dizendo isso cara?
Breno - Por que é necessário. Eu estou pagando o preço da minha escolha. Não pense você que aquele dia que cheguei na sua casa, depois de um dia cheio de trabalho e faculdade, e vejo a Alessandra toda eufórica dizendo que vai casar, não pense você que aquela cena foi fácil pra mim por que não foi cara, eu me segurei, na verdade sua mãe me segurou por que foi a maior porrada que eu já levei na vida.
Jhonny - Mas cara.../
Breno - Deixa eu falar cara, depois você fala. Eu sei muito bem por que você tomou essa decisão, foi por que você colocou na cabeça que eu tinha que me assumir, que eu tinha que dizer pra todo mundo que curto caras, você queria que assumíssemos uma relação e eu mantenho a mesma opinião que antes, não estou afim, não me sinto preparado. Pode me chamar de covarde, de preconceituoso, de tudo, mas eu sou assim. Jhonny eu pude ver o que um gay assumido passa cara na prática, eu não tenho a coragem que o Vinícus cara, todo mundo a todo instante o chamando de bicha, de viado, de gay. Ele leva na esportiva, mas eu cara... eu não. Na boa hoje eu me conheço um pouco melhor do que antes, e isso foi você que me ajudou cara. Eu me entendo, me aceito, não foi um processo fácil, só quem passa sabe, mas assumir nunca, nem passa pela minha cabeça.
Jhonny - E você é feliz assim Breno, fingindo, fugindo de você mesmo.
Breno - Que moral você tem pra falar isso de mim Jhonny, sendo que você cara vai se casar com uma mulher, sendo que você não gosta dela e verdade, por que você é gay cara, você me disse isso. E eu sei que você não ama a Alessandra e por mais que ela seja fútil, mimada, as vezes até chata, ela é uma boa pessoa e não merece isso.
Jhonny - Ela gosta de mim cara.
Breno - Mas você não gosta dela.
Jhonny - Mas posso começar a gostar. Estou cansado cara de gostar de quem não gosta de mim, de quem só quer me usar. Estou cansado de ser usado cara. Você o Estevão, chega.
Breno - Já te pedi várias vezes para não me comparar a esse canalha. Se você no passado se envolveu com ele cara, e ele foi uma decepção pra você, que chegou ao ponto de te ameaçar depois que você descobriu os seus podres, eu não tenho nada haver com isso, não nos conhecíamos.
Jhonny - Mas depois te conheci, estava todo mal cara, machucado. Vim pra cá contra minha vontade, e me envolvi com você. Tudo bem cara você não fez nada, o lance sempre foi comigo, o carente aqui sou eu. Mas você cara com sua garra, sua força, me mostrou um outro mundo, me mostrou que sou forte, que sou capaz de chegar a qualquer lugar, basta eu querer cara.
Breno - E você é cara.
Jhonny - Não sem você cara.
Breno - É sim Jhonny. Cara pensa bem, a barra que você passou ultimamente, de saber que na verdade que os pais que você pensava ser seus pais não eram cara. Que você é filho da sua irmã. Cara isso deixaria qualquer um pirado e você não pirou cara, e aceitou, entendeu.
Jhonny - Por que você estava do meu lado cara. Cara só em saber que terei você nossa me sinto forte. Sai daqui mal também, destruído, mas você foi atrás de mim, você me fez entender cara, só sua presença me ajuda muito e agora estamos distantes, moramos tão próximos cara e estamos cada vez mais longe um do outro, eu estava aqui me perguntando o que fizemos pra isso acontecer?
Breno - Nossas escolhas cara. Cada um escolheu um caminho, isso sempre acontece.
Jhonny - E será cara que não existe uma maneira de fazermos uma escolha que nos faça ficar próximos um do outro. Em que não precisemos nos afastar tanto assim?
Breno - Jhonny isso só o tempo dirá cara. Daqui há 4 dias você vai tornar-se oficialmente noivo da Alessandra, eu vou me formar se Deus quiser, não vejo a hora desse ano acabar. Jhonny essa resposta só o tempo cara dirá. Mas na boa, pense bem, ainda tem tempo de desistir de tudo isso, não entendo até hoje o porquê de você querer casar com a Alessandra.
Jhonny - Quero tentar ser feliz cara. Ela me ama de verdade, quero ser amado, e sei que com o tempo acabarei a amando também. Cara eu não sou do tipo que curte sair com vários caras, ir sempre tentando, fazendo sexo com geral, não sou assim. Se quisesse estaria fudendo cada dia com um, mas não curto isso cara.
Breno - Eu sei pow.
Jhonny - Se não for pra ter um lance fixo contigo, sem precisar estar se escondendo, sem precisar estar inventando histórias eu prefiro casar com a Alessandra, ser feliz e tudo mais.
Breno - Tudo bem então, se você acha melhor assim.
Jhonny - Não é que eu ache melhor, mas é que eu.../
Nossa conversa é interrompida pela inesperada visita do Robertinho que chega em seu carrão todo engomadinho, um típico filinho de papai.
Robertinho - Fala leke beleza? Pow não liga, não responde aos meus e-mails, o que está acontecendo?
Jhonny se incomoda com a presença do Robertinho.
Jhonny - Cara se você não percebeu estamos conversando aqui.
Robertinho - Calma cara... relaxa. Pra que o stress?
Jhonny - Não é stress cara!
Breno - É sim Robertinho, meu amigo aqui está nervoso por que vai ficar noivo sábado agora.
Jhonny - Breno.
Robertinho - Mentira cara? Tu vai se enforcar é isso mesmo. Pow meus parabéns.
Robertinho vai e abraça o Jhonny que sem graça corresponde.
Robertinho - Na boa tudo bem que você não me convidou, mas vou vir beleza, noivado cara, essa não perco.
Breno - Robertinho você é muito oferecido cara.
Robertinho - Tem algum problema cara de eu vir no seu noivado?
Jhonny - Não pow, você é amigo do Breno, pode vir. Vai ser na casa da minha noiva, o Breno sabe onde fica.
Robertinho - Beleza então. Breno vamos juntos então ok?
Breno - Que vergonha cara, tu é muito cara de pau.
Robertinho - Que cara de pau cara, na boa leke qual seu nome?
Jhonny - Jhonny.
Robertinho - O que é Carlos Roberto, nome do meu pai, mas pode me chamar de Robertinho blz.
Jhonny - Tudo bem.
Breno - Veio fazer o que aqui?
Robertinho - Pow maluco se Maomé não vai a montanha a montanha vai até Maomé. Tu aparece depois some, te mando e-mails e nada, então eu vim.
Jhonny - Cara vou entrar.
Breno - Amanhã só tenho aula no primeiro tempo, vou na sua casa para conversar contigo ok?
Jhonny - Tudo bem.
Jhonny entra.
Robertinho - Que cara é essa? Maior climão entre vocês, atrapalhei?
Breno - Não cara, você não atrapalhou nada.
Robertinho - Certo.
Breno - Vem cara, entra.
Robertinho - Não pow, não quero entrar, só vim mesmo pra saber se estar tudo legal.
Breno - Por que, algum problema?
Robertinho - Tive um sonho sinistro hoje, e faz tempo que não tenho esses tipos de sonhos, aí fiquei preocupado.
Breno - Como assim cara. Será algum problema com sua mãe, ela tipo está bem.
Robertinho - O sonho foi com você cara.
Breno - Comigo, mas o que exatamente você sonhou?
Robertinho - Não é assim cara tão simples. O sonho é confuso, não dá pra entender direito, apenas via nitidamente você.
Fico nervoso.
Breno - Mas exatamente o que você sonha cara. Qual é o problema?
Robertinho - Cara você não entende, nem eu. Não sei lhe dá com essa porra. Via você chorando, via muito sofrimento cara e dor. Não curto nem lembrar.
Breno - Porra cara, estou nervoso com isso.
Robertinho - Calma pow, está tudo bem. Relaxa. Cara não sou nenhum paranormal, profeta, nada disso. Só sonhei e vim aqui ver se está tudo bem, e graças a Deus está. Vou nessa.
Breno - Não quer entrar?
Robertinho - Hoje não.
Robertinho me dá um abraço, entra no carro e sai. Todo o meu corpo treme, fico preocupado, nunca acreditei nessas coisas, mas o Robertinho tinha algo estranho, e desde o dia em que ele me pede para não ir embora de sua casa depois que eu insisti em vir e minutos depois inicia-se maior tiroteio na barra da Tijuca, bairro em que ele mora, eu comecei a desconfiar de que tinha alguma coisa especial nele.
Chego em casa e vejo minha mãe na cozinha e o Rick na sala, ele sentado no sofá me olha e abaixa a cabeça, olho sério nos olhos dele, e vou direto pro quarto.
Zilda - Boa noite pra você também meu filho.
Breno - Boa noite mãe, vou tomar um banho.
Zilda - Nada de ficar no computador, ultimamente você tem jantado muito tarde por conta dos seus trabalhos na faculdade. Isso não faz nada bem.
Breno - Fazer o que mãe, tenho que adiantar o meu trabalho de final de curso, é daqui há menos de um mês.
Zilda - Eu sei meu filho, mas jantar uma da madrugada e ir dormir faz mal. Eu sei que não está nada fácil.
Breno - Tá bom mãe, eu janto antes de fazer meu trabalho.
Entro no quarto e tiro minha mochila, as roupas, fico apenas de cueca para ir ao banheiro. Separo as roupas no armário e entro no chuveiro, tomo uma ducha depois de um dia cansativo e sento a mesa para jantar. O Rick todo desconfiado, o que mais me irritava era a cara cínica dele.
Zilda - Aqui meu filho, coloquei bem pouco por que encher a barriga a essa hora é demais. Tem mouse de maracujá na geladeira.
Breno - Mãe o Rick tem uma coisa pra contar pra senhora?
O Rick se espanta com minha atitude, arregala os olhos, fica todo desconfiado.
Rick - (gaguejando) Eu... Eu não tenho nada pra falar não mãe.
Breno - Tem sim Rick, vai cara fala, a mamãe está aqui. Diz o que você falou que iria dizer hoje a tarde vai.
Zilda - (preocupada) Que conversa é essa de vocês dois. Fala Rick, fala Breno o que é?
Breno - Vai Rick a mamãe está esperando. Fala o que você tem pra falar pra mamãe, ou fala você ou falo eu.
Rick arregala ainda mais os olhos, fica perplexo com minha atitude.
Zilda - O que é Breno fala logo.
Encaro o Rick esperando sua reação, vendo o seu medo e principalmente a sua covardia decido deixar para lá, não valia a pena, não neste momento.
Breno - Mãe hoje o Rick deu maior show aqui em casa.
Zilda - Como assim show? O que você está falando meu filho.
Breno - D. Nuancy veio até aqui na hora do almoço, para levá-lo pra casa dela, pois ele prometeu que iria colaborar, por isso assinei o termo de responsabilidade no hospital e ele se recusou a ir pra casa dela.
Zilda - (indignada) O que?
Breno - Isso mesmo. Disse que não queria ir, que ficaria bem aqui em casa sozinho.
Zilda - Eu não acredito no que estou ouvindo Rick Leonardo. Sinceramente eu não acredito.
Rick - Mas mãe.../
Zilda - (corta) Não tem meio mais nem meio menos Rick Leonardo. Você meu filho acabou de sofrer um acidente sério, que quase me matou também. Está com essa ausência de memória que me deixa preocupada, pois até hoje não sei o que aconteceu e você não lembra. O Breno aceita um pedido seu de vir pra casa e você não colabora, sinceramente eu não sei o que você quer.
Breno - Eu disse pra ele que se continuar com isso, eu o levo novamente para o hospital e só sairá de lá recuperado.
Rick - Eu sei mãe. Desculpas.
Zilda - Por que isso agora? Sempre viveu lá socado na casa de Nuancy, jogando no quarto do Jhonny, o que deu na sua cabeça agora?
Breno - Eu também quero entender Rick, o que está havendo?
Rick fica todo sem graça e decide ir por quarto. Eu o encaro, a raiva estava menor do que antes, mas minha vontade foi de abrir o verbo, nunca perdoaria meu irmão, não por isso.
Acabo de jantar, deixo o prato na pia, escovo os dentes e entro no quarto, vejo o Rick sentado na cama, me olhando. Não me intimido.
Rick - O que você pretendia fazer?
Breno - Eu? Nada, só que você contasse a verdade.
Rick - E você pensa que eu não vou contar?
Breno - Não penso mais nada Rick. Eu só não contei tudo pra mamãe lá na cozinha por que ela não merece, eu não mereço. Você não teve um pingo de consideração por nenhum de nós, sua família. Eu até agora não consigo entender como um adolescente de 16 anos pode ser tão cruel, tão frio assim, de inventar uma doença, de brincar com as pessoas.
Rick - Você queria que eu fizesse o que, que fui atropelado por que flagrei meu irmão beijando meu melhor amigo na boca, aí ele me bateu, eu sai com raiva e fui atropelado. Não se faça de inocente por que tudo isso aconteceu e você também tem culpa.
Breno - Eu não inventei uma ausência de memória Rick!
Rick - Eu não beijei o Jhonny na boca Breno!
Breno - Tudo bem Rick, chega, não vou ficar batendo boca com você, não vai valer a pena.
Rick - Breno posso te fazer uma pergunta?
Breno - Não Rick, eu não quero mais falar com você.
Rick - Tudo bem então.
Breno - Boa noite.
Ligo o computador e começo a trabalhar no meu trabalho de final de curso, o Rick acaba dormindo e eu minutos depois decido ir também. Acordo no susto, minha mãe me chamando, tomo um banho, café e saio correndo pro trabalho, levando todo o pesado material da faculdade.
Chegando ao serviço somos surpreendidos com a presença do inescrupuloso do Estevão.
Alessandra - Bom dia doutor.
Estevão - Bom dia. Gostaria de falar com o responsável pelo escritório, fiquei sabendo pelo seu Nestor que agora temos um novo gerente.
Alessandra - Sim, mas ele ainda não se encontra.
Entro eu em cima da hora.
Alessandra - Pronto, acaba de chegar.
Estevão de costas pra mim.
Estevão - Quem?
Alessandra - Ele, o Breno.
Quando o Estevão se vira, leva um susto. Não acreditou na minha audácia de não ceder as suas chantagens.
Estevão - Você!
No choque do Estevão.
Galera obrigado de coração pelo carinho e paciência. Prometo agora escrever com mais freqüência na medida do possível e finalizar logo este conto. Forte abço a todos e obrigado mais uma vez pela consideração. Abços.
