Desejo e degradação (parte 4)

Um conto erótico de Sahid
Categoria: Heterossexual
Contém 1796 palavras
Data: 09/10/2010 17:04:22

Aos pecadores, a punição

Helena viveu três semanas em tal felicidade, que não percebia, em absoluto, o cerco que se fechava ao seu redor e ameaçava os segredos de sua vida promíscua.

Murmúrios e sussurros, envolvendo Osvaldo e a prima, eram ouvidos por todos os lados.

Quando acompanhava a mãe na igreja, cabeças se viravam. Olhares a escrutinavam e, nos cochichos, o seu nome sempre aparecia em frases junto a palavras como putinha, desavergonhada e vagabunda.

A situação caminhava rumo ao insustentável quando, aqueles que outrora desfrutavam dos prazeres da bela moreninha, mas agora tinham de se contentar com suas mãos ensaboadas e a própria imaginação, começaram a revelar tudo o que fora feito na cachoeira, no meio das plantações e principalmente sobre os sacos de aniagem do velho sótão.

Havia também o fato dela ter encontrado um “comedor”, o que já era sabido na região, pois vários agricultores, depois de verem a jovem adentrar todos os dias ao milharal, com o almoço do primo Osvaldo em uma marmita, ficavam a ouvir seus gemidos que ecoavam pela plantação.

- Agora ele está comendo a sobremesa. – Diziam e se deliciavam com a piada.

Em várias ocasiões inclusive, ela voltava mais uma vez no meio da tarde com o pretexto de levar água fresca ao dedicado e trabalhador primo, saindo uma hora depois risonha e saltitante, fazendo o vestido leve esvoaçar, revelando as coxas grossas e parte do imenso e arredondado traseiro.

Seus seios cada vez maiores eram uma atração digna de ser apreciada, enquanto chacoalhavam por debaixo do vestido de algodão.

Durante a noite, como a mãe de Helena se recolhia cedo, ela e Osvaldo tinham tempo de sobra para seus muitos joguinhos sexuais.

Como a casa era de madeira e cheia de ruídos, ela se esgueirava até o quarto dele, que era o cômodo mais distante do quarto da velha, e lá chegando, colocavam o colchão no chão, onde a fornicação dos dois fazia menos barulho. Mesmo assim tinham de dosar a sua volúpia, Osvaldo não poderia dar suas estocadas fortes e nem Helena montar nele tal como uma amazona sobre um corcel selvagem.

Osvaldo preferia assim, passava horas e horas lambendo todo o corpo da priminha, enchia a boca com seus mamilos intumescidos, massageava seu clitóris com o dedão enquanto o indicador ficava dentro dela, acariciando o ponto G.

Às vezes, ela ficava de quatro apoios no chão, e ele por trás, explorava-lhe o cuzinho com a língua, levando-a a loucura.

Depois passavam momentos inesquecíveis praticando um sexo preguiçoso, de ladinho, cheio de carícias; ele segurava um dos seios que enchia a sua mãozorra, e mordiscava a orelha dela enquanto sua vara a preenchia num movimento lento e delicioso.

O momento preferido de Osvaldo, porém, era quando Helena se deitava entre as suas pernas e o chupava. Ele punha um travesseiro e as mãos atrás da cabeça e deixava a prima trabalhar; ela era toda deliciosa, mas o seu boquete era sem dúvida seu ponto forte, fruto de muita prática.

Ela lambia, beijava, abocanhava, sugava o saco e explorava o períneo até que ele explodisse num gozo intenso, jorrando seguidas golfadas que ela engolia, chegando por vezes a engasgar, mas jamais deixando escapar uma gota sequer.

Osvaldo começou a gozar na boca da prima já na primeira semana quando, depois de dar-lhe um verdadeiro banho de porra, ouviu dela o seguinte pedido:

- Você goza muito sabia? E eu adoro homem que goza muito e adoro a sua porra também. Da próxima vez quero na minha boca.

No começo da terceira semana, o falatório na vizinhança já era quase insustentável, mas foi na quinta-feira que a bomba finalmente estourou.

Helena recebera de sua mãe a incumbência de ir até o armazém buscar um pacote de café, farinha de mandioca, polenta e mais alguns itens que faltavam na despensa. Osvaldo prontamente se ofereceu para levá-la em sua motocicleta.

- É muito mais rápido tia, podemos amarrar alguns pacotes no bagageiro, e o resto dos mantimentos Helena poderá segurar nas sacolas.

- Tudo bem meu filho, mas, por favor, vá devagar e com calma. Não confio muito nessas motocicletas. – Autorizou à contragosto. - E diga ao Seu Adolfo, o vendeiro, que coloque na minha conta, pois poderei pagar só depois de vender o milho.

Dona Neuza e dona Alice, duas beatas de carteirinha, ratazanas de igreja de marca maior, resolveram, naquela manhã, cortar caminho por uma velha “picada” que atravessava um matagal em direção à paróquia, onde mais uma vez, abusariam dos joelhos já bastante castigados, e passariam horas e horas alisando as contas dos rosários pedindo perdão sabe-se lá de que pecados.

As duas estavam prestes a virar personagens de importância crucial nessa história e traçariam um novo rumo ao destino da jovem Helena, pois naquela trilha elas viram (segundo suas próprias palavras) “o demônio em pessoa, montado num grifo do inferno, levando um anjo do senhor pelo caminho da luxúria”. – Traduzindo – Flagraram Osvaldo fodendo a prima em cima da moto.

A história da noiva desaparecida

Quando Cláudio desandava a falar sobre a maravilhosa esposa que tinha, Abigail limitava-se a ouvir calada, seu silêncio entrecortado raras vezes por suspiros cansados e falsas exclamações que, interpretadas erroneamente pelo engenheiro, o faziam sentir-se encorajado a falar ainda mais e com maior ênfase.

A estafada secretária custava a acreditar que um homem tão inteligente e ponderado, um gênio criativo que tinha sempre uma solução impensável na ponta da língua para qualquer situação adversa na firma, um homem afável e solícito com seus aliados, porém, cruel e impiedoso com a concorrência, pudesse estar atrelado às rédeas de uma esposa superficial que, para Abigail, não passava de um suporte de peitos bronzeados que vinha para a empresa apenas para rebolar a sua bunda enorme em calças despudoradamente justas, pelos corredores da seção de recursos humanos. Onde, por sinal, trabalhava com um bando de tarados, que por ela babavam mais do que uma manada de jovens bodes no cio.

Quando a secretária, por um momento deixou de devanear, percebeu que os olhos verdes e brilhantes à sua frente contavam novamente a história de seu casamento; de como o dia estava lindo e perfeito; só não mais lindo do que a noiva em seu vestido alvo e imaculado, curto e exageradamente decotado (modernidades que na época causaram certo desconforto aos convidados mais conservadores) e no contraste de sua brancura com a pele uniformemente tostada num tom de jambo reluzente.

Nesse momento, Cláudio fez uma pausa, o olhar perdido em algum ponto acima da cabeça de Abigail, lembrando com um suspiro e aquele friozinho na barriga, da noite de núpcias, do momento em que abriu o vestido de noiva de sua amada revelando os seios fartos, porém, eriçados. Lembrou também de como ficara impressionado com o fato deles estarem com o mesmo tom de pele do resto de seu corpo cheio de curvas (até hoje ele ainda não se tocava de que ela deveria ter feito topless em todos os dias, durante as duas semanas anteriores ao casamento em que ficou sozinha na praia, enquanto ele trabalhava).

- Já contei de como ela sumiu por mais de meia hora durante a recepção?

- Não! – Respondeu Abigail, ficando ereta em sua cadeira e arregalando ironicamente os olhos. – Mas estou louca para ouvir a história!

- Bem, como você já sabe, a festa foi num hotel fazenda de conto de fadas. Tapetes, flores, mesas e cadeiras brancas dispostas pelo gramado de um imenso jardim tratado com esmero. No lado oposto ao buffett havia um púlpito que emergia apenas trinta centímetros acima do chão, sobre o qual, um quarteto de cordas emitia melodiosos acordes dos grandes mestres do passado.

Enquanto Cláudio discursava apaixonadamente, Abigail bocejava com os cotovelos apoiados mesa e as mãos segurando seu frágil queixo.

- Helena parecia uma pétala de rosa branca, que flutuava como que soprada por uma suave brisa por entre os convidados, brindando olhares mortais com visões divinas. Todos estavam encantados com aquela criatura deslumbrante, com seus sorrisos enviados e endereçados a cada um dos presentes como agrados instantâneos e perecíveis, o que causava uma espécie de vício óptico em cada um dos quinhentos pares de olhos que ali figuravam. Quando de súbito, como que por encanto...

Abigail teve um sobressalto com a repentina e melodramática mudança no tom de voz do chefe, espantando o breve cochilo que derrubava suas pálpebras.

- Sem ninguém perceber, Helena desapareceu! – Ele fez um ar de mistério, olhando em volta e fazendo amplos gestos lentos com os braços.

- Como assim, desapareceu? – Quis saber a secretária sem conseguir disfarçar a crescente irritação em sua voz. – Se todos estavam mesmo de olhos pregados nela, como ela conseguiu sumir?

- Não sei, mas passei a questionar vários convidados e funcionários do hotel, dentro e fora das instalações e ninguém conseguia explicar seu paradeiro. – Cláudio reclinou-se saudoso na cadeira. – Achei que ela poderia ter ido ao toalete, mas como já passavam bons trinta minutos desde a última vez que a tinha visto, resolvi, não sei por que, caminhar em direção ao pequeno bosque que flanqueava os domínios do imponente prédio principal. Ao passar pelas belas árvores sombreiras cujas folhas secas caídas ao solo ciliavam um lago de águas calmas e profundas, visto apenas parcialmente do local da festa, pude ver do outro lado, por sobre um outeiro, o velho barracão que constava no roteiro de atividades do hotel como um pequeno museu da colonização italiana. Visita cultural e imperdível, dizia o panfleto. E então, por uma das janelas abertas da construção de madeira, eu a vi; linda como sempre, radiante como nunca. Ela estava debruçada por sobre a soleira e, de olhos fechados, inspirava o ar fresco da colina. Em seu sorriso espontâneo, pude sentir a sua, quase palpável, alegria com aquela ocasião. Por várias vezes ela havia me confidenciado o sonho que era a nossa união, porém, não existiam palavras suficientes para descrever o que decifrei em seu rosto corado na janela do velho rancho sobre o outeiro.

- Ela não o viu do outro lado do lago?

- Demorou alguns instantes até que percebesse minha presença, mas eu também não a chamei, com o intuito de deixá-la absorver um pouco mais aquele instante mágico, só dela, que sem dúvida, pensava na noite de amor que estava por vir.

Abigail revirou os olhos numa caricatura estafada e questionou:

- Você subiu até lá, no outeiro?

- Não. – Respondeu Cláudio balançando a cabeça. – Quando ela finalmente me viu, lançando a mim o seu mais belo sorriso, disse algo que, por causa do vento constante não compreendi, mas com o auxílio de minha parca habilidade em leitura labial, interpretei como: “Meu querido, meu tudo, já volto aí”. Sendo assim, gritei de volta que a esperava ansioso na festa, e retornei pelo bosque, que durante breves passos, foi testemunha da alegria estampada em meu rosto.

CONTINUA...

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