Velhos conhecidos, novos amantes

Um conto erótico de LOBO e Maria Quitéria
Categoria: Heterossexual
Contém 872 palavras
Data: 22/06/2010 12:44:52

Velhos conhecidos, novos amantes

Maria Quitéria e LOBO

Da série: PRAZER A QUATRO MÃOS

Ele entrou na sala com seus cabelos desgrenhados pelo vento da cidade. Trazia papéis e um olhar perdido.

Fiquei olhando para ele por um longo tempo. Ele tinha um cheiro de bicho e um olhar traiçoeiro de tão límpido que era. Ele sempre mexia comigo. Entre as coxas.

Fiquei ainda por um tempo perdida em divagações, até que ele me olhou. Fingi mexer nuns papéis e fui tomar café.

Me surpreendi com sua presença logo atrás de mim.

Ele pegou um copo e se serviu de café também. Ficamos nos olhando, sem mais palavras.

Algo nele despertava a loba em mim. Talvez seu olhar menino, talvez a forma dissimulada dele de me querer sem dizer. Sem saber porque fiz, aproximei meu rosto ao dele e o beijei. À princípio apenas toquei seus lábios com os meus. Depois, pelo calor dos lábios dele, entreabri os meus e toquei sua língua com a minha língua. Ficamos numa dança sensual de línguas e cheiro de café. O beijo tomou conta do corpo e, de repente, tudo era só boca. O corpo inteiro estava na boca. A dança, os cheiros, a sensualidade, o desejo; tudo estava na língua, no calor dos lábios, na troca de saliva. A coxa fisgou. Senti seu membro duro de encontro as minhas carnes enquanto a boca fazia um balé, traçava passos e melodias e a canção era uma língua macia deslizando junto a minha. O cheiro de cio misturava-se ao cheiro de café e impregnava nas minhas narinas coladas na pele do rosto dele. Sentindo seu cheiro animal. Aspirando seu suor. Sua pele. Seu gosto. Atordoada, encostei mais o corpo de encontro ao duro corpo que me aquecia. Senti suas mãos nas minhas ancas me trazendo mais pra perto, levantando meu vestido. Toquei seu membro por sobre a calça, tateei o zíper... deixei que o falo viesse livre ao encontro das minhas carnes ardentes. Ele levantou uma das minhas pernas, afastou as rendas que nos afastavam e adentrou. Preencheu. Ofertou mais calor às chamas que já me faziam derreter e expelir lavas. Movimentei. Ele movimentou. As boca... as bocas continuavam sem parar, sem dar trégua. O corpo fazia o movimento das línguas... entrava, saía, rodeava, molhava... senti um jato quente por dentro no exato instante em que os frêmitos do meu gozo me faziam apertar as entranhas e morder sua língua...

(Maria Quitéria)

Há coisas e situações que não demandam palavras. O que acabou de ocorrer foi algo assim. Se tivéssemos falado, se tivéssemos negociado, propondo, discutindo, apresentando opções, talvez nada acontecesse.

Certamente nos bastaríamos em ter vivido juntos alguns momentos de ousadia meramente pensada. Então os cotidianos de cada um retomariam seus rumos. Aquele café, seria só e nada mais que um café.

Seria assim. Quase sempre, na maioria absoluta dos casos em que uma atração se insinua entre seres maduros é assim. Um vislumbre, uma linguagem não verbal, sinalizada pelos olhares sugere algo que se quer muito até, mas por falta de ousadia não se consuma.

Mas dessa vez não foi assim. A faísca brilhando nos olhares suplantou todas as regras e convenções. O desejo se fez soberano. Imperou sobre os dois corpos, até que um gozo mútuo o reverenciasse.

Então, um novo olhar. Sempre os olhares...

Um novo café é proposto, aceito, feito e tomado.

Então: garras na cintura da presa. Dominando-a. Se é que ela pretendesse fugir...

Um olhar fixo nos olhos dela.

Um novo e longo beijo.

Mais um olhar, e uma frase insinuando uma nova proposta:

- Nós começamos pelo fim...

Sem mais palavras, os botões de sua blusa são abertos. Blusa e soutien voam longe.

Seus seios são libertados.

A boca ávida e faminta toma posse deles. As mãos, garras do predador, percorrem seu corpo despindo o que restava de suas roupas. Exploram suas entradas...

(LOBO)

Não, não era sonho, não tinha mais como fugir daquele homem. Ele estava ali e eu também. Eu o queria e ele a mim. Tínhamos experimentado o prazer maior, o gozo, mas ainda havia o beijo por desvendar. Havia um corpo inteiro para ser percorrido.

Meus seios nus sentiram a maciez da língua dele e minhas mãos encontraram o peito másculo, viril. Toquei seu peito e afaguei seus cabelos, puxando a cabeça para mais perto dos seios... Ele mordiscou os bicos e me rendi.

Sussurrei ao seu ouvido que alguém poderia nos ver ali. Que estava escorrendo sêmen pelo chão... Ele largou os bicos com certa relutância. Ajeitou o membro dentro das calças, ainda me tocou entre as pernas e limpou minhas coxas com seu lenço. Me ajudou a me recompor. Me tomou pela mão e saiu comigo pela porta da frente.

Sim. Agora iríamos para o conforto de uma cama. Agora eu me daria inteira a ele e teria o corpo do predador sob meu jugo.

O vento desgrenhava meus cabelos também, enquanto seu carro corria pela cidade e eu sorria ao lado dele...

(Maria Quitéria)

Maria Quitéria

mq_mquiteria2@yahoo.com.br

LOBO

lobogrisalho@bol.com.br

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