O AMOR MAGOA - FASE DE NEGAÇÃO (cap. 12)

Um conto erótico de Gossip Boy
Categoria: Homossexual
Contém 1446 palavras
Data: 29/06/2009 20:37:45
Última revisão: 05/07/2009 11:50:39

" O AMOR MAGOA "

CONTO COMPLETO EM:

www.4shared.com/file/a27a850/O_AMOR_MAGOA.htmlCAPÍTULO XII

FASE DE NEGAÇÃO

O disco vermelho iluminou-se, dando aos carros ordem para parar.

Sob aquela tarde de sol, Bruno, dentro do carro, imaginava os momentos que se seguiriam.

Fora difícil para ele tomar a decisão que tinha tomado. Mas era assim que ia conseguir o amor de Miguel. Era assim que tinha de acabar o seu conto.

Só ele sabia o arriscado que era escolher aquele final. Mas era sem dúvida o final perfeito para Miguel compreender que ele o amava de verdade.

Agora que o livro estava terminado, Bruno ia passá-lo à acção. E era aí que lhe dificultava a decisão. Avançar implicava não poder voltar atrás. Mesmo assim, Bruno estava decidido.

Foi a vez de se iluminar o disco verde. Bruno avançou para o seu ponto sem retorno.

***

Miguel olhava pela enorme janela do consultório. Via o sol, imponente, irradiando tudo com calor.

Um calor que faltava na sua vida. Miguel achava o seu destino injusto. Perdera Filipe, o seu melhor amigo. Perdera Joana, a sua noiva. Perdera a oportunidade de fazer carreira como professor universitário. Que mais iria ele perder… por causa de Bruno?

Bruno. Sempre Bruno. Desde que o conhecera que ele rodeava a sua vida. Bruno estava em todo lado. Bruno parecia ser o culpado de tudo. Miguel nem sabia descrever o que sentia por ele. Seria amor? Seria ódio?

A verdade é que, à medida que estas mortes aconteciam, Miguel ia ficando quase sozinho. Só lhe restava Bruno. Poderia dizer que era aquele conflito com Bruno que definia a sua vida.

Quase não lhe restava mais nada.

Três batidas na porta despertaram o psiquiatra do seu raciocínio hipnótico e sonolento. A porta abriu-se de leve e a cabeça da sua secretária penetrou, dizendo:

– Dr. Serrano, tem aqui…

Ela gritou quando Miguel a viu ser puxada para trás. No momento seguinte, Bruno entrava pela porta, fechando-a com estrondo.

– Desde quando é que preciso de ser anunciado para entrar, bebé?

Miguel olhou-o nos olhos, lançado ódio e rancor por esse olhar.

– Desde que mataste a minha noiva.

Uma gargalhada sonora escapou da boca de Bruno.

– Eu? Eu matei-a? Que me lembre, foste tu que andaste a persegui-la depois de ela te ter apanhado num ménage com dois homens. Tinhas mais razões para matá-la tu.

– Eu só queria explicar-lhe as coisas!

– Explicar o quê? Explicar-lhe que és gay? Ela percebeu isso quando viu o que se passou dentro do elevador. Não havia nada a explicar-lhe.

– Eu não sou gay!

Bruno aproximou-se do psiquiatra, falando enquanto lhe sorria.

– Claro que não. És 100% hetero.

Olhando nos olhos de Miguel, Bruno riu-se na cara dele.

Ele pôs-se ainda mais próximo do psiquiatra, falando-lhe ao ouvido.

– Esqueceste a nossa primeira noite? Em minha casa… no meu sofá…

Bruno roçava-se no psiquiatra enquanto falava.

– Esqueceste da nossa noite no elevador?

Miguel viu o italiano virar-se de costas para ele. Bruno esfregava-se contra o psiquiatra. Nas suas nádegas, ele sentiu o pénis erecto de Miguel.

De repente virou-se de novo para ele.

– E depois de isto, vais dizer que não és gay, bebé?

Miguel não parecia estar a achar piada à provocação. O psiquiatra agarrou Bruno com violência, pela gola da camisa, chegando a assustá-lo. Lançou-lhe um olhar ameaçador.

Porém, no momento seguinte, Miguel puxou-o contra si, e as suas bocas uniram-se num beijo violento e doce.

Bruno sentia no seu corpo a raiva do psiquiatra, expressa num momento de paixão violenta. Enquanto as suas línguas dançavam juntas, Miguel agarrou-lhe as nádegas com força, apertando-as o mais que podia. Mesmo com a boca ocupada, Bruno gemeu.

Miguel agarrou no italiano e levou contra a secretária. O psiquiatra virou-o de costas para si. Bruno ria-se enquanto Miguel, apressado e agressivo, tirava o seu pénis para fora das calças, soltando aquela erecção latejante, para depois arrancar as roupas de Bruno.

Com uma mão, o psiquiatra segurou o seu pénis e aproximou-o do ânus de Bruno. O outro braço deslizou pela secretária atirando para todo o chão todos os objectos.

De seguida, Miguel empurrou Bruno para cima da secretária e entrou no italiano.

Como dois animais, eles gemiam, gritavam, os dois corpos unidos num movimento ritmado e constante.

Enquanto penetrava Bruno, Miguel sentiu-lhe o ventre musculado, apalpou-lhe o peito, acompanhando o movimento da sua respiração ofegante, acariciou-lhe a cara, o cabelo.

Os dois homens começavam a entrar em êxtase. Bruno nunca vira Miguel ser tão animalesco, agressivo, sensual. Miguel já conhecia aquele seu lado violento, mas não gostava quando ele vinha à superfície.

Miguel penetrou-o com mais força, entrando nele como quem quer arrombar uma porta. Até que a porta foi, de facto, arrombada.

Pela segunda vez nessa tarde, a abertura da porta do consultório revelava a cabeça da secretária de Miguel. Ela soltou um pequeno guincho, escandalizada, assustando os dois homens.

De imediato, ela fechou a porta e desapareceu tão depressa quanto tinha aparecido. Acordado do seu transe, Miguel soltou Bruno. Correu para a porta em completo desespero. Só depois se lembrou que seria conveniente colocar o pénis de novo dentro das calças…

– Não vale a pena. É como te digo: o que ela precisa de perceber, já viu aqui. Não há nada que tenhas de lhe dizer. – disse Bruno, enquanto se vestia.

Miguel, depois de se recompor, olhou-o com fúria. Bruno respondeu ao olhar.

– Porque é que me olhas assim? – Sorriu-lhe com malícia – A ideia desta foda foi tua…

Agarrando Bruno pelo pescoço, Miguel encostou-o à parede, impedindo-o de continuar a falar. Eles olhavam-se nos olhos, os seus rostos próximos como unha e carne.

– Ouve bem… é a minha profissão que está em jogo! Um psiquiatra não pode ter sexo com um paciente. Vai contra a nossa ética.

Bruno riu-se.

– Ética? Já te esqueceste que me agrediste aqui, neste mesmo consultório? Quem és tu para falar de ética?

– Já te esqueceste das pessoas que mataste? Quem és tu para falar de eu falar de ética?

– Eu não matei ninguém, bebé. Pensei que já tínhamos tido essa conversa… Mas tu nunca me ouves. Para quê falar contigo? Em vez disso, beija-me, bebé.

E Bruno soltou a sua língua, procurando entrar na boca de Miguel. Mais uma vez, o psiquiatra deixou-se levar por instintos básicos, animalescos, e retribuiu-lhe o beijo.

Soltando o pescoço do italiano, Miguel agarrou-o pela cintura. A temperatura dos seus corpos estava a subir, quando Bruno, de repente, afastou-se do psiquiatra, interrompendo o momento.

– Vais continuar a mentir e a dizer que não me amas, certo? Tu sabes que amas, mas não confessas. Ou então ainda não percebeste que me amas.

Os olhos azuis do psiquiatra encaram Bruno, confusos. Miguel demorou alguns segundos a responder.

– Mas eu não te amo.

Uma lágrima pareceu reluzir à luz do sol no meio da doce escuridão dos olhos de Bruno.

– Eu sabia que ias dizer exactamente isso. – Disse ele, chutando com violência uma cadeira que estava perto de si.

Virando costas a Miguel, Bruno inclinou-se sobre o parapeito da janela, e respirou fundo, acalmando-se.

Quando Bruno voltou, Miguel seria capaz de jurar que era outra pessoa. O seu olhar era calmo e um sorriso suave aparecia na sua expressão.

– Eu tenho continuado a escrever, sabias?

Rapidamente Miguel assumiu uma expressão confusa, para fazer Bruno falar mais. Sabia que ele ia falar do seu conto erótico. E os contos de Bruno tornavam-se estranhamente em realidade. Miguel queria saber qual o seu final naquela história.

Bruno continuou o seu discurso.

– O psiquiatra continua obcecado pelo tal paciente. E o paciente, secretamente, ama o psiquiatra. Eles tiveram umas noites de sexo. Mas o paciente queria mais. Queria ter mais espaço na vida do doutor. Matou as pessoas mais importantes para ele. Mas nem assim…

Bruno lançou um longo suspiro.

– Nem assim ele admite que ama o paciente. Ou não o ama mesmo, e então terá de amá-lo; ou ama-o mas não o percebeu ainda; ou sabe que o ama, mas não confessa. Mas o paciente não quer, não pode tolerar tanto orgulho. Vai ter de… provar ao psiquiatra a importância que tem para ele.

Miguel olhava-o nos olhos, escutando aquele relato, sabendo que Bruno falava deles.

– E como é que o paciente faz isso?

Um sorriso malicioso desenhou-se nos lábios de Bruno.

Ele manteve-se no silêncio e começou a dirigir-se à porta para sair.

Miguel gritou-lhe.

– Como é que ele faz isso?!

Bruno ignorou-o e continuou o seu caminho, como se ele não tivesse falado.

O italiano abriu a porta e passou para o outro lado. Mas no último momento, encarou Miguel.

– Ele mata o psiquiatra.

E fechou a porta com um estrondoVISITE:

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Comentários

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iteressante este conto opsiquiatra mesmo tendo cosiencia que e´homossexuale ama seu paciente continua negando seu amor pelo paciente talvez seja mais pela forma de seu paciente agir eliminando aqueles que se colocam emseu caminho,chegando ao ponto do paciente ameaçar de morte o seu grande amor o psiquiatra

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muito bem escrito, este conto tem "alma".

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