Soneto do Amor Total, 16 - 25 de dezembro de 1987, sexta-feira

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 2805 palavras
Data: 11/02/2009 23:03:47
Última revisão: 12/02/2009 08:11:42

<center><tt>16</tt> ●●●●●●●●●●●●●●●○●●●●●●●●●● <tt>26</tt></center>

<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>

<center><strong><b> QUINZE </b></strong></Center>

<center><tt><b>25 de dezembro de 1987, sexta-feira </b></tt></center>

<blockquote><b> Foi um Natal diferente como nunca antes havia passado. Não sei o porquê, mas não foi vivido como uma realidade, foi um sonho de três vidas e dois momentos distintos: um de descobrir e o outro de afirmar. Sei, tenho a certeza, que depois desses cinco dias encharcados não conseguiremos tocar nosso dia-a-dia com a mesma tranqüilidade e harmonia de antes...</b></blockquote>

Choveu muito naquele natal e, por isso mesmo, nem todos se aventuraram enfrentar a estrada lamacenta para a chácara, além da tristeza pela passagem do velho Cândido pouco depois da visita de seis meses à cova da D. Quitéria. Eu e Daniela resolvemos, no ultimo momento, arriscar a viagem em consideração às alegrias que tínhamos vivido naqueles natais que o vovô tão bem soube programar e Patrícia mesmo morrendo de vontade não pode sair, pois Nathália contraíra catapora. À reduzida caravana juntaram-se Priscila, Roberto e Elizabeth cada dia mais maluca e deixando a pobre Nadir em situações de dar pena.

― Cuidado Paulinho que essa daí não para de aprontar – recomendou quando fiz o convite – Só vai porque é contigo!

Chegamos acabrunhados e cansados depois que quase quatro horas de uma viagem cheia de atropelas. Sebastião, marido de Daniela caíra em uma vala depois de tentar desviar de uma poça de lama que imaginara ser funda, tirar o corcel daquele atoleiro era coisa que parecia improvável, mas a genialidade do Roberto salvou o dia. Um percurso de pouco mais que noventa e três quilômetros que normalmente era feito em pouco mais que uma hora nos fez perder quase o dia. A casa, que desde a morte do vovô passa o maior tempo fechada, estava empoeirada, cheia de teias de aranha e recendendo mofo.

― As mulheres cuidam dos alojamentos e os homens limpam tudo – Sebastião assumiu a coordenação da arrumação.

O que parecia protecionismo às mulheres se mostrou um verdadeiro martírio visto que a limpeza se resumiu a varrermos e espanarmos enquanto Daniela, Elizabeth e Priscila tiveram que empurrar cômodas, camas pesadas e guarda-roupas embolorados e cheios de traças e baratas. Terminamos nossa tarefa lá pelas quatro da tarde e as mulheres, mesmo com nosso auxílio, só se safaram com a chegada da noite.

Dani reservou o quartinho dos fundos para mim (tinha banheiro e toda uma vida de recordações), o Roberto teve de aceitar o quarto da sala, o casal ficou no antigo quarto de nossos pais e Elizabeth recebeu o quarto do corredor desde que Priscila ficasse com ela. Ninguém ficou no quarto principal.

A chuva torrencial castigou os dois primeiros dias (tínhamos chegado na quinta feira, dia 22) e no final da tarde véspera de Natal finalmente pareceu que acabaria, mas persistiu caindo uma garoa fria jogando por terra toda nossa esperança em passarmos a noite na beira da piscina e nos contentamos com a sala fria. Fizemos de tudo para alegrar a reunião reduzida, mas parecia que todo esforço estava fadado ao insucesso.

Anoiteceu com o tempo cada vez mais carregado e, antes mesmo de dez horas novamente caiu o aguaceiro.

― Se continuar esse tempo voltamos amanhã depois do almoço – combinamos entregando os pontos.

Lá fora parecia que o mundo se derretia em águas contínuas, saímos para a varanda sem muito o que comemorar e ficamos bebericando o uísque que Sebastião levara, Dani providenciara alguns canapés e Priscila, mostrando seus dotes culinários, fritou lingüiça e fez farofa. A ceia foi preparada por Beth com auxilio de Roberto. Dani deitou na rede comigo e ficamos papeando, Priscila se abancara no colo do Sebastião, até o convite.

― Vamos lá pessoal, a ceia está servida – quase meia noite e nada do chuvaréu dar trégua.

Priscila fez a oração e começamos atacar com voracidade o peru recheado e o risoto esfogueado quando tudo ficou escuro. Corri para o telefone e fui informado que, devido a chuva, não seria possível recuperar o sistema nesta noite.

― Oba! – Dani gritou tentando nos animar – Vamos cear a luz de velas, chique pra burro...

Caímos em gargalhadas e distribuímos velas por toda casa antes de retomarmos a ceia. Depois voltamos para a varanda, dessa vez a Dani conseguiu o colo do marido, Priscila colou no Roberto e Elizabeth sentou no chão ao lado da espreguiçadeira onde me estirei. Tentamos animar o grupo com cantigas tradicionais, piadas picantes e casos engraçados que nos aconteceram nos bons anos passados.

― Tia! Deixa eu dormir com a senhora hoje? – Priscila pediu e Dani, depois de consultar o marido, aceitou.

<blockquote><b><i>Bem tarde, mais que duas horas da madrugada, já um tanto encharcados de álcool resolvemos ser hora de recolher os que já não agüentavam acordados e Roberto, não acostumado a bebidas quentes, foi quem ficou mais alto e eu com Sebastião lhe carregamos e jogamos, galhofando, na cama. Foi bater e apagar. Priscila puxou o tio pela mão e entraram para o quarto onde passaram a conversar animadamente, voltei para a varanda e retomei o uísque. Deitei na rede e fiquei observando os relâmpagos que cortavam o céu negro, pouco depois Elizabeth e Daniela voltaram com tira-gosto.</i></b></blockquote>

― A bonequinha dormiu nos braços do Sebastião – Dani anunciou e sentou na rede – Ele também apagou, coitado...

― Por que coitado, Dani? – Beth sentou na espreguiçadeira.

― Ora por quê? – riu recostando-se a mim – Tentou seguir o Paulinho e se estrepou.

Sempre tive fama de beberrão, apesar de não fazê-lo com assiduidade.

― Qualé menina! Foi ele quem trouxe o uísque, lembra?

― É, bem que avisei para que não tentasse te acompanhar – sentou dirigindo-se para Beth – Só teve uma pessoa que conseguia beber com ele.

― Sei... A Paula! – aquiesceu Elizabeth.

Era verdade, só a Paulinha tinha pique suficiente para me acompanhar na bebida (e em tudo), a Pat e a Dani bem que tentavam, mas acabavam completamente bêbadas, para desespero da mamãe.

Conversamos sobre vários assuntos. Estiquei as pernas e coloquei no colo de Beth que passou a massageá-los bem devagar, Dani deitara a meu lado e acariciava meu tórax. Calamos e ficamos olhando as riscas dos raios iluminando a escuridão, de vez em quando um trovão dava sons tétricos para a noite de Natal.

― Lembra daquela vez que eu trouxe o Ricardo? – falou baixinho como se tentasse recuperar as lembranças.

Lembrava sim, foi em 73 que Daniela criou o maior caso que quase respinga na gente e tudo porque o Ricardo deu umas olhadas ousadas para Albertina, uma colega que Patrícia também trouxera. Se bem que, no final, não foi assim tão ruim por ação da Paulinha, outra estratégia mirabolante da sapeca.

― Claro que lembro... – respondi pensativo – Como também lembro do resultado daquela confusão besta que tu arranjou – querendo demonstrar que realmente lembrava, meti a mão embaixo da sua saia e alisei a vagina.

Dani respirou agoniada, também devia estar rememorando aquela loucura. Abriu um pouco as pernas para que minha mão se enchesse com sua buceta, a calcinha estava úmida.

― Conta Dani... – Beth pediu cheia de curiosidade.

A posição da espreguiçadeira não permitia que visse o que estava acontecendo na rede.

Forcei o dedo por cima da fazenda macia da calcinha, Dani respirava com dificuldades e abriu ainda mais as pernas. Sua mão procurou meu cacete duro, segurou firme e massageou. Com cuidado para não despertar a atenção de Beth, meti a mão na calcinha melada e o dedo na buceta que, apesar de nunca haver penetrado, conhecia pelo tato e sabor.

― Conta Dani... – pediu outra vez – Adoro as histórias da família... Vai, conta!

Dani fechou a perna prendendo minha mão, o dedo continuou bolinando as pregas internas em movimentos ondulatórios e ela suspirava mordendo os lábios. Não acho que escutara o pedido da prima.

― Ô Dani!... – bateu na rede chamando a atenção – Conta logo de uma vez sobre essa confusão.

Tanto eu quanto Dani nos espantamos e voltamos ao mundo, deixando escapar aquele momento de extremo tesão. Tirei a mão da calcinha e ela fechou as pernas e soltou meu cacete. Com movimentos ainda carregados com aquele clima de desejos coloquei o dedo na boca e suguei o sabor aromático da buceta de Dani, tirei o dedo da boca e coloquei na sua e ela sugou meu dedo como se fosse outra parte de meu corpo. Elizabeth voltou a pedir, dessa vez estranhando o silencio que fazíamos.

― Faz tempo Beth... – conseguiu responder depois que tirara meu dedo de sua boca – Lembro só alguns fatos e da confusão que deu.

― E que confusão! – atalhei – Tudo porque o namorado deu umas espiadas para a colega da Patrícia...

Meu cacete ainda estava rijo e pulsava endoidecido.

― E aí? – quis saber.

― Terminei com ele e ganhei um presente maravilhoso... – voltou a apertar meu cacete.

― Presente? Que presente?

― Um arranjo da Paulinha – me adiantei – Que foi um prazer só – ri recordando daquela tarde.

― Puta merda! A Paulinha era pirada mesmo...

Calamos dando por encerrada a seção de nostalgia e voltamos nossa atenção para os raios e os trovões distantes. Estava gostoso o clima e o silêncio quebrado pelo vento e o gotejar da chuva tamborilando o telhado e o solo encharcado. Aquele clima nos fez esquecer tudo o que não interessava.

Virei para Dani e beijei sua boca com sofreguidão, voltei a massagear a buceta por cima da saia rodada. Sentir sua língua enroscar-se com a minha e o sabor gostoso de seu hálito nos fez voar novamente até que uma série de trovões fortes reverberou nas paredes fazendo tremer toda a casa. Elisabeth deu um grito de pavor e Dani levantou bruscamente e também gritou. A trovoado parecia não terminar, como se fossem explosões que revolviam os ares.

Levantei e abracei as duas. Beth atracou-se a mim com o corpo trêmulo e escondeu o rosto em mim. Dani também tremia.

― Tá na hora de procurar cama – falei enquanto entrava apertando o corpo das duas a mim.

Levamos Elizabeth para seu quarto, estava escuro, ela não teve coragem de entrar. Voltei para sala e busquei uma caixa de velas, acendi uma e coloquei sobre o criado mudo. Beth ainda tremia e tapava os ouvidos a cada novo trovão.

― Vai passar garota... – falei novamente lhe abraçando – Vai passar...

Daniela arrumou as cobertas e colocou a sobrinha para a cama, fiquei apoiado na parede observando-as. Beth sentou e já ia deitar-se.

― Vai dormir de roupa? – Dani perguntou.

Elisabeth tirou a camisa de seda branca, desabotoou a calça que arreou com ajuda da tia, abriu o sutiã e liberou os seios um tanto volumosos. Olhou para mim e veio despedir-se. Deu-se um abraço apertado, senti o batuque forte de seu coração.

― Boa noite Paulinho – depositou um pequeno beijo em meus lábios.

<blockquote><b><i> Daniela observava sorrindo, ajeitou as cobertas sobre a sobrinha, beijou sua cabeça e segredou algo ao ouvido de Beth que sorriu e piscou em minha direção. Esperei que terminasse e fui até a cama, Dani me aguardava parada à porta.</i></b></blockquote>

― Qualquer coisa você já sabe, basta me chamar – beijei seus olhos, fiz um leve carinho em sua cabeça e saí.

Dani passou o braço em meu corpo e saímos andando devagar.

― Sabe o que falei pra ela? – parou me olhando fixo, sorria – Perguntei se tinha sentido algo pressionando... – riu baixinho e apertou meu cacete sob a calça.

― Tu és maluca, maninha... – abracei forte – Não vai enfiar minhoca na cabeça da Beth...

― Minhoca? Eu? – apertou forte meu cacete, riu e saiu correndo em direção a sala, segui e a alcancei quando entrou na copa.

Segurei seu corpo bem estreitado a mim, ela ria e suspirava baixinho.

― Quem tem minhoca és tu... – gemeu esfregando a bunda em mim – E que minhoca!

Daniela nunca fora de brincar dessa maneira, muito menos jogar-se acintosamente como estava fazendo. Sempre foi a mais recatada de todos e, mesmo aceitando minhas brincadeiras com apelo sexual, jamais deixou transparecer aceitar algo mais forte que abraços e amassos. Mas vê-la assim parecia ter havido uma transmudação como se desejasse recuperar o tempo passado, não se importou sequer com o marido dormindo no quarto próximo. Talvez essa casa tenha uma força superior guardada pelas vidas que trilharam os corredores, que encheram os dormitórios e que alimentaram e carregaram o ar com volúpia e desejos incontidos. Foi estranho chegar a essa percepção e testemunhar aquele comportamento que, aos poucos, fez nascer uma preocupação dolorida.

― Diz uma coisa Paulinho – falou sentada, numa banqueta alta, na cozinha – Tu ainda queres me foder?

Levei um susto, não esperava ouví-la falar assim. Parei encostado, um pouco acabrunhado, na mesa de madeira pesada da cozinha. Fixei o olhar e não reconheci nela a Dani que cresceu comigo, que se acostumou com minhas peraltices e que sempre se mostrou protetora minha e da Paulinha. Não que jamais a tenha desejado, que não tenha sonhado penetrando a buceta delicada com poucos pentelhos.

― Não sei... – respondi com a única frase que caberia naquele momento, naquela situação.

Dani respirava descompassada e forte. Me olhava fixo como querendo captar uma resposta que escondera, que tivera medo de verbalizar. Desceu da banqueta e ficou parada, olhando fixo para frente, para mim. Com movimentos vagarosos abriu a o fecho da saia que caiu amarrotada a seus pés, desabotoou a camisa que também foi deixada no chão, não usava sutiã como sempre fora, os seios bem feitos e duros não necessitavam e deixou os braços penderem, como sem vidas, ao lado do corpo. Olhava fixo para frente, para mim, como se mirasse dentro de meus corpo, respirava descompassada e forte entrecortado por pequenos soluços. Ficamos parados, imobilizados diante de uma realidade que não havíamos vivido. Naquele instante não éramos corpos, éramos estátuas vivas sem vidas. Ela meteu o dedo no cós da calcinha branca e, sem necessidade de requebros, forçou para baixo mostrando a vagina que, mesmo não havendo penetrado, conhecia por tato e aroma. Curvou um pouco para frente e deixou a ultima peça despencada a seus pés, estava nua e, apesar dos três partos, com o mesmo corpo que eu enamorara desde que a descobrira mulher, irmã mulher.

Eu, estátua trêmula, não conseguia mover meus músculos e olhava fixo para aquela mulher a quem tão bem conhecia, que a vira saltar de criança para ficar aquela deusa de perfeição, aquelas curvas estonteantes, aquele olhos que cativam e enfeitiçam os reles mortais que pululam em seu redor. Somente minha respiração e o latejamento dolorido de meu cacete denunciavam haver vida em mim.

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<center>Este relato é contado em 26 episódios, você leu o 16º</center>

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<tt><center>25 de dezembro de 1987, sexta-feira</center></tt>

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<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>

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<tt><center>14 de outubro de 1969, terça-feira</center></tt>

<tt><center>4 de julho de 1972, terça-feira</center></tt>

<tt><center>3 de setembro de 1972, domingo</center></tt>

<tt><center>5 de julho de 1972, quarta-feira</center></tt>

<tt><center>04 de dezembro de 1972, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>10 de julho de 1972, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>10 de março de 1973, sábado</center></tt>

<tt><center>17 de julho de 1976, sábado</center></tt>

<tt><center>9 de maio de 1974, quinta-feira</center></tt>

<tt><center>16 de fevereiro de 1996, sexta-feira</center></tt>

<tt><center>23 de dezembro de 1974, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>26 de junho de 1993, sábado</center></tt>

<tt><center>27 de dezembro de 1974, sexta-feira</center></tt>

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