O gozo solitário

Um conto erótico de Dira
Categoria: Heterossexual
Contém 766 palavras
Data: 07/08/2008 18:41:00
Assuntos: Heterossexual

Só!

Dei-me em conta que estou só, sem compromisso e sem companheiro, apenas com os meus velhos cúmplices da toda a minha vida, uma dispersa coleção de livros e uma seleção antiquada de CDs, acompanhado do silêncio amigo.

Melancólico este fim de dia, apenas tendo a certeza de que não necessito aparentar ter um coração ardente, nem procurando iludir, com baladas e frases de amor, o mais recôndito de minha alma.

Graças à calmaria proveniente deste fim de dia, prepararei um banho de espuma, elemento perfeito para acariciar um no outro, fazendo mútuas massagens gostosas, roçando nossos corpos como o início de um sabe-se o que e depois, a certeza de como vai terminar.

E se o meu amado não está presente, pelo menos estarei amainando minha tristeza, preparada para a solidão deste fim do dia.

Fui ao banheiro, abri a torneira e deixei a água quente completar, coloquei os sais prediletos, escolhi as musicas suaves que acalmam minha alma atormentada e deixei na beira do jacuzzi uma taça e uma garrafa champanhe.

Tirei a roupa, a blusa e a saia, despi os escarpins e a meia-calça. Retirei o sutiã e a tanga, suspirando ao abraçar meus seios, apalpando-os, mostrando meus mamilos escuros e de bicos médios, sempre prontos para satisfação do meu amor, hoje ausente.

Abri o champanhe, e enchi a taça.

Deitei na banheira cheia, sentindo o calor invadir a minha alma enquanto experimentei a água acariciando minha pele, o perfume me inebriando profundamente, sorvendo o champanhe, bebericando suavemente, repetindo devagarzinho outra e mais uma outra taça do vinho perfeito.

Fecho meus olhos e relaxo, imaginando estar sendo acariciada, explorada em cada instante meu corpo, eriçada por dedos de mãos vigorosas, porém carinhosas. Sinto o crescer de meu prazer a cada toque mágico imaginado meu amado e, quando abro os olhos, percebo apenas ter atingido uma simples miragem, levando-me a um devaneio que, ao fim de tudo, apenas me levou a uma infeliz nostalgia.

Saio da banheira, tomo uma rápida ducha fervente e, com uma toalha felpuda e macia, me enxugo enquanto vou para o quarto. Abro o armário para pegar um palazzo-pijama, quando percebo que a cama me atrai para si, seduzindo-me para deitar nua, sentindo-me uma imensa tristeza por estar solitária e abandonada. Deitei-me nesta cama, que apesar de estar vazia, parecia-me macia e perfumada, aconchegante e generosa, e, não resistindo, deito-me.

E não sei o que aconteceu comigo!

Afloram-me devaneios e lembranças, imaginando não estar só, e, de repente, meus olhos se fecham, os meus lábios recebem dedos de uma das mãos e passam a chupá-los gulosamente, enquanto outra desce para o meu corpo, indo do pescoço até os seios, demorando, indo de um para outro e meus mamilos intumescem fortemente, os bicos, tornados como duas pérolas escuras avantajadas, imploram para receberem mordidelas que antecedem sucções crescentes. Mas a mão desalmada continua descendo, detendo por alguns instantes no umbigo, apenas tentando suavemente apalpar, continuando a caminhada atingindo minhas coxas, separando-as carinhosamente.

Minha boca faminta, com lábios sugando meus dedos, está deixando um rastro de fogo no coração de meu amante imaginário que se apossa do meu corpo com voracidade do amor, a fonte de todo o desejo que sinto neste momento.

Afasto mais ainda as pernas e começo a acariciar minhas coxas, chegando até a virilha, alcançando o pequeno tufo de pêlos macios que procuram esconder um clitóris já bastante inchado, que, ao ser tocado pelos dedos da minha mão, me fez gemer alto, não conseguindo mais me controlar, iniciando um movimento com os meus quadris como querendo facilitar as caricias, tudo semelhante a uma língua percorrendo meu sexo.

Meus dedos passam por entre os lábios maiores, apalpando aquele ponto mágico que é o cimo de meu clitóris, alcançando a uretra, penetrando-a suavemente, e rapidamente, arrombando meus pequenos lábios, atingindo a vagina, embrenhando meus dedos até o fundo dela, alargada totalmente.

De gemidos passei a gritar, delirando de prazer, percebo estar sendo penetrada por meus dedos, enquanto, da outra mão, atingia e massageava meu clitóris, derramando sobre aquela língua imaginaria meu fluido corpóreo que estava sendo absorvido com sofreguidão. São orgasmos consecutivos, misturando gemidos e gritos sem nexo, enquanto meu corpo começa a se sacudir de puro tesão.

Após ter sido atingida por inúmeros raios de altíssima tensão, totalmente exausta e exaurida, sinto estar todo o meu corpo lasso, não sentindo mais nenhuma percepção corporal graças ao relaxamento que experimento e a minha entrega neste momento como fosse eu um combatente da dura batalha leva-me a adormecer, imóvel, sorrindo, num sono solto, apenas sonhando com meu amado tocando meus lábios suavemente.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Dira a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários