A esposa do Coronel

Um conto erótico de Selva_Alves
Categoria: Heterossexual
Contém 5724 palavras
Data: 03/08/2007 17:41:30

A esposa do Sr. Coronel ª parte)

-- Que cambada!... Corja de malandros!... – E entre dentes desabafou:

-- Filhos de puta!...

-- Essa fanfarra parece uma banda de tuberculosos!... Sargento Martins, Capitão Pizarro, quero ver essa merda afinada. Não saem da parada enquanto isso não sair como manda a puta da “sapatilha”.

Ao ouvir aquela besta barriguda que apostrofava assim todo o regimento em parada, eu virei-me para o meu amigo Botas e comentei:

-- Foda-se pá! Foi para aturar este animal que me foste desencantar ao CAC3? – Ele riu-se e acalmou-me:

-- Não vais arrepender-te; verás que o touro só é bravio aqui no quartel e para a pascácia da mulher, de resto, se tiveres lábia, vais levá-lo ao “cabresto”, e olha que quem te diz isto é este teu amigo que se livrou da guerra colonial. – Estávamos neste diálogo na cantina, onde bebíamos umas cervejas com as senhas dadas pelo Comandante ao Botas, quando o altifalante soou:

-- Atenção cabo Botas! Cabo Botas ao Comandante, urgente! – Ele piscou-me um olho e avisou:

-- É melhor que me acompanhes, ele vai mandar-te chamar também. Não esqueças o que te ensinaram na recruta: uma continência “militarona”, batimento firme de tacão, passos bem medidos e V.ª Ex.ª para aqui, V.ª Ex.ª meu Comandante para acolá!

Vinha o amigo Botas ainda a descer as escadas de acesso ao Comando, quando me avisou:

-- É melhor que subas, ele quer conhecer-te. Não esqueças o que te disse, senão tens terramoto ou “carecada”.

Tudo se passou como o previsto: o batimento soou firme e sonoro, como se tivesse as solas metálicas de um bailarino de sapateado, levantei o braço direito e em dois movimentos sincronizados fiz a melhor continência de todo o regimento e gritei:

-- V.ª Ex.ª meu Comandante dá licença que o soldado condutor auto 428 se apresente?

-- Avança! – Ouvi a voz rude anuir. Olhou-me fixamente e ordenou.:

-- A partir de hoje passarás a ser o meu “impedido”. Não gosto dessa camisa, vai ter com o sargento Estraga e ele que te dê duas camisas da classe de sargentos. Depois vais à barbearia e diz ao cabo barbeiro que te faça um corte como eu gosto. Amanhã às 8 horas estarás em minha casa para me transportares ao quartel; podes retirar-te.

No dia seguinte, depois de trazer o Coronel ao quartel, fui às compras com a sua senhora e enquanto a conduzia ao Mercado da Ribeira, comecei a analisar as suas feições pelo espelho retrovisor. Não usava maquilhagem, o cabelo era atado num carrapito atrás da nuca. Parei em frente da Ribeira, abri-lhe a porta e ela, com um ar austero me agradeceu. Como bom aluno do Botas, tomei a cesta de vime e segui atrás de Dona Matilde. Conforme ela comprava, eu carregava a cesta com vegetais, fruta, flores, etc.

No regresso passamos pela Baixa de Lisboa, mas a Sra., hesitando por momentos, mandou-me seguir para casa. Perguntei-lhe se necessitava de mais alguma coisa mas ela disse-me que podia regressar ao quartel.

Não eram ainda 15 horas, o altifalante chamou:

-- Atenção soldado 428, à entrada do Comando com o carro de Sua Ex.ª.

Abri a porta e o coronel Zimas entrou e ordenou:

-- Para minha casa. – Eu o conduzi com a maior das precauções pois era hora de ponta. Veio a Sra. à porta e eu ainda pude ouvir a voz rude do Comandante:

A esposa do Sr. CoronelQuantas vezes tenho de repetir-lhe que antes de despedir o meu impedido deve telefonar-me para saber se tenho algum encargo para ele? A gasolina é cara e o Exército não é rico, entendeu minha Sra.? – Em voz baixa, humilde e submissa, a esposa respondeu:

-- Queira desculpar, Sr. meu marido, não voltará a acontecer.

O Comandante voltou a sair e fez-me sinal:

-- Vem comigo, quero mostrar-te uma coisa. Entrei por uma porta lateral à casa restaurada que tinha o tipo de moradia vitoriana e deparei com aquele imenso quintal que tinha as dimensões de uma quintinha. Ele deixou que a minha vista captasse bem aquela bela terra inculta e quando calculou que eu já tinha absorvido o suficiente, perguntou:

-- Sabe José porque o quis ao meu serviço? – Olhei para o Coronel, admirado com aquela mudança de tratamento e pela sua afabilidade, e respondi:

-- Saiba V.ª Ex.ª que sou um seu humilde servidor. – Ele fez um gesto como a tirar importância ao tratamento e disse:

-- José guarde essa etiqueta para o quartel, as nossas relações aqui são como de patrão para empregado, é Sr. para aqui e Sr. para acolá, percebeu? Sei que você é um especialista em pomares e o seu tio Antão que é encarregado do horto da CML foi quem o ensinou. Portanto só pretendo que daqui a dois dias me diga as possibilidades de fazer deste terreno um pomar rentável e do que necessita para tal. Hoje não perco mais tempo com isto, pode regressar ao quartel. – Já ia a caminho do carro quando ele me chamou e perguntou:

-- Você ainda não lanchou, não é verdade? Então aqui tem este livro de vales para tomar umas cervejas e comer umas sandes na cantina do quartel.

Não pensei mais no caso, eu sabia o que podia fazer daquele terreno. Quando no dia seguinte foi buscar o Coronel, a esposa dele veio à porta e eu com o máximo respeito a saudei com uma vénia e o melhor dos meus sorrisos, mas ela com aquele modo austero, limitou-se a dizer:

Bom dia Sr. Soldado!

O Coronel entrou no carro e eu, antecipando-me ao prazo que ele me tinha dado, resolvi responder à questão do pomar:

-- Se o Sr. confiar em mim eu juro-lhe que dentro de pouco tempo farei daquele terreno um pomar que poderá rivalizar com os das melhores quintas dos arredores. – Um sorriso de felicidade inundou o rosto do Comandante e me prometeu:

Acredito em si meu rapaz e prometo-lhe que se ficar dois anos ao meu serviço, o livrarei do Ultramar, o promovo a cabo, o desarrancharei e comerá da messe dos oficiais. – Olhei para ele com ar de satisfação e disse-lhe:

A partir de amanhã começarei a minha faina, vou precisar de um Unimog para trazer umas árvores do horto e alguns homens para abrir os buracos para a plantação.

-- Ok, falas com o sargento Estraga e ele resolverá o problema, assim como para qualquer outra coisa que precises.

Era uma quinta-feira de manhã, eu tinha conseguido de meu tio a cedência de 4 limoeiros de todo o ano e 3 laranjeiras de qualidade. Eram uns belos exemplares com cerca de 2 metros de altura e o sargento enviou-me 6 homens para abrir as covas do transplante. Quando avistei Dona Matilde na porta das traseiras apreciando a plantação abeirei-me dela e perguntei-lhe:

-- Será ousadia da minha parte perguntar a sua opinião?

-- Nosso cabo, as árvores são bonitas e mimosas, espero que as plante onde eu imagino. – Sorri para ela e retorqui:

A esposa do Sr. CoronelQuer então ter a bondade de ordenar? Satisfarei com prazer redobrado a sua vontade. – Pela primeira vez ela sorriu para mim e fiquei surpreendido com a doçura do seu sorriso. Sempre rindo ela me elucidou:

-- Os limoeiros devem ficar abrigados da nortada! -- Entrou em casa e deixou-me a usufruir o prazer da sua simpatia. Que pena, pensei eu, ela não dar um toque naqueles cabelos luzidios e pôr só ao de leve um pouco de carmesim naqueles lábios apetitosos! Será que não dava conta de quão linda era?... Quanto ao resto do corpo, eu nada podia vaticinar, aquela roupa de mau gosto, tudo tapava e nada realçava

Foi na sexta-feira, depois de vir das compras que Dona Matilde me olhou com um sorriso e me perguntou:

-- O nosso cabo não está esquecido que amanhã deve ir buscar a menina ao colégio das Irmãs de Jesus, não é verdade?

-- Não minha Sra. Pode estar descansada que eu a trarei sã e salva ao regaço amigo da Sra. sua mãe.

-- Muito obrigada José, não imagina a felicidade que me dá ter os meus filhos comigo ao fim de semana.

Depois de trazer o Coronel, levei-o ao quintal e informei-o:

-- Está a ver, na próxima temporada já cá haverá limões todo o ano, laranjas e estes pessegueiros que compramos ali na quinta de S. Jorge, também já produzirão. Virão a seguir pereiras, macieiras, figueiras e toda a classe de árvores de fruto. – Ele riu satisfeito e me ofereceu mais um livro de vales para a cantina.

Ao meio-dia em ponto daquele sábado já eu estava no portão do colégio esperando a menina de Dona Matilde. Estranhei quando ela se me dirigiu e indagou se eu era o cabo José, condutor de seu pai. Aquilo já era uma mulher feita com tudo no lugar, as irmãs a tinham dispensado até segunda-feira. Olhei-a pelo retrovisor, tinha o rosto lindo da mãe, o mesmo cabelo castanho e os lábios sedutores como os dela. Os peitos eram subidos e imaginei os róseos mamilos que os decoravam. As pernas, para desgosto meu, estavam vestidas com aquelas meias grossas de lã azul mas o contorno era atraente.

Para desanuviar o silêncio, perguntei-lhe, como por acaso:

-- A menina Sónia gosta do colégio?

-- Oh! Sim, gosto muito. Já estou no décimo ano e tenho uma professora de português que é adorável. Somos muito amigas, às vezes ela vem de noite ao meu quarto, deita-se a meu lado e diz-me ao ouvido que gosta muito de mim. – Ri-me com o seu dito e perguntei:

-- A menina gosta de uma freira velha e feia?

-- Alto lá, a irmã Martina é nova e muito bonita! – Voltei a rir-me da sua inocência e indaguei:

-- Ela diz mal dos rapazes, não é?

-- Como adivinhou? É verdade, ela diz que eles são abusadores! – Respeitei a sua ingenuidade e achei que de momento chegava.

Pedi ao Comandante licença para levar no domingo a minha namorada Sara a ver o meu trabalho e foi para casa a matutar no que a menina do Coronel me tinha contado acerca da irmã Martina.

No domingo à tarde lá estava eu com a Sara para lhe mostrar aquele primor de pomar com o florido das flores à mistura. De mãos dadas fomos para um local onde não fôssemos vistos de fora, junto de um limoeiro que nos ocultava da vista. Quando me debrucei para a beijar, vi que uma cortina de uma janela do 1º andar se tinha mexido; disfarçadamente encostei a Sara ao meu peito e voltei a espreitar. Sim, era Dona Matilde quem nos espiava daquela janela. Comecei a beijar Sara na boca e ela, segurando minha nuca, enrolava

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sua língua na minha Comecei a deslizar minhas mãos em direcção às suas nádegas e com as polpas dos dedos, acariciei o sulco que as dividia. Sentindo-a encostar sua pélvis às minhas coxas, foi puxando sua saia para cima até alcançar as bainhas de suas cuequinhas brancas. Enquanto acariciava Sara entre as coxas, visionei o rosto de Dona Matilde encostado ao vidro da janela observando o nosso enleio. Suspeitando do seu enlevo, abri o soutien de Sara, desnudei seus peitos nº 38 e beijei seus mamilos. Enquanto excitava minha namorada, ela também, para retribuir, me acariciava entre as pernas. Abriu o fecho de minhas jeans e sopesou minha haste tumefacta e a exibiu bem à vista entre seus dedos, que a massajavam suavemente. Baixei-me na sua frente e desviando sua alva cueca, enfiei a língua entre suas pétalas vaginais; alcancei seu clítoris que suguei, e aspirei seu delicado odor. Com a ponta da língua o circundei demoradamente até que senti as unhas de Sara cravarem-se sem dó em minha cabeça. Voltei a pôr-me de pé e pedi-lhe que me sugasse o pénis bem à vista de quem nos espionava. Sara sopesou o membro em sua palma e segurando-o entre os dedos introduziu a glande em seus lábios. Depois, muito delicadamente o foi introduzindo em sua boca num vaivém cadenciado que me fez vibrar desde a raiz dos cabelos até à ponta dos dedos dos pés. Enquanto usufruía as húmidas carícias de Sara, voltei a mirar a janela; o rosto de Dona Matilde estava em profundo êxtase e a boca contraída e entreaberta, como gozando um orgasmo. Quando sustive Sara em meu colo para a penetrar, já a esposa do Coronel tinha abandonado o seu local de voyeur.

Já dois meses se tinham passado, estava eu aparando uns garfos para enxertia, quando ouvi a voz da Sra. me chamando. Foi ao seu encontro e perguntei-lhe:

-- Posso ser-lhe útil, Dona Matilde?

-- Olhe, deram-me estes craveiros, mas eu não sei como plantá-los! – Olhei para ela sorrindo e em tom delicado, disse-lhe:

-- Sra. Dona Matilde, eu já uma vez lhe afirmei que estou sempre pronto a satisfazer os seus desejos. É para mim um grande prazer fazer a sua vontade e eu já reparei que a Sra. gosta de flores. Não necessita pedir, eu irei ao horto e trarei todo o tipo de plantas para fazer-lhe um lindo jardim aqui nas traseiras.

-- Obrigada José, eu não sabia como pedir-lhe! O meu marido quando lhe falei no assunto, nem se dignou responder-me. – Eu compreendi o seu embaraço e prometi-lhe:

-- Deixe minha Sra. há-de ter os mais bonitos canteiros das redondezas. Quanto ao Sr. Coronel, deixe comigo, eu sei guardar um segredo, sou um cavalheiro.

Comecei a plantar os craveiros, e estava neste lida quando, para meu espanto, ouvi um grito. Me levantei, olhei e deparei com a esposa do coronel estendida no chão. Corri para ela alarmado, tomei-a nos braços e depositei-a sobre a mesa da cozinha. Ela abriu os olhos, olhou para mim admirada e perguntou:

-- Que aconteceu, porque estou aqui? – Respondi à sua pergunta com outra pergunta:

-- Como é que a Sra. caiu? Dói-lhe alguma coisa? – Apontou-me o joelho direito. Subi um pouco o vestido e, meu Deus! Pela primeira vez me era permitido visionar a sua perna. Era linda e bem proporcionada, o joelho tinha um pequeno arranhão. Pedi-lhe para se não levantar e fui à casa de banho buscar algodão e água oxigenada. Voltei a admirar a esbelta perna, pus os dedos sobre a articulação para detectar qualquer lesão e perguntei-lhe:

-- Posso ver se tem alguma fractura, Dona Matilde? – Ela acenou que sim, seus olhos seguiam os gestos. Levantei-lhe o pé muito suavemente e sempre espreitando a parte anterior da sua roliça coxa conforme ia levantando a perna, senti minha haste intumescer. Sempre segurando seu pé, perguntei-lhe:

-- Sente alguma dor, algum atrito? – Ia subindo e descendo a perna e admirando aquele espectáculo, aquela beleza há tanto tempo escondida de mim e interroguei-me como era

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possível aquela mulher esconder tais atributos com aquelas saias tão compridas e sem jeito? Ela agradeceu-me com um esplendoroso sorriso e eu, enquanto a olhava embevecido, imaginava como seria um beijo dela e como acariciar seu corpo lindo? Desejei-a de tal modo que não pude evitar ir à casa de banho e masturbar-me desalmadamente, pensando nela nua e carente de mim.

Foi naquela manhã que o Comandante me mandou entrar e tomar o pequeno-almoço com ele. Achei aquele convite esquisito, mas não comentei. Estava a barrar uma torrada com manteiga quando ele, em tom brincalhão, me despertou a atenção:

-- Olhe lá nosso cabo, então a minha mulher convenceu-o a plantar um jardim para ela, ah! – Olhei tranquilamente para o meu superior e retorqui:

-- Desculpe meu Coronel, foi sem interferência ou pedido de alguém que eu plantei aquelas plantas, o Sr. não imagina o prazer que dá a um profissional como eu o colorido das flores e gozar o seu aroma. Ele riu-se com a minha forma poética de ver a questão e, tomando-me o braço, levou-me a passear sob as ramadas floridas que auguravam um bom ano de fruta. Satisfeito, puxou de um maço de vales da cantina e disse:

-- Estou muito contente consigo, você para mim já não é um militar, é antes um bom empregado.

No dia a seguir, quando levava a Sra. ao Mercado, ela expressou:

-- José, quero agradecer a sua discrição de ontem acerca do jardim, fico-lhe muito grata! Já sei que posso contar consigo como um bom amigo. – Eu sorri e lembrei-lhe:

-- Já lhe tinha afirmado que sou um cavalheiro. Permite que lhe faça uma pergunta?

-- Sim José, pergunte:

-- O Sr. Coronel é sempre assim tão rude com a Sra.? – Os olhos dela baixaram, seus lábios contraíram-se num esgar e sua boca pronunciou:

-- José, se fosse só a rudeza de tratamento, eu me sentiria feliz, infelizmente há coisas muito mais amargas na nossa relação, que eu prefiro silenciar. Hoje não quero sofrer mais, vou iniciar a luta pelos meus direitos. Vou começar por arranjar o cabelo e as sobrancelhas, iniciarei hoje o ciclo de mulher moderna. – Pelo retrovisor fitei aquele rosto lindo e mentalmente desejei: força Matilde!

Passaram-se duas semanas, as roseiras já estavam em flor e lá ao fundo do pomar, uma roseira Queen tinha um botão meio aberto, cortei-o e com o maior dos cuidados dirigi-me para a porta das traseiras. Bati, e logo Dona Matilde abriu, eu exibi a flor, fiz uma vénia e recitei:

-- A primícia das belas rosas para a mais linda flor deste lugar! – Ela fitou-me muito séria, ruborizou-se e de sua boca saiu o elogio que eu ansiava:

-- Muito obrigada, galante cavalheiro!

Estávamos em Junho, as árvores carregadas de fruta a maturar, as roseiras em plena floração e o jardim das traseiras era um multicolorido encantador. Tinha estacionado o Volvo a cerca de 50 metros do palacete e abri a porta do quintal. Quando contemplava o jardim, ouvi a discussão:

-- Você não vai visitar a cabra da sua irmã porque eu não autorizo que a minha mulher prive com desavergonhadas!

-- Ela não é o que você pensa. Você é que é um sem vergonha e hipócrita, já esqueceu que é ela quem envia o dinheiro para sustentar esta casa? – Retorquiu Dona Matilde em altos berros.

-- O dinheiro que sua irmã manda, é o dividendo das nossas propriedades no Minho. – Um grito mais agudo interrompeu o Coronel.

A esposa do Sr. CoronelVocê disse nossas?! As propriedades são só minhas, você é um pelintra, não tem nada, mal ganha para pagar as dívidas do jogo!

-- Não esqueça que é minha mulher, exijo que me respeite, ou terei que lhe dar umas cinturadas? – Depois desta ameaça, só ouvi o choro convulsivo de Dona Matilde. Saí em silêncio e trouxe o carro para junto da porta, onde tomei o coronel Zimas e o transportei ao quartel.

Na volta, foi ao pomar e colhi um lindo bouquet de rubras rosas, bati na porta das traseiras. Dona Matilde ainda com os olhos pisados e húmidos de choro, olhou o braçado de flores e exclamou:

-- Muito obrigada José, depois de ser humilhada e ameaçada por uma besta, é gratificante constatar que ainda há homens sensíveis e cavalheiros, bem-haja meu amigo! – Olhei-a com ar compungido e indaguei:

-- Mas Sra. que desgosto é esse? Quem teve a ousadia de ofender uma senhora tão nobre e pura de coração? – Ela olhou-me comovida e, tentando estrangular o soluço que a sofucava, disse com voz chorosa e as lágrimas brotando:

-- Foi aquele maldito oficial que, para desgraça minha, é meu marido. Até me ameaçou com o cinturão. – Eu fiz um ar de pesar e para lhe provar a minha solidariedade, pousei como por acaso, a mão em seu ombro e recitei:

-- Oh! Minha Sra., como estou triste! O que posso fazer para estancar as lágrimas que ofuscam o brilho de seus olhos e para que nesse lindo rosto, volte a resplandecer o sorriso da esperança? – Ela entendeu as minhas palavras de consolação, pôs a sua mão sobre a minha que descansava em seu ombro. Encostou sua cabeça em meu peito como uma criança carente de afecto e desabou num mar de lágrimas e soluços sobre mim. Deixei que o choro convulsivo se acalmasse aos poucos enquanto lhe murmurava palavras de conforto e de carinho.

-- Deixe as lágrimas para trás Dona Matilde, pense nos seus meninos, verá que a vida ainda tem muitas alegrias para lhe dar! A Sra. é tão boa, tão linda! Não foi fadada para sofrer; seja valente e enfrente este mau momento! – Senti seus braços envolvendo meu corpo, como buscando protecção, e se encostava ao meu. Levado pela comoção e pela crescente excitação, beijei ao de leve seus castanhos cabelos. Como ripostando à minha carícia, senti a vibração de seu corpo e um suspiro de alívio.

Continuamos abraçados e depois de estancado o pranto, senti o peito húmido de suas copiosas lágrimas. Voltei a beijar seus cabelos e novamente senti o apelo de mais afecto. Deslizei lenta e delicadamente minhas mãos até seus quadris e dei por seus músculos contraídos e a suavidade de seu contorno. Minha excitação aumentou e a magia sensual me inspirou. Ajustei meu ventre ao seu e como o anelo continuava latente, deslizei minhas mãos até suas nádegas. Eram macias e de suave curvatura, disfarçadamente corri um dedo sobre o friso de seus glúteos. Dei por seu corpo corresponder à carícia e aconchegar-se mais ao meu. Senti plenamente a sua quentura excitante e a macieza dos seus contornos que se moldavam aos meus. Era agradável, sensitivo e de uma suavidade lasciva; minha turgescência se ajustava plenamente em sua púbis. Afoitei-me e, sempre em silêncio, como dois estranhos mas geminados no mesmo enlevo, encostei-a ao balcão do lava-loiça, ela manteve a mesma postura e colaborou quando eu forcei mais a sua bacia de encontro à minha pélvis. Meu sexo, super excitado, debatia-se com o tecido que se interpunha. Acariciei seu rosto com a polpa dos dedos, levantei-o e ergui-o de frente para o meu. Olhei-a nos olhos e sempre em silêncio afaguei suas lindas e delicadas faces. Sempre fitando-a, debrucei-me sobre ela e tenteei uma, duas vezes, os rosados lábios entreabertos que ansiavam os meus. Senti seu amplexo estreitar-me mais, era a ânsia de fundirmos nossos

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corpos já enleados. Ganhei coragem e colei minha boca à sua, eram macios e quentes os seus lábios, bebi sua saliva e senti sua língua enrolar-se na minha com sofreguidão. Suas mãos subiram até minha nuca e pressionaram para que minha boca continuasse sugando a sua. Quando descolei de seus lábios e enfiei minha língua em seu auricular, ouvi o seu cicio:

-- Oh! Como és sensivo e meigo! Dá-me mais carinho!

O seu sussurro aumentou a minha vontade de tê-la, de fazê-la mais minha, e sentindo a sua excitação, comecei a abrir os botões do robe azul e expus seu níveo colo à contemplação de meu olhar. Era de uma alvura imaculada e os fiozinhos azuis que o irrigavam aumentavam a ânsia de acariciar aquela pele sedosa e delicada. Sob a transparência da camisa visionei a curvatura dos seios de alba pureza. A minha excitação redobrou e o meu desejo por aquele corpo tornou-se uma obsessão. Desapertei as duas molas de sua veste e desnudei as túrgidas e redondas intimidades. Eram dois esferóides pequenos de tamanho 36 mas de suave carnadura e cetinosa pele. Os frisos azulados que os alimentavam de seiva vital, iam desaguar aos róseos mamilos, contrastavam com a sua alvura, aumentavam a sua beleza e desafiavam minha língua como fruta tentadora. Não me contive, deslizei sobre eles como se desenhasse na sua pele carreiros lúbricos e suguei o orvalho que os cobria, voltei a percorrer todo o arredondado contorno sempre beijando, chupando e acariciando a suave e túrgida carne. Suas mãos continuavam em minha nuca e suas unhas arranharam meu couro cabeludo quando minha língua circundou os róseos botões de suas maminhas. Voltei a buscar sua boca e a beber a seiva que molhava suas palavras, e minhas mãos grudadas em seus glúteos, moldavam suas formas em carícias abrangentes que subiam, circundavam e afagavam suas ancas e suas coxas entaladas nas minhas. Sentia em cada afago o estremecer de seu corpo encaixado no meu como se fundidos os dois na lascívia que nos sustinha. Voltei a beijá-la no pescoço e de sua garganta contraída veio o delíquio murmúrio:

-- Oh! José, que carinhoso és! Nunca me senti tão mimada; tomara que o mundo parasse para sempre e só nós frente ao infinito! – Parecia uma criança carente de afecto; aproveitei o desabafo e ciciei em seu ouvido:

-- Minha querida, você é tão suave, sua quentura, seu odor e seu carinho me enlearam os sentidos e a alma. Obrigado Dona Matilde, quer fazer amor comigo? – Sua resposta veio rápida e envolta na magia que nos rodeava:

-- Sim querido, leva-me para a cama! – Transportei-a no meu colo numa aderência de êxtase, como se fosse a união do espírito com a matéria, pressentia o frenesi de seu corpo reclamando o sensual arrimo e aqueles braços que me envolviam pediam mais, mais calor, mais deleite.

Pousei-a na borda da cama e quando comecei a levantar-lhe a fralda da camisa, sua voz meiga me pediu:

-- José, meu querido, lembre-se que há já dois anos que não conheço homem, tenha paciência comigo! – Compreendi a sua cândida inibição, era própria de mulher impoluta e fiel, de mulher séria mas humilhada por quem lhe devia respeito e afecto. Ajudei-a a despir o robe e a camisa de noite e quando ficou só com a alva cueca ocultando a púbis e os riçados cabelos que afloravam no elástico, reparei no sítio onde estava a corola de sua flor que, de tão excitada, já resumia o seu orvalho para o tecido entre as pernas. Eu contemplei extasiado, as exuberantes formas daquele corpo que tinha sido tão recatado pelas roupagens deselegantes, compridas e folgadas. Dona Matilde ainda com laivos de pudícia, cruzou os braços sobre os peitos tentando esconder aquele corpo de mulher linda e em plena

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maturação. Era um corpo belo, bem proporcionado e de delicada carnadura. Foi para mim uma surpresa constatar que aquela senhora, desnuda agora na minha frente, que sempre

tinha ocultado o corpo como uma monja, tivesse tão atraente físico. Além disso, um rosto lindo de olhos castanhos que agora me envolviam no seu olhar que pedia mais beijos, mais carinho, mais afecto. Aquela carne alva e semi-virginal que excitava minha libido e ao mesmo tempo espicaçava o meu afã de proporcionar-lhe o prazer que há tanto tempo lhe era negado, era merecedora do melhor de mim.

Minha boca voltou a buscar a sua, meus dedos percorreram novamente aqueles montinhos esféricos e os sedutores mamilos que me elevavam aos píncaros da lascívia venérea. Pedi-lhe para se sentar na borda da cama e ajoelhei-me a seus pés como se ela fosse uma deusa a venerar, fitei-a nos olhos e ela, carente de ternura, estendeu as mãos até minha face e murmurou:

-- És o amor! És o encantado sonho que sonhei! Toma-me, sou tua. Há já dois anos que a magia sensual deixou de me ser conhecida, cabe-te repor a minha feminilidade.

Beijei-lhe o ventre liso e ela estremeceu e suspirou:

-- Ooooh! Meu querido, como é bom sentir os teus lábios em mim! – Deslizei a língua em seu umbigo e abrindo caminhos húmidos penetrei na mata de seus pêlos púbicos que se eriçaram ao contacto e toquei de leve as sépalas de sua flor. Abri-lhe as torneadas e sedosas coxas e desfolhei com os dedos as pétalas da corola já humedecida. Voltei a beijar os músculos de suas virilhas e com a língua penetrei no centro de sua vagina que, tal a corola de uma flor, continha o néctar afrodisíaco que lambi e suguei como um insecto polinizador. Saboreei o gostinho a tomate fresco e usufruí o aroma do mar enquanto ouvia os seus trinados de prazer venéreo.

-- Aiiii! Me embriagas de gozo, querido! Que saudades eu tinha de ti, oooh!... Não me abandones agora neste doce preâmbulo do paraíso! Entra em mim! Fere-me!... – Não lhe obedeci de imediato, queria proporcionar-lhe mais, muito mais. Desejava levá-la aos páramos do delinquo sensual, à volúpia da libido. Prendi seu clítoris entre os dentes e com a ponta da língua, lambi-o por debaixo; senti suas unhas rascando minha cabeça e de repente, enquanto os fluidos vaginais extravasavam de sua corola para meus lábios, ela cravou as unhas em meu couro cabeludo e gritou, enlouquecida de luxúria:

-- Ooooh!... Que bom!... Volto a ser mulher!... Obrigada José.

Deixei que aquele vulcão expelisse toda a lava ardente que tinha acumulado. Esperei que descerrasse os olhos e voltasse do sonho orgástico que minha língua lhe tinha oferecido.

Deixei que passasse aquela onda de excitação onde a flor de estufa se desfolhou como a silvestre e espargiu o perfume que tinha aprisionado no cálice virginal da inconsciência sensual, e levantei-me. Ela aconchegou sua cabeça em meu peito e tal uma fêmea receptiva, num total aniquilamento da vontade e submissa ao impulso animal que quebrava todas as cadeias que amordaçavam seu instinto erótico; apertou meus ombros e murmurou:

-- Permite meu querido que te retribua o gozo que me deste. – Tomou meu pénis, sopesou-o em sua mão e pediu:

-- Deixa que eu o admire, já quase esqueci o seu formato. Permite que sinta os seus impulsos! É lindo, viril e rijo! – Inclinou sua face e, carinhosamente beijou a glande de minha haste que de tanta excitação, estava vermelha e inchada. Quando ia a metê-la em sua boca, eu pedi:

-- Não Matilde, agora preciso de controlar-me, tu me embriagas de volúpia! Deixa que entre em ti e misture às tuas, minhas águas felizes.

Se posicionou sobre a azul colcha de cetim, ergueu os joelhos e se me ofereceu plena de feminilidade e volúpia:

A esposa do Sr. CoronelVem querido meu! Me fizeste reviver a mulher que havia em mim; só lamento não ter-te conhecido há mais tempo. Eu vivi enclausurada todo este tempo e tu rompeste os laços que me aprisionavam, obrigada, sou toda tua!...

Voltei a perceber em seu corpo o apelo da libido e, num impulso decidido, cavalguei-a e penetrei-a até o fim. Rasguei de gozo as macias carnes que se contraíram entre suas coxas estremecidas e retesadas. Seus braços cruzaram-se em minhas costas e suas unhas provocaram-me ardidos arranhões quando, apertando meus rins entre suas pernas, explodiu num orgasmo devastador e gritou:

-- Ooooh! Meu Deus!... Que bom amor!... – Quase a ejacular não permiti que ela sucumbisse à modorra que acompanha a satisfação dos corpos. Num impulso um tanto rude, virei-a de costas para mim, ergui-lhe as ancas e voltei a entrar dentro dela. Segurei os peitos túrgidos que bailavam ao ritmo do movimento de vaivém e, empurrando com violência explodi num urro de fera ferida, quando o jacto de meu esperma extravasou para suas coxas ainda retesadas em mais um orgasmo que a fez morder com desespero o tecido da almofada para silenciar os gemidos que a faziam contorcer-se em espasmos violentos, e eu finquei os dedos na madeira da cabeceira da cama enquanto meu corpo era açoitado pelas contracções involuntárias do êxtase delíquio.

Os dois vencemo-nos num gratificante amplexo que nos uniu naquela hora que bramia prazer. Com um beijo deixamos que nossos corpos recuperassem a energia dispendida no arroubo venéreo. Ela se agarrou a mim com força talvez temendo que a deixasse só no vácuo que acompanha o êxtase.

Não sei se sonhamos o mesmo sonho ou se foi o encantamento da paixão que nos levou a renovar o enleio sexual quando ela deu conta que eu tinha voltado a crescer dentro dela.

Já o merídio tinha passado quando ela , desnuda e livre, foi tomar duche e eu, sem nada ter feito naquele dia, saí para revisitar o meu pomar e não me lembrei que a hora do almoço já tinha passado. Só quando Dona Matilde me chamou:

-- Vem almoçar José; fiz uma refeição de carnes frias e salada, o vinho é um branco lá da minha região, vais gostar querido!

A rotina continuou, agora tinha duas aliciantes: o meu amor pelas árvores e o recente afecto pela esposa do Comandante.

Estava fazendo preparativos para enxertos quando Dona Matilde chegou com uma bandeja com duas sandes e uma cervejinha fresca:

-- Tome José, precisa de recuperar forças! – Olhei-a fixamente nos olhos; aqueles espelhos que me continham. Vi-a pousar o tabuleiro sobre a mesa onde estavam as ferramentas; olhei o seu traseiro, a saia branca que vestia e a blusa cavada. Quando se voltou perguntei-lhe:

-- Desejas-me?

-- Sempre, meu querido! – Encostei minha boca à sua, minhas mãos seguraram-lhe as nádegas e empurrei sua pélvis de encontro às minhas coxas. Ela abriu os botões de meu macaco, apoderou-se de meu pénis em total florescência e perguntou:

-- Queres, José? – Olhei sua boca, seus lábios vermelhos, seus seios desnudos e duros; acenei que sim.

A humidade de sua boca saboreava a glande inflamada de excitação e sua língua quente e molhada acariciava a haste que ia e vinha dentro daquele orifício em banho de saliva. Sua face, no oscilar do movimento: acima-abaixo, foi escondido pelos longos cabelos que flutuavam sobre seu rosto lindo. Meu pénis ia progredindo naquele ritmado enlevo e, quase

A Esposa do Sr. Coronel (10)

a vir-me, retirei-me de sua boca. Ela me olhou espantada, mas quando lhe levantei a saia e vi que não trazia cuecas ri-me e enfiei dois dedos em sua flor orvalhada. Ela compreendeu o meu gesto, segurou-se à bancada dos enxertos e eu, ao ver aquelas nalgas tão alvas, encostei a glande àquele orifício tão redondinho, tão tentador mas, a sua voz meiga e queixosa se fez ouvir:

-- Por favor José, aí ainda não, não estou preparada! – Soltei uma gargalhada e, desbocado, num impulso rude, segurei-lhe a cintura e penetrei-a por detrás. De imediato senti o ondular de seu corpo receptivo e a cada arremetida mais forte, ela gemia:

-- Aiii!... Querido que bom!... Ooooh!...Dá-me tudo José!...

Segurei-lhe os seios que bailavam no vácuo do movimento e num arroubo incontrolável os dois gritamos ao mesmo tempo quando meu semem se misturou às suas águas felizes. Saí de dentro dela e com o guardanapo que vinha na bandeja ela me limpou. Sorriu-me e voltando a olhar-me disse:

-- Tenho medo de apaixonar-me José, agora que voltei a ser mulher, quero aprender a ser livre. Quero que conheças a minha irmã. – Voltei a sorrir e com uma piscadela de olhos, indaguei?

-- Ela é linda como tu? – Não me respondeu, tomou a bandeja e seguiu para casa.

Por: Aníbal Alves – em 30 de Julho, 07

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Comentários

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Finalmente um conto no melhor português de Camões... queiroziano.... diria...

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Bonito e suave , porem meio longo. nota 7.0

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Conto de Português. Alem de longo mal escrito.Resumindi uma merda.Nota zero.

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Gostei, para quê dizer mais, é muito bom e deixa vontade de ler mais.

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não apenas de classe , e não apenas bem narrado. Mas também excitante. Parabens

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Finalmente um conto com classe. Bem narrado e com um lindo enredo.

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