Fim de um relacionamento

Um conto erótico de Vênus Celeste
Categoria: Grupal
Contém 1939 palavras
Data: 17/09/2006 12:26:53
Assuntos: Grupal

FIM DE UM RELACIONAMENTO

Eu já conhecia aquela puta, mas hoje eu estava imaginando algo diferente. Eu sabia onde encontrá-la, sabia que ela adorava sacanagem e agora, eu queria ver até onde ela chegaria. Pensava realmente em algo diferente. Só ainda não sei o que eu fiz de errado.

Tive que ir até ela. Aquele lugar era um lixo, mas ela gostava, parecia se sentir em casa. Encontrei-a sentada numa mesa, quase às escuras, mesmo assim, eu a reconheci. Reconheceria em qualquer lugar, de qualquer maneira que a encontrasse. Estava acompanhada de mais dois caras. Ela adora homens. Adora o cheiro, o suor de homem, os braços, adora vê-los coçarem o saco. Diz que sente vontade de coçar o saco também: - “O ato mais masculino que existe”. Uma vez, nós estávamos saindo de um restaurante e o manobrista que trazia o carro, ao sair, coçou-se rapidamente, achando que ninguém notaria. Nós notamos. Ela, então, olhou pra mim, fez aquela carinha de tesão de menina virgem, foi até o manobrista e coçou o saco dele. O rosto do rapaz exprimia alegria e constrangimento, se é que se pode sentir os dois ao mesmo tempo, mas ele não ofereceu resistência. Ela, que não havia dito uma palavra sequer, deu a volta e entrou no carro, satisfeita. O manobrista me entregou as chaves, cabisbaixo e trêmulo. Não olhou pra mim. Nós ríamos muito disso até pouco tempo.

Cheguei na mesa. Ela se divertia muito com os dois caras. Dava gargalhadas altas e tomava cerveja na garrafa. Seu vestido tinha um decote vantajoso nas costas e eu, passei por ela e deslizei meus dedos levemente por seus ombros e fui esperar na porta do banheiro feminino; era nosso sinal. Ela nunca me olhava. Como sempre, deu a desculpa que iria ao banheiro e se levantou. Entrou e eu entrei um pouco depois. São quatro divisórias pequenas, ela me aguardava sempre na última. Empurrei a porta vagarosamente, como se não soubesse o que encontraria. Ela já estava sentada na privada e já havia retocado o batom. Eu tranquei a porta e recostei. Ela abriu minha calça e segurou meu pau, que endureceu na mão dela. Meu pau sempre endurecia muito rápido na mão dela. Acho que era por possuir dedos longos e frios, ou talvez porque segurava tão firme que quase o fazia explodir. Ela o apertava e passava a língua do saco até a glande. Dizia imaginar um saboroso sorvete que se não lambesse em toda sua extensão, derreteria. Eu podia ver a saliva de sua boca porque ela não escondia. Pelo contrário, fazia questão de mostrar que produzia muita saliva, e babava feito criança. Perdia tempo alisando o prepúcio com os lábios e quando usava os dentes eu gozava muito. Ela sempre pedia pra eu avisar antes de gozar, pois ela gostava que eu tapasse seu nariz com o polegar e o indicador e que forçasse sua cabeça contra meu corpo. Assim, ela tinha todo meu pau na sua boca e conseguia engolir mais esperma. Ela engasgava, babava e seus olhos lacrimejavam, mas não deixava soltá-la enquanto eu não estivesse terminado.

Nós nos engolíamos em qualquer lugar. Uma vez, convidei-a para me acompanhar no casamento de um amigo e, durante todo o percurso de carro, ela me chupou. A igreja ficava uns quinze minutos da minha casa. Nós demoramos mais de uma hora pra chegar. O esperma que eu jorrei em sua boca, ela cuspiu no vidro do carro quando paramos, e desenhou um coração. A cerimônia foi um exemplo de casamento tradicional, com direito até a cantores à capela. Meu amigo estava muito feliz e sua esposa, linda. “A esposa do seu amigo é linda, não é?”, ela perguntou. Eu apenas balancei a cabeça positivamente. “Eu também achei”, ela completou. As duas se deram muito bem e conversaram como se fossem grandes amigas de infância, apesar de nunca terem se visto antes. Na volta, ela disse que sentia uma absurda vontade de se masturbar. “Vá em frente”, eu encorajei. Ela levantou o longo vestido brilhante de festa, afastou a calcinha para o lado, pôs a perna direita em cima do painel, molhou os dedos com saliva – como ela produzia saliva - e começou a estimular o clitóris freneticamente, como se fosse morrer logo e tivesse tempo apenas para aquele orgasmo. Ela gritava desesperadamente. Normalmente, ela era comedida nos sons eróticos. Falava, dava ordens na hora do sexo, mas com gemidos era comedida. Ela gozou inúmeras vezes e terminou por introduzir os cinco dedos da mão direita na boceta, tamanha era a excitação. “Eu te amo”, eu disse, e esperei reciprocidade na minha declaração. Não houve. Ela preferiu esfregar a mão molhada dos recentes orgasmos múltiplos no meu rosto.

Não havia compromisso entre nós, nenhum anel ou juramento. Era melhor assim. Quando eu queria vê-la, ia pro bar. Mas, nem sempre era bem recebido. Quando ela queria, esperava-me na escada do prédio. O zelador já permitia sua entrada. “Sua namorada está esperando”, anunciava ele. “Minha namorada”, eu repetia ironizando, mas não desmentia. Eu sempre a recebia bem. Não havia motivos para tratá-la desdenhosamente, pois ela era graciosa demais. Seus olhos negros e grandes me fitavam pavorosamente sem nenhuma culpa quando me chupava ajoelhada na almofada. A cada beijo, sua saliva mudava de sabor, aumentando a vontade de provar mais. Os seios duros, fartos e redondos, motivavam a ação dos meus dentes e os mamilos intumescidos, ela mesma puxava e torcia. Suas pernas eram grossas e lisas, atenciosamente depiladas, onde minha língua percorria, sem perceber qualquer fio que pudesse ter sido esquecido, até sua virilha. Com as duas mãos, ela abria os grandes lábios com uma lascividade única, e não me permitia continuar sem que antes cuspisse algumas vezes na sua boceta. Minha língua rija procurava o clitóris fazendo movimentos aleatórios que se estendiam até seu orifício anal. De quatro, ela lubrificava os dedos com sua própria secreção vaginal e metia-os no cu. Nessa hora, eu me afastava e observava extasiado toda aquela auto-sodomia, mas não olhava, somente, por muito tempo. Eu me colocava por trás dela sem que ela saísse da posição anterior e a sodomizava violentamente. Sua cabeça balançava e, descompassada, ela socava o ar e ordenava que minhas estocadas fossem cada vez mais fortes, cada vez mais fundas. Não exagerava nos gemidos. Meu pau entrava e saía do seu cu e ela gostava de pôr os dedos na boceta pra sentir os movimentos. Eu revezava entre arranhar suas costas brancas e largas, de poucas e pequenas manchas na altura dos ombros, e puxar seus cabelos avermelhados bem perto da nuca, onde é mais doloroso. Quando o tempo entre um encontro e outro era maior, nós transávamos ali na escada mesmo. Eu subia pisando nos degraus com força e sussurrava seu nome associado a chulices. “Minha puta”, “Vadia”, “Imunda”, eram os títulos mais comuns que ela recebia. “Quem se importava se alguém estava ouvindo ou espiando?”. Com as pernas bem abertas, sentada ou prosternada nos degraus da escada, às vezes, sem a calcinha, sempre de vestido ou saia, ela aguardava ansiosamente minha boca sugar sua vulva e minha língua entranhá-la, como se o objetivo fosse alcançar o útero. Se algum morador presenciou o que nós fazíamos, certamente ficou atônito, afônico, catatônico e nada denunciou. Era invejável. Não conseguíamos entrar no apartamento.

Resolvemos visitar nossos amigos recém-casados sem avisar. Eles foram morar em outra cidade e ao chegarmos, fomos recebidos apenas pela linda esposa; o outro estava no trabalho. Na sala, conversávamos banalidades e eu pedi para que me mostrasse onde ficava o banheiro. Queria deixá-las a sós. Pude ouvir risadas e cochichos e, quando as vozes cessaram, eu voltei à sala. Surpreendi-as se beijando e a mulher do meu amigo, ao me notar, desvencilhou-se rapidamente da minha garota, envergonhada. Ela tentou esconder, errante nas palavras, o que havia acontecido, mas eu afirmei o que vi. “Adorei vê-las juntas”, e me sentei no braço do sofá. Ela, acariciada nas pernas pela minha companheira e olhando para mim, já deixava escapar um certo langor, apesar de ainda estar acanhada. “Ninguém precisa saber de nada, nem meu marido”. Essa foi a senha para iniciarmos uma orgia digna de sibaritas. Ter as pernas longas de pêlos loiros afagadas por quatro mãos, ser tocada por baixo da pequena e larga bermuda, sentir duas bocas passeando por seus pequenos seios, ter um corpo masculino e um feminino à disposição. “Excitadíssima!”, ela confessou com a respiração entrecortada. “Estamos todos felizes”, eu sorri maliciosamente. A imagem de nós três, com nossos belos corpos carnudos e saudáveis, assemelhava-se a uma criatura sexual andrógina. Esperamos que ela, cansada, adormecesse no chão da sala e partimos sem despedidas. Soube depois, por intermédio de outro amigo, que ela havia se separado do marido e ingressado num convento no interior.

Pela primeira vez, ela me convidava para ir até sua casa. Talvez ela quisesse mudar. Muito bom, pois eu também queria fazer evoluir nossa relação. Durante o jantar, lembramos cada façanha imoral que tivemos juntos. Eu olvidava algumas partes, mas ela as narrava, orgulhosa, com detalhes. A mesa era pequena e nós estávamos bem próximos. Eu ouvia suas histórias e reparava seu sorriso. Nunca havia reparado seu sorriso antes. Os dentes uniformemente distribuídos expunham uma boca natural, sem batom, sem a pesada maquiagem de costume, sem brincos, sem as lentes de contato, sem artifícios nos cabelos, sem tinta nas unhas, sem enganações manufaturadas. Vestia apenas uma camisola preta. Ela era realmente linda, naturalmente linda. Rememoramos quase todos os lugares onde nós já havíamos feito alguma libertinagem: o restaurante, onde ela me masturbou com os pés por baixo da mesa; a livraria, onde eu batia na sua bunda com os livros; a igreja, onde ela fez o padre engasgar várias vezes durante a missa, levantando o vestido e cruzando as pernas; o parque, onde ela deu a calcinha em troca de um bicho de pelúcia; o banheiro do bar, o supermercado, o cinema, a escada do prédio, o metrô, a praça, o carro, o consultório, o provador de roupas, a loja de brinquedos, a ponte, o museu. Ela detalhava as situações e eu detalhava, silencioso, seu rosto, seus ombros manchados e sua boca. “Eu estou apaixonado por ela e ela está apaixonada por mim”, pensei. “Ela é realmente linda”, pensei novamente. Depois do jantar, fomos jogar cartas, sentados no tapete da sala, completamente nus. Eu estava preste a ganhar com uma trinca de ases, quando ela pediu que eu estapeasse seu rosto. A batida fez um estrépito e os cabelos acompanharam o movimento rápido da cabeça. Ela caiu. Quando voltou, em sua bochecha esquerda havia a marca vermelha dos meus dedos. Daí, ela se levantou, afastou as pernas, fez aquela carinha de tesão de menina virgem e urinou sobre as cartas. O líquido escorreu e inundou o tapete. Eu comecei a acariciá-la, ajoelhado na sua frente, da ponta dos dedos dos pés até o umbigo. Era uma deusa distribuindo o elixir da vida. Não teria ocasião mais perfeita para saber até onde ela chegaria. Levantei e olhei vacilante para seus olhos. “Eu te amo, quero me casar com você”, eu me declarei. Ela não disse o que eu queria ouvir. De fato, ela não disse nada. Permanecemos imóveis, encarando um ao outro por mais de uma hora. Ela, então, passou a mão pelos meus cabelos, apertou meu pau com força, beijou meu rosto e pediu para quando eu fosse embora para sempre, fechasse a porta.

Não vou mais ao bar. Ela não me procurou no meu apartamento. Subir as escadas não tem mais graça. “Será que eu errei em amar?”, eu ainda pergunto.

Vênus Celeste, 2006.

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Comentários

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Adorei seu conto. Lindo. Acho que vc errou em querer transformar - se de um delicioso amante em um marido. ( Vc não imagina como maridos podem ser chatos).

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