Desejo incontrolável II.

Um conto erótico de Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 2132 palavras
Data: 08/09/2006 23:45:25
Assuntos: Heterossexual

Acordei bem, naquele domingo. Muito bem e diferente. Outra.

Uma deliciosa lucidez segurava meu ritmo mental, habitualmente inquieto. Meus pensamentos fluíam com estranha serenidade, em forma de percepções inesperadas, que eu saboreava como verdadeiras preciosidades, sem a mínima pressa, num êxtase mental que poucas vezes tornaria a experimentar.

Nunca tive problemas maiores com o sexo nem para administrar meus desejos, senão os medos e aflições comuns a toda menina diante dos primeiros jogos sexuais. Logo, fiz do prazer algo normal, que eu procurava sem maiores culpas, porque era gostoso, bom, quase tão natural como respirar. Descontando-se as frustrações iniciais dos orgasmos que tive que engolir, porque a maioria dos rapazes gozava rápido demais, nunca tive do que reclamar.

Mas nesta manhã especial, de pensamentos tão claros e lúcidos, ocorreu-me a certeza de que mesmo que juntasse todos os gozos da minha vida num só, nem de longe este imaginário super-orgasmo me levaria à uma saciedade tão plena quanto a que experimentara de madrugada. Era como se, até então, eu jamais tivesse trepado realmente. E embora esta não fosse uma constatação das melhores, trazia embutida uma maravilhosa compensação: alguma comporta na minha alma se rompera e deixara aflorar toda a minha animalidade de fêmea. Jamais me sentira tão plenamente mulher.

Entremeando tais pensamentos, a óbvia vontade e a certeza de que eu queria, e iria, foder com aquele homem novamente. Acordara excitada, mas o tesão que sentia era diferente. Nem de longe era sequer parecido ao que eu conhecia. Um tesão corrosivo, que atormenta, inferniza, que não pára e exige que façamos qualquer coisa para saciá-lo.

Sem susto, percebi que a segurança que sempre tivera na administração das minhas vontades, dos meus desejos era uma quimera.

Ele quis me dar o telefone, ao deixar-me em casa. Não precisava. Há muito tempo que sabia de cor o número da sua farmácia. Além de vê-lo todos os dias no letreiro, na porta geladeira, bem ali na minha frente, tinha um adesivo com o número. Terminei o café. Precisava de um banho. Meu corpo ainda recendia a sexo. Por sorte, estava só. Meus pais tinham ido ao clube. Tirei a camiseta. Olhei instintivamente para os meus seios. Os bicos, já inchadinhos, pediram carícias. Não tenho pudores com relação à masturbação. Gosto. Sempre me masturbei. Só que estava mesmo com idéia de tomar um banho e a cozinha não me parecia o melhor lugar para gozar. O banheiro sim, sob a água morninha. Uma delícia. Mas fui assaltada por uma vontade tão louca, tão urgente que acariciei meus mamilos, apertando-os.

Não imagino porque resolvi ficar nua. Não precisava. Bastava enfiar a mão por dentro dela e me alisar até gozar. Normalmente eu me masturbava de calcinha, na cama. Gostava da pressão do elástico nas costas da mão. Nua, só no chuveiro. Mas nada mais parecia normal em mim, depois do que me acontecera de madrugada. Apesar de esquisito, ficar nua e me masturbar ali na cozinha tornou-se algo extremamente excitante. Ao dobrar-me para tirar a calcinha, que já estava com o fundo ensopado, de vazar, o cheiro da minha buceta subiu causando-me arrepios. Apertei os mamilos com força, olhando-os com um prazer quase perverso. A calcinha, ainda na minha mão, roçou no bico esquerdo, deixando-o melado e brilhante. A idéia de lambuzá-los com meu caldo, de impregná-los com aquele cheiro forte, causou-me vertigem. Esfreguei-a nos dois, com uma calma assustadoramente falsa. O tesão de melá-los assim, porcamente, fez eu lembrar de que ele havia enterrado a cara na minha bunda, beijado e metido a língua no meu ânus como se fosse a mais fresca das bocas, e que que eu quase desfalecera de prazer com aquilo, e agora, esfregar a calcinha suja nos meus seios também me causava um enorme tesão.

Um tesão tão violento que as contrações involuntárias na minha buceta faziam meu caldo jorrar. Não sei se querendo ou sem querer, contraí meu ânus, ainda dolorido e machucado. A dorzinha, gostosíssima, me fez imaginar que estava sendo novamente enrabada. Passei a contraí-lo de propósito, com força, para que doesse mais e aquela sensação não passasse. Nunca tivera desejos assim, tão conscientemente absurdos.

Meti a mão na buceta. Estava tão melada que imaginei ter expelido um pote inteiro de gel. Enfiei dois dedos dentro de mim, sem me perturbar com as unhas me arranhando. Senti as paredes da minha buceta pulsantes, apertando-os. Mas eu ainda não queria gozar. E isto era uma outra novidade absurdamente deliciosa para mim. Antes, ao menor sinal do gozo, eu o deixava aflorar imediatamente. Agora, não. Meu desejo era o de permanecer naquele estado pelo resto da vida.

Encostei o quadril na pia para me apoiar. Sempre tenho a impressão que o tesão me deixa meio desequilibrada. Lembrei-me imediatamente da trepada suspensa, do medo de cair do colo dele, da delícia que era foder daquele jeito, do pau inteiramente enterrado em mim.

Com algum esforço, por causa da posição esquisita que estava, encostada de lado na pia, e meio curvada para frente, e não sei o que me obrigou a ficar daquele jeito, pois poderia ter voltado para a cama e ter feito tudo mais confortavelmente. Só sei que quase simultaneamente aos meus pensamentos, tirei os dedos da buceta e estendi a mão até alcançar o meu ânus. Nunca tinha me bolinado atrás, só na buceta. Acariciei-o com a pontinha do dedo, testando a sua sensibilidade. Estava machucadinho, e larguinho também, claro. Mesmo assim, quando enfiei a ponta do dedo, doeu. Mas enfiei o dedo todo. Com a buceta colada no pulso, era só me movimentar um pouquinho para gozar.

Também poderia ter usado as duas mãos, uma na frente e outra atrás. Seria infinitamente mais fácil e menos desconfortável. Mas eu também queria continuar esfregando a calcinha nos meus mamilos. Apesar da posição incômoda, o prazer compensava. Bom de enlouquecer. E estava mesmo maluca, porque a idéia de esfregar a calcinha no meu nariz fez minha espinha enregelar-se. Como se estivesse me aplicando uma dose de formol, trouxe-a até o meu nariz e inspirei profundamente. Quase desmaiei de prazer. O cheiro intenso aguçou meu tesão de um jeito tão violento que, recusando-me a pensar no que estava fazendo, passei a lambê-la e a sugá-la também.

Mais que meu próprio sabor e cheiro, senti gosto e cheiro de fêmea, de mulher, de cio. E, confesso, adorei.

O dedo, mesmo todo cravado no meu buraquinho, me parecia cada vez mais insuficiente, e eu me esforçava para diminuir a pressão do pulso na minha buceta e impedir meu gozo. Mas, vindo de onde não sei, talvez por causa do efeito intenso daquele cheiro e gosto, ou porque o maldito do diabo atenta, surgiu na minha mente o rosto da minha amiga. A agitação no meu cérebro deu conta do resto, levando-me a imaginar sua buceta, seus pelos, seu cheiro e seu gosto. E nós nos beijávamos, e nos chupávamos e lambíamos uma o rabo da outra, como se tais coisas fossem desejadas por mim a vida inteira. Não agüentei mais e espremi e esfreguei o pulso contra a minha buceta, sem tirar o dedo no meu buraquinho dolorido. No desvario do pré-gozo, do tormento do tesão, enfiei outro dedo no rabo. Solucei de tesão e mergulhei num orgasmo que não parecia ter fim. Sem pernas para me sustentar, deixei-me cair e deitei no chão frio, prostrada, recusando-me a pensar, durante um longo tempo.

O telefone tocou. Sabia que era o Nando. Senti certo desconforto em ter que falar com ele. Não por arrependimento. Minha cabeça estava em outro universo, outra dimensão. A frieza que senti fez-me perceber que ele já não fazia mais sentido na minha vida. Fingi que estava acordando. Ele disse que ia pro treino, como sempre, e ficamos de nos ver no dia seguinte, na saída do meu curso. Ri de mim mesma ao lembrar-me que, na noite anterior, eu estava louca para transar com ele o achava o melhor homem que eu conhecera. Agora, menos de vinte e quatro horas depois, ele me parecia o mais idiota dos amantes.

Lembrei-me da minha amiga. Nunca tivera atração por garotas, nem por ela. Mesmo depois daqueles pensamentos em meio ao orgasmo, a idéia de ser lésbica ou tornar-me uma não me ocorreu nem me assustou. Eu gostava de homens, sempre gostara. Sabia de garotas que se curtiam e tinham namorado, mas nunca tive interesse real nisso. Transar com ela, porém, era agora uma possibilidade que, embora me causasse certa repugnância, não me desagradava completamente.

Tomei um banho demorado, ligando os fatos. Minha mente começou a fervilhar. Ele não fora à festa por acaso. Ela também não ocupara em levar o Nando para dormir num quarto, separando-o de mim, por acaso. Nem cuidou de tomar conta para quando ele acordasse, por acaso. Nem foi por acaso que mentiu, assim que ele acordou, dizendo que eu tinha ido embora, enquanto o primo dela me comia no canil. Eles tinham combinado tudo. De algum jeito ele descobrira que estudávamos juntas e bolaram aquele plano.

Curiosamente, não estava ressentida com eles, nem me sentira enganada. Ele não me comeu á força e nem fez nada que eu não desejava, intensamente, que ele fizesse comigo. Sentia-me plena e satisfeita por experimentar e conhecer prazeres de intensidade desconhecida, embora eu trepasse desde os quinze anos e gostasse de trepar.

Iria ou não à farmácia? O gozo na cozinha tinha esfriado um pouco o meu desejo e percebi que não saberia o que conversar com ele. O que uma garota de dezenove tem em comum com um homem de trinta e sete? Só sexo mesmo. E todo mundo na farmácia devia saber do tesão dele por mim, e que eu jamais lhe dera a menor confiança. E agora eu chegaria lá como se fossemos amigos? E qual seria o problema? Sempre dei pra quem eu quis e nunca me preocupei com comentários. E eu queria, ardentemente, foder de novo com ele, essa era a verdade.

Novamente excitada, decidi ligar, mas o telefone tocou. Era minha mãe. Queria saber de mim. Falei da festa, que foi tudo bem, divertido, que não tinha bebido muito, e ela sabe que nunca bebo demais, mas sempre pergunta. Claro que não contei que o dono da farmácia, o tarado que me cantava desde menina, tinha me comido num canil, e me enrabado que nem uma cadela, e que quase me matara de gozar e ainda gozara na minha boca quando me trazia para casa, nem que eu tinha me masturbado como uma doida pouco antes dela ligar, e que estava desejando seriamente fazer o vestibular para lésbica, fodendo com a minha amiga, nem que a minha calcinha, que acabara de vestir, estava vazando de tão molhada.

E acho que se tivesse contado, ela não teria se surpreendido, como não se surpreendeu quando lhe contei que tinha perdido meu cabaço. Ela também fora jovem e fizera das suas, certamente. E sempre foi uma das cabeças mais frescas e descoladas que conheço. Mas intimidade tem limites.

Mal acabamos de falar, o telefone tocou de novo. Ao ouvir a voz grave e gostosa da minha amiga, estremeci.

E aí? Gostou dele?, ela foi logo querendo saber. Por um instante fiquei sem saber falava a verdade ou lhe dava um esporro bem hipócrita. Mas nunca fui de mentir. Gostei, disse sem muito entusiasmo. Muito ou pouco? Demorei a responder. Pensei em dizer que só responderia depois que fossemos, nós duas, para a cama. Foi bom, muito bom, respondi. Ele está maravilhado contigo, me ligou agorinha. É, é?, fiz-me de desinteressada, com o coração disparando. E você não tá maravilhada também?, ela quis saber. Tenho que admitir que ele sabe das coisas, respondi, sincera e meio suspirosa. Não disse que você ia gostar? É, você disse sim. Ele é o diabo de gostoso, não é? Como é que você sabe? Advinha quem comeu o meu cabaço? Então vocês transavam? Transavam, não, transamos, sempre transamos, disse entusiasmada. Isso é meio maluco, ele não é teu primo? É, e daí? É esquisito, né? Não tem nada de maluco nem de esquisito, boba, adoro trepar com ele, sempre trepei, vou trepar até enjoar e sei que você adorou também. Você é mais doida do que eu imaginava. Muito mais, amiga, vamos almoçar juntas?

Ao desligar, estava tão excitada que pensei em gozar de novo antes de me encontrar com ela.

Ao sairmos do restaurante, onde tivemos uma conversa tão louca quanto excitante, ele nos esperava, com o mesmo sorrisinho safado, como se já soubesse exatamente o que iria acontecer em seguida, e que ainda acontece até hoje, entre nós três.

Definitivamente, aquele domingo foi um marco importante na minha vida, um divisor de águas. Deixei de ser a garota moderninha, que transava sem culpas, naturalmente, para transformar-me definitivamente numa fêmea insaciável.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 2 estrelas.
Incentive Dödói a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

vc em...

rsrsrs

belo conto.

bela escrita...

bjks nota 10

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

po, o conto é muito bom...mas exagerou muito na forma de escrever!

0 0
Foto de perfil genérica

Belo conto,gostei muito.Você conta da forma que mais gosto,com muitos detalhes,tanmbém tem uma boa noção de regras gramaticais.Muito bem escrito!

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível